sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Maurício Carrilho


Maurício Carrilho (26/4/1957 - Rio de Janeiro/RJ.) Instrumentista. Arranjador. Produtor. Pesquisador de MPB. Oriundo de família de músicos, seu bisavô materno, Carlos Manso de Aquino, era tão afixionado por música que ao nascer sua primeira filha lhe deu o nome de Lyra, nome também de sua banda: Lyra de Orion, na qual também tocava seu tio Altamiro Carrilho. Seu pai, Álvaro Carrilho, também é flautista respeitado no meio musical.

Aos oito anos, morando na Rua Conde de Agrolongo, no subúrbio da Penha, convivia com Canhoto da Paraíba, Paulo Moura, Radamés Gnattali, Lindolfo Gaya, Elizeth Cardoso, Nara Leão, entre outros que freqüentava a casa onde morava.

Apesar de iniciar os estudos musical no piano, voltou-se para o violão na adolescência, quando inciou os estudos com os mestres do Choro Dino (Horondino Silva) e Meira (Jaime Florence). Também estudou violão clássico com João Pedro Borges.


No início da década de 1970, ainda menino, freqüentava as rodas de choro do bar Suvaco de Cobra, reduto de boêmios e chorões da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. Neste bar, conheceu Durval Berredo, músico que havia herdado de Alfredo Vianna (pai de Pixinguinha) um caderno de partituras de composições inéditas de Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Carramona, Irineu de Almeida, Joaquim Callado, entre outros. A partir daí, aprendeu diversas composições inéditas de vários autores dos séculos XIX e XX, músicas essas que viriam a influenciar tanto a sua maneira de tocar como a de compor. Aos 14 anos já acompanhava o tio Altamiro Carrilho em show em teatros e TVs.

Em 2000, em parceria com o bandolinista Pedro Aragão e a cavaquinista Luciana Rabello, fundou a Escola Portátil de Música (EPM), projeto no qual aglutinou mestre do choro como Álvaro Carilho (flauta) e Paulo Aragão (violão), no Sesc de Ramos para o ensino de choro, fomentando novos grupos e novos instrumentistas no gênero.


Neste mesmo ano, com Luciana Rabello, criou a gravadora Acari Records, a primeira gravadora brasileira especializada em choro e pela qual lançaram diversos disco do gênero, entre os quais o disco do flautista Álvaro Carrilho (pai de Maurício Carrilho), a caixa com 15 CDs da coleção "Princípios do Choro" e uma caixa com cinco CDs contendo boa parte da obra do flautista Joaquim Callado.

No ano de 2007, junto à cavaquinista Luciana Rabello e pela gravadora Acari Records, lançou a caixa "Choro carioca - Música do Brasil" com nove CDs abordando a obra de 74 chorões de todo o pais e trazendo composições inéditas do avô do maestro Villa-Lobos, do pai de Radamés Gnattali e de Alfredo Vianna, pai de Pixinguinha, tudo isso fruto de uma pesquisa intitulada "Inventário do repertório do choro", projeto desenvolvido em parceria com sua esposa Anna Paes (violonista e pesquisadora) com bolsa da Fundação RioArte, revelando mais de oito mil obras de compositores do gênero entre os anos de 1870 e 1920, a maioria inédita, destacando-se entre os compositores Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Carramona, Irineu de Almeida, Joaquim Callado, Mário Álvares, Felisberto Marques, Carlos Gomes, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Alexandre Levy e Chiquinha Gonzaga.


Em 1971, seu tio, Altamiro Carrilho, o convidou para tocar com ele (só flauta e violão) em um programa na TV Globo.

No ano de 1977, integrou o conjunto Os Carioquinhas, ao lado de Luciana Rabello (cavaquinho), Rafael Rabello (violão de 7 cordas) e Celsinho Silva (pandeiro), com o qual gravou o único LP "Os Carioquinhas no choro". Dois anos depois, com o final do grupo, passou a integrar o conjunto Camerata Carioca, com Joel Nascimento e Radamés Gnattali, com o qual gravou quatro LPs.

Em 1979, integrando o Camerata Carioca, trabalhou em vários shows com Elizete Cardoso, cantora com a qual gravou vários disco e acompanhou ainda por quase 20 anos em turnês nacionais e internacionais.

No ano de 1986, junto a João de Aquino, lançou um LP só com composições de ambos.

Em 1993, formou o grupo O Trio, no qual atuou como violonista ao lado de Paulo Sérgio Santos (clarinete) e Pedro Amorim (bandolim). Neste mesmo ano, o grupo gravou, em Paris, o seu primeiro CD "O Trio", duplamente indicado ao "Prêmio Sharp", na categoria de "Música Instrumental". Em Paris, o grupo gravou com Teca Calazans o LP "Samba de bamba".


No ano de 1995, ainda fazendo parte do grupo O Trio, apresentou-se ao lado do cantor Marcos Sacramento e do percussionista Marcos Suzano em temporada na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, o trio foi convidado a participar do projeto "Aquarela do Rio", homenageando o compositor Custódio Mesquita, tendo como convidado também o percussionista Marcos Suzano.

No ano 2000, fundou juntamente com Luciana Rabello a gravadora Acari Records, pela qual gravou o CD "Maurício Carrilho", no qual interpretou de sua autoria 15 composições, entre elas "Proveta na madrugada", "O turbante do Joel", "Choro cubano" e "Um choro pra Anna", este último, dedicado a sua esposa.

Em 2001, Paulo Sérgio Santos em seu CD "Gargalhada", incluiu de sua autoria "Alumiando", parceria com João Lyra. Neste mesmo ano, interpretou de sua autoria "O turbante do Joel", "Serenata pro Pilger", ambas de sua autoria e ainda "Mestre Jorginho do Pandeiro", de Luciana Rabello, no disco "1º Compasso", lançado pelo selo Biscoito Fino, gravado ao vivo no ano anterior em show no Paço Imperial, no Rio de Janeiro.

O grupo A Família Roitamn, neste mesmo ano, interpretou "Cabroxinha", parceria com Paulo César Pinheiro.

Como compositor, tem parcerias com João de Aquino e Paulo César Pinheiro, entre outros.


Em 2002 Mariana de Moraes interpretou em show no Vinicius Piano Bar "Meu samba, meu lamento" (c/ Paulo César Pinheiro). Neste mesmo ano apresentou-se com seu sexteto no Centro Cultural Carioca, no Rio de Janeiro e lançou com Clara Sandroni e Marcos Sacramento o CD "Saravá Baden Powell", pela gravadora Biscoito Fino.

No ano de 2003, foi um dos convidados do violinista francês, radicado no Rio de Janeiro, Nicolas Krassik, para participar do "Projeto Choro na Lapa", no Ballroom, no qual o violonista recebeu músicos brasileiros.

Em 2004 lançou o CD "Sexteto + 2" pela gravadora Acari Records, disco no qual interpertou várias composições inéditas ao lado de Luciana Rabello, Celsinho Silva, Rui Alvin, Pedro Paes, Pedro Amorim, Marcelo Bernardes e Oscar Bolão.

Em 2005 fez o lançamento do disco "Sexteto + 2" no Teatro do Sesc Pompéia, em São Paulo.

Sua composição "Mulher faladeira", parceria com Mauricio Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho, foi gravada pela dupla Chico Buarque e Zeca Pagodinho na caixa "Timoneiro", de Hermínio Bello de Carvalho.


No ano de 2007 lançou, na Sala Baden Powell, o CD "Choro ímpar", no qual interpretou composições, de sua autoria, em compassos ternários e quinários, entre as quais "Dino", "Meira", "Seu Cristóvão", "Maluquinha", "Schottisch da noite", "Afrochoro em tempo de guerra", "Trinta e três" e "Canhoto Tramontano".

Apresentou-se com a Camerata de Curitiba em dois concertos com peças de sua autoria. Ainda em Curitiba, ao lado de Toninho Carrasqueira, participou da "Maratona do Choro", evento que reuniu vários instrumentistas do gênero em 24 horas de apresentação.

Neste mesmo ano apresentou-se em París, no Theatre Des Champs Elysées, com regência do maestro Kurt Masur, interpretando "Suíte para violão de sete cordas e orquestra". A mesma composição também foi interpretada pelo violonista Yamandú Costa acompanhado pela Orquestra Sinfônica Brasileira, regida pelo maestro Roberto Minczuc.

Trio Carioca - "Oscar Niemeyer", de Mauricio Carrilho

FONTE

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