Naturais de Ceres, interior de Goiás, os sertanejos Cleber & Cauan começaram a carreira artística em 2010 se apresentando nos bares do Distrito Federal e Entorno e, até por isso, se consideram, de certa forma, brasilienses. Amigos de infância, os cantores se reencontraram em 2008 e dois anos depois decidiram cantar juntos em bares de Brasília e Goiás.
A dupla vislumbrou uma projeção para fora da capital após a faixa Mel nesse trem se tornar um hit. 'Mel Nesse Trem', composta por Cauan dá nome ao disco a dupla em 2012.
Outro sucesso foi 'Levanta a Mão para o Céu'. Em 'Levanta o Copo' fizeram parceria com os Aviões do Forró.
O álbum Resenha saiu em 2017.
A dupla lançou o segundo volume do material, Resenha 2 (ao vivo). ;É uma continuidade (do projeto), mas também um up grade;, conta Cleber.
No disco, os sertanejos mantiveram a essência acústica, que caracterizou o primeiro álbum, mas acrescentou alguns instrumentos. Agora, ao lado do violão, há o baixolão e a percuteria, um instrumento percussivo, que é uma mistura de percussão e bateria.
Com 16 faixas, Resenha 2 (ao vivo) gravado na Estância Villa Mix, em Goiás fez sucesso, com TBT,
Em 2015, a dupla grava o primeiro DVD, 'Sonho', com participação de Solange Almeida e Marília Mendonça.
Dois anos mais tarde a dupla lança 'Deu Praia', com o sucesso, 'Resenha'. O álbum reuniu, entre outros, Thaeme e Thiago e Fernando, dupla de Sorocaba.
Dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres
25 de novembro é dia de provocarmos reflexões sobre a situação de violência em que vive parteconsiderável das mulheres em todo o mundo.
Quando conheci a música "Two Beds and a Coffee Machine" que integra o Álbum: Affirmation, lançado em 1999, pelo Savage Garden eu revivi os momentos que anteciparam a minha hora de dar o fora em 1996. Eu fugi com as crianças de ônibus. Foram quase 24 horas de viagem e eu continuava. Ao todo, 1.776 km com placas de PARE e eu prosseguia. Não sabia como meus filhos iriam superar. Mas a mente é uma coisa incrível e eu sabia apenas que iria conseguir novos brinquedos, um lar...Os anos passaram tão depressa, hoje sei que tudo que fiz foi necessário para superarmos tudo aquilo.
Two Beds And A Coffee Machine
And she takes another step
Slowly she opens the door
Check that he is sleeping
Pick up all the broken glass
And furniture on the floor
Been up half the night screaming
Now it's time to get away
Pack up the kids in the car
Another bruise to try and hide
Another alibi to write
Another ditch in the road
You keep moving
Another stop sign
You keep moving on
And the years go by so fast
Wonder how I ever made it through
And there are children to think of
Baby's asleep in the back seat
I wonder how they'll ever make it
Through this living nightmare
But the mind is an amazing thing
Full of candy dreams and new toys
And another cheap hotel
Two beds and a coffee machine
But there are groceries to buy
And she knows she'll have to go home
Another ditch in the road
You keep moving
Another stop sign
You keep moving on
And the years go by so fast
Wonder how I ever made it through
Another bruise to try and hide
Another alibi to write
Another lonely highway in the black of night
But there is hope in the darkness
You know you're going to make it
Another ditch in the road
Keep moving
Another stop sign
You keep moving on
And the years go by so fast
Silent fortress built to last
Wonder how I ever made it
CURIOSIDADE: Savage Garden foi uma banda pop rock australiana do final da década de 1990 composta pela dupla de músicos Darren Hayes (vocal) e Daniel Jones (teclado, sintetizadores e guitarra). Ficou conhecida sobretudo pelas canções "Truly Madly Deeply" e "I Knew I Loved You", que atingiram o #1 no Hot 100 da Billboard.
Nos anos 90 (antes e durante o Savage Garden), o vocalista Darren Hayes tinha como hobbie principal viajar para o Estado brasileiro de Minas Gerais e ficar andando pelas ruas de algumas cidades de Minas Gerais (Brasil) sem que alguém o reconhecesse.
Duas camas e uma cafeteira
E ela dá outro passo
Lentamente ela abre a porta
Verifica que ele está dormindo
Apanha todos os vidros
e mobílias quebrados no chão
Passou metade da noite gritando
Agora é hora de dar o fora
Coloca as crianças no carro
Outra escoriação para tentar esconder
Outro álibi para escrever
Outra trincheira na estrada
Você continua
Outra placa para parar
Você prossegue
E os anos passam tão depressa
Queria saber como consegui superar
E existem crianças para se pensar
O bebê está dormindo no banco de trás
Queria saber como eles vão superar
Esse pesadelo vivo
Mas a mente é uma coisa incrível
Cheia de sonhos doces, novos brinquedos
E outro hotel barato
Duas camas e uma cafeteira
Mas há alimento para comprar
E ela sabe que terá que ir pra casa
Outra vala na estrada
Você continua
Outra placa para parar
Você prossegue
E os anos passam tão depressa
Queria saber como superei isso
Outra escoriação para tentar esconder
Outro álibi para escrever
Outra estrada solitária na escuridão da noite
Mas há esperança na escuridão
Você sabe que vai conseguir
Outra vala na estrada
Você continua
Outra placa para parar
Você prossegue
E os anos passam tão depressa
Fortaleza fechada, construída para durar
Queria saber como pude superar isso
O duo Savage Garden dominou as rádios na década de 90 com hits como “Truly Madly Deeply”, “I Knew I Loved You”, “Affirmation” e “To the Moon and Back”.
Truly Madly Deeply
I Knew I Loved You
Affirmation
To the Moon and Back
A dupla pop australiana Savage Garden - uma das grandes sensações da música jovem durante a segunda metade da década de 90, - passou pelo Brasil numa turnê promocional em 2000, um ano antes de se desfazer. Ápós isso, Darren Hayes seguiu em carreira solo. O último álbum do cantor This Delicate Thing We’ve Made saiu em 2007.
A preferência pelo ritmo sertanejo surpreende quem se aprofunda na história da dupla Eddy Britto e Samuel. Nascidos no estado da Bahia, Edy na cidade de Itambé e Samuel em Vitória da Conquista, os cantores orgulham-se de fazer parte de uma família de ciganos. “Por viajarmos muito, por diversos estados, esse estilo sempre esteve presente na nossa vida, crescemos nessa atmosfera”, conta Edy.
Então Fica Assim, é um dos sucessos dos irmãos.
O despertar para a carreira musical começou cedo. Quando Edy tinha 13 anos, e Samuel, 11. Foi um tio dos meninos que, encantado com o talento deles, decidiu financiar a primeira gravação. “Ele achava que a gente cantava bem e queria ouvir nossas músicas durante as viagens”, lembra Edy. Os anos passaram e depois de muitos anos tocando em bares e festivais locais, a dupla decidiu deixar a família e mudar para Goiânia, a capital sertaneja do país, e ponto de partida de cantores hoje renomados.
“Passamos por momentos de dificuldades e pensamos em desistir do nosso sonho de viver de música”, recorda Edy.
O começo da virada aconteceu em 2013, quando por intermédio de um amigo radialista, foram apresentados ao cantor Rick, da dupla Rick & Renner, que produziu e gravou o primeiro clipe dos sertanejos, Ponto G. A faixa, uma regravação de Os Nonatos, levou os artistas a figurar nas paradas de sucesso do ano.
Os mais de 21 milhões de acessos da música fizeram com que Edy Britto e Samuel dividissem o palco com nomes como Henrique & Juliano, Gusttavo Lima e João Neto & Frederico.
Dono do sucesso mundial “Right Here Waiting”, o produtor e compositor Richard Marx volta ao Brasil neste ano para uma única apresentação no país. O americano sobe ao palco do Tom Brasil, em São Paulo, no dia 08 de outubro, para apresentar seus sucessos de mais de 30 anos de carreira. Na apresentação, ele irá mostrar o motivo de ser o único artista masculino a ter seus primeiros sete singles no Top 5 das paradas da Billboard.
Nascido em Chicago, Richard vendeu mais de 30 milhões de álbuns em todo o mundo, começando com seu álbum homônimo, que chegou ao 8º lugar e emplacou 4 singles no Top 5, incluindo “Hold on to the Nights” e “Don’t Mean Nothing”, ganhando ainda uma indicação ao Grammy de Melhor Performance Vocal de Rock Masculino. O disco sucessor, em 1989, foi ainda mais bem sucedido, com dois singles nº 1: “Satisfied” e o citado “Right Here Waiting”.
E o músico não parou por aí, lançando músicas como “To Where You Are” e o sucesso do NSYNC, “This I Promise You”. Em todos os formatos, Marx marcou um total surpreendente de 14 singles nº 1 (incluindo “Long Hot Summer”, sucesso de Keith Urban) como intérprete e compositor/produtor.
Em 2014, ele lançou mais recente álbum, “Beautiful Goodbye”, repleto de material novo, como seu primeiro single e vídeo, “Whatever We Started”. Os fãs podem achar o oitavo álbum de estúdio de Marx um pouco diferente de seus antecessores. De acordo com o cantor e compositor, “as músicas desse álbum foram influenciadas por todos, de Sade a Bebel Gilberto, de vários artistas da EDM até Chopin.” Cada faixa do novo álbum também incorpora um elemento orquestral.
Os ingressos para o show de Richard Marx em São Paulo, no dia 08/10, estão à venda pelo site da Ingresso Rápido (neste link) e na bilheteria do Tom Brasil (sem taxa de conveniência). Confira AQUI as informações completas.
Em janeiro de 2019 lembramos os 50 anos da morte do cantor, compositor e humorista Gordurinha. Para homenageá-lo, o Curta Musical preparou um programa contando a história do cantor, compositor e comediante que, entre outros destaques, compôs Chiclete com Banana. A música é uma divertida resposta à invasão cultural norte-americana, foi gravada por Jackson do Pandeiro, Gal Costa, Gilberto Gil, entre outros, e ainda batizou a tirinha do cartunista Angeli e uma banda de axé music. Depois de dar uma passada pela carreira, pelos sucessos e pela origem do apelido Gordurinha, ouviremos uma versão de Chiclete com Banana lançada pelo próprio músico em 1960.
Compositor, cantor, radialista e humorista baiano, Waldeck Artur Macedo, conhecido por “Gordurinha” continua esquecido. Há 60 anos ele lançava o samba "Chiclete com banana", parceria com Jackson do Pandeiro, foi gravado com grande sucesso. Primeiro por Odete Amaral, mulher do cantor Ciro Monteiro, e, posteriormente, pelo próprio Jackson do Pandeiro. Ela origina, em 1968, montagem dirigida por Augusto Boal, no Teatro de Arena de São Paulo, que aborda as relações históricas da música brasileira no exterior e da estrangeira no Brasil. É redescoberta pelo público com Gilberto Gil, no LP Expresso 2222, de 1972. Nos anos 1980 foi tema de uma tira de histórias em quadrinhos, do desenhista Angeli e é nome de uma banda de música baiana. Em 16 de janeiro de 2019 completa 50 anos de sua morte.
Cronista perspicaz dos costumes e questões culturais e sociais de seu tempo, Gordurinha navega com desenvoltura por diversas temáticas e estilos musicais. É autor de melodias de gêneros nordestinos, como o coco e o baião. Essas canções têm usualmente como pano de fundo a cultura nordestina e seus dilemas sociais, expressos por meio de um personagem forjado no vasto repertório de seus tipos populares. Gordurinha elabora letras que captam a psicologia e o linguajar coloquial do universo retratado, interpretando as dicções regionais.
Magro na juventude, Waldeck Artur de Macedo, nascido no bairro da Saúde, em Salvador, no dia 10 de agosto de 1922, ganhou seu apelido em 1938, quando já trabalhava na Rádio Sociedade da Bahia.
Do seu repúdio à colonização americana, pela goma de mascar nasceu o bebop-samba, Chiclete com banana, em parceria com Almira Castilho, que acabou por pronunciar o tropicalismo ao sugerir antropofagicamente na letra: 'só boto bebop no meu samba quando o Tio Sam pegar no tamborim, quando ele entender que o samba não é rumba'.
Ele mesmo chegou a gravar, como que a tirar um sarro um rock entitulado Tô doido para ficar maluco. Mas não foi só de glória e reconhecimento tardio a vida deste que, ao lado do Trio Nordestino, iria se transformar no baluarte do forró na Bahia.
Sua estréia no mundo da música se deu em 1938, quando fez parte do conjunto vocal "Caídos do céu" que se apresentava na Rádio Sociedade da Bahia, fazendo logo depois par cômico com o compositor Dulphe Cruz. Logo se destacou pelo seu dom de humorista e pelo sarcasmo que iria ser disseminado em suas letras anos mais tarde.
Em 1942, cansado de tentar conciliar estudo e sessões de rádio, tomou a decisão se debateu com um dilema conhecido de muitos: medicina ou carreira artística? Como seus discípulos Zé Ramalho e Fred Dantas, Gordurinha caiu fora dessa estória de clinicar. Largou a Faculdade de Medicina e seguiu sua sina de cigarra.
Os passos iniciais seriam dados numa Companhia Teatral. Caiu na estrada, mambembeando e povoando de música e pantomimas outras plagas.
Seu próximo passo seria um contrato na Rádio Jornal de Comércio, em Recife, em 1951. Depois, o jovem compositor, humorista e intérprete Gordurinha passaria pela rádio Tamandaré onde conheceu o poeta Ascenso Ferreira, figura folclórica do Recife, Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda. Estes dois últimos gravariam em primeira mão várias das suas composições.
Em 1952 partiu para o Rio de Janeiro onde penou sofrendo gozações preconceituosas. Sublimando estes pormenores, conseguiu trabalhar nos programas Varandão da Casa Grande, na Rádio Nacional, e Café sem Concerto as Radios Tupi e Nacional, duas das maiores do país, sempre fazendo tipos humorísticos. Ficou neste circuito até que almejou um sonho que já alimentava desde os magros dias do Recife: um contrato na mais importante mídia do Brasil na época que era a Rádio Nacional.
Gordurinha gravou, em 1955, pelo selo Continental, duas canções voltadas para o Carnaval do ano seguinte: Sonhei com Você, de Roberto Martins e Mário Vieira; e Soldado da Rainha, marcha que assina com João Grimaldi e interpreta em duo vocal com Leo Vilar e acompanhamento de Severino Araújo (1917-2012) e Orquestra Tabajara. Em 1957, comanda o programa Varandão da Casa Grande, na Rádio Nacional, e, em 1958, produz Café sem Concerto e Boate Ali Babá, respectivamente na Rádio Tupi e na TV Tupi. No ano seguinte, lança Vendedor de Caranguejo, que faz sucesso com Ary Lobo, regravada por Clara Nunes (1943-1983) e Gilberto Gil (1942).
Compõe com José Gomes (1919-1982), verdadeiro nome de Jackson do Pandeiro, sua canção célebre, o samba Chiclete com Banana, em 1958, lançada nesse mesmo ano por Odete Amaral, mulher do cantor Ciro Monteiro, e, posteriormente, pelo próprio Jackson do Pandeiro. Ela origina, em 1968, montagem dirigida por Augusto Boal, no Teatro de Arena de São Paulo, que aborda as relações históricas da música brasileira no exterior e da estrangeira no Brasil. É redescoberta pelo público com Gilberto Gil, no LP Expresso 2222, de 1972. Também dá nome à tira em quadrinhos do cartunista Angeli (1956) e à banda baiana de axé music, ambas formadas nos anos 1980. É citada por Marcelo D2 (1967) na música A Maldição do Samba, de 2003.
Ainda em 1959, Gordurinha faz sucesso como intérprete de outra canção autoral, Baiano Burro Nasce Morto, cujo título vira bordão popular. Em Baianada, Baiano Não É Palhaço e Baiano Burro Nasce Morto, Gordurinha combate o preconceito ao nordestino que detecta no Rio de Janeiro com a construção de personagens pitorescos, orgulhosos de sua origem. Ele a grava com a participação do humorista Mário Tupinambá, que faz um personagem na televisão em que interpreta um deputado baiano que adora longos discursos, como faz no disco. A música também faz sucesso com o alagoano Luiz Wanderley, em 1959. É regravada por Moraes Moreira (1947), em 2000. Em 1960, interpreta o baião-toada Súplica Cearense (parceria com Nelinho), sucesso na voz de Merino Silva (1967), Luiz Gonzaga (1912-1989), Fagner (1949), Elba Ramalho (1951) e gravada pelo conjunto O Rappa. Entre diversos compactos, Gordurinha lança quatro LPs na década de 1960.
Meu enxoval, um samba-coco em parceria com Jackson do Pandeiro seria um dos carros chefes do disco ‘forró do Jackson’, de 61. Outro que se daria bem com uma composição do baiano seria o forrozeiro paraense Ary Lobo que prenunciou o Mangue beat ao cantar: ‘Caranguejo-uçá, caranguejo-uçá/ A apanho ele na lama/ E boto no meu caçuá/ Caranguejo bem gordo é gaiamum/ Cada corda de 10 eu dou mais um”. Vendedor de caranguejo seria gravado por Clara Nunes, em 74, e por Gilberto Gil no seu ‘Quanta’, de 1997. Outros sucessos foram Baiano não é palhaço que fala do seu orgulho de ser baiano, Súplica cearense e Baiano burro nasce morto.
Gordurinha faleceu em Nova Iguaçú/RJ em 16/1/1969 e seria homenageado na década de 70 com Gilberto Gil, que regravou Chiclete com Banana e Vendedor de Caranguejo no Quanta.
O cantor carioca Jards Macalé, também o homenagearia com a regravação de Orora analfabeta, no seu 2º LP, ‘Aprendendo a nadar’, de 1974.
Elba Ramalho se rendeu ao talento do mestre ao dar sua versão de Pau-de-arara é a vovozinha, no seu CD Flor da Paraíba, de 1998.
A última homenagem recebida foi o lançamento do CD A Confraria do Gordurinha, em rememoração aos 30 anos sem o artista. Morre no início de 1969, no Rio de Janeiro. Nesse ano, é lançado pela Musicolor o disco póstumo Gordurinha.
Em 1999, com patrocínio do governo do estado e lançamento da Warner Music, o selo Sons da Bahia grava A Confraria do Gordurinha, com 16 faixas de sua autoria, interpretadas por Gilberto Gil, Marta Millani e o conjunto Confraria da Bazófia.
No mesmo ano, Carmélia Alves, a rainha do baião, grava pelo selo CPC-Umes o disco Carmélia Alves Abraça Gordurinha e Jackson do Pandeiro. Em 2000, a Warner Music lança, pela série Enciclopédia Musical Brasileira, o CD Jackson do Pandeiro e Gordurinha, que intercala faixas interpretadas por cada um, com composições próprias e de outros autores.
O filme é baseado no livro "Minha Fama de Mau". A adaptação chega ao circuito de cinema e demonstra a efervescência musical dos tempos da Jovem Guarda.
Antes de estourar como expoente da Jovem Guarda, Erasmo Carlos tinha suas malandragens. Completamente envolvido pelo rock'n'roll e influenciado por ídolos como Elvis Presley e Bill Haley, ele dividia com outros amigos do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, a paixão pela música e planos para pequenas delinquências cotidianas. Como no dia que saiu correndo de uma loja de discos com um bolachão por debaixo da jaqueta, foi perseguido pelo dono do local e sequer se intimidou com os gritos de "ladrão".
Na cinebiografia "Minha Fama de Mau", que estreia nos cinemas 14/02/19, esse e outros episódios protagonizados pelo cantor e compositor não foram poupados pelo diretor Lui Farias. E engana-se quem pensa que Erasmo Carlos fez cara feia ao ver o passado de contravenções exposto na telona. Na verdade, ele queria era mais.
Depois que conferiu o resultado do filme, o Tremendão chegou a provocar o cineasta, dizendo que Farias o tinha retratado "muito bonzinho".
"Eu me surpreendi (com o comentário), mas isso foi bom porque agora eu posso fazer uma versão mais 'mauzinho' do Erasmo. Faço o 'Minha Fama de Mau 2' e a gente conta outras histórias", ameaça em tom de brincadeira, o diretor em entrevista ao Verso, em um dos eventos que marcaram a pré-estreia do filme em São Paulo, (6/2/19).
Baseado na autobiografia do cantor, lançada em 2008, o longa se concentra no início da carreira de Erasmo Carlos (Chay Suede) até o fim da Jovem Guarda. Mostra como o menino da Tijuca conheceu e passou a desenvolver as primeiras composições com Roberto Carlos (Gabriel Leone) e uniram-se à cantora Wanderléa (Malu Rodrigues) em um programa de televisão que projetou nacionalmente os três artistas, marcando época na música brasileira com o surgimento do movimento "iê-iê-iê".
Outros personagens centrais no início da carreira do roqueiro não são esquecidos pela produção, como a amizade, antes da fama, com Tim Maia (Vinicius Alexandre) e a relação controversa com o compositor e radialista Carlos Imperial (Bruno de Luca).
O longa toca ainda em questões delicadas no início da trajetória artística do Tremendão, quando ele se viu com a necessidade de se reinventar como compositor, após o declínio da Jovem Guarda, provocado pela saída de Roberto Carlos do trio.
Jovem Guarda
Não por acaso, o filme, além de revisar a trajetória de Erasmo, também funciona para relembrar clássicos que atravessaram gerações na voz do trio, como "Eu sou terrível", "Gatinha manhosa" e "Prova de fogo".
"A gente canta de verdade no filme, tem os trejeitos, tem o jeito de cantar parecido, mas a gente não imita eles em nenhum momento. Isso traz uma verdade", compara Malu Rodrigues, atriz experimentada em musicais brasileiros e que dá vida a Wanderléa. Assim como ela, os outros atores também auxiliam o espectador a atravessar o período por meio das músicas. "Foi um processo muito gostoso de revisitar músicas que sempre fizeram parte da minha vida", sintetiza Chay Suede, refeito como Tremendão.
Em "Minha Fama de Mau", Chay reaparece aliando a música à interpretação, o que já não é mais tão comum desde que passou a se dedicar mais ao trabalho de ator. "O filme foi rodado em 2015. Nessa época, isso era bem mais corriqueiro que hoje. De lá para cá, não fiz mais nada cantando", afirma Suede. "Não sinto falta porque tenho tido prazer de interpretar e a música sempre existe na minha vida", completa.
Como cantor e compositor, Chay também foi influenciado pela geração da Jovem Guarda e que já tinha tido o interesse de interpretar Erasmo no período. "Me encontrei com ele por acaso em um show e fizemos uma foto, antes de saber que o filme estava sendo produzido. Me animei com a foto e com a possibilidade de um dia eu fazê-lo em um filme. No dia seguinte, eu recebi o convite pro teste deste papel. Eu não sabia da produção do filme, nem mesmo a produtora sabia da foto. Começou de um jeito importante", afirma.
Amigo de fé
Nas gravações, uma nova surpresa: a sintonia com Gabriel Leone, que vive Roberto Carlos, foi tanta que ele compara à amizade empreendida entre Erasmo e o seu principal parceiro musical.
"Na verdade, a construção do personagem veio muito dessa nossa amizade fora de cena. A gente usou a energia de dois jovens atores se conhecendo com a energia de dois jovens artistas se unindo no final da década de 1950 para fazer algo importante. A gente misturou um pouco. Não tinha o momento do 'corta' tão claro assim", explica Chay.
Gabriel Leone, que já havia vivido Roberto Carlos em "Chacrinha, o Musical" (2014), confirma a parceria. O clima entre os dois ajudou a amenizar a tensão de representar uma figura tão popular quanto desafiadora como o principal parceiro de Erasmo.
"Foi bem diferente. No 'Chacrinha' era um número musical que eu tinha de gerar uma identificação imediata com uma plateia. Eu aumentava as características dele, na voz e no corpo. No filme, é diferente. Foi realmente uma outra pesquisa e, por mais que seja o mesmo Roberto Carlos, foi um outro direcionamento que eu dei", comenta.
O esforço foi reconhecido pelo próprio cantor que, segundo Lui Farias, viu o filme e o "abençoou". Em mensagem encaminhada ao diretor, após conferir o longa, o parceiro de Erasmo se disse emocionado. Um alívio para o diretor e um convite para quem é fã dos amigos e fé.
*O jornalista viajou a convite da produção do filme