Começou a carreira artística cantando em programas de calouro da televisão, recebendo sempre as melhores notas. Viajou por diferentes países levando a música popular brasileira.
Com apenas 14 anos de idade formou um trio vocal que, um ano depois, já era praticamente profissional. Com esse trio se apresentou no espetáculo "Marta Saré" no teatro São Paulo, na Barra Funda. Esse musical, de Gianfrancesco Guarnieri, teve músicas de Edu Lobo, e tinha no elenco: Fernanda Montenegro, Marcos Miranda, Paulo César Peréio, entre outros, com direção de Fernando Torres. Nesse espetáculo o trio cantou as músicas da peça e fez ponta como atores.
Corria o ano de 1979, Festival de Música da Tupi. Participavam entre cinco a seis artistas. Estavam inscritos Fagner, Oswaldo Montenegro…. “Eu estava sendo descoberto por Facho de Fogo, mas não classificaram minha música on Festival. Preferiram a de Caetano (Veloso). O povo, revoltado, se levantou e virou as costas para Caetano e começaram a cantar Facho de Fogo. Foi minha consagração. No outro dia a Folha da Tarde estampava: ‘A grande vencedora do festival foi a injustiçada Facho de Fogo. Daí surgiram convites para cantar no teatro e outros festivais’”.
O segundo grande momento da carreira artística de Vidal França foi em outro evento musical famoso na época. A Fazenda Iacanga, também em São Paulo, lembrava a atmosfera de Woodstock. Eram milhares de estudantes eufóricos misturados ao clima de gradativa derrocada da ditadura. As músicas de protesto pipocavam. Nesta noite, se apresentaram Luiz Gonzaga, Artur Moreira Lima, Belchior, Raul Seixas e… Vidal França. “Quando chegou minha vez a vaia começou. Pediam Raul a toda hora. Cantei com medo. Quando acabei, corri para o camarim, temeroso de jogarem alguma coisa em mim. Foi quando escutei o pedido de ‘volta’. Fui o único, naquela noite, a voltar três vezes ao palco”, se orgulha.
Em 1995, lançou com Mazé o LP "Sertão e mar - Vidal França e Mazé" no qual foram interpretadas as músicas "O mar" e "Vamos chamar o vento", de Dorival Caymmi; "O sertão vai virar mar", de Sérgio Ricardo e Glauber Rocha; "Lá vem Virgulino", de Catulo de Paula; "Mulé rendeira - Lampião", de motivo popular adaptadas por Zé do Norte; "Sodade meu bem sodade", de Zé do Norte; "Moxotó", de José Gomes e Josil Cavalcanti; "Forró em Limoeiro", de Edgar Ferreira; "Glória in Excelsis (da Missa Agrária)", de Gianfrancesco Guarnieri e Carlos Lyra; "Carcará", de João do Vale e José Cândido; "Súplica cearense", de Gordurinha; "Canção nordestina", de Geraldo Vandré; "Bendito" e "A lira", de domínio público; "Esse mar vai dar na Bahia", de Hilton Acyoli; "Jequitibá", de sua autoria e Eliezer Teixeira; "Desenredo", de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro; "Travessia", de Milton Nascimento e Fernando Brant; "Luar do sertão", de Catullo da Paixão Cearense e João Pernambuco; "Tristeza do jeca", de Angelino de Oliveira; "Danças das borboletas" e "Marchas das abelhas", de sua autoria e João Bá; "Asa branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; "Último pau-de-arara", de Venâncio e Corumba; "O barquinho", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; "Arco vermelho", de sua autoria e Celso de Alencar; "Brinde", com Chico Teixeira, e "Dia santo", de Luiz Carlos Bahia e Eliezer Teixeira.
Em 2006, iniciou o projeto "MPB ao vivo - Projeto Tocando o barco", no Bar Lua Nova, de sua propriedade e que se tornou um ponto de encontro de artistas e cantadores. O projeto "Tocando o Barco" é apresentado por Mauri de Noronha e Santiago Dias todos os 2° e 3° domingos de cada mês, recebendo artistas convidados.
O cantor, compositor, instrumentista e maestro arranjador Vidal França não só chega à cidade para festejar 50 anos dedicados à cultura musical brasileira, como trouxe as malas e as cuias para Natal. Veio para morar mesmo. O show de estreia é às 20h de amanhã, na Aliança Francesa. Vidal é quase um Forreste Gump da música brasileira. Presenciou momentos marcantes da história cultural brazuca em tempos de festivais e psicodelia. Cantou em peças teatrais de Francesco Guarnieri, participou de musicais com Fernanda Montenegro, cinema com Zé do Caixão, compôs ópera para a Sinfônica de São Paulo e trilha sonora para o cineasta húngaro Jorge Jonas. Também representou o Brasil no exterior quando só as mulatas de Sargenthelli eram símbolos da cultura brasileira e ainda desbancou Caetano Veloso em festivais de música.
Agora em Natal, pelas mãos do produtor João Barra e para viver o aura da província e comemorar seus 50 anos de carreira, Vidal França apresenta o show “Do Vale do Jequitinhonha à Elzinha”. O repertório variado guarda como essência composições representativas do interior ou da vida mais simples do povo. São canções recheadas de mensagens e esperança; de sertão. Como Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros). A própria Facho de Fogo traz expressões e costumes desconhecidos à urbe. A voz suave e aguda da mineira Mazé Pinheiro, mulher de Vidal, funciona como equilíbrio à voz grave, meio Zé Ramalho, de Vidal. O violão é tocado com intensidade nas músicas e empresta um tom de trovas às músicas. Uma das parcerias é com o potiguar Romildo Soares, na canção Gente, Gente. “Porque tem gente que é bicho, desumano”, explica Vidal.
fonte
http://www.dicionariompb.com.br/vidal-franca
http://sergiovilar.blogspot.com.br/2009_07_01_archive.html