João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (Juazeiro, 10 de junho de 1931) é um músico brasileiro, considerado o criador do ritmo bossa nova.
Biografia
Nascido na Bahia, na cidade sertaneja de Juazeiro, João ganhou um violão aos 14 anos de idade, e, desde então, jamais o largou.
Na década de 1940, adorava escutar de Duke Ellington e Tommy Dorsey até Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira.
Aos 18 anos decide se mudar para Salvador com intenção de ser cantor de rádio e crooner. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1950, e teve algum sucesso cantando no grupo Garotos da Lua. Entretanto, foi posto para fora da banda por indisciplina, passando alguns anos numa existência marginal, ainda que obcecado com a ideia de criar uma nova forma de expressar-se com o violão.
Seu esforço finalmente foi recompensado e, após conhecer Tom Jobim - pianista acostumado à música clássica e também compositor, influenciado pela música norte-americana da época (principalmente o jazz) - e um grupo de estudantes universitários de classe média, também músicos, lançaram o movimento que ficou conhecido por bossa nova.
Bossa Nova - O ritmo da bossa nova é uma mistura do ritmo sincopado da percussão do samba numa forma simplificada e a ao mesmo tempo sofisticada, que pode ser tocada num violão (sem acompanhamento adicional), cuja técnica foi inventada por João Gilberto.
Quanto à técnica vocal (parte integral do conceito de bossa nova), é uma técnica de cantar em tom de voz uniforme, com voz emitida sem vibrato, e com um fraseado disposto de forma única e não-convencional (ora antecipando, ora depois da base rítmica), e de forma a eliminar quase todo o ruído da respiração e outras imperfeições.
Apesar da fama com a então recém-criada bossa nova, sua primeira gravação lançada comercialmente foi uma participação como violonista no disco de Elizeth Cardoso de 1958 intitulado Canção do Amor Demais, composto por canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes
Pouco depois desta gravação, João Gilberto gravou seu primeiro disco, Chega de Saudade. A faixa-título, composta por Tom e Vinicius e que também aparecia no álbum de Elizeth Cardoso, foi sucesso no Brasil, lançando a carreira de João Gilberto e, por consequência, todo o movimento da bossa nova. Além de Chega de Saudade no lado "A", o disco trazia no outro lado a canção Desafinado, de Tom e Newton Mendonça.
Este disco foi seguido de outros dois, em 1960 e 1961, nos quais ele apresentou músicas novas de uma nova geração de cantores e compositores, como Carlos Lyra e Roberto Menescal.
Por volta de 1962, a bossa nova tinha sido adotada por músicos de jazz norte-americanos, tais como Herbie Mann, Charlie Byrd e Stan Getz.
A convite de Getz, João Gilberto e Tom Jobim fizeram aquele que se tornou um dos melhores álbuns de jazz de todos os tempos, Getz/Gilberto. Com este álbum, Astrud Gilberto esposa de João Gilberto na época, se tornou uma estrela internacional, e a composição de Jobim "Garota de Ipanema" (em sua versão em inglês, "The Girl from Ipanema") se tornou um sucesso mundial, e modelo pop para todas as idades.
João Gilberto continuou a fazer espetáculos na década de 1960, porém não lançou outros trabalhos até 1968, quando gravou Ela é Carioca, durante o tempo em que residiu no México.
O disco João Gilberto, algumas vezes chamado de "o álbum branco" da bossa nova (em alusão ao álbum branco dos Beatles) foi lançado em 1973, e apresenta uma sensibilidade musical quase mística, sua primeira mudança de estilo perceptível após uma década.
O ano de 1976 viu o lançamento do disco The Best of Two Worlds, com a participação de Stan Getz e da cantora Miúcha, que se tornara a segunda esposa de João Gilberto em abril de 1965, com quem tem uma filha, a cantora Bebel Gilberto. Amoroso, de 1977, teve os arranjos de Claus Ogerman, que buscou uma sonoridade similar à de Tom Jobim. O repertório era composto de velhos sambas e alguns padrões musicais norte-americanos da década de 1940.
Nos anos 80 no Brasil, João Gilberto colaborou com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia (criadores, em fins da década de 1960, do movimento conhecido como Tropicália).
Em 1991 lançou o disco João, que não tinha nenhuma composição de Tom Jobim.
Ao invés disso, teve trabalhos de Caetano, Cole Porter e de compositores de língua espanhola. João Voz E Violão, lançado em 2000, assinalou um retorno aos clássicos da bossa nova, como "Chega de Saudade" e "Desafinado". O CD, uma homenagem à música de sua juventude, foi produzido por Caetano Veloso.
Intercaladas com estas gravações em estúdio, surgiram também gravações ao vivo, como Live in Montreux, Prado Pereira de Oliveira ou Live at Umbria Jazz.
A última de raras turnês de João aconteceu em 2008 no Brasil, em duas apresentações no Auditório Ibirapuera em São Paulo e tiverem todos os ingressos vendidos em aproximadamente uma hora e no Rio de Janeiro, para uma apresentação no Theatro Municipal, o mesmo aconteceu.
Nos concertos de São Paulo as grandes surpresas foram a execução de canções não antes registradas por João, como 13 de Ouro, Dor de Cotovelo, Hino Ao Sol / O Mar, Chove Lá Fora, Dobrado de Amor a São Paulo, e uma música inédita de sua própria autoria, em homenagem ao Japão.
Cheiro de Amor, comumente reduzido para Cheiro, é uma banda brasileira de axé. Foi fundada em 1985 em Salvador pelos empresários Totó, Marcos Santana e Windson Silva. Inicialmente, tinha Márcia Freire como vocalista. Com a cantora, a banda foi uma das primeiras bandas baianas de axé a fazer sucesso fora da região nordeste do Brasil. Márcia saiu da banda em Fevereiro de 1996, logo após o carnaval , para seguir carreira solo. A partir desse ano, passou a ter, como vocalista, Carla Visi, que ocupou o cargo até 2000, quando deixou-o também para seguir carreira solo. Com isso, Márcia Freire retornou temporariamente à banda como vocalista entre 2001 e 2003.
Em 2003, foi realizado um concurso pela produtora Cheiro Produções visando a escolher uma nova vocalista. Foi escolhida Alinne Rosa.
Em 2014, Alinne deixou a banda para seguir carreira solo, sendo substituída por Vina Calmon.
1985–96: Márcia Freire e primeiros sucessos Em 1985, a banda foi formada pelos empresários Marcos Santana, Totó e Windson. Márcia Freire e alguns instrumentistas formaram a banda, então intitulada Pimenta de Cheiro, e lançaram seu primeiro álbum. O trabalho logo foi reconhecido em toda a Bahia, porém o nome do grupo não agradou ao público, fato este que fez com que os integrantes mudassem-no para "Cheiro de Amor" em 1988. No mesmo ano, lançaram seu segundo disco, Salassiê, com os sucessos "Salassiê" e "Roda Baiana".
Em 1989, foi a vez de o disco Festa chegar às lojas, tornando, a banda, conhecida em todo o Brasil e quebrando o paradigma de as bandas de axé music fazerem sucesso apenas na Bahia. A canção "Auê" ficou conhecida em todo o território nacional, fazendo o disco vender em torno de 100 mil cópias.
A consolidação do Cheiro de Amor como uma das maiores bandas do axé music veio com os álbuns Suingue, em 1990, que colocou a canção "Rebentão" no primeiro lugar nas rádios de todo país.
Em 1991 com o disco É o Ouro, que trouxe um dos maiores sucessos de sua carreira: a faixa "Canto ao Pescador".
Em 1992, a banda atinge as rádios com os sucessos "Doce Obsessão" e "Mente e Corpo", singles retirados do disco Bahia. Isso abriu espaço para outros artistas do gênero no resto do país.
Em 1993, a banda lançou seu primeiro disco ao vivo, Cheiro de Amor - Ao Vivo, e atingiu, novamente, o primeiro lugar nas rádios com a canção "Lero Lero". No mesmo ano, com a proliferação de outros artistas da axé music como Asa de Águia e Banda Eva, o grupo lançou o disco Adrenalina, comparecendo a diversos programas de televisão e de rádio. O trabalho colocou as canções "Pureza da Paixão" e "Adrenalina" entre as dez mais tocadas do país.
Em 1994, porém, o disco Fantasia é lançado em meio a alguns conflitos de opiniões dentro da banda e apenas a canção "Macarena" ganham destaque nacional.
Em 1995, a banda lança seu décimo disco Agitando Todas, que teve o sucesso "Pega no Balanço" . Depois do seu lançamento Márcia Freire anuncia a sua saída , devido algumas divergências e pela vontade de seguir carreira solo.
1996–00: Carla Visi, álbuns ao vivo e ápice No meio do ano de 1995, os produtores do Cheiro de Amor entraram em contato com Carla Visi, até então vocalista da Companhia Clic, onde havia entrado como substituta de Daniela Mercury, e a convidam para se tornar a nova vocalista do grupo. A orientação, na época, foi para que Carla não divulgasse seu nome em programas de televisão, mas que apenas fosse divulgado o nome da banda. A proposta foi uma forma de evitar que seu nome se tornasse mais conhecido, em alguma altura da carreira, que o do grupo, como acontecera com Márcia Freire, e que Carla também deixasse o grupo para ser solista.
Em 1996, apostando no sucesso das gravações com público presente, o grupo lança o décimo álbum de estúdio, É demais Meu Rei, o primeiro na nova formação. Os primeiros singles dele retirados ("É demais meu rei", "Vai sacudir vai abalar" e "Abre coração") "Vai Sacudir Vai Abalar" tornou - se o maior sucesso de toda a carreira da banda , sendo uma das faixas mais executadas em 1996 e 1997 no Brasil. A faixa "Abre Coração", foi tema da novela da rede Globo "O Amor Está no Ar"
Em 1997, para ganhar tempo no período de transição para o primeiro trabalho inédito com Carla Visi, é lançado o disco Cheiro de Amor - Ao Vivo, que continha os sucessos "Olha eu aí" e "Quixabeira".
O disco vendeu 1,5 milhões de cópias e deu ao grupo o primeiro disco de platina pela ABPD.
Em 1998, chega, às lojas, o nono álbum de estúdioda banda, Me Chama, que colocou a canção "A Dança da Sensual" em primeiro lugar nas rádios no verão de 1998. As faixas "A Dança da Sensual" e "Aviãozinho" consolidaram-se como sucessos, estabelecendo o segundo disco de platina da banda, com vendas em torno de 250 mil cópias.
Em 1999, foi lançado o terceiro álbum ao vivode Carla Visi com a banda, Cheiro de Festa Ao Vivo. As canções "Ficar com Você" e "Simpatia", alcançaram a primeira colocação nas rádios, igualando os sucessos "Vai sacudir vai abalar", "A Dança da Sensual" e "Aviãozinho".
No final daquele ano, Carla Visi anunciou sua saída do grupo após receber a proposta do presidente da Universal Music para se lançar como artista solo. Carla assinou contrato com a gravadora, a mesma do Cheiro de Amor, e deixou a banda em Dezembro de 2000. Algum tempo depois, porém, a cantora confessou ter se arrependido da decisão.
“ Foi um equívoco [sair do Cheiro de Amor] porque não consegui manter a mesma projeção midiática que possuía com a banda. E, de fato, não achei que seria fácil, pois não possuía aquela estrutura empresarial. Acreditei apenas no talento e aceitei a sugestão do presidente da gravadora Universal Music, Marcelo Castelo Branco, e de Mazzola da MZA. Porém foi uma decisão errada. ”
2001–03: Retorno de Márcia Freire e instabilidade Em 2001, Márcia Freire é convidada a retornar para o Cheiro de Amor como vocalista com a saída de Carla Visi. Na ocasião, Márcia aceitou o convite por sua carreira solo estar parada, sem uma gravadora. No mesmo ano, o grupo lança o disco Tô Na Multidão, que se mostra um grande fracasso nas vendas. O disco não embalou nenhuma canção de sucesso nas rádios. Na ocasião, Márcia Freire confessou que dispensou a faixa "Beleza Rara", que havia se tornado um grande sucesso na voz de Ivete Sangalo com a Banda Eva.
Em 2002, a banda é demitida da Universal Music pelos baixos resultados obtidos e assina com a gravadora independente Indie Records. No mesmo ano, é lançado o disco Ballet de Rua, que mistura elementos de música pop, MPB, samba-reggae e forró. O disco, porém, teve um desempenho inferior ao anterior.
Em setembro de 2003 Márcia deixa o grupo. A cantora declarou que a culpa da falta de sucesso da fase do grupo era dos empresários, que retiraram o repertório antigo do grupo e adicionaram canções de outros artistas.
“ A gente esqueceu do passado, deixou de incluir em nosso repertório os grandes sucessos do Cheiro. Na verdade eu não esqueci, mas Windson achava que o repertório da banda tinha que mudar, atualizar. Eu e ele cansamos de brigar feio por causa disso. O Chiclete faz sucesso até hoje porque sempre respeitou a sua trajetória musical. ”
2003–14: Alinne Rosa e retomada do sucesso Em 2003, a Cheiro Produções realiza uma série de seletivas para escolher uma nova cantora para o grupo. Depois de fazer diversos testes com garotas de toda a Bahia, os empresários da banda conhecem Alinne Rosa, até então conhecida Alyne Rosa nos shows que realizava em Salvador. Apesar do cabelo rosa e dos piercings, a cantora chamou atenção dos empresários pela voz e foi convidada a realizar uma audição, que acabou tornando-a a nova vocalista da banda.
Na ocasião, Alinne fez diversas apresentações em cima do trio elétrico em Salvador comandando o Bloco Cheiro de Amor antes de ser anunciada como vocalista oficial, para ganhar a aceitação do público. Ainda em 2003, o grupo lançou o primeiro disco com a nova vocalista no final do ano, Adrenalyne Pura - Ao Vivo. A canções "Amassadinho", e "Caras e Bocas" atingiram o primeiro lugar nas rádios de todo país, marcando a retomada do sucesso do grupo e fazendo com que o disco vendesse em torno de 120 mil cópias.
No carnaval de 2004, Alinne Rosa conquistou o Troféu Dodô e Osmar e o Troféu Band Folia como "cantora revelação".
No começo do ano de 2005, é lançado o disco De Bem com a Vida que foi lançado pela a EMI, traz o single "O Seu Adeus" como grande sucesso, atingindo o primeiro lugar nas rádios. O álbum vendeu mais de 100 mil cópias.
No final do mesmo ano, o disco Cheiro de Amor - Ao Vivo marca os 25 anos de criação do Bloco Cheiro de Amor (20 anos dos quais correspondem ao período da banda propriamente dita). O trabalho foi lançado em DVD, sendo o primeiro registro em vídeo do grupo em toda carreira e trazendo a participação das antigas vocalistas Márcia Freiree Carla Visi. O álbum vendeu em torno de 250 mil cópias e trouxe o disco de ouro para o grupo. Na época, o disco recebeu boas críticas e foi considerado a grande retomada do sucesso pela banda, dando, também, o título de Furacão Baiano à vocalista.
No verão de 2006 o disco Tudo Mudou de Cor marca o segundo álbum de estúdio com a nova formação, e a sua volta a Universal Music , trazendo, o single "Esperando na Janela", que se tornam grande sucesso radiofônico. O álbum trouxe boa recepção da crítica, que declarou que a nova fase do Cheiro "vem mostrando cada vez mais que 'chegou pra ficar', e que a aposta em Alinne deu bons resultados".
Em 2008 chega, às lojas, o disco Cheiro de Amor Acústico, que traz antigos sucessos e canções inéditas em versões acústicas, reavivando o repertório do grupo. Com o disco, foi realizado, também, o segundo DVD. Ambos ganharam disco de ouro. O disco vendeu em torno de 30 mil cópias, colocando as canções "Dias de Sol" e "Pense em mim" em primeiro lugar nas rádios brasileiras, fazendo, também, a faixa "Chama da Paixão " um dos grandes sucessos do carnaval de 2010. Na gravação do trabalho, porém, uma grande polêmica gerou-se quando Daniela Mercury, uma das convidadas, trocou um beijo com Alinne Rosa.
No início de 2010, é lançado o disco Axé Mineirão, gravado no Estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido como Mineirão, em Belo Horizonte. Nos shows realizados em três dias no local, que contaram com um público de 120 mil pessoas, ocorreram as gravações do DVD e do álbum ao vivo.
O álbum trouxe, como maiores sucessos, as canções "Lua de São Jorge", "Dias de Sol" e "Xequerê": este último, um dos maiores sucessos no carnaval de 2011.
No início de 2012, a banda lança "Me Agarra", tema do verão e canção utilizada para divulgar o carnaval de 2012, atingindo a posição de número nove nas rádios. Em julho de 2012, a banda lança as canções "Ê Naná" e "Na Lata" durante o "réveillon fora de época" de Salvador.
Em 2013, a banda é demitida da Universal Music, que alegou que não estava satisfeita com a atuação do grupo , em Setembro é lançado o novo disco da banda, intitulado Flores.
Em 2014, Alinne deixa a banda após o carnaval para seguir carreira solo.
2014–presente: Vina Calmon Após o carnaval de 2014, a cantora pernambucana Vina Calmon assume os vocais da banda, é contratada pela a Sony Music. No dia 29 de março, a nova formação grava o oitavo álbum ao vivo do grupo, com direito a palco flutuante montado sobre o Dique do Tororó. Foi gravado em Salvador no dia da comemoração dos seus 465 anos de fundação e contou com participações de Levi Lima, Felipe Pezzoni, Mariene de Castro, Tomate e Olodum.
Em 14 de maio, é lançado o single "Jasmim". Em outubro de 2014, é lançado o DVD Cheiro de Amor Nas Águas. Foram também lançados os singles "Swing de Manhã " e "Oyá", retirados do CD/DVD.
Em 2015, é gravada à música "Proposta Indecente", com participação especial do cantor Lucas Lucco, tendo mais de 6.000.000 de visualizações pelo canal Youtube.
Logo depois, a banda grava à canção "Dodói", sendo, em menos de um mês à música mais acessada pela Internet.
Controvérsias Durante o carnaval de 1996, o trio elétrico da banda veio a se encontrar com o da ex-vocalista Márcia Freire, que acabou ignorando a líder do Cheiro de Amor, Carla Visi, enquanto ela tentava cumprimentá-la. Na época, Carla Visi declarou ter ficado extremamente chateada coma situação.
Já em 2005, em entrevista para o Carnasite, Márcia Freire fez declarações ácidas sobre Carla Visi e Alinne Rosa, dizendo que, enquanto vocalistas do Cheiro de Amor, Carla tinha uma boa voz, porém não tinha animação em cima do trio elétrico. Já Alinne, segundo Márcia, teria animação, porém ainda era inexperiente vocalmente.
“ Eu sempre fui aquele furacão, que não deixava ninguém ficar parado, mesmo que ela [Carla Visi] não tivesse a minha energia. (...) Alinne é um pouco imatura, tem pouca experiência. Mas eu já percebi que ela sabe agitar bem a galera. ” No entanto, ainda em 2005, a cantora aceitou o convite da banda para participar de seu primeiro DVD, Cheiro de Amor - Ao Vivo, deixando de lado os boatos de inimizades com a banda, especialmente com os empresários desta.
Em 2009, Márcia rebateu as críticas de que teria qualquer diferença com as posteriores vocalistas do grupo, dizendo que era amiga de ambas. Na ocasião, disse que Alinne Rosa tinha evoluído muito e fazia um excelente trabalho: "Adoro a Alinne, pois ela é linda e faz um trabalho belíssimo de palco. Ela amadureceu.". A cantora ainda explicou o fato ocorrido em 1996, dizendo que não havia falado com Carla Visi por estar brigada com os músicos do Cheiro de Amor na época.
Sex Pistols foi uma banda inglesa de punk rock formada em Londres em 1975, considerada responsável por ter começado o movimento punk no Reino Unido e ter influenciado muitos músicos de punk rock e rock alternativo. Ainda que originalmente a banda tenha durado apenas dois anos e meio, lançando apenas quatro singles e um álbum de estúdio — Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols —, os Sex Pistols são considerados por alguns críticos uma das mais influentes bandas da história da música popular.
A banda era composta originalmente pelo vocalista Johnny Rotten, o guitarrista Steve Jones, o baterista Paul Cook e o baixista Glen Matlock. Matlock foi substituído por Sid Vicious no início de 1977. Sob a condução do empresário Malcolm McLaren, a banda provocou diversas controvérsias que tornaram-se o centro das atenções entre a opinião pública britânica. Seus shows frequentemente eram fonte de problemas para os organizadores e as autoridades, e suas aparições públicas quase sempre terminavam em confusões.
Seu single de 1977, God Save the Queen, que atacava o conformismo social da sociedade britânica e a submissão à coroa, precipitou a "última e maior epidemia de pandemônio moral com base no pop".
Em janeiro de 1978, ao fim de uma turbulenta turnê nos Estados Unidos, Rotten abandonou a banda e anunciou seu fim. Ao longo dos próximos meses, os três outros integrantes gravaram músicas para a versão cinematográfica da história da banda, The Great Rock 'n' Roll Swindle. Vicious morreu de overdose de heroína em fevereiro de 1979.
Em 1996 Rotten, Jones, Cook e Matlock reuniram-se para a Filthy Lucre Tour e, desde 2002, reunem-se esporadicamente para algumas turnês e concertos.
Em 24 de fevereiro de 2006, os Sex Pistols — os quatro membros originais e Vicious — foram indicados para o Hall da Fama do Rock and Roll, porém recusaram-se a comparecer à cerimônia, chamando o museu de "uma mancha de mijo".
José Domingos de Morais (Garanhuns, 12 de fevereiro de 1941 — São Paulo, 23 de julho de 2013), conhecido como Dominguinhos, foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro. Exímio sanfoneiro, teve como mestres nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Teve em sua formação musical influências de baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz.
José Domingos de Morais nasceu na cidade de Garanhuns, agreste pernambucano, em 12 de fevereiro de 1941, oriundo de uma família humilde e numerosa, eram ao todo dezesseis irmãos. O pai, "mestre Chicão", era um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas e sua mãe era conhecida como "dona Mariinha", ambos alagoanos.
Desde menino José Domingos já se interessava por música, por influência do pai, que lhe deu de presente uma sanfona de oito baixos. Aos seis anos de idade aprendeu a tocar o instrumento e começou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro, junto com dois de seus irmãos, Moraes e Valdomiro, formando o trio Os Três Pinguins. No início da formação, tocava triângulo e pandeiro, passando depois a tocar sanfona. Praticava o instrumento por horas a fio e tornou-se um exímio "sanfoneiro", passando a ser conhecido em Garanhuns como "Neném do acordeon". O nome artístico "Dominguinhos" só lhe seria dado por Luiz Gonzaga em 1957, já no Rio de Janeiro.
Encontro com Luiz Gonzaga Conheceu Luiz Gonzaga quando tocava no hotel em que este estava hospedado, em Garanhuns. O nome do hotel era Tavares Correia e o trio, que sempre tocava na porta, foi convidado naquele dia a tocar dentro do hotel para Gonzaga e seus acompanhantes.
Luiz Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou a ir ao Rio de Janeiro, onde morava. Essa viagem aconteceria anos mais tarde, pois algum tempo depois deste encontro, em 1948, Neném do acordeon foi para Recife estudar.
Ida ao Rio de Janeiro Alguns anos depois, em 1954, seu pai decide ir para o Rio de Janeiro procurar Gonzaga, devido às dificuldades que passavam em Garanhuns. Junto com o pai, foi também o menino Neném do acordeon, então com treze anos de idade, numa viagem de pau de arara que durou onze dias. Foram morar em Nilópolis, onde já estava o seu irmão Moraes.
Em pouco tempo foram procurar Luiz Gonzaga, que morava no bairro do Méier, zona norte do Rio de Janeiro. Este deu-lhe de presente uma sanfona de oitenta baixos logo neste primeiro encontro. A partir de então, o menino passou a frequentar a casa de Gonzaga, o acompanhando em shows, ensaios e gravações.
Nos anos seguintes, o menino que ainda era conhecido como Neném do acordeon, passou a participar de programas de rádio e se apresentar em casas noturnas, aprendendo outros estilos de música, como o chorinho, samba e outros estilos da época.
Somente em 1957, receberia o nome artístico de Dominguinhos dado pelo próprio Gonzaga. Neste mesmo ano faz sua primeira gravação profissional, tocando sanfona na música Moça de feira, com seu famoso padrinho artístico.
De 1957 a 1958, integra a primeira formação do grupo de forró Trio Nordestino, ao lado de Miudinho e Zito Borborema, que haviam deixado o grupo que acompanhava Gonzaga. Neste mesmo ano de 1958 casa-se com Janete, sua primeira mulher. Deste casamento nascem os filhos Mauro e Madeleine.
Depois de deixar o Trio Nordestino em 1958, continuou a se apresentar em programas de rádio e casas noturnas, até gravar seu primeiro disco, o LP Fim de festa em 1964.
Viagens com Gonzaga e consagração Depois de mais dois discos gravados, volta a integrar o grupo de Gonzaga em 1967, viajando pelo nordeste e dividindo as funções de sanfoneiro e motorista. Em uma dessas viagens, naquele mesmo ano, conhece uma cantora de forró, a pernambucana Anastácia, com quem compôs mais de 200 canções, inclusive um de seus maiores sucessos, Eu só quero um xodó, em uma parceria que durou onze anos.
Anastácia revelou em 2013 que se arrependeu de ter destruído 150 fitas cassete com melodias inéditas de Dominguinhos, depois de ter sido abandonada por ele.
A sua integração ao grupo de Luiz Gonzaga fez com que ganhasse reputação como músico e arranjador, aproximando-se de artistas consagrados dos movimentos bossa novae MPB, nos anos 70 e 80. Fez trabalhos junto a músicos de renome, como Nara Leão, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Chico Buarque e Toquinho.
Acabou por se consolidar em uma carreira musical própria, englobando gêneros musicais diversos como bossa nova, jazz e pop.
No final dos anos 70, Dominguinhos conhece a também cantora Guadalupe Mendonça, com quem se casa em 1980. Deste casamento, nasceria uma filha, a cantora Livys Morhays.
Morte Em decorrência de um tratamento contra um câncer de pulmão, que já durava seis anos, Dominguinhos teve problemas relacionados a arritmia cardíaca e infecção respiratóriae foi internado no Recife em dezembro de 2012. Um mês depois foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. No decorrer dos meses seguintes seu quadro se agravou, tendo sofrido várias paradas cardíacas. Em março seu filho Mauro declarou à imprensa que o cantor não deveria mais retornar do coma em que se encontrava, informação não confirmada pelos médicos, que, segundo os boletins divulgados, afirmavam que Dominguinhos estava minimamente consciente e apresentava leve quadro de melhora.
Em 13 de julho, o cantor deixou a UTI, mas ainda permaneceu internado, com quadro considerado estável.
Com um novo agravamento no seu quadro, voltou para a UTI, onde morreu às 18h do dia 23 de julho de 2013, após sofrer complicações infecciosas e cardíacas.
Devido a uma disputa judicial entre seus familiares, quanto ao local do sepultamento, o corpo de Dominguinhos teve dois sepultamentos. O primeiro foi no Cemitério Morada da Paz em Paulista, Região Metropolitana do Recife, no dia 25 de julho de 2013.
Dois meses depois, em 26 de setembro, seu corpo foi transferido para Garanhuns, onde houve um novo sepultamento no mesmo dia, no Cemitério São Miguel. O desejo de Dominguinhos era ser sepultado na sua terra natal.
Prêmios Em 2002, Dominguinhos foi vencedor do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho.
Após cinco anos sem lançar um trabalho solo, Dominguinhos voltou em 2006 a gravar pela Eldorado na qual Conterrâneos 2006, agraciado no Prêmio TIM (2007) na categoria Melhor Cantor Regional.
Em 2007, Dominguinhos, concorreu ao 8º Grammy Latino com mesmo álbum na categoria melhor disco regional.
Em 2008, Dominguinhos foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira.
Em 2010, foi o vencedor do Prêmio Shell de Música 2010.
Em 2012, Dominguinhos foi novamente agraciado com um Grammy Latino: Melhor Álbum de Raiz Brasileiro, com o CD e DVD Iluminado.
A noite de 29 de setembro de 2001 foi histórica para a música popular brasileira. Os objetivos eram divulgar o CD "Pra Falar de Amor" e gravar um DVD e um CD ao vivo, que devem sair em janeiro. Mas ali, no DirecTV Music Hall, Erasmo Carlos acabou promovendo a festa alguns meses atrasada de seus 60 anos e uma grande (e provavelmente inédita) retrospectiva de quase 40 anos de estrada.
Aos 60 e responsável por metade do sucesso de seu parceiro Roberto Carlos, Erasmo parece hoje um homem cansado e não demonstra nenhuma preocupação em camuflar esse dado.
Não tenta encarnar o roqueiro doidão, não pula no palco, não dança, não busca reeditar a rebeldia ingênua do iê-iê-iê. Depois de tomar um gole d'água entre uma canção e outra, observa ironicamente o autor de "Cachaça Mecânica": "Os tempos mudam".
Mais que tudo isso, não simula paixão pelo palco, porque na verdade já não a possui mais mesmo. Deve ser por isso que recebe os aplausos todos com melancolia, sem a febre jovem do desejo de reconhecimento.
Os vários anos de afastamento que viveu até este retorno de 2001 parecem, então, voluntários até certo ponto. Erasmo está ciente do papel que já desempenhou nessa história épica, do rock ao samba, da jovem guarda ao pop, do soul à MPB, da parceria com Roberto Carlos à solidão.
Não tem como esconder que o alcance de sua voz diminuiu muito nos últimos anos, mas isso não significa que ele não saiba que ela é bem colocada, quase sempre afinada, segura por trás da aparente insegurança do gentil grandalhão. Retraído e generoso, desperdiçou o grande intérprete que já foi e que ninguém viu.
Soa anedótico -e uma platéia lotada de ídolos depostos da jovem guarda colabora para essa impressão- quando, no bis, tem de simular a velocidade de outrora e cantar "Eu Sou Terrível" (67), "É Proibido Fumar" (64), bibelôs desse porte. É a parte do show que cumpre de mais mau grado e também a menos convincente.
Talvez autocrítico demais, apresenta poucas canções de seu novo CD: "Seu Bicho de Estimação" (aquela em que diz, para quem será?, que "não sou mais seu cão"), "O Impossível" (com participação equivocada de Kiko Zambianchi) e a divertida "Quem Vai Ficar no Gol?". Ah, e "Mais Um na Multidão" (sem Marisa Monte).
Evita as mais confessionais entre as novas canções, como "Ela Conversava com o Olhar" e "A Família". Mas não se exime de citar a ex-mulher, Narinha, ao cantar "De Noite na Cama" (71), que, conta, Caetano Veloso escreveu para ele, do exílio, em Londres.
"De Noite na Cama", levada em arranjo bastante próximo do original, abre o cenário para que Erasmo faça a emocionante revisão de sua tão pouco conhecida obra solo. É nesse bloco que canta, por exemplo, a emocionante "Meu Mar" (72). Talvez o ponto mais alto de todo o show, evidencia que sua melancolia musical não é de hoje, mas sim traço forte de sua compleição musical.
Pouco depois ataca a pretensamente ingênua "Análise Descontraída" (76), que ousa, no pós-11 de setembro de 2001, proclamar que talvez este mundo "precise urgentemente se acabar para começar de novo", ulalá.
Análise Descontraída
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
Morro sem entender
porque a ciência constrói por um lado
e destrói pelo outro
morro sem entender
porque já pisaram na lua
se não se sabe da Atlântida
do homem das neves
ou do monstro de lock ness
morro sem entender
porque fazem cidades
que crescem fogosas debaixo de vulcões
morro sem entender
a espécie que fez
30 milhões de leis
prá se fazerem cumprir os 10 mandamentos
êta mundo velho
você me parece ainda um ovo
ou então precisa urgentemente se acabar
pra nascer de novo
morro sem entender
buscando meu tempo perdido
estudando latim que era uma língua morta
não se deve matar , mas na guerra pode
e entra ano , sai ano em qualquer carnaval
o rei momo é sempre gordo
êta mundo velho
você me parece ainda um ovo
ou então precisa urgentemente se acabar
pra nascer de novo
É evidente o contraste com "Todos Estão Surdos" (71), com que Roberto Carlos vem aí. E Roberto e Erasmo se mantêm opostos complementares, tanto tempo depois.
Lembrando as pungentes -e perdidas- "Cachaça Mecânica" (74) e "Panorama Ecológico" (78), Erasmo deixa só nas entrelinhas uma outra ambição sufocada que talvez em outro tempo fosse dele: o de ser um compositor da verve de Chico Buarque. Ora, se não há tantos erasmos de que "todo mundo se esqueceu", como cantará Roberto...
E não são menos notáveis os erasmos mais conhecidos, que se derramam, amorosos, por sobre as clássicas "Mesmo que Seja Eu" (82) e "Sentado à Beira do Caminho" (70). Antes de cantar tenuemente que "preciso lembrar que eu existo", explica, galhofeiro, que adora ir aos seus próprios shows para poder ouvir sua canção favorita. O prazer, naquele instante, é dele para ele mesmo (sim, Erasmo ainda adora o palco), e o resto são "detalhes tão pequenos". É preciso saber ouvir.