Nei Tejera Lisbôa (Caxias do Sul, 18 de janeiro de 1959) é um músico brasileiro da MPB.
Nei Lisboa é gaúcho de Caxias do Sul e reside em Porto Alegre desde os seis anos de idade, tendo vivido largas temporadas em outras capitais brasileiras e também nos EUA, onde concluiu o segundo grau. Mas sua ligação mais forte é mesmo com a capital gaúcha, onde mantém um público fiel, e mais especificamente o bairro Bom Fim, onde cresceu e morou por mais de vinte anos. É irmão mais jovem – entre sete – de Luiz Eurico Tejera Lisbôa, primeiro desaparecido político brasileiro cujo corpo pôde ser localizado, no final dos anos 70.
Nei tem nove discos lançados ao longo de mais de três décadas, além de dois livros: uma coletânea de crônicas e um romance, este editado no Brasil e na França. A paixão pela música popular surge na infância – aos oito anos é aluno do Liceu Musical Palestrina – e se consolida ao ingressar, em 1977, no curso (inconcluso) de Composição e Regência da UFRGS.
Sua carreira artística inicia em 1979, com os espetáculos "Lado a lado" e "Deu pra ti anos 70", em parceria constante com o guitarrista Augusto Licks.
O primeiro disco, "Pra viajar no cosmos não precisa gasolina", é uma produção independente de 1983. Um ano depois, em 1984, por intermédio de uma gravadora regional (ACIT), ele lança seu segundo disco, “Noves fora”.
Ao final de 1986, Nei assina contrato com a gravadora EMI-Odeon, que resultaria em dois discos: “Carecas da Jamaica”, de 1987, pelo qual recebe o Prêmio Sharp de revelação pop/rock; e “Hein?!”, lançado em 1988, obra que também marca sua trajetória de forma indelével. (Ambos os discos foram relançados em CD pela EMI, em 1999.)
Em 1990, parte para sua primeira incursão na literatura, o romance “Um morto pula a janela”, lançado em 1991 pela editora Artes & Ofícios, e relançado pela editora Sulina em 1999, com uma tradução francesa editada pela L’Harmattan em 2000.
Em 1993, depois de algumas temporadas entre Porto Alegre e Montevidéu, Nei grava ao vivo no Theatro São Pedro o disco Amém, reunindo canções próprias e clássicos da música popular uruguaia, acompanhado por nove músicos de ambos os países. É seu primeiro trabalho a sair simultâneamente em vinil e CD, distribuído pela Som Livre. (O CD é relançado em 1999, pela Paradoxx.)
Nei volta ao disco em 1998, e excursiona pelo sul do Brasil embalado pelo sucesso de “Hi-fi”, um apanhado de clássicos da música pop e do repertório folk que influenciou o seu início de carreira nos anos 70. Lançado pela Paradoxx e gravado também ao vivo no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, o CD provoca uma onda de relançamentos dos trabalhos anteriores.
Em 2000, Nei retoma a composição, e “Cena beatnik”, seu primeiro trabalho em estúdio depois de mais de uma década, é lançado em maio de 2001 pelo selo Antídoto, da gravadora ACIT. Em 2002, bandas e artistas gaúchos unem-se em um CD tributo, intitulado “Baladas do Bom Fim” e lançado pelo selo Orbeat, com releituras de quatorze músicas do compositor.
As músicas de Nei participam também da trilha de vários filmes da cinematografia gaúcha, como “Deu pra ti anos 70”, “Verdes anos” e “Houve uma vez dois verões”. Em “Meu tio matou um cara”, de Jorge Furtado, um dos principais temas é a canção “Pra te lembrar”, na interpretação de Caetano Veloso, música que também faz parte do CD "Relógios de Sol" – lançado em julho de 2003 pelo selo Antídoto.
Em 2005, a cantora carioca Simone Capeto lança o álbum “Bom futuro”, interpretando exclusivamente canções de Nei. Também é interpretado por Cida Moreira, Ná Ozzetti e por Zélia Duncan, que inclui a canção “Telhados de Paris” em seu mais recente CD (“Pelo prazer do gesto”, 2009).
O mais recente CD de Nei, “Translucidação”, lançado ao final de 2006, é uma produção independente distribuída pela ACIT e em boa parte disponibilizada pelo artista em seu site oficial.
Em 2007, Nei volta à literatura, reunindo crônicas suas publicadas ao longo da década na imprensa gaúcha sob o título “É Foch!”, lançamento da editora L&PM, indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura no ano seguinte.
Celebrando em 2009 trinta anos de carreira, Nei revisita no palco o repertório de todas essas diferentes épocas, percorrendo o sul do país, e prepara para o segundo semestre de 2010 a circulação desse espetáculo por nove capitais brasileiras, projeto contemplado pelo Programa Petrobras Cultural.
Concerto em Comemoração aos 30 anos de Carreira de Nei Lisboa. Realizado no UCS-Teatro de Caxias do Sul/RS, e transmitido ao vivo pela UCS-TV em 10 de setembro de 2009.
Nei Lisboa é um dos maiores compositores do país, gaúcho da melhor qualidade. Suas músicas tem alicerces na MPB e no rock tendo elegância poética, malícia e ironia na medida certa... (aqui)
Nazareth é uma banda de rock escocesa. Formada na cidade de Dunfermline, nos anos 1960 pelo vocalista Dan McCafferty, o guitarrista Manny Charlton, o baixista Pete Agnew e o baterista Darrell Sweet, a banda teve vários sucessos, entre eles a composição de Felice Bryant e Boudleaux Bryant, "Love Hurts", nos anos 1970.
No dia 30 de Agosto de 2013, o vocalista Dan McCafferty descobre que sofre de uma doença pulmonar obstrutiva crônica e então decide se aposentar da carreira artística.
No dia 24 de Fevereiro de 2014, é anunciado o novo vocalista da banda, Linton Osborne. Após um ano de atividade, em 13 de Fevereiro de 2015, a banda anuncia Carl Sentance, anteriormente do Persian Risk, Geezer Butler Band e Krokus, como seu novo vocalista.
As origens do Nazareth remontam a 1961, ano em que Pete Agnew fundou o "The Shadettes". A primeira formação deste grupo foi: Pete Agnew (guitarra e vocal), Brian 'Pye' Brady (guitarra), Alfie Murray (guitarra), Alan Fraser (bateria) e Bobby Spence (baixo).
O grupo ganhou consistência, nos anos de 1964 e 1965, com a chegada de Darrel Sweet e Dan McCafferty. Em 1968, dois acontecimentos muito importantes na história da banda: o ingresso do lendário guitarrista Manny Charlton e a mudança do nome para Nazareth.
Até então o grupo limitava-se a fazer covers; porém, com Manny integrado ao grupo, os escoceses passaram a compor material próprio.
O auge
Após a mudança para Londres, lançaram seu primeiro disco, chamado Nazareth, em 1971. Em 1972 chamaram a atenção no mundo da música com o seu segundo álbum - Exercises -, o trabalho mais leve já realizado pela banda.
Em 1973, a banda procurava por um produtor para seu próximo álbum, que haveria de ter um som bem mais pesado que o anterior. A escolha não poderia ter sido melhor: Roger Glover. Segundo Dan McCafferty, "Roger Glover acabou envolvendo-se naquele álbum, pois o Nazareth estava abrindo para o Deep Purple na parte inglesa da turnê. Estávamos procurando um produtor, e então tocamos nossas Demos para o Roger, que obviamente já havia nos visto ao vivo. Ele gostou do material e fomos para o estúdio. Tudo foi muito simples, pois todos sabíamos o que queríamos dentro da banda, e o Roger, por estar em turnê conosco, também sabia. Gravamos tudo em duas semanas, e tínhamos que fazer duas músicas por dia (risos). Teve que ser um trabalho bem objetivo!" (trecho de entrevista publicada na revista Roadie Crew, edição n° 76 - maio/2005 - com reportagem de Claudio Vicentim e fotos de Ricardo Zupa). Assim, surgiu Razamanaz, que lançou o Nazareth ao estrelato e culminou com duas músicas qualificadas entre as dez mais tocadas no Reino Unido - "Broken Down Angel" e "Bad Bad Boy".
Todas as formações do NazarethFase I
(1968-1978)
Dan McCafferty - vocais
Manny Charlton - guitarra
Pete Agnew - baixo,vocais
Darrel Sweet - bateria
Fase II
(1978-1980)
Dan McCafferty - vocais
Manny Charlton - guitarra
Zal Cleminson - guitarra
Pete Agnew - baixo, vocais
Darrel Sweet - bateria
Fase III
(1980-1983)
Dan McCafferty - vocais
Manny Charlton - guitarra
Billy Rankin - guitarra
John Locke - teclado
Pete Agnew - baixo, vocais
Darrel Sweet - bateria
Fase IV
(1983-1990)
Dan McCafferty - vocais
Manny Charlton - guitarra
Pete Agnew - baixo, vocais
Darrel Sweet - bateria
Fase V
(1990-1994)
Dan McCafferty - vocais
Pete Agnew - baixo, vocais
Darrel Sweet - bateria
Billy Rankin - guitarra
Fase VI
(1994-1999)
Dan McCafferty - vocais
Pete Agnew - baixo, vocais
Darrel Sweet - bateria
Jimmy Murrison - guitarra
Ronnie Leahy - teclado
Fase VII
(1999-2003)
Dan McCafferty - vocais
Pete Agnew - baixo, vocais
Lee Agnew - bateria
Jimmy Murrison - guitarra
Ronnie Leahy - teclado
Fase VIII
(2003-2013)
Dan McCafferty - vocais
Pete Agnew - baixo, vocais
Lee Agnew - bateria
Jimmy Murrison - guitarra
2014-2015
Pete Agnew – baixo, vocais
Jimmy Murrison – guitarra
Lee Agnew – bateria
Linton Osborne – vocais
2015 - presente
Pete Agnew - baixo, vocais
Jimmy Murrison - guitarra
Lee Agnew - bateria
Carl Sentences - vocais
Os dois álbuns que se seguiram, Loud 'N' Proud e Rampant, também foram produzidos por Glover, mas o sucesso foi um pouco menor.
O mais famoso álbum do Nazareth, Hair of the Dog, foi produzido pela própria banda e surgiu em 1975, sendo um marco para o Rock dos anos 70. Sua interpretação da música dos Everly Brothers "Love Hurts" resultou em disco de platina nos Estados Unidos e teve sucesso similar no Reino Unido. A este se seguiram uma série de álbuns que estão no Top 100 do Billboard 200.
Em 1978, o guitarrista Zal Cleminson (Sensational Alex Harvey Band) juntou-se ao grupo, gravando apenas dois álbuns com o Nazareth. Zal, todavia, deixou sua marca: seu dueto com Manny Charlton no álbum No Mean City é até hoje lembrado como um dos melhores trabalhos com guitarras já realizados em estúdio. Zal foi substituído por Billy Rankin, na época com apenas 19 anos.
Um período difícil
Nos anos 80, o sucesso da banda já não era mais o mesmo, mas eles continuaram na estrada, procurando novos caminhos para o grupo. Em 1981 gravaram o festejado "Snaz", álbum originado de um show realizado pelos escoceses em Vancouver, Canadá, no dia 13 de maio daquele ano.
O álbum "2XS", de 1982, trouxe as faixas "Love Leads To Madness" e "Dream On", que marcaram o retorno do Nazareth às rádios do mundo inteiro. A primeira delas, inclusive, foi um grande sucesso da trilha sonora da novela global "Sol de Verão". Porém, nos dois álbuns seguintes (Sound Elixir e The Catch), a banda recebeu fortes críticas, sendo acusada de deixar um pouco de lado o rock and roll e se dedicar a um som mais pop. A balada "Where Are You Now?" foi o único hit deste período conturbado. Billy saiu da banda em 1983 e o Nazareth voltou, assim, ao seu quarteto original.
O álbum Cinema (1986) trouxe de volta ao repertório da banda o seu rock competente, mas isso não foi suficiente para resgatar o grande sucesso dos anos 70.
O início da recuperação
Em 1990 foi a vez de Manny Charlton deixar a banda, para dedicar-se à carreira de produtor. Com isto, Billy Rankin foi chamado novamente, desta vez com a difícil tarefa de substituir um mito. Muitos pensaram que a saída de Manny colocaria um ponto final na carreira do Nazareth, mas o amor ao rock levou os escoceses a continuarem na estrada. Billy, por sua vez, mostrou-se à altura do cargo. No ano de 1992, o álbum No Jive foi muito bem recebido e devolveu ao Nazareth parte do prestígio que havia sido abalado nos anos 80. Em dezembro de 1994, Billy deixou o Nazareth pela segunda vez e Jimmy Murrison foi escolhido como substituto.
Em 1995, a banda teve o ingresso, como tecladista, do experiente músico Ronnie Leahy. No ano de 1998 surge o álbum Boogaloo, pouco divulgado, mas certamente um dos melhores álbuns já lançados pela banda.
Em 30 de abril de 1999 ocorre o inesperado: o baterista Darrel Sweet falece, vítima de um fulminante ataque cardíaco, minutos antes de um show que a banda realizaria nos Estados Unidos, na primeira parte da turnê de divulgação deste novo trabalho. Após uma pequena pausa de alguns meses para absorver o duro golpe pela morte do amigo, os veteranos escoceses encontraram forças para voltar à estrada. Pete chamou seu filho Lee Agnew, que era roadie da bateria de Darrel, para substituí-lo: o Nazareth estava de volta para continuar a turnê do álbum Boogaloo.
Nazareth no século XXI: rock e maturidade
Em 2002 lançaram seu primeiro DVD gravado ao vivo - Homecoming - onde os talentosos músicos da banda mostram que continuam em plena forma.
Em 2003, Ronnie resolve sair do grupo e o Nazareth volta a ter o line-up tradicional: vocal, guitarra, baixo e bateria.
Os DVD's From The Beginning e Live From Classic T Stage foram lançados no ano de 2005 e retratam dois momentos distintos da carreira da banda: o primeiro traz várias passagens dos anos 70 e o segundo foi gravado no mesmo ano de seu lançamento, em Londres.
Em 4 de agosto de 2006, mais um duro golpe para os escoceses: faleceu o americano John Locke, ex-tecladista da banda, aos 62 anos, vítima de câncer.
O Nazareth é hoje considerado uma das bandas mais influentes no cenário do rock, sobretudo entre aquelas que ainda continuam em atividade. Seu rock vitorioso persiste, apesar das muitas dificuldades encontradas pelo caminho. A trajetória de sucesso destes escoceses tem sido atualmente considerada um ótimo exemplo para os músicos que estão em início de carreira, bem como para aqueles que sentem-se desestimulados após alguns fracassos na busca do sucesso. O motivo é que os veteranos Dan McCafferty e Pete Agnew jamais desanimaram diante das adversidades encontradas, enfrentando-as sempre com muita garra e amor ao trabalho que exercem.
"The Newz", o novo álbum
A longa carreira do Nazareth, ao que parece, não acabará tão cedo: após realizar incansáveis turnês ao redor do mundo, o grupo fez uma breve pausa nas apresentações e gravou, durante o mês de setembro de 2007, um novo CD de inéditas, lançado no Brasil no mês de junho de 2008. As gravações foram realizadas no lendário Powerplaystudio, em Zurique, na Suíça.
O novo álbum de estúdio do Nazareth, intitulado "The Newz", é o 21º da carreira da banda e conta com 13 faixas inéditas: Goin' Loco, Day At The Beach, Liar, See Me, Enough Love, Warning, Mean Streets, Road Trip, Gloria, Keep On Travellin', Loggin' On, The Gathering e Dying Breed, além da "hidden track" Goblin King. "The Newz" foi produzido pelo jovem talento Yann Rouiller e é o primeiro álbum de inéditas do Nazareth desde Boogaloo, lançado em 1998.
Todo o processo de gravação do novo CD foi filmado e resultará no lançamento de um DVD histórico, mostrando todos detalhes dos ensaios e dos ajustes finais das novas músicas do Nazareth.
A turnê comemorativa dos 40 anos de Nazareth
Em 2008, o quarteto escocês, que completa 40 anos ininterruptos de existência, está fazendo uma turnê comemorativa. Para esta turnê, a banda agendou vários shows no Brasil, os quais foram realizados no mês de maio. As cidades brasileiras que receberam a visita dos escoceses nesta oportunidade foram: Maringá, Cascavel, Fortaleza, Joinville, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, São Paulo, Curitiba, Londrina (30/05) e Tubarão.
Em dois shows da turnê, o mito Dan McCafferty soube muito bem explorar o que o Brasil tem de melhor: o futebol. Numa junção entre Rock and Roll e a modalidade esportiva, o vocalista do Nazareth subiu ao palco vestindo as camisas de clubes locais. O primeiro foi em Ponta Grossa/PR, com a camisa do Operário Ferroviário E.C. Em outro show da banda, Dan McCafferty vestiu a camisa do Atlético Tubarão da cidade de Tubarão/SC. Os fãs-torcedores foram ao delírio.
Segundo o site oficial do quarteto escocês, a banda retornará à América Latina no mês de dezembro, ocasião em que poderá realizar novas apresentações em terras tupiniquins.
Em 2016 o Nazareth retorna ao Brasil para duas apresentações, nos dias 24 e 25 de maio, em Vilha Velha-ES e Brasília respectivamente.
As turnês no Brasil
O Nazareth excursionou por terras tupiniquins em diversas oportunidades.
A primeira delas foi em dezembro de 1990, época em que a formação da banda era: Dan McCafferty (vocal), Pete Agnew (baixo/vocais), Billy Rankin (guitarra) e Darrel Sweet (bateria). Na cidade de São Paulo fizeram shows no extinto Dama Xoc e, no mesmo final de semana, foram a atração internacional da festa comemorativa dos 5 anos da Rádio 89 FM. Apresentaram-se também em Santos, no extinto Caiçara Music Hall.
Neste mesmo ano a banda se apresentou pela primeira vez em Curitiba/PR no Palácio de Cristal do Clube Circulo Militar do Paraná ( C.M.P. )ocasião em que muitos fans que se aglomeravam em frente ao local do show e não puderam comprar o ingresso, perplexos acreditavam ser uma banda Cover, tamanha a fama tinha a banda Nazareth nas casas noturnas e sucesso nas rádios desde os anos 70!
A banda retornou em setembro de 1995, se apresentando novamente em Curitiba/PR na extinta casa noturna Aeroanta, quebrando então a lenda da primeira apresentação . Neste retorno ao Brasil a banda estava com a mesma formação da turnê de 1990, desta vez dividindo o palco com seus amigos do Uriah Heep. Esta foi a turnê de divulgação do álbum Move Me, trabalho que deve ser creditado em boa parte ao guitarrista Billy Rankin, que compôs a maioria das músicas.
No final de maio do ano de 2004, uma nova turnê brasileira, sendo que o grupo já contava com seu line-up atual. Nesta oportunidade, os escoceses fizeram na casa de shows Olympia (SP) aquela que havia sido, provavelmente, a melhor apresentação da banda no Brasil, sendo muito elogiados por público e crítica. Além de São Paulo, Salvador (BA) e Tubarão (SC) também tiveram a oportunidade de ver a lenda viva do rock and roll.
Entretanto, a quarta turnê brasileira do Nazareth, realizada em 2007, superou em muito as expectativas. O guitarrista Jimmy Murison e o baterista Lee Agnew evoluíram muito, enquanto Dan e Pete provaram que são como vinho: quanto mais velhos, melhores. A turnê contou com as seguintes apresentações: Porto Alegre (18/04), Curitiba (19/04), Florianópolis (20/04) e São Bernardo do Campo (21/04). Os shows de Curitiba e São Bernardo foram gravados, sendo que o show realizado em Curitiba resultou no DVD e nos CDs "Nazareth - Live in Brazil", lançados no mês de setembro.
Os veteranos escoceses retornaram ao Brasil em 2008, durante a turnê de celebração dos 40 anos de carreira do grupo.
E voltaram em 2009, no mês de junho, se apresentando apenas no Paraná, uma vez que a banda já não conta com o mesmo sucesso em outras capitais como São Paulo, por exemplo, onde já teve shows cancelados pela baixíssima venda de ingressos.
Em 2010, a banda escocesa voltou ao país e se apresentou na cidade de Criciúma no extremo sul catarinense. Após problemas de extravio de bagagem os produtores da banda foram às compras na cidade, e com isso o vocalista da banda se apresentou com uma camiseta da marca local, Rock City. No momento do show, o vocalista agradeceu em inglês a uma das sócias da loja.
Em Novembro de 2011, novas apresentações pelo Sul do País, em cidades do Paraná e Santa Catarina, como União da Vitória, Blumenau, Concórdia, e Chapecó respectivamente.
Em 02 de fevereiro de 2012, segundo o site oficial da banda, novas apresentações no Brasil, em cidades do Nordeste e Sudeste. No meio do ano Nazareth realizou um show na cidade de Ilha Comprida.
Badi Assad, nome artístico de Mariângela Assad Simão, (São João da Boa Vista, 23 de dezembro de 1966) é uma violonista, cantora, percussionista e compositora brasileira.
Batizada como Mariângela Assad Simão, nasceu em 1966, na cidade de São João da Boa Vista (SP), mudando em seguida para o Rio de Janeiro, onde ficou até os 12 anos. Seu pai Jorge, descendente de libaneses, decidiu mudar-se com a família para o Rio em 1969, para proporcionar aos irmãos de Badi, Sérgio e Odair Assad, aulas de violão clássico com a professora argentina Monina Távora, pupila de Andrés Segovia.
Em meados dos anos 80, já como Duo Assad, seus irmãos ganharam reconhecimento e projeção internacional. Badi seguindo os passos dos irmãos, iniciou seus estudos de violão aos 14 anos, após uma iniciação musical no piano.
Já aos 15 anos, dividiu o primeiro lugar como melhor violonista, ao lado de Fábio Zanon, no “Concurso Jovens Instrumentistas’, Rio de Janeiro. Quando completou 19 anos, ganhou o prêmio de melhor violonista Brasileira no ‘Concurso Internacional Villa-Lobos’ no Rio de Janeiro. Badi foi escolhida no ano seguinte como a única violonista para representar o Brasil no ‘Concurso Internacional de Viña Del Mar’, no Chile.
Badi Assad estudou música na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Em 1989, gravou seu primeiro álbum, Dança dos Tons, lançado somente no Brasil na época, posteriormente reeditado em CD em 2003, lançado internacionalmente com quatro faixas bônus, rebatizado de Dança das Ondas. Em seguida, Badi iniciou experimentações vocais, produzindo sons de percussão com a boca, que aliados a sua performance ao violão, caracterizam suas gravações posteriores.
Em 1993, assinou contrato com o selo Chesky Records, conhecida por suas gravações de alta qualidade técnica dirigida ao público audiófilo. Seus três álbuns para esta gravadora, Solo lançado em 1994, Rhythms em 1995 e Echoes of Brazil em 1997 sedimentam sua reputação internacional entre o público de jazz e da música instrumental.
Em 1994, a revista Norte-Americana Guitar Player, a escolheu entre os 100 melhores artistas do mundo e em 1996 a revista Norte-America Classical Guitar considerou-a, junto com artistas como Charlie Hunter, Ben Harper e Tom Morello (do grupo Rage Against The Machine), um dos 10 jovens talentos que mais revolucionariam o uso das guitarras nos anos 90.
A revista americana Guitar Player a escolheu com o prêmio de melhor violonista daquele ano, assim como Rhythms o melhor CD, na categoria de violão acústico.
O álbum seguinte, Chameleon, gravado em 1998, Badi Assad documenta a sua colaboração com Jeff Scott Young, ex-integrante da banda Megadeth. Três anos de mudanças radicais se seguiram após o lançamento de Chameleon. Dentre elas a descoberta de uma incapacidade motora que a impossibilitou de tocar violão por quase 2 anos. Depois de conseguir se recuperar completamente, ela retorna ao Brasil em 2001 após quatro anos de Estados Unidos.
Em 2003 ela gravou, novamente para o selo Chesky Records, o álbum Three Guitars, ao lado dos guitarristas Americanos, Larry Coryell e John Abercrombie.
O repertório de Verde, lançado em 2004 selo alemão DG (Universal Music), é formado por uma mistura de novas interpretações altamente pessoais de clássicos brasileiros e americanos, além de novas composições, duas das quais compostas em parceria com Jeff Young.
Em Verde, as composições de Badi aparecem ao lado das popularíssimas "Asa Branca", de Luiz Gonzaga, e "Bom Dia, Tristeza", de Adoniran Barbosa e Vinícius de Morais,além de novas leituras de Björk e U2.
Badi Assad lançou seu CD Wonderland em 2006, composto de releituras de Eurhythmics, Vangelis, Tori Amos, Cartola e Lenine entre outros. Wonderland entrou para a lista dos melhores 100 CDs do ano pela BBC de Londres, assim como entre os 30 melhores do site de maior visitação da internet, Amazon.com.
Em 2010, lançou seu primeiro DVD “Badi Assad”, comemorando vinte anos de carreira, produzido por ela e distribuído pelo selo Brasileiro Biscoito Fino. A direção do DVD é assinada pelo estreante Rodrigo Assad, filho de seu irmão Sérgio.
Badi Assad também estreou como atriz, protagonizando “Agrégora” na ópera contemporânea “Opera das Pedras”, escrita pela artista plástica Denise Milan e co-dirigida pelo diretor americano Lee Breuer (Mabou Mines).
Como comemoração dos vinte anos de carreira, Badi lançou seu primeiro DVD. Todos os registros anteriores são caseiros, com exceção da participação no DVD do Toquinho, da apresentação em Paris com os “3 Guitars” e do “Família Assad: um songbook brasileiro”. O projeto solo foi elaborado com uma coletânea de quinze músicas que marcaram a trajetória de Badi até aquele momento.
Megh Stock, nome artístico de Marjori Vieira Guarnieri Stock, (São José dos Campos, 20 de setembro de 1979) é uma cantora brasileira.
Em 2009 lançou seu primeiro álbum solo, Da Minha Vida Cuido Eu, e em dezembro de 2011 o segundo álbum solo Minha Mente Está em Seu Caos.
Fez parte da banda Luxúria. Luxúria foi uma banda brasileira formada na cidade de Jacareí. Os integrantes Megh Stock e Luciano Dragão se conheceram em Jacareí interior de São Paulo, Dragão chamou Meg para integrar a banda que ele estava montando, Boneca Inflável, que conseguiu algum destaque após abrir um concerto da banda Pitty.
Mudou-se o nome da banda para Luxúria e eles começaram a apresentar-se em festivais pelo país, como o MADA, em Natal, o Porão do Rock, em Brasília, Go Music, em Goiânia, o Ceará Music, em Fortaleza, entre tantos outros.
No ano de 2007, abriram três dos quatro shows da banda Evanescence em sua passagem pelo Brasil. Eles integraram a trilha sonora da novela adolescente Malhação com as canções “Lama” e “Ódio”, em 2006 e 2007.
Em 2008 a banda chegou ao seu fim.
A libertação ordenada do caos de Megh Stock.
Em “Minha mente está em seu caos”, novo álbum da cantora Megh Stock, lançado em dezembro de 2011 pelo selo independente Oversonic Music, a artista prossegue uma evolução natural do bom trabalho revelado em seu primeiro disco solo, “Da minha vida cuido eu”, lançado em 2009 pela EMI. O álbum não afronta os antigos fãs da cantora, revelada ao público nacional pela banda Luxúria, lançada pela produtora de Pitty e Marcelo D2, e nem é capaz de desapontar quem a ouve pela primeira vez. Isso porque ele carrega aquele elemento subjetivo que nos faz saber “esta música é de fulano”, mesmo quando a ouve pela primeira vez.
Nas 11 músicas deste álbum, há uma espécie de fio condutor que o conecta a tudo o que já foi produzido pela cantora. Talvez uma das marcas mais perceptíveis desta unidade seja a forma como Megh transforma tensões reprimidas em canções. O mesmo tom de músicas como “Ódio” e “Lama”, ambas do Luxúria, estão presentes no desabafo implícito de “Sambando Só”, “Conhaque” e “Em Voz Alta”, as três do novo trabalho.
Escutar suas composições é como ouvir um diário musicado – e nem é preciso conviver tão de perto com a cantora para saber quais são suas inquietações. Este tom intimista acaba rendendo aquele efeito de proximidade com o público. Ao compartilhar suas emoções, Megh mostra que os sofrimentos ou alegrias são comuns aos seres humanos, tanto aos que cantam do lado de cá como aos ouvintes do lado de lá. Todos nós estamos passíveis dos mesmos sentimentos de Megh. Quem nunca enfrentou conflitos entre razão e emoção, como os revelados em “Cilada”, ou esteve certo de sua escolha como revela a artista em “Dúvidas”?
Muitas das faixas do novo trabalho possuem refrões poderosos. “O Rei” e “Vestido de Festa” são exemplos da capacidade radiofônica deste disco, completada, especialmente, por “Em Voz Alta” e “Foguetes”.
“Minha mente está em seu caos” foi gravado com o respaldo dos amigos e profissionais do Oversonic em São José dos Campos, cidade onde Megh vive com a família. A opção deu-lhe ainda a chance de convidar uma leva de bons músicos de sua região para dividir o álbum, cuja produção foi assinada pelo amigo Fábio Alba. Se olharmos os créditos impressos no encarte, constataremos que o disco envolveu tantos músicos quanto em uma jam session. A gravação abrigou 16 músicos de forma direta, o que contribuiu para a diversidade musical do álbum.
O resultado disto tudo? Um trabalho plural, mas identitário. Independente, mas feito por quem já experimentou os deleites e as agruras da projeção nacional. “Minha mente está em seu caos” é um disco de conciliação com a vida adulta. De quem aprendeu, inclusive, a aceitar aquilo que não pode ser mudado e toma para si o direito de guardar suas angústias. De quem luta para exercitar o desapego, mas já conseguiu se livrar de muitas amarras. De quem encontrou um amor maduro, mas sabe que ele é reinventado no cotidiano nem sempre poético.
O tempo de “cinderela compulsiva” ficou para trás. O caos contínuo de Megh está em ordem.
Wilma Fernandes Negromonte (Belo Horizonte, 12 de abril de 1959) é uma cantora e atriz brasileira. Via Negromonte, como é conhecida, traz em sua bagagem profissional, no Brasil e no exterior, trabalhos em teatro, cinema e televisão, além de uma premiada carreira como cantora e vasta experiência na dança.
Nascida em Belo Horizonte, Via iniciou sua carreira artística aos 16 anos de idade, com aulas de balé clássico, música, canto e piano. Mais tarde, mudou-se para Nova York, onde morou durante quase uma década. Lá cursou dança, dramaturgia, canto lírico e música popular no American Ballet Theatre, com profesores como David Howard, Stella Adhler, Iris Hiskey e Betty Longnecker. Em 1979, estreou profissionalmente na Broadway, como Anita em West Side Story, e seguiu em musicais como Mame, Gota Dance e Can-Can. Em 1984, depois de ter participado, como bailarina em Cotton Club de Francis Ford Coppola, e de ter ficado encantada com a banda sonora do filme, forma sua primeira banda e é contratada pela CBS, chegando, mais tarde a gravar Hello Baby, dando, então, início a sua carreira como cantora solo. De volta ao Brasil, lança dois novos LPs, dando continuidade a sua carreira como cantora, que lhe rende em 1987 o Prêmio Sharp de Música, na categoria pop-rock, pela canção Preconceito. Em maio desse mesmo ano é também premiada como melhor atriz, no 22º Festival Guarnicé de São Luís do Maranhão, por sua atuação em O Auto de Leidiana de Rosemberg Cariri. Símbolo de versatilidade e competência, a atriz é também conhecida por seu desempenho na direção musical e coreografia de grandes espetáculos, como Os Ciganos, Grande Sertão: Veredas, O Pedido de casamento, Romance dos dois soldados de Herodes, Arte da África e Arte Pre-Colombiana Performances. Aos 16 anos, ela se apresentava como bailarina na peça “Romeu e Julieta”, em Belo Horizonte. Aos 18, já tinha conseguido o papel principal na Broadway, no musical “West Side Story”, em Nova York. Trinta anos depois, Via Negromonte se transformou em sinônimo de versatilidade: além de dançarina, virou atriz, diretora musical, preparadora corporal e vocal e, mais recentemente, cantora de mantras da cultura védica. “No começo, minha curiosidade era a dança. Quando cheguei na Broadway, fiz aulas de interpretação e canto. Descobri novos talentos”, diz Via, que morou 12 anos em Nova York, intensamente vividos por conta da cultura pop. Lá, gravou comerciais como o da Honda, cujo astro era Lou Reed. Montou uma banda de pop/rock e, por isso, abriu shows de artistas conhecidos como Billy Idol. Também participou do filme “Cotton Club”, de Francis Ford Copolla, com Richard Gere no elenco. "O Coppola usava minha cor como referência, como se fosse o símbolo da nova negra americana, miscigenada. As outras dançarinas precisavam ser maquiadas pra ficarem iguais a mim”, relembra Via.
Em 1987, ela decide voltar ao Brasil, dando continuidade à carreira de cantora e atriz. Lançou dois discos, ganhando o Prêmio Sharp de Música como cantora revelação com a música "Preconceito". Mas sua versatilidade, que lhe garantiu várias portas abertas no exterior, encontrou resistência por aqui. “Sofri preconceito. Uns diziam que eu era uma atriz tentando cantar, outros que eu era cantora tentando atuar. Acho que nasci na época errada. Eu deveria ter feito as chanchadas do Carlos Manga na Atlântida” (risos). Em 1988, Via se enveredou por um novo caminho: as novelas. A primeira delas foi “Kananga do Japão”, na extinta TV Manchete. Na Rede Globo, participou de “Irmãos Coragem”, “Belíssima” e de um episódio do “Você Decide”. “Toda vez que quis mudar meu destino, as coisas não fluíam. Quando desisto é que elas acontecem. Assim comecei a fazer novelas.”
Com Andy Forest e Carlinhos de Jesus em 'Lambada - O Filme'
No cinema, Via também ganhou prêmios, entre eles o de melhor atriz coadjuvante em “Cabeça a prémio”, de Marco Ricca. Foi também protagonista de “Lambada – o filme”, produção ítalo-brasileira de 1989. Em 2010, participou de “As mães de Chico Xavier”.
“Quero curar o mundo” A nova empreitada de Via é completamente diferente de tudo o que fez. Praticante de ioga há 20 anos, ela estuda sânscrito há seis. Apaixonada pela cultura védica, Via visita a Índia de dois em dois anos. Depois de muitos estudos na Índia, no Nepal e no Brasil, a cantora resolveu lançar um CD em sânscrito, o “Priyamantra”. “Foi difícil, pois o sânscrito tem vários tipos do som, com uma pronúncia muito sutil. São sons de cura, mesmo que as pessoas não entendam o que está sendo dito, a música é sentida pelo corpo”, diz Via, que tem um objetivo claro com tudo isso: “Meu objetivo é pequeno, é pouca coisa. Quero curar o mundo (risos).”
Hermes Aquino (Rio Grande, 21 de maio de 1949) é um publicitário, poeta, compositor, músico e cantor brasileiro.
É autor da canção Nuvem Passageira, que fez enorme sucesso no ano de 1976 e foi tema da novela "O Casarão" (em uma entrevista em 2010, Tom Zé afirmou que gostaria de ter sido o compositor dessa canção). No mesmo ano a canção foi apresentada numa das edições do programa Fantástico, da Rede Globo, num clipe filmado no calçadão da Praia de Copacabana.
"Nuvem Passageira" fez tanto sucesso que muitos costumam pensar que sua carreira resume-se somente a ela. Na verdade, ele tem outros sucessos, embora de menor porte, como "Longas Conversas", "Desencontro de Primavera", ambas de 1976, "Santa Maria", "Chuva de Verão" e "Senhorita", estas de 1978.
E sua carreira já vinha de dez anos antes, inclusive como raro representante gaúcho do tropicalismo: "Você Gosta?", parceria sua com Tom Zé, foi gravada por este e pelo grupo Liverpool em 1969, e "Planador", parceria com sua prima Laís Marques, está nos únicos álbuns do Liverpool e do grupo carioca Os Brazões. Além disso, "Sala de Espera", parceria com Laís Marques (e defendida por esta no Quarto Festival Internacional da Canção, em 1969), foi regravada pelo grupo O Bando.
O primeiro sucesso de Hermes como intérprete foi "Flash", outra parceria com Laís, e com que participou do mesmo Quarto Festival Internacional da Canção. Morando em São Paulo, SP, desde a segunda metade dos anos 1960, Hermes só conseguiu gravar seu primeiro LP, Desencontro de Primavera em 1977, pelo selo Tapecar.
No ano seguinte, mudou-se para a gravadora Capitol, que lançou seu segundo LP, Santa Maria. Mas Hermes desentendeu-se com a gravadora - o que fez com que este LP não repetisse o sucesso do anterior - a ponto de voltar a seu estado natal, onde vive até hoje como produtor de jingles. Mas está preparando um retorno, tendo inclusive canções recentes já gravadas em português e em inglês.
Também foi programador musical da Rádio Continental 1120 AM na cidade de Porto Alegre e compositor de jingles no Rio Grande do Sul.
Em 2000, a banda Karnak regravou a canção "Nuvem Passageira" no álbum Estamos Adorando Tóquio. A famosa dupla gaúcha Kleiton e Kledir gravou a canção no album Clássicos do Sul, de 1999.
Em 2008, O cantor Tunai registrou a canção no DVD "Um Barzinho, Um Violão - Novela 70". Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros do Hawaii declarou há alguns anos num programa de uma rádio gaúcha a admiração do grupo pela música.
Em 2012, Hermes Aquino participou das festivides comemorativas dos 240 anos de Porto Alegre. Desde o relançamento de seus discos, no final do ano passado, o músico engatou uma série de concertos em Porto Alegre, ancorados em grande parte na nostalgia pelo hit Nuvem Passageira.
Nahim Jorge Elias Júnior, o Nahim (Miguelópolis, 11 de agosto de 1952) é um cantor brasileiro. Começou a tocar aos 10 anos e formou seu primeiro grupo, o ""New Edition" na escola.
Na década de 1970 foi descoberto pelo produtor Mister Sam que resolveu lança-lo com o nome de Baby Face. Depois gravou dois compactos em inglês.
Em 1981 gravou seu primeiro disco em português com o sucesso "Cala Essa Boca". Emplacou hits como "Dá Coração", "Coração de Melão", "Taka Taka", "Olhos Abertos", entre outros.
Nahim Jorge Elias Júnior, o Nahim, começou sua carreira aos 10 anos, quando montou na escola o seu primeiro grupo, o “New Edition”.
Na década de 1970 foi descoberto pelo produtor Mister Sam, que resolveu lançá-lo com o nome de “Baby Face” em dois compactos cantados em inglês.
Em 1981, saiu o primeiro disco em português de Nahim, com o sucesso “Cala Essa Boca”. Emplacou ainda hits como “Dá Coração”, “Coração de Melão” e “Taka Taka”.
Mas o cantor ficou realmente marcado no coração dos fãs como o maior vencedor da versão clássica do programa “Qual é a Música?”, apresentado por Silvio Santos no SBT durante os anos 1980.
Seu grande conhecimento musical fez com que se tornasse um dos campeões do "Qual é a Música". Hoje, Nahim é produtor musical em São Paulo e as vezes dá uma "canja"em festas temáticas dos anos 80.
Eliane Elias (São Paulo, 19 de março de 1960) é uma pianista e cantora brasileira. Começou a tocar piano aos 6 anos de idade. Sua mãe Lucy era uma pianista clássica. A paulistana Eliane Elias, nova-iorquina desde 1981, é pianista de técnica primorosa e brilhante jazzwoman, como atestam álbuns gravados entre 1989 e 1995, do nível de "Solos and Duets" (Blue Note 32073), com mestre Herbie Hancock em seis das 11 faixas; "Double Rainbow: The Music of Jobim" (Verve 527222), ao lado do saxofonista Joe Henderson; e "Plays Jobim" (BN 93089). Três indicações para o Grammy.
Em 1973, aos 13 anos de idade, iniciou seus estudos de piano no Centro Livre de Aprendizagem Musical - CLAM com Amilton Godoy, pianista do Zimbo Trio.
Aos dezessete começou a se apresentar tocando suas composições próprias. Após uma turnê em 1981 com Eddie Gomez, foi encorajada a se mudar para Nova Iorque.
Em Nova Iorque, foi convidada a se juntar à banda Steps Ahead, gravando um álbum com eles em 1983. Após sair do grupo, trabalhou com o trumpetista Randy Brecker, com o qual se casou.
Eliane gravou inúmeros discos, entre eles um dueto com Herbie Hancock. Após 1989, coneçou a cantar em suas gravações.
Eliane é agora casada com o baixista Marc Johnson.
Nos últimos anos, Eliane fez uma opção francamente comercial, visando às paradas de sucessos, com discos nos quais seus razoáveis dotes de cantora de bossa-jazz smooth estão em primeiro plano, em detrimento de sua arte pianística ("Kissed by Nature" e "Dreamer", selo Bluebird, de 2000 e 2004, respectivamente, são exemplos óbvios). "Impulsive!" (Stunt 102), no qual a pianista (e compositora) se apresenta com a Danish Radio Orchestra, em envolventes arranjos do grande Bob Brookmeyer, foi honrosa exceção, e um dos cinco CDs indicados para o Grammy 2001-02, na categoria Best Large Jazz Ensemble, afinal conquistado por "Homage to Count Basie" (DMP 529), da orquestra do sax tenor Bob Mintzer (uma das atrações do próximo TIM Festival).
Apesar de selecionado para o Grammy e dos aplausos da crítica especializada - e certamente por não ser comercial -, o disco não teve maior repercussão. Eliane Elias é, já há algum tempo, na vida e na música, partner de Marc Johnson, um dos mais técnicos e elegantes baixistas da cena contemporânea, revelado, ainda bem jovem, no derradeiro trio do pianista Bill Evans (1978-80).
Agora, a pianista-compositora (de sólida formação clássica) ingressa, pelas "mãos de Johnson", no catálogo da gravadora ECM, de Manfred Eicher - a etiqueta por excelência do jazz camerístico, com um peculiar toque europeu, e também a casa de músicos do quilate de Keith Jarrett, Dave Holland, Charles Lloyd, Gary Peacock e do próprio Marc Johnson (o CD Bass desires, de 1985, com Bill Frisell e John Scofield, foi o primeiro).
Em "Shades of Jade" (ECM 1894), registro lançado lá fora , Johnson lidera um quinteto (Elias; Joe Lovano, sax tenor; Scofield, guitarra; Joey Baron, bateria; Alain Mallet, órgão, em duas faixas). Mas o crítico Norman Weinstein, ao comentar o disco em All About Jazz, escreve, com toda razão, ser "incompreensível" que o nome de Eliane não apareça em realce na capa, em face da importância de sua atuação "em múltiplos papéis, como pianista, compositora e co-produtora (com Eicher)".
Das dez faixas do álbum, ela assina as três mais meditativas, realçando a influência de Bill Evans ("Apareceu", "In 30 hours" e "Snow"). Johnson é o autor de "Ton sur Ton", "Blue Nefertiti" (o mais vivo e boppish momento da sessão), "Since you asked", "Raise" (bluesy com textura sonora encorpada pelo órgão de Mallet), "All yours" e a faixa-título (uma densa e serena homenagem a Scott LaFaro, o baixista precocemente falecido do primeiro e lendário trio de Bill Evans, e autor de "Jade Visions", geradora de "Shades of Jade").
O novo cd de Johnson-Elias é na mesma linha de "Lift every voice" (ECM 1832/3), do saxofonista Charles Lloyd (Geri Allen, piano; John Abercrombie, guitarra; Marc Johnson, baixo; Billy Hart, bateria) ou de I have the room above her (ECM 1902), com o trio do baterista Paul Motian (Joe Lovano e Bill Frisell). Ou seja, jazz refinado, no qual a individualidade e a criatividade de cada um dos músicos formam um todo harmonicamente difuso, com preciosos achados melódicos e clima sonoro de extremo bom gosto.
Chicletes com Banana (Gordurinha e Almira Castilho) Eliane Elias
Discografia
1990: Eliane Elias Plays Jobim
1990: So Far So Close
1991: A Long Story
1992: Fantasia
1993: Paulistana
1995: Cross Currents
1995: Best of
1995: Solos and Duets
1997: The Three Americas
1998: Sings Jobim
2000: Everything I Love
2001: Impulsive!
2001: The Best of Eliane Elias, Vol. 1: Originals
2002: Kissed By Nature
2003: Timeless Eliane Elias
2003: Brazilian Classics
2004: Giants of Jazz: Eliane Elias
2004: Dreamer
2005: Sings & Plays
2006: Around the City
2007: Something For You: Eliane Elias Sings & Plays Bill Evans
2008: Bossa Nova Stories
Radicada em Nova York há 30 anos, a pianista e cantora Eliane Elias - conhecida por seu estilo distinto, que mistura as raízes brasileiras ao jazz clássico, e primeira mulher instrumentista a ter a foto estampada na prestigiada revista de jazz "Down Beat" - está de férias no Brasil.
Com três indicações para o Grammy no currículo e a carreira consolidada, Eliane tem feito turnês para divulgar "Light My Fire", seu 21º álbum. Lançado em 2011, o CD recebeu críticas positivas nos principais jornais ("The New York Times") e revistas ("Down Beat"). Em novembro, Eliane apresentou-se no Théâtre du Châtelet, em Paris, para duas mil pessoas. Fez uma série de shows em Manhattan. Logo mais segue para Canadá, Estados Unidos, Europa e Ásia.
"Eu trabalho no mundo todo, só o Brasil é que não sabe", diz num lamento. Curiosamente, o restaurante que Eliane escolheu para este "À Mesa com o Valor" - "Fogo de Chão" - está mais presente nos EUA do que aqui - das 25 unidades 18 estão em solo americano.
A paulistana de 51 anos compareceu toda de preto. Blusa e saia justa, sandálias de salto alto e um cinto grosso. Parou na porta, tirou os óculos escuros e ajeitou o cabelo. Logo nos avistou. Pudera. Nessa sexta-feira de janeiro há mais garçom que freguês na churrascaria da avenida Santo Amaro. Eliane caminha até nós. O braço direito está ocupado com a bolsa; o outro, solto, segue o suingue dos passos.
Logo que se senta, Eliane conta que traria mais gente para a entrevista - seu baixista, seu produtor e seu marido. Mas Felipe Gagliardi - assessor de imprensa que a acompanha - recomendou que ela estivesse só. "Tive que esclarecer para o Felipe que 'toda essa gente' é uma pessoa só: o Marc."
Marc Johnson é baixista - tocou com Bill Evans, um dos mais importantes músicos de jazz da história - e marido de Eliane há mais de 20 anos. Quando se conheceram, ficaram apenas amigos. Eliane estava casada com o trompetista Randy Brecker, com quem teve Amanda - hoje cantora e compositora. A relação com Johnson só mudou quando começaram a trabalhar juntos - em trio de piano, baixo e bateria, sua formação favorita.
Como quem escuta a distância, o marido liga para o celular dela.
Há um time de garçons em volta da mesa, aguardando os pedidos. A artista vai de caipiroska de kiwi e anuncia: "Não estou comendo carne. Tem peixe?" Os funcionários, em coro, respondem: "Não". Um tem um espeto de maminha sangrando na mão. "Frango?" O mais solícito dá um passo à frente. "Sim." Eliane pede, então, que lhe preparem só o peito. "Ah, mocinho, é sem manteiga nem gordura. Só no sal."
Resolvido o problema, a preocupação da pianista recai sobre as fotos. "Precisa mesmo?" A repórter fotográfica Ana Paula Paiva a tranquiliza. Ela, por fim, se deixa fotografar.
Pausa nos flashes e copo cheio de caipirinha, Eliane propõe um brinde. "Estou com fominha agora." E vai se servir no bufê de saladas. Volta com o prato repleto e colorido. "Olha, o prato pode fotografar à vontade", diz em tom de brincadeira." Pode dar um close-up e usar a luz que você quiser."
Após espetar um champignon, Eliane conta que nasceu em 19 de março, dia de São José. Sua mãe achou por bem dar-lhe o nome de Joseli, em homenagem ao santo. Mas bastou notar suas "mãos de pianista" para mudar de ideia. Era necessário encontrar nome mais apropriado para uma estrela, com letras combinando, feito Marilyn Monroe e Greta Garbo. Assim Joseli virou Eliane Elias e aos 7 anos aprendeu a tocar piano.
Carregava música na veia. Os bisavós maternos cantavam ópera, a avó tocava violão e compunha - Eliane gravou uma música da avó, "Coming and Going". A mãe era pianista clássica e apreciadora de jazz, tinha uma coleção de LPs. A menina sentava-se ao lado da vitrola e, de tanto ouvi-los, aprendeu a tirar as melodias e tocá-las. "Coisa que não tinha nada a ver com minha idade." Eliane notou que todos os discos de jazz tinham sido produzidos em Nova York. "É para lá que vou", pensou.
Com 12 anos Eliane compunha. Aos 15, dava aulas e cuidava do departamento de piano da escola Zimbo Trio, de Amilton Godoy, Rubens Barsotti e Luiz Chaves. Ainda adolescente, enquanto seus colegas de escola dormiam ou estudavam, a instrumentistas entrava pela madrugada tocando em bares paulistanos. Numa dessas noites, Toquinho estava na plateia do Opus 2004, clube de jazz onde a jovem se apresentava. Impressionado com o que ouviu, convidou Eliane para tocar no show de comemoração dos dez anos de sua parceria com Vinicius de Moraes. Eram temporadas grandes em vários países da América do Sul. "A princípio eu não queria ir. Imagine, viajar tanto assim. Eu estava no fim do colegial. Mas não perderia essa oportunidade por nada."
Um garçom se aproxima com o frango num espeto. "Nossa, estou falando tanto e mal comi." Eliane se serve de uma fatia fina e retoma a conversa. "Era um show produzido. E isso me deu uma perspectiva de apresentação que é diferente da de jazz. Mostrou uma forma mais aberta de lidar com a plateia."
Vinicius, Eliane relata, entrava no palco dançando, com um copo de uísque na mão e contando causos. O Poetinha, apelido que Tom Jobim lhe cunhou, tinha pavor de viajar de avião. Beijar os penduricalhos que carregava no pescoço e jogar um monte de farinha no chão do aeroporto fazia parte do seu rol de superstições. "Vinicius já não estava bem de saúde. Tinha diabete e precisava de ajuda para se vestir e colocar as meias. Mas nem assim perdeu o charme. Ele era muito engraçadinho."
A pianista dá um gole na caipirinha e recorda que o Poetinha tinha loucura por banheira. Pedia para o Toquinho levar um banco ao banheiro e os dois compunham lá mesmo. "Tomar banho é como voltar ao útero materno", dizia ele. "Tanto que Vinicius morreu depois de passar mal numa banheira."
Só há duas mesas ocupadas no salão imenso. Os garçons continuam ao redor, a postos.
Aos 21 anos, Eliane decidiu que era hora de ir para Nova York. Na bagagem levou uma fita cassete com seu trabalho, suas economias e o desejo de vencer lá fora. Alugou um apartamento e, antes mesmo de providenciar os móveis, foi atrás de um piano para alugar. Recém-chegada, ela não possuía os documentos exigidos para a negociação e o funcionário da loja lhe negou o pedido.
Saudosa do companheiro de cauda, a moça - num inglês capenga - pediu para tocar ao menos uma vez antes de ir embora. Seus dedos reencontraram o teclado e a loja ficou tomada de melodia. Finda a música e prestes a se levantar, Eliane notou um senhor que a observava. "Go on. Please. Go on", ele pediu.
O sujeito ali parado era nada menos que o presidente da Steinway, fabricante de pianos. O homem apreciou o talento da moça e mandou que entregassem um piano em sua casa. "Pensei: algum dia vou retribuir." Dois anos depois, Eliane comprou este mesmo Steinway. Três estão no seu apartamento em Manhattan - que tem vista para a cidade de um lado e para o East River do outro. Os dois pianos restantes Eliane deixa na sua casa em East Hampton - reduto de celebridades, como Madona, Robert De Niro, Steven Spielberg.
Quando se mudou para Nova York, o acesso à cena do jazz era basicamente para homens. Havia cantoras de jazz, mas instrumentistas era raro. A moça loira, linda e estrangeira não se intimidou. "Chegava com minha fita cassete e dizia: 'Muito prazer, sou pianista'. A primeira reação dos músicos era olhar para a mulher, não para a artista. Estavam mais interessados em observar o suingue de seus passos do que em ouvir a melodia de seu piano. Foi Eliane começar a tocar para ser respeitada. "Fui aceita imediatamente. Reverenciada até."
"Vai uma fraldinha aí?" Eliane ignora a oferta do garçom e garfa um pedaço de frango, até então esquecido no prato.
Baixistas e guitarristas podem levar os próprios instrumentos para as apresentações. O mesmo não ocorre com os pianistas, que têm de se acostumar com o instrumento oferecido no local. "E piano é como gente. Cada um tem seu jeito, sua personalidade e sua alma". E cuidar dessas almas é complicado.
Os pianos são afetados também pelo lugar onde estão. No Brasil - explica -, a umidade do ar faz que as teclas de madeira inchem. O teclado fica mais pesado e exige esforço maior do artista. Já nos Estados Unidos o vilão é o ar seco, que pode rachar a caixa do instrumento. Para evitar surpresas desagradáveis, Eliane instalou um umidificador em um de seus pianos - o predileto - que mede a temperatura e evita que ocorra esse tipo de problema.
Eliane, no Fogo de Chão: "O piano é continuidade da minha alma. O piano não me esconde, ele me declara".
E quanto à plateia, há diferenças? "Sim. Os orientais costumam ser muito reservados." A pianista lembra-se do susto na primeira vez em que se apresentou no Japão. Findo o show, em vez de aplausos, reinou um silêncio interminável. Nenhuma reação da plateia. Desconcertada, quis sumir, quiçá cometer o haraquiri. Os músicos vieram em seu socorro e começaram a aplaudir. Enfim a plateia, em pé, empolgou-se e não parou de pedir bis.
Na saída, ainda sem entender o que ocorrera, Eliane indagou a um japonês o porquê de tanta demora. "'It is so beautiful', ele me dizia abaixando a cabeça. 'Mas é um desrespeito bater palma no momento em que a pessoa está sentindo a música. Fomos tocados', ele dizia, emocionado, apontando o coração."
O garçom agora traz porções de banana frita, arroz e batata. A pianista conta, enquanto se serve, que costuma se apresentar descalça. Entra em cena sobre saltos bem altos e cumprimenta a plateia. Sentada ao piano, livra-se dos sapatos sem que ninguém perceba. O segredo - revela - é usar sapatos de número maior do que o seu. Um dó para tirar e um ré para calçar. Fácil assim. "As pessoas que descobrem perguntam: 'Ah, você gosta de tocar descalça para ter contato com o solo'. Eu queria tanto falar que é a magia da comunhão com a terra. Mas não é."
O motivo dos pés descalços é prosaico - evitar fazer barulho e atrapalhar a apresentação. Os pés da pianista batem sem parar ao ritmo da música e os palcos são de madeira. Se ficasse de sapatos, o ruído seria alto demais e iria comprometer o show.
Cantar não estava nos planos de Eliane, que se preparou a vida toda para ser pianista de jazz. "Não existe barreira entre o instrumento e eu. O piano é continuidade da minha alma, do meu corpo. O piano não me esconde, ele me declara. O que eu tiver para expressar vai por ali", diz, estendendo os braços para a frente e tocando com os dedos no ar.
Em 1998, por sugestão da gravadora com a qual trabalhava, a EMI, lançou o álbum "Eliane Elias Sings Jobim", em que a tônica foi a voz. "Quase tiveram que amarrar minhas mãos para trás para que eu focasse no canto", brinca. "O disco estourou nos Estados Unidos, foi o número um em todas as paradas."
Eliane tem preparador de voz - William Riley, o mesmo que presta serviços para Lady Gaga e Stevie Wonder. Ele recomenda que a artista não coma nada três horas antes do show - para evitar refluxos -, que não ingira laticínios - para a voz não ficar anasalada -, não fale e não tome bebida alcoólica.
- Sente falta do tempo em que só tocava?
- Nem me fale. Jantava, conversava e ia direto para o palco, mesmo doente. Cantar exige muitos cuidados. Se você não dorme bem - o que acontece sempre nas viagens -, a voz fica mais grave. Se vai gravar pela manhã, é necessário mudar o tom.
Mas hoje ela se considera uma artista mais completa: "Abri mais um canal de expressão".
Eliane já tomou a caipirinha, agora caça os kiwis no fundo do copo. "É a melhor parte da bebida", afirma, colocando um pedaço da fruta na boca. A rotina de turnê não é só glamour e exige energia. "Vou te dizer uma coisa. Cansa. Cansa muito." A artista tem que acordar cedo para o check-in. Do aeroporto vai direto para o teatro. Monta o palco, ensaia, come qualquer coisa ali mesmo, quando come, aquece a voz e corre para se arrumar. No dia seguinte, lá vai ela novamente.
O garçom leva os pratos. Eliane pede mamão de sobremesa e conta que a turnê que fará logo mais pela Europa será puxada e sem dias livres. "Com o tempo acho que os músicos tendem a diminuir o ritmo."
No último show que fez em Paris, Eliane contou com a presença de um convidado "mais que especial", o jazzista belga Toots Thielemans, especialista em gaita que completa 80 anos em abril. "Como ele toca lindo, é um exemplo para a gente."
A última vez em que ela se apresentou para os brasileiros foi em 2005. "Eu gostaria de vir, adoraria, mas não me chamam." Eliane pergunta, ressentida, já atrasada para o próximo encontro: "Represento nosso país lá fora, como não ver?" Então se despede, pega bolsa e vai embora seguida pelo séquito de garçons.
Para os compatriotas, resta ouvir a canção de Gilberto Gil presente no mais recente álbum de Eliane: "(...) Pra você que me esqueceu/ aquele abraço/ Todo o povo brasileiro/ aquele abraço (...)"