Carmem Sebastiana Silva de Jesus (Veríssimo, 22 de março de 1954) é o nome da cantora brasileira Carmen Silva, também conhecida carinhosamente pelos fãs como A Pérola Negra. Cantora do gênero seresta, sertanejo, romântico, nas décadas de 70 e 80, atualmente Carmen Silva canta músicas de estilo gospel; e faz parte do casting da gravadora Graça Music.
Natural de Veríssimo, no Triângulo Mineiro, Carmen Silva iniciou sua carreira ainda muito jovem, e participou de vários programas de calouros. A música "Adeus Solidão", presente em seu primeiro disco lançado pela gravadora Philips, um compacto duplo, foi o seu primeiro sucesso.
Carmen Silva venceu o concurso "Um Cantor por um Milhão, um Milhão por uma Canção", da Rede Record. Ganhou diversos prêmios e troféus, como o Roquete Pinto e o Chico Viola.
No início de sua carreira sofreu pressão por parte da indústria fonográfica para gravar sambas, ritmo com o qual não se identificava e pelo qual não queria ser estigmatizada, posto que preferisse interpretações romântica, o que criou polêmica entre muitos críticos.
Seus principais sucessos são: "Adeus Solidão", "Fofurinha", "Sapequinha", "Espinho na Cama", "Fotografia", "Amor com Amor se Paga" e "Ser tua Namorada".
DISCOGRAFIA
Onyx (2003)
Luar do Sertão: Carmen Silva (2000)
Se Você quer Amor (1992)
Carmen Silva (1990)
Tempero Bom (1989)
Ave Sem Ninho (1987)
Fofurinha (1985)
Carmen Silva (1982)
Espinhos na Cama (1979)
Poema dos Cabelos Brancos (1977)
Amor com Amor se Paga (1975)
A Pérola Negra (1973)
Vá, Não Importa o que Dizem (1972)
Carmen Silva (1971)
Adeus Solidão (1969)
Carmen Silva: Volume I - 2002
Carmen Silva: Volume II - 2004
Minhas Canções na Voz de Carmen Silva - 2008
Bruno Fagundes se prepara para subir ao palco do Café Paon, em São Paulo, com o espetáculo musical "Improvável", informou a assessoria de imprensa do ator. Em uma única apresentação, o filho do ator Antônio Fagundes reunirá de forma bem humorada sucessos que vão de Frank Sinatra à Lady Gaga, passando por Elvis Presley, Michael Jackson, Ray Charles e Queen. “Quero compartilhar com todos o meu amor pela música, arte e liberdade", diz Bruno por meio de sua assessoria de imprensa.
Já conhecido do público como ator, Bruno mostra agora no palco seu lado criativo para diversos gêneros, acompanhado por um quarteto de instrumentistas e arranjado por Silvio Venosa e Renato Loyola. Pelo nome do show, já é possível perceber que não faltarão surpresas.
Bruno Carvalho Fagundes (São Paulo, 24 de maio de 1989) é um ator brasileiro. O ator é filho da atriz, diretora e escritora Mara Carvalho com o ator e diretor Antonio Fagundes. Demonstrou cedo o desejo por ser ator e é formado pela escola de teatro Incenna, de propriedade de sua mãe.
Na televisão (participações especiais)
2008 - Negócio da China
2006 - Gluom – Piloto
2006 - Carga Pesada.... Jorge - Episódio Ser ou Não Ser
1996 - O Rei do Gado
1994 - A Viagem
No teatro
2007 - A Lua sobre o Tapete - Olair Coan;
2006 - Gente que Faz - Mara Carvallio;
2005 - Pã - Mara Carvallio;
2005 - Sonho de uma Noite de Verão – William Shakespeare;
2005 - Procura-se uma Rosa – Vinícius de Moraes;
2004 - Viúva, porém honesta – Nelson Rodrigues;
2004 - Os Tagarelas – adaptação livre de textos de Maquiavel, Shakespeare e Moliére.
No cinema
2008 - Chico Talarico – O Documentário – de Bruno Azevedo
2007 - Quem Sabe – de Marcio Mehiel
2006 - Bellini e os Demônios – de Marcelo Galvão
2005 - Fim da Linha
Lolita Rios (Judite Monteiro Coimbra - 14/1/1922 Recife/PE). Cantora. Compositora. Transferiu-se de Recife para o Rio de Janeiro, com sua família, em 1927. Estudou canto, desde os 17 anos, com Alda Pereira Pinto.
Em 1948, iniciou sua carreira, cantando no rádio. Participou de programas na Rádio Nacional e na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Nessa época, integrou, como crooner, a orquestra do maestro Fon-Fon, com a qual excursionou pela Europa e Oriente Médio.
Gravou seu primeiro disco em 1953, na Copacabana, com os sambas-canção "Vinte e sete de setembro", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e "Juntinho de você", de Ari Monteiro e Raul Marques.
No mesmo ano, lançou pela Todamérica o "Baião do paxá" e o samba "Creio em São Paulo", da dupla Ari Monteiro e Irani de Oliveira.
Em 1954, gravou os sambas "Estou com São Jorge", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e "Depois das dez", de Ari Monteiro e Valter Tourinho. Nesse mesmo ano, voltou a gravar na Copacabana lançando em dueto com Hélio Chaves os sambas "De braços abertos", de Roberto Martins e Ari Monteiro e "Não é covardia", e Raul Marques e Ari Monteiro.
No mesmo ano, gravou a valsa "O disco da páscoa", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba-canção "Um de nós dois", de Ari Monteiro, Arnaldo Moreira de Castro e Anselmo Peixoto. Em seguida, gravou mais duas composições da dupla Irani de Oliveira e Ari Monteiro: o "Baião do Mikado" e a "Valsa do marinheiro".
Em 1955, gravou na RCA Victor o baião "Zabelelê", de Ari Monteiro e Tito Neto e o samba "Bolha de sabão", de Ari Monteiro e Valter Tourinho.
No mesmo ano, gravou o bolero "Lua verde", de Valter Gomes, S. Sagnini e Osvaldo Santiago, os sambas-canção "Sou eu", de Valdir Machado e Rubens Machado e "Maledicência", de Anselmo Peixoto, Ari Monteiro e Arnaldo Moreira e o fox "Toda semana", de Ari Monteiro e Ari Rebelo. Trabalhou, ainda, para a TV e nas boates cariocas Night and Day, Casablanca, Drink e Arpège. Fez também várias excusões à Argentina e compôs "Marcha do toureiro", em 1974.
Em 1950, Hélio Chaves gravou pelo selo Carnaval a marcha "Como se ama no Rio", de Marino Pinto e Mário Rossi e o samba "O samba de 51", de Valfrido Silva e Casé.
Em 1952, gravou pela Copacabana os sambas-canções "Disfarce", de Valter Levita e Mary Monteiro e "Novo rumo", de Raimundo Olavo e Mary Monteiro.
Em 1953, foram gravados os sambas "Se o divórcio vier", de Valter Levita e Mary Monteiro e "Padroeira do Brasil", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira.
São de 1954 as gravações, pela Copacabana, da valsa "Minha esposa", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e do samba-canção "Morena da ilha" e, pela Mocambo, do beguine "Só tu", de Wilson Silva, Aires Viana e Edel Ney e do fox "Brumas da saudade", de Humberto Paiva e Fidélis Pereira.
O cantor Hélio Chaves e a cantora e compositora, Lolita Rios, (Judith Monteiro Coimbra), gravam dois sambas, na Copacabana, para o Carnaval de 1954: De braços abertos, samba de Roberto Martins e Ary Monteiro, com Hélio Chaves e Lolita Rios, Copacabana: 5182-A, Carnaval de 1954.- Não é covardia, samba de Raúl Marques e Ary Monteiro, com Hélio Chaves e Lolita Rios, Copacabana: 5182-B, Carnaval de 1954.
Em 1955, gravou de Zé Kéti os sambas "A voz do morro" e "Assim é o morro".
Em 1956 foram gravados o bolero "Fortuna", de Portinho e Wilson Falcão e o samba "Este é o samba", de Getúlio Macedo e Almeida Batista e ainda do bolero "Insaciável", de Lourival Faissal e Nelson Sampaio.
O cantor Hélio Chaves, grava marcha e samba, em disco Mocambo, para o Carnaval de 1956: Palhaço, marcha de Mirabeau, Milton de Oliveira e Bucy Moreira, com Hélio Chaves, Mocambo: 15062-A, Carnaval de 1956. Desengano, samba de Raúl Marques, Estanislau Silva e Edgar Nunes, com Hélio Chaves, Mocambo: 15062-B, Carnaval de 1956.
O cantor Hélio Chaves, grava dois sambas, em disco Fontana, para o Carnaval de 1971: Alegria rapaz, samba de Tito Mendes e Carlos J. Silva, (Carlinhos do Império), com Hélio Chaves, Fontana: 69.044, Lado 2-Faixa 6, Carnaval de 1971. Sempre um amor, samba de Jorge Gonçalves, Bucy Moreira e Arnô Canegal, com Hélio Chaves, Fontana: 69.044, Lado 2-Faixa 4, Carnaval de 1971.
O samba "Sempre um amor" é o mesmo que "Mais um amor", dos mesmos compositores, gravado em disco Mocambo: 15409-B, com Gilda de Barros, para o Carnaval de 1962.
Cantor de Mirandópolis, divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul e ao lado do Triângulo mineiro e Goiás. Tocador de forró como os bons nordestinos. Esse é Miltinho Edilberto, paulista de Avaré, o violeiro é respeitado por medalhões da música regional como Xangai, Elomar e Renato Teixeira, de quem é afilhado musical e parceiro.
Miltinho iniciou sua carreira cantando na escola. Por volta dos seis anos de idade, começou a cantar, nas festas cívicas do colégio canções de Roberto Carlos e já esboçava algumas composições, estimulado pela mãe, Dona Tereza. Integrou, também, aos 14 anos, uma orquestra de baile no interior, com repertório que ia do jazz ao samba. Só começou a tocar um instrumento por volta dos 15 anos. Era o violão, que aprendeu a partir de algumas noções ensinadas por amigos em sua cidade natal.
Apesar de começar a compor aos 14 anos, sua obra só começou mesmo a ser construída por volta de 1980. As participações em festivais de músicas impulsionaram sua carreira de compositor, pois mesmo longe da mídia conseguiu ser conhecido por músicas como Cantiga de Ajuda” e Viola Apocalíptica. Ele foi parceiro de talentos como Genésio Tocantins, Juraíldes da Cruz, Dércio Marques e outros tantos bardos sertanejos.
Miltinho toca viola de 10 cordas e mistura forró com uma entonação caipira autoral. Além de músico, desenvolve um trabalho de pesquisa do folclore brasileiro.
No palco, mostra uma mistura de xaxado, baião e embolada, acrescida de uma dose de picardia. Até alcançar popularidade, andou pelo interior do país participando de festivais de música.
A primeira conquista foi o circuito universitário paulista. Não demorou muito para ser considerado o rei do forró da noite paulistana, reunindo cerca de mil e quinhentas pessoas por apresentação em casas de espetáculos.
Miltinho tem três CDs gravados. O primeiro, Viola Que Fala, de 98, tinha pouco de forró. Era um trabalho de música sertaneja de raiz, que lhe rendeu o Prêmio Sharp daquele ano na categoria regional, conforme já foi informado acima. Prestigiado por essa vitória, ainda em 98, Maria Bethânia gravou, do compositor, a romântica "Não Tenha Medo", incluindo-a no repertório regional de "A Força que Nunca Seca"..
Em abril de 99 lançou Como Alcançar Uma Estrela, gravado ao vivo, esse sim seguindo a tradição de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Marinês e Trio Nordestino. Produzido por Arnaldo Saccomani, o disco - resultado de 15 anos de pesquisas pelo Brasil - é cheio de letras politicamente corretas. Um exemplo é Heroína, na qual o músico diz que a droga da paixão é muito mais forte que qualquer outra.
Em 2001 gravou o terceiro, CD, Feito Brasileiro, com as participações do Trio Virgulino, Maria Bethânia e o Grupo Falamansa, com quem gravou seu maior sucesso No Balanço do Busão, incluída na novela “O Clone” (Rede Globo).
A inserção da música nessa trilha sonora valeu a Miltinho o convite para participar de um capítulo desta novela que já foi exibida em mais de quinze países como EUA, URSS, Japão, México, Portugal, Espanha, Argentina e vários do Oriente Médio.
Seu segundo disco, "Viola que Fala", ganhou o Prêmio Sharp de Revelação Regional de 1998.
Em 1999 lançou pela Universal o disco ao vivo "Como Alcançar uma Estrela", mais tarde relançado pela Abril Music como "O Forró de Miltinho Edilberto Ao Vivo".
Considerado um dos mais completos violeiros do país, Miltinho já teve suas músicas gravadas por muita gente boa por aí. Anaí Rosa, Maria Bethânia, Maurício Tizumba, Sérgio Reis, Lenine, Falamansa ,Tânia Alves, Trio Nordestino, Trio Sabiá, Trio Virgulino, Jackson Antunes, Saulo Laranjeira, Anaí Rosa, Bicho de Pé, Rastapé, Paulinho Pedra Azul, Dércio Marques são alguns desses nomes que incorporaram a obra do músico.
A admiração do sensacional saxofonista Jayme Araújo pelo saxofonista ingles Freddy Gardner era tão grande que ele adotou, em 1955, o pseudônimo de Teddy Garner, tocando como solista das mais famosas orquestras de danças do Brasil. A Columbia o convidou para gravar as músicas que ele mais admirava do "mestre" e confiou os arranjos ao maestro Lyrio Panicali. O resultado é primoroso e Jayme nos mostra toda a sua categoria tocando "standards" como somente um jazzista poderia fazê-lo.
Luiz Américo, nome artístico de Américo Francisco Filho, (Santos, 22 de agosto de 1946) é um cantor e compositor brasileiro.
Começou cantando desde menino e foi no concurso de calouros do Silvio Santos que "Américo Francisco", como era conhecido, despontou para o cenário nacional, ganhando todas as provas do concurso. Surgiram os convites de grandes gravadoras e aí já como Luiz Américo conseguiu seu primeiro sucesso, Desafio, mais conhecida como "Cuca cheia de cachaça" e daí em diante foram vários, Camisa 10, Fio da véia, Carta de alforria, Casa cheia, O gás acabou, Na hora da sede, entre tantos outros.
O GÁS ACABOU LUIZ AMÉRICO
Foram oito discos de ouro e suas músicas executadas em todas as rádios do Brasil e exterior e imagem marcada pelo seu boné em todos os programas de TV da época, sem dúvida um dos maiores ídolos da geração da década de 1970 & 1980.
Seu maior sucesso foi a canção Camisa10, que teve uma grande repercussão por falar da Seleção Brasileira de Futebol de 1974, que depois de se tornar tricampeã México, atravessava um período de altos e baixos para disputar a Copa da Alemanha de 1974. Vendeu milhares de cópias. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior.
LUIZ AMERICO - CAMISA 10
Hoje ele é dono de uma casa noturna chamada Lucky Scope no Guarujá, e seus filhos cantores no Grupo Feitiço (banda de samba) montaram uma casa de samba em sua homenagem com o nome de TypographiaBrasil em Santos, onde o cantor se apresenta até hoje.
Seus sucessos já foram gravados por Clementina de Jesus, Ângela Maria, Alcione, Sílvio Caldas, Wilson Simonal e estão sendo re-gravados por cantores da atualidade como Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Marcelo D2 entre outros.
Ângelo Russo Reale, mais conhecido como Ângelo Reale (São Paulo, 24 de fevereiro de 1903 - São Paulo, 8 de janeiro de 1994). Foi um compositor e sanfoneiro brasileiro.
Acordeonista bastante conceituado, tendo acompanhado diversos artistas. Gravou aproximadamente 300 músicas, de diversos gêneros, como valsa, maxixe, polca, tango, baião e toada. Mário Zan, Caçulinha, Mário Gennari Filho e Clóvis Pontes foram alguns de seus seguidores.
Ângelo Reale - Lamentos de acordeon (1942)
Em 1938, gravou "Marcha dos ferroviários", seu primeiro disco como solista pela Columbia.
Em 1940 gravou "Bicho-carpinteiro", maxixe de sua autoria.
Ângelo Reale - Elisa (1940)
Em 1943, foi um dos sócios fundadores da União Brasileira dos Compositores (UBC).
Em 1945, gravou ao acordeon, pela RCA Victor, a valsa "Caboclinha" e a polca "Caipirinha ladina", ambas de sua autoria. Ainda em 1945, gravou "Normalista" e "Toque se quiser", de sua autoria.
Em 1952 registrou em disco "El chacoleiro", "Arrogante" e outras.
Em 1953 gravou "Nasceu hoje", "Dobrando notas" e "Coração que sangra".
Em 1954 gravou o sucesso "Sanfonas e sanfoneiros".
Em 1958, fez sucesso com "Mazurca de oito baixos".
Em 1960, começou a dar aulas de acordeão em São Paulo.
Em 1962, Jamelão gravou "Vida de circo", dobrado de autoria de Reale, acompanhado da Orquestra de Severino Araújo. No mesmo ano, lançou "Pipoqueira" e "Assanhadinha".
Ângelo Reale - Eu quero mais (1979)
Em 1980, Ângelo Reale gravou seu último disco, com destaque para "Tira dama", "Briga na tuia" e "Miracatu".
Morreu em janeiro de 1994, aos 91 anos de idade em São Paulo.
Déo Cesário Botelho ou Déo Rian (Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 1944) é um músico, compositor e bandolinista brasileiro. Seus avós eram chorões e recebiam amigos para saraus. Começou a estudar bandolim aos 13 anos. Foi aluno de Moacir Arouca.
Freqüentava rodas de samba no Rio de Janeiro desde criança, se interessando logo pelo bandolim, sobretudo por influência da música de Jacob do Bandolim. Aos 17 anos passou a freqüentar as rodas de choro na casa de Jacob do Bandolim. Profissionalizou-se aos 18 anos, quando começou a tocar no Rádio Mauá.
Em 1970, com o falecimento de Jacob do Bandolim, foi sucessor deste no conjunto de choro Época de Ouro, que Jacob tinha liderado.
CZARDAS - POR RAPHAEL RABELLO E DEO RIAN
Gravou dois LPs solo nos anos 70 e formou o próprio conjunto, Noites Cariocas, com quem gravou o disco "Inéditos de Jacob do Bandolim".
Época de Ouro - Déo Rian, César Faria, Damásio, Jonas e Jorginho
Mistura e Manda de Nelson Alves
Déo Rian nasceu e cresceu ouvindo o choro das rodas que seu avô materno promovia em casa. Seu pai era seresteiro e seus tios maternos tocavam bandolim, cavaquinho e violão.
Essas são as lembranças musicais mais antigas do músico, acrescidas de um detalhe, no mínimo, luxuoso: ele freqüentava as rodas de choro da casa de Jacob do Bandolim e do Retiro da Velha Guarda.
Déo começou a tocar bandolim aos 10 anos de idade e a estudar por música aos 15. Estudou a prática do instrumento com o bandolinista Luperce Miranda e música com o clarinetista Moacyr Arouca.
Déo lembra-se bem dos exercícios de palheta e escalas que fazia, assim como dos métodos de bandolim de Jacob Thomas e F. Cristófaro que foram utilizados em seu aprendizado.
De tudo, para ele, o que ficou de mais útil e mais agradável foi aprender a "tocar choro".
Choro na Arlequim: Déo Rian e André Bellieny - Tema de Telck (Orlando Silveira)
"Minha família e meus amigos chorões" foram as figuras decisivas em sua formação musical, além do autodidatismo: sozinho, "observando os chorões", o músico aprendeu "som e interpretação".
"A maneira de se tocar choro" Déo Rian aprendeu com os músicos com quem conviveu e ainda convive, entre os quais destaca Moacyr Arouca, Luperce Miranda, Jacob do Bandolim, "e outros amigos chorões".
Seu filho Bruno Rian é considerado um dos grandes bandolinistas da nova geração e integrante do Conjunto Sarau.
Saracoteando (Jacob do Bandolim) - Déo Rian & Regional
A visão de Déo Rian
Déo Rian já viu de tudo. Ainda adolescente conviveu com os maiores mestres do instrumento, participou ativamente da revitalização dos anos 70 e optou pelo caminho dos discos independentes para continuar a nos proporcionar sua arte. Teve a chance de uma relação única com o mestre Jacob, que ajudou a formar seu próprio estilo, hoje inconfundível.
Déo dividiu um pouco de sua história com o Bandolim, falando sobre antigos, novos bandolinistas, Jacob e sua carreira.
Por ter se iniciado cedo no choro você pôde conviver com bandolinistas de outras gerações. Como você vê a evolução da técnica, a facilidade de adquirir conhecimentos e as diferenças no uso do instrumento.
Atualmente a maioria dos bandolinistas prioriza a técnica da velocidade em detrimento da interpretação. Eu, particularmente, valorizo a sonoridade do instrumento e sou fã incondicional de uma interpretação sensível.
Quanto à facilidade em adquirir conhecimentos técnicos do instrumento, em que pese o advento da internet, ainda é insuficiente a quantidade de métodos de bandolim, por exemplo.
E como foi a sua transição pessoal? Sentiu uma necessidade de "se adaptar" a este novo cenário?
Com naturalidade, meu estilo continua o mesmo. Fiel ao choro tradicional, preocupando-me sempre com a interpretação, procurando tocar o repertório pouco divulgado. Apesar de existirem novos bandolinistas maravilhosos (como Bruno Rian, Jorge Cardoso, Hamilton de Holanda, Adriano e Danilo Brito) ainda é preciso ouvir e estudar mais Luperce Miranda, Evandro e Rossini Ferreira entre outros.
Apesar de não ter sido oficialmente aluno de Jacob você provavelmente foi o bandolinista que mais usufruiu do contato direto com o mestre. Como foi essa convivência em termos do seu aprendizado? Quem foram realmente seus professores?
Tive a felicidade de privar da amizade do grande Jacob do Bandolim e aprendi informalmente com esta convivência: olhando-o tocar nas rodas que promovia, perguntando sobre eventuais dúvidas e acatando as sempre pertinentes observações do "mestre". Jacob foi muito importante na minha carreira de chorão.
Formalmente, meus professores foram Moacyr Arouca que, curiosamente, sendo grande clarinetista, ensinou-me bandolim, e Luperce Miranda, bandolinista que tocava com extrema velocidade, técnica até hoje jamais igualada.
Você poderia nos passar alguma dica ou técnica que tenha aprendido direto com Jacob?
Jacob feria as cordas do bandolim com movimentos circulares de palheta, usando a primeira e a segunda articulações do dedo polegar e a segunda articulação do dedo indicador. É o que faço até hoje e que passei também para o meu filho Bruno Rian.
Você vem de uma família de músicos amadores, sempre manteve uma profissão paralela a suas atividades musicais e incentiva seu filho a fazer o mesmo. O que você do choro ter perdido essa característica de amador, de varanda?
Houve uma transformação natural com o passar dos anos, a começar com a transformação do mobiliário urbano. Os quintais foram acabando e junto com eles as rodas de choro informais que se realizavam naqueles espaços. Naquelas rodas, os músicos tocavam por amor ao gênero. Não viviam do choro. Eram amadores. Cada um tinha o seu emprego, geralmente fora da música.
Hoje, mesmo com a pouquíssima divulgação da música instrumental, os músicos de choro estão se profissionalizando. Mas, para isso, estudam música seriamente e não ficam somente no choro. Tocam, também, outros gêneros, dão aulas, dedicam-se à pesquisa, à preservação dos acervos, da memória do choro, fazem incursões nas áreas fonográfica e de direitos autorais . . . Enfim, diversificam para sobreviver. Eu, embora admirador incondicional do choro de varanda, dos quintais, reconheço o valor dos músicos da nova geração que preservam e difundem o choro.
Com a crise geral da indústria fonográfica e as imposições do mercado muitos artistas de vários estilos estão optando pelo caminho dos "independentes". Como você chegou a essa opção?
Pela falta de oportunidade para gravar. As gravadoras, principalmente as multinacionais, não se interessam muito em gravar esse gênero. Preferem lançar CDs com música de consumo imediato e, muitas vezes, de qualidade duvidosa. Quando pensam no choro, geralmente optam por coletânea com regravações de diferentes artistas em um mesmo CD.
Choro Music entrevista Déo Rian sobre Jacob do Bandolim
Ficha técnica; Instrumento: Bandolim do Souto (Bandolim de Ouro); Cordas: Rouxinol; Palhetas: Tartaruga; Captador: Shadow
Dados Artísticos
Déo Rian iniciou a carreira profissional em 1962, na Rádio Mauá. Em 1970, juntamente com o Quinteto Villa-Lobo e o Quarteto da E.M.U.F.R.J, gravou o LP "Ernesto Nazareth", primeiro disco de carreira. Neste mesmo ano passou a integrar o Conjunto Época de Ouro.
No ano de 1973, participou do show "Sarau", ao lado de Paulinho da Viola, Elton Medeiros, entre outros. No ano seguinte, gravou o segundo disco solo "Choros de sempre".
Em 1975, gravou o terceiro disco solo, só com músicas de Roberto Carlos. No ano seguinte, lançou o quarto disco, "Saudades de um bandolim". Nesse mesmo ano também gravou o LP "Clube do Choro" com o Conjunto Época de Ouro.
No ano seguinte, em 1977, participou do show "Canto das três raças", de Clara Nunes. Também apareceu em três outros discos lançados: "Choradas, chorões, chorinhos" (coletânea da Cia. Internacional de Seguros) disco duplo, produzido por Ricardo Cravo Albin e Mozart Araújo; "Chora, chorão" (da Continental) e "Época de Ouro interpreta Pixinguinha e Benedito Lacerda". Depois disso, desligou-se do Conjunto Época de Ouro, formando o conjunto Noites Cariocas.
Em 1978, gravou outro LP com músicas de Roberto Carlos. No ano seguinte, participou do projeto "Instrumental da Funarte".
No ano de 1980 gravou, com seu conjunto Noites Cariocas, o disco "Inéditos de Jacob do Bandolim", relançado em CD anos mais tarde pela gravadora Sony Music . No ano seguinte, apresentou-se no Teatro João Caetano, no projeto "Seis e Meia".
Em 1982 foi lançado no Japão seu primeiro disco "Ernesto Nazareth".
Entre 1984 e 1985 participou novamente da "Série Instrumental da Funarte". No ano posterior participou da "Série Pixingão", também da Funarte.
No ano de 1987 fez temporada no Espaço Cultural Sérgio Porto. Novamente apresentou-se no projeto "Seis e Meia", neste ano e no posterior.
Em 1990, fez show no Teatro Municipal de Ouro Preto, MG. No ano seguinte, apresentou-se no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, com o "Concerto para dois bandolins e orquestra".
Fez turnê no Japão pelas cidades de Tóquio, Osaka, Kioto, Kobe, Nagoya. Por essa época, gravou um CD para o mercado japonês.
No ano de 1992, fez nova temporada no Japão. No ano seguinte, gravou um CD com Raphael Rabello.
Em 1994, fez temporada em Santiago, no Chile. No ano seguinte, realizou sua terceira temporada no Japão. Gravou em 1996, um CD independente com seu filho Bruno Rian: "Choro em família".
Pelo "Projeto Pixinguinha", da Funarte, apresentou-se em Goiânia, Palmas, Cuiabá, Campo Grande, Porto Velho e Rio Branco, durante o ano de 1997.
Em 1998 participou do "Festival Chorando Alto", no Sesc - SP. Nesse ano, apresentou-se no Clube do Choro, em Brasília. Ainda em 1998, juntamente com Pedro Amorim, Bruno Rian, Ronaldo do Bandolim, Isaías, Joel Nascimento, Reco do Bandolim, Hamilton de Holanda, Jorge Cardoso e Rossini Ferreira, lançou o disco "Os bambas do bandolim", pela gravadora Kuarup Discos.
No ano seguinte, participou do show Bandolins em Jacob, no Centro Cultural Banco do Brasil. Neste mesmo ano de 1999 o grupo Sarau, lançou o CD "Cordas novas", no qual incluiu de sua autoria "Quando me lembro".
Em 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor fez várias referências ao músico.
No ano de 2003 ao lado de Márcio Almeida, Bruno Rian, Henrique Cazes e Walmar Amorim, apresentou o show "Sempre Waldir", dedicado a Waldir Azevedo. Neste mesmo ano foi relançado pela gravadora Som Livre o disco "Relendo Waldir Azevedo", no qual vários cavaquinista brasileiros prestaram homenagem ao mestre.
No ano de 2007, pela gravadora Rob Digital, o CD "Inéditas de Jacob do Bandolim - Volume II - Déon Rian e Noites Cariocas", com composições criadas nas décadas de 1950 e 1960, entre as quais "Adylia", composta por Jacob para a esposa no ano de 1962; "Maxixe na tuba"; "Sapeca Iaiá"; "Sereno"; "Bisbilhoteiro"; "Chuva" e "Papo de anjo", da qual participaram Luciana Rabello, Maurício Carrilho, Pedro Amorim, Cristóvão Bastos, Marcelo Bernardes, Pedro Paes e Ruy Alvim. Do disco também participaram os músicos Dirceu Leite, Felipe Prazeres, Pedro Mibielli, Ivan Zandonade, Marcus Ribeiro, além de arranjos de Cristóvão Bastos e Maurício Carrilho e encarte com apresentação de Sérgio Cabral.
Compositor, multi-instrumentista e arranjador. Após alguns anos de experiência profissional em São Paulo, graduou-se como guitarrista pelo ‘Musicians Institute’ de Los Angeles, em 1992. De volta ao Brasil, deu continuidade aos estudos de percussão latina com Dinho Gonçalves, e de pesquisa de ritmos regionais com os grupos Cachuera (tradição do sudeste) e Cupuaçu (cultura maranhense).
Marquinhos aperfeiçoou-se no violão em aulas com o músico Ulisses Rocha, e passou a dedicar-se também ao cavaquinho e ao bandolim, pesquisando os compositores de choro tradicional.
Em 1995 formou a banda Mafuá, com a qual tocou durante 5 anos em bailes de forró e gafieira. Viajou por todo o Brasil e alguns países da Europa, realizando shows e oficinas de música. Nos palcos, participou de shows dos artistas Zé Menezes, Renato Anesi, Celso Viáfora, Dominguinhos, Tião Carvalho, Francis Hime, Luiz Melodia, Toninho Carrasqueira, Yamandu Costa, Fabiana Cozza, Flavia Bittencourt, Tom Zé, Bicho de Pé, da Orquestra Popular do Recife, etc.
Formou a ‘Banda do Beco’, que realiza anualmente bailes de carnaval. Tem participado de diversos discos como músico, arranjador ou produtor.
Sempre atuando em conjuntos e também como solista de cordas, procura compor de forma livre, mesclando elementos de diversos gêneros. O envolvimento com a música regional brasileira e a divulgação desses ritmos têm sido seus principais objetivos.
Em seus dois primeiros discos autorais (FilosoFolia e Tempo Templo) pode-se ouvir samba, choro, jongo, boi, frevo, valsa, baião, maracatu, toada, etc. Reconhece a “música” como ferramenta fundamental para transformações sociais, vendo-a como uma possibilidade real de construção de uma identidade cultural que educa e alimenta uma nação.
Em 2005, lançou o Cd “Filosofolia”, um passeio pelos ritmos do Brasil, em 10 composições inéditas e duas leituras de gêneros tradicionais.
Em 2010, lançou o seu 2º Cd solo “Tempo Templo”, onde passeia pelo universo da música popular e instrumental brasileira, o disco contou com a participação de mais de 30 músicos.
Songbook Marquinho Mendonça 1
Este songbook inicia a coleção dedicada a promover os compositores considerados revelações da música instrumental brasileira nos últimos 10 anos, tendo como destaque o compositor, instrumentista e arranjador Marquinho Mendonça.
Anísio Bichara [Circa 1930] Rio de Janeiro/RJ, compositor de música popular brasileira.
Em 1954, o samba "Quero ver você chorar", com Luis Soberano e J. Ferreira foi gravado por Horacina Correia no LP "Carnaval Musidisc" da gravadora Musidisc, sendo relançado dois anos depois no LP
"No mundo do samba - Vol. 2" lançado pela Musidisc, também na voz de Horacina Correia. Ainda em 1954, o samba "Não não amor", com Luis Soberano foi lançado pelo trio vocal As Três Marias no LP "Carnaval Musidisc" da gravadora Musidisc.
Em 1958, o samba-canção "Abandono cruel", com Luis Soberano, um de seus maiores sucessos, foi gravado por Carlos Augusto no LP "Vitrine" da Polydor.
No ano seguinte "Abandono cruel" foi relançado por Aldo Taranto no LP "Sonhos, amor e violinos - Aldo Taranto e Sua Orquestra", editado pela Internacional CID.
Em 1961, o samba "Ana Maria", com Luis Soberano, foi gravado pelo saxofonista Zito Righ no LP "Sax de ouro - Zito Righi e Sua Orquestra", da Musidisc. Três anos depois, esse samba foi regravado no LP "Só vou de mulher" lançado pelo grupo Os Diplomatas do Samba Com Paulo Roberto ao Órgão, pela gravadora Philips.
Ainda em 1964, os sambas "Vai levando Sinhá", com Aldacir Louro, e "A Vila não morreu", com Aldacir Louro e Coló, foram registrados por Gilberto Alves no LP "Os grandes sucessos de Gilberto Alves" lançado pela gravadora Copacabana.
Em 1965, sua marcha "Abrigo" foi incluída no LP "Carnaval RCA 66" da gravadora RCA Victor, na voz do cantor José Ricardo, e o samba "A fonte dos desejos", na voz de Silvinho, foi incluído na coletânea "Carnaval alegria de todos" da gravadora Philips.
No mesmo ano, teve o samba "A minha cascata" gravado por Miltinho no LP "Benvindo ao carnaval do Rio!!!" lançado pela RGE. Nesse ano, o cantor Silvinho gravou o samba-canção "Sargeta da vida" no LP "A voz do povo", também da gravadora Philips.
Em 1966, compôs com Sílvio Lima os sambas "Ausência" e "Ainda serás minha". Nesse ano, Emilinha Borba gravou a marcha "Reserva de domínio", e Paulo Bob a marcha "Carnaval brasileiro", ambas no LP "Carnaval no salão" lançado pela Entré/CBS com diversos cantores visando o carnaval de 1967.
Nesse ano, José Ricardo gravou a marcha "Se tudo na vida é amor", com José Messias, no LP "Carnaval jovem" da RCA Victor, enquanto a cantora Marlene registrou a marcha "Quem tem coragem de bater na Rosa", com José Messias, no LP "Carnaval de verdade - Vol. 1" lançado pela Philips com a participação de diversos artistas. Ainda em 1967, Paulo Bob gravou a marcha "É a vez do morro", com José Messias, no LP "O verdadeiro carnaval" que reuniu vários artistas pela Entré/CBS.
Em 1968, Anísio teve novas composições incluídas em coletâneas carnavalescas: a marcha "Se eu partir" interpretada pela cantora Dilma Leal para o LP "Carnaval de 1969" da Musisicolor/Continental, e a marcha "Você balança meu coração", com José Messias, registrada pelo grupo The Silvery Boys pela RGE.
Ainda nesse período, a marcha "Garota sapeca", na interpretação de Rossini Pinto, foi incluída na coletânea "12 brasas para você", uma gravação independente com produção e direção musical de João Negrão e acompanhamento dos The Sunshines com a participação de diferentes intérpretes. O disco foi lançado como parte do projeto da Companhia Nacional da Criança.
Em 1969, o samba "Vai saudade" foi gravado por Aldacir Louro no LP "Samba dolente, que mexe com a gente - Aldacir Louro e Seu Grupo de Samba" da gravadora Continental.
No ano seguinte, a marcha "Maria Madalena", com Rossini Pinto, foi gravada pelo grupo vocal As Damas em coletânea da CBS, e o samba-canção "Cadê sono pra dormir", com José Messias, foi registrado por Nelson Gonçalves no LP "Só nós dois" da RCA Victor.
Em 1971, Linda Batista gravou a marcha "Tá certo sim", com Walter Dionisio e M. Menezes, incluída em coletânea carnavalesca da CBS.
Em 1973, os sambas "Vai levando Sinhá", com Aldacir Louro, e "A Vila não morreu", com Aldacir Louro e Coló, foram relançados por Aldacir Louro no LP "25 anos de sambashow" lançado pela Alvorada/Chantecler.
Em 1975, o samba-canção "Abandono cruel", com Luis Soberano, foi regravado por Núbia Lafayette sendo título do LP lançado pela cantora pela Entré/CBS.
Quatro anos depois, a cantora Creusa Costa gravou pela Entré/CBS o LP "O milagre da volta" registrando os sambas-canção "Abandono cruel", com Luis Soberano, e "Tudo Foi ilusão".
Em 1987, o samba-canção "Abandono cruel", com Luis Soberano, foi regravado por Robert San em disco Gravasom. Sua produção musical se constituiu basicamente de marchas e sambas com mais de vinte composições gravadas por nomes como Linda Batista, Nelson Gonçalves, Núbia Lafayette, Marlene e José Ricardo, tendo tido como parceiros principais Luis Soberano, José Messias e Aldacir Louro. Seu principal sucesso foi "Abandono cruel", com Luis Soberano.
Antônio André de Sá Filho, conhecido como André Filho (Rio de Janeiro, 21 de março de 1906 — Rio de Janeiro, 2 de julho de 1974) foi ator, violinista, bandolinista, banjoísta, violonista, pianista, compositor e cantor brasileiro.
Foi autor de diversas canções conhecidas, como:
1930 - Mamãezinha está dormindo
1930 - Eu quero casar com você
1930 - O meu amor tem
1930 - Quando a noite desce (com Roberto Borges)
1932 - Mulato de qualidade
1932 - Bamboleô
1933 - Alô... Alô?
1933 - Filosofia (com Noel Rosa)
1934 - Cidade Maravilhosa (uma das canções mais tocadas do carnaval carioca em todos os tempos)
1935 - S.O.S.
1937 - Baiana do tabuleiro
1937 - Primavera da vida (com Almanyr Grego)
1941 - Cinzas no coração
Compositor, arranjador, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista e cantor. Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos (violão, violino, piano, bandolim), dedicando-se, então, à música popular. Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói/RJ, onde foi colega de Almirante.
Na década de 40, esteve internado com problemas psíquicos, que acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística. É autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha Cidade Maravilhosa que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Esse adjetivo para a cidade do Rio de Janeiro foi dado pelo escritor maranhense Coelho Neto como uma homenagem às suas belezas naturais.
É figura histórica do Rio de Janeiro, já que é o autor de Cidade Maravilhosa, hino oficial da cidade, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba Filosofia. É reconhecido como o autor da marchinha mais famosa dos cariocas, já que esta faz parte da tradição dos bailes carnavalescos. Quando os foliões escutam os primeiros acordes de sua introdução, é porque o baile está chegando ao fim. Começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de "jingles", locutor de várias emissoras como a Tupi, Mayrink Veiga, Phillips e Guanabara.
1929
Sua primeira composição a ser gravada foi Velho solar pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Morais (o tio de Vinícius). No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba Dou tudo.
1930
Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba O meu amor e a marcha Eu quero casar com você. No mesmo ano, Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba Nem queiras saber, em parceria com Telácio da Silva.
1931
Carmen Miranda gravou os sambas Bamboleô e Quero só você, Jaime Vogeler a canção Meu benzinho foi-se embora e Francisco Alves a valsa Manoelina. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas Estou mal, parceria com Heitor dos Prazeres e Mangueira, de Saul de Carvalho. Também no mesmo ano, lançou com J. B. de Carvalho, a macumba Anduê, anduá, de Maximiniano F. da Costa e o samba É minha sina, de sua autoria.
1932
Teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes, Carmen Miranda registrou os sambas Mulato de qualidade, Quando me lembro e Por causa de você; Sílvio Caldas o samba Jurei me vingar, parceria com Valfrido Silva e o Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba Como eu te amei.
1933
Gravou os sambas Vou navegar e Nosso amor vai morrendo e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas Fala meu bem e Lua amiga e por Elisa Coelho os sambas O samba é a saudade e A lua vem surgindo. Em agosto/1933, Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar Filosofia, pela Columbia.
MÁRIO REIS - FILOSOFIA
de André Filho e Noel Rosa
O mundo me condena,
E ninguém tem pena,
Falando sempre mal do meu nome,
Deixando de saber,
Seu eu vou morrer de sede,
Ou se vou morrer de fome.
Mas a filosofia,
Hoje me auxilia,
A viver indiferente assim,
Nesta prontidão sem fim,
Vou fingindo que sou rico,
Pra ninguém zombar de mim.
Não me incomodo,
Que você me diga,
Que a sociedade é minha inimiga,
Pois cantando neste mundo,
Vivo escravo do meu samba,
Muito embora vagabundo.
Quanto a você,
Da aristocracia,
Que tem dinheiro,
Mas não compra alegria,
Há de viver eternamente,
Sendo escrava dessa gente,
Que cultiva a hipocrisia....
1934
Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba Alô...alô..., um grande sucesso no carnaval daquele ano.
Alô... Alô? - Mario Reis e Carmen Miranda (Carnaval de 1934)
Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha Cidade Maravilhosa, em dupla formada com a então "novata" Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais.
O lançamento de Cidade Maravilhosa, se deu no entanto, sem grande sucesso na "Festa da mocidade", em outubro daquele ano. A marchinha foi inscrita, no ano seguinte, no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação.
1935
Gravou de sua autoria e Valfrido Silva a marcha Guarda um lugarzinho para mim e o samba Jura outra vez, de Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha Ciganinha do meu coração e o samba O que você me fez.
1936
Lançou as marchas Teu cabelo vou pintar e Cadê a minha colombina, de sua autoria. No mesmo ano, Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba Quero ver você sambar e a marcha Bacharéis do amor e Carmen Miranda a marcha Beijo bamba e o samba Pelo amor daquela ingrata.
1937
Teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, Se a moda pega... e Quero ver você chorando.
1938
Aurora Miranda gravou a marcha Na sua casa tem..., parceria com Heitor dos Prazeres e o samba Chorei por teu amor.
1939
Lançou a marcha Linda Rosa e o samba Quem mandou?.
1941
Gravou a marcha Carnaval na China, de sua parceria com Durval Melo e o samba Estrela do nosso amor, de sua autoria. No mesmo ano, Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa Cinzas no coração, obtendo grande sucesso e a canção Cancioneiro do amor.
1960
Um decreto oficializou Cidade Maravilhosa como hino da cidade. No final da década de 60 gravou histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.
Devido a uma crise no sistema nervoso, passou mais de vinte anos internado no Hospital da Ordem do Carmo, afastando-se completa e prematuramente da vida artística, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com que seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha Cidade Maravilhosa.
Lírio Panicali, regente, arranjador compositor e instrumentista, nasceu em Queluz/SP em 26/6/1906 e faleceu em Niterói/RJ em 29/11/1984. Filho de imigrantes italianos, aos 12 anos transferiu-se para São Paulo SP, ingressando no Liceu Coração de Jesus e depois no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Em 1922, já no Rio de Janeiro/RJ, estudou no I.N.M. e foi maestro e pianista da Companhia Negra de Revista. Nessa cidade, conheceu Lamartine Babo, com quem escreveu o fox Saias curtas.
Lirio Panicalli - Cidade maravilhosa (1956)
Por razões familiares, Lírio precisou voltar à cidade natal, lá tendo desenvolvido intensa atividade musical, organizando bandas e coros. De volta a São Paulo, começou a trabalhar na Rádio São Paulo, passando, em 1938, para a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, onde participou do programa Canção Antiga, de Almirante. Nesse ano organizou a Orquestra Melódica Lírio Panicali e, desde então, começou a escrever temas para novelas da Rádio Nacional, destacando-se nesse gênero suas valsas Encantamento, Magia (com Raimundo Lopes) e Ternura (com Amaral Gurgel).
Encantamento - Composição de Lyrio Panicalli e Raimundo Lopes
Magia - Composição de Lyrio Panicalli e Raimundo Lopes
Em 1939, Lyrio Panicalli estreou no cinema, compondo para o filme Aves sem ninhos, dirigido por Raul Roulien seguindo-se as trilhas sonoras para os filmes: em 1943, Moleque Tião, de José Carlos Burle; em 1947, Este mundo é um pandeiro, de Watson Macedo; em 1953, Dupla do baralho, e em 1954 Nem Sansão nem Dalila, ambos de Carlos Manga. Foi um dos fundadores da gravadora Sinter (1950), onde permaneceu como diretor do setor artístico e gravou, em 1950, seu primeiro LP, Orquestra melódica de Lírio Panicali. Nessa fábrica, gravou inúmeros sucessos carnavalescos. Idealizou com Paulo Roberto o famoso programa Lira de Xopotó, na Rádio Nacional, sobre bandas do interior, de que resultou o LP do mesmo nome com músicas regionais. Foi maestro contratado da Rádio M.E.C. e fez arranjos para quase todas as gravadoras do país, tendo-se destacado na Columbia, orquestrando discos de artistas como Johnny Alf, Lamartine Babo, Cauby Peixoto, Jararaca e Ratinho, Francisco Alves, Clara Nunes, Tito Madi, Elza Soares, Wilson das Neves, Sérgio Murilo, Maria Bethânia. Fez também arranjos para diversas orquestras, entre as quais a de Zacarias. Com o aparecimento das telenovelas, na década de 1960, foi convidado a escrever algumas trilhas sonoras.
ORQUESTRA DE LYRIO PANICALI
Sangue e areia (TV Globo - 1967) - Tema de abertura
Tema de abertura da novela "Sangue e areia", exibida na TV Globo entre 1967 e 1968 no horário das 20h. Tarcísio Meira e Glória Menezes comandavam o elenco. Música: Lírio Panicalli. Em 1972, resumiu esse seu trabalho no LP Odeon Panicali e as novelas. FONTE CIFRANTIGA