Érika Machado é artista plástica, mas decidiu lançar um disco! Assim nasceu “Baratinho”, o primeiro CD com composições feitas no modo “Érika Machado de ser”. A história dele é curiosa. Foi criado e gravado de uma maneira muito despretensiosa. A ideia era apenas vender num camelô de BH, como um projeto de intervenção urbana. Hoje sabemos que Erika ultrapassou as fronteiras performáticas das artes plásticas.
Cantora, compositora e artista plástica a mineira Érika Machado obteve da Associação Paulista de Críticos de Artes o prémio revelação de 2006 na categoria Música Popular Brasileira (MPB), pelo seu álbum “No Cimento”, distinção que a Rádio Cultura de São Paulo repetiu entregando-lhe o Troféu Catavento pelo melhor CD em 2007. Em 2009 lançou o seu trabalho Bem Me Quer, Mal Me Quer, igualmente bem recebido pela crítica.
Do “Baratinho” veio o “No cimento” (2006), disco com produção de John Ulhoa, que ampliou ainda mais a carreira dela como cantora e compositora além de levar sua música para outros territórios.
Na mostra Movimentos Urbanos do FIT 2010, estarão no palco não só os sucessos antigos, mas também o repertório do CD mais recente, “Bem me quer mal me quer”, também produzido pelo amigo do Pato Fu.
Em seu segundo álbum de estúdio, "Bem Me Quer, Mal Me Quer", a mineira Érika Machado, deixou de lado as canções ensolaradas para falar de tristezas e decepções amorosas. "A música, para mim, é como uma fotografia. Ela registra o que você está sentindo no momento em que compôs", diz Érika.
A justificativa também serve para explicar a arte da capa: um desenho feito por ela, de uma menina tirando uma foto. "Tudo é estética. As letras e o processo de criação retratam o que eu vivo", afirma a cantora, que também é artista plástica por formação.
Foi por causa desse cuidado em criar um conceito artístico coeso que Érika deixou de lado uma porção de composições que já estavam prontas para poder gravar outras, mais de acordo com a nova proposta e com o momento que estava vivendo. O resultado foram 13 faixas permeadas por um discurso melancólico. Bom exemplo é a letra de "Tanto Faz", que traz versos como: "Já não há / motivos pra que eu não avance os sinas / Ninguém presta atenção / Eu dobro uma esquina / Eu entro na contramão / Vou com os olhos grudados no chão".
Mas a grande diferença entre este disco e o anterior, "No Cimento", de 2006, é o entrosamento de Érika com a banda. No primeiro trabalho, tudo era muito novo e a cantora ainda estava descobrindo os potenciais de cada um. O resultado deu certo e a produção continuou com a mesma equipe, inclusive tendo John Ulhoa, guitarrista do Pato Fu, como produtor. "Construímos um trabalho juntos. Hoje sou amiga de toda a equipe. E foi essa convivência que fez chegar onde cheguei", explica.
Sua primeira investida como cantora ocorreu em 2003, quando lançou o CD "Baratinho" dentro do projeto de intervenção urbana Os Novos Utópicos. O álbum, gravado em casa, foi vendido em banca de camelô em Belo Horizonte. Foi por meio desse disco que pessoas como John tomaram conhecimento do potencial de Érika. "Ele valorizou meu trabalho desde o primeiro álbum, tanto esteticamente quanto conceitualmente." Além de produzir para Érika, John também já fez trabalhos com Arnaldo Baptista e a banda Wonkavision.
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