sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

My Blueberry Nights (Um Beijo Roubado)



Dia desses, após assistir mais uma vez o longa My Blueberry Nights (Um Beijo Roubado) do cineasta chinês Wong Kar Wai (Amor à Flor da Pele, 2046 e Felizes Juntos) me vi ansiosa para falar sobre sua trilha e aqui estou.


Pra quem não sabe, My Blueberry Nights é o primeiro filme do cineasta em língua inglesa e conta a história de Elizabeth (Norah Jones), uma jovem que descobre que seu namorado a vinha traindo ao procurá-lo no café de Jeremy (Jude Law), um charmoso jovem inglês que também havia sido abandonado anos atrás pela namorada.


Os dois passam então a dividir suas angústias todas as noites, enquanto ela saboreia uma fatia de torta de blueberry com sorvete.


E vale aqui destacar a linda metáfora da torta, sempre descartada praticamente inteira, com a forma como Elizabeth se sente. O casal conversa, come, ri, compartilha histórias e chora junto, sob a luz azulada do café e os olhos atentos da câmera de vigilância.


Não satisfeita, Elizabeth sai pelo país em busca de um sentido para sua vida, conhecendo pessoas diferentes e se auto-descobrindo. Entre essas pessoas estão um policial (David Strathairn) que é obcecado pela ex-mulher (Rachel Weisz), e uma jovem jogadora de pôquer (Natalie Portman).


Mas não irei me estender na história, uma vez que a intenção aqui é falar sobre a trilha sonora que, neste caso, para muitos, é ainda superior ao filme. Na minha opinião, não se trata de ser ou não superior, mas a música não é simplesmente uma trilha sonora pontuando emoções, ela é quase uma atriz coadjuvante.


Aliás, Wong Kar Wai é um diretor que deixa claro em todos os seus filmes a importância que a trilha e a fotografia têm para a sua narrativa. Não é à toa que ele já deu declarações onde afirma que “nenhum idioma pode definir a música.”


Na trilha sonora de Ry Cooder (Paris, Texas e Buena Vista Social Club), recheada de blues, jazz e folks, além da própria Norah Jones temos Amos Lee, Gustavo Santaolalla e Cat Power em um forte clima de melancolia que casa perfeitamente com a leve granulação da imagem, com a câmera rodando em velocidade lenta, com as cores fortes e vibrantes, com os planos e contra planos profundamente marcados pelo foco que nem sempre está onde o espectador imaginaria.


Sempre que ouço a trilha desse filme, por mais que já a conheça, me surpreendo com o seu clima melancólico, intenso, mas ao mesmo tempo sereno. São 14 faixas que falam por si só e que acompanham ou, em alguns casos, dão toque à cena, como no início do filme, quando “The Story” começa a tocar, nos introduzindo aos personagens e tentando nos contar como aquilo começa. Aliás, essa música foi composta por Norah durante as filmagens.


Enquanto buscava inspiração, Wong Kar Wai viajou de Nova York a Santa Mônica três vezes, ouvindo The Greatest, de Cat Power e nada mais justo do que duas canções do disco estarem ali: “Living Proof” e “The Greatest” que, na minha opinião, dá ainda mais beleza para uma das cenas mais lindas do filme.

Living Proof – Cat Power


Já para os temas instrumentais, o primeiro compositor em que ele pensou foi Gustavo Santaolalla (de Babel e O Segredo de Brokeback Mountain), mas como ele estava ocupado na época, Kar Wai acabou convidando o próprio Ry Cooder que assina três faixas – “Ely Nevada”, “Long Ride” e “Bus ride”. E Santaolalla ainda conseguiu um tempinho para contribuir com a bela e triste “Pajaros”.

Ely Nevada – Ry Cooder



Cassandra Wilson, interpretando “Harvest Moon”, do Neil Young merece um parágrafo a parte. Sua versão é tão bela e tocante que segundo o diretor arrancou lágrimas da protagonista sem que fosse preciso nada além disso, num dos momentos mais emocionantes do filme. Quem assistiu, vai saber do que estou falando.


É interessante ver ainda a reinvenção de “Yumeji’s Theme”, feita por Chikara Tsuzuki já utilizada em “Amor à Flor da Pele.” A reutilização de algumas músicas é característica já marcante nos filmes de Kar Wai, o que, de certa maneira, ele explica no encarte do disco da trilha de 2046:

Os trechos musicais obedecem a ciclos, ao sabor das lembranças e dos esquecimentos. Uma partitura pode ressurgir de um filme a outro, mas ela convida à mesma viagem, semelhante a um trem que refaz indefinidamente o mesmo trajeto. Os pedaços se misturam uns aos outros; uma impressão nova se acrescenta à precedente sem chegar a apagá-la inteiramente”.


Por fim, não dá pra deixar de destacar que justamente as cenas dos beijos não possuem nenhuma trilha ou efeito sonoro, apenas o silêncio. Algo que não deixa de ser totalmente poético, bem ao estilo Kar Wai.


Um Beijo Roubado

Título original: My Blueberry Nights
Ano de Lançamento: 2008
Gravadora: EMI

Faixas:
1.The Story – Norah Jones
2. Living Proof – Cat Power
3. Ely Nevada – Ry Cooder
4. Try a Little Tenderness – Otis Redding


5. Looking Back – Ruth Brown


6. Long Ride – Ry Cooder, My Good Eye

7. Eyes on the Prize – Mavis Staples


8. Yumejis Theme (Harmonica Version) – Chikara Tsuzuki, Shigeru Umebayashi


9. Skipping Stone – Amos Lee


10. Bus Ride – Ry Cooder


11. Harvest Moon – Cassandra Wilson


12. Devils Highway – Hello Stranger


13. Pajaros – Gustavo Santaolalla


14. The Greatest – Cat Power


FONTE

domingo, 6 de fevereiro de 2022

I Started A Joke, de Bee Gees



"I Started a Joke" é um single dos Bee Gees lançado em 1968. É uma das canções mais famosas da banda, sendo a segunda a entrar na lista das dez mais da Billboard, e a primeira a chegar em primeiro lugar na parada brasileira. Naquele momento, a música fez parte da telenovela Beto Rockfeller (criação de Bráulio Pedroso), na extinta TV Tupi.


Em I Started A Joke, o sujeito lírico fez piada da máscara formal dos dilemas morais, desnudando-se e descerrando sonhos, pensamentos, ações, omissões inconfessáveis fazendo acordar lembranças em preto e branco.



I started a joke Which started the whole world crying
But I didn't see That the joke was on me.
Eu comecei uma piada a qual fez o mundo inteiro começar a chorar
Mas eu não percebi que a piada era sobre mim.

I started to cry Which started the whole world laughing
Oh if I'd only seen That the joke was on me
E eu comecei a chorar o que fez o mundo inteiro começar a rir.
Se eu somente tivesse percebido que a piada era sobre mim

I looked at the sky Running my hands over my eyes
And I fell out of bed Hurting my head from things that I said
E eu olhei para os céus, passando minhas mãos sobre meus olhos.
E eu caí da cama me machucando pelas coisas que disse..

'Till I finally died Which started the whole world living
Oh if I'd only seen that the joke was on me
Até que eu finalmente morri, o que fez o mundo inteiro começar a viver.
Se eu apenas tivesse percebido que a piada era sobre mim...

Em 1969, na mesma época do lançamento de I Started a Joke, o cantor Ronnie Von compôs uma versão intitulada Comecei Uma Brincadeira, esta versão está presente no álbum A Misteriosa Luta do Reino de Para Sempre contra O Império de Nunca mais, gravado por Ronnie Von e lançado pela gravadora Polydor em 1969. A letra da canção possui deveras semelhança com a letra original, enquanto, a melodia é igual. É a versão brasileira da música.

Em 1998, a canção foi regravada e lançada como single pelo grupo americano Faith No More, chegando a ser, em 2012, trilha do filme brasileiro Totalmente Inocentes, protagonizado pelo humorista Fábio Porchat.



A canção também foi regravada pela dupla inglesa Pet Shop Boys e lançada como lado B do single Winner em 2012.


A canção foi mixada pelo grupo Confidential MX (uk ​ /ˌkɒn·fɪˈden·ʃəl/ əm / eks), nomeada I started a joke - ConfidentialMX featuring Becky Hanson, feita sobre a versão da cantora Becky Hanson. Também é ouvida no primeiro trailer do filme Esquadrão Suicida, uma referência ao (Coringa) para o universo cinematográfico..



terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Mais uma Rodada

1. Eu Era - Marcos & Belutti


2. Metade da Laranja - Edy Britto e Samuel


3. Supera - Marília Mendonça


4. Três Opções - Zé Neto e Cristiano



5. A dor desse amor - Vitor e Luan



6. Pout Porri - Hugo e Guilherme



7. Ai já era - Jorge e Mateus




8. Pout Porri Clayton e Romário



9. Romântica - Rio Negro e Solimões



10 . Libera Ela - Maiara e Maraisa (Dilsinho)