domingo, 13 de outubro de 2013

Porcas Borboletas


Tudo começou há 14 anos, quando um projeto, que inicialmente era levado na brincadeira, virou coisa séria.

Em 1999, o Porcas Borboletas começava sua caminhada no cenário musical. Os garotos da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) se conheceram e iniciaram o projeto. “Não tínhamos a intenção de ser uma banda, era apenas uma brincadeira de universidade”, afirmou Enzo Banzo, voz e violão na banda.



 Misturando o rock n’ roll com diversas outras influências individuais – e algumas consensuais – o Porcas conseguiu destaque no meio. Os garotos de Uberlândia começaram a rodar o país e até o mundo. “Tocamos em quase todos os estados do país. Já fomos para fora também, tocamos em Londres, Paris, Buenos Aires”, lembrou.

Em 2013, já com muita bagagem e histórias para contar, o Porcas lança seu terceiro disco – o primeiro foi lançado em 2005, e o segundo em 2009. Mas, apesar dos três álbuns já lançados, o grupo diz que mantém os pés no chão. “Estamos crescendo aos pouquinhos. Tanto do ponto de vista do alcance de público, até o amadurecimento da linguagem. Esse disco é meio que um recomeço na nossa história de rodar e formar público para banda”, disse o vocalista.



 O Porcas é formado por: Banzo (voz e violão), Chelo (baixo), Danislau (voz), Moita (guitarra e voz), Ricardim (barulhos) e Vi (bateria).

O álbum Para a banda, o terceiro álbum marca o amadurecimento do som e da identidade do Porcas Borboletas. E é por isso que o registro carrega a responsabilidade de levar o nome do grupo. “Esse é um disco em que conseguimos achar uma expressão coletiva da banda. Uma coisa que fosse a cara do grupo. Isso nos motivou a usar essa leitura, essa interpretação para esse título. O disco é o que é a banda”, explicou Banzo.



 O registro traz 12 músicas próprias e foi produzido de forma independente. Segundo Banzo, o processo de produção passou por uma filtragem das melhores músicas. As faixas são: David Bowie, Todo Mundo Tá Pensando Em Sexo, Tudo Que Tentei Falhou, Aninha, Festa Terror, Only Life, Valéria, Go To Cuyaba, Fim do Mundo, Infelizmente, Giro e Wellington.

Capa novo CD 2013 Porcas Borboletas (Foto: Divulgação/Porcas Borboletas)
Capa do novo registro do Porcas Borboletas (Foto: Porcas Borboletas/Divulgação)
 
O destaque especial ficou para Only Life, que não é apenas uma música. A faixa é um poema musicado de Paulo Leminski, ideia que surgiu de forma involuntária e espontânea. “Eu estava lendo um livro do Leminski, que sempre leio – Caprichos e Relaxos e, quando li esse poema, pintou a melodia na minha cabeça. Aí eu experimentei. Não tinha a intenção de fazer uma música para a banda. Depois eu mostrei a brincadeira para a galera e acabamos colocando na pré-seleção do disco”, contou Banzo.



 E se o disco é a cara da banda, o público gosta muito do grupo. Banzo afirmou que a novidade no registro é o amadurecimento da banda ao realizar um trabalho como esse. “O disco está sendo muito bem recebido, porque é um repertório todo novo e achamos que é o nosso disco mais bem resolvido, pois tem unidade e as canções são criativas. Ao mesmo tempo elas têm uma pegada pop. É um disco que as pessoas escutam e dizem que ouvem diariamente em casa, é uma audição mais gostosa de se fazer”,  ressaltou.

Lançamento e novidades
O lançamento do terceiro registro do Porcas Borboletas já começou. Mas este será dividido em duas partes: uma virtual e outra física. O virtual, já foi feito. No dia 26 de junho o álbum começou a ser disponibilizado para download gratuito no website da banda. Já em setembro será lançado o CD físico e começará a ser vendido.

Já uma novidade para os fãs da banda é que o Porcas deve gravar dois videoclipes ainda em 2013. Mas perguntado sobre um novo registro, Enzo brincou. “Disco ? Estamos respirando por ter acabado esse. Eu acredito que ficaremos esse ano e o próximo bem por conta desse trabalho. Agora nós vemos um momento que devemos estar muito focados. Acredito que um disco novo só para 2015”, concluiu.



***Porcas Borboletas - Por Hélio Flanders –
Fui finalizar as gravações do terceiro álbum do Vanguart no Estúdio El Rocha, lá descobri que os Porcas Borboletas também haviam acabado de gravar seu terceiro álbum. Fui tomado por um acesso de ansiedade para saber o que viria daqueles caras, justamente por nunca saber o que esperar deles. Tomado por outro acesso, desta vez de corrupção artística, sempre perdoada pelos fins, menti a Fernando Sanches: “Acabei de falar com Danislau por telefone e ele disse que você poderia me passar uma cópia do disco pra eu ouvir”. Então recebi um CD-R com 12 canções fresquinhas e corri para casa como um ladrão de chocolate de supermercado.
Quando as músicas começaram a pular daquela playlist, tive certeza de que estava ouvindo o melhor álbum do Porcas Borboletas até hoje. Mais certeiros e espertos, mais maduros e fortes do que nunca, e com a personalidade de sempre.
Recolher o texto
“It’s only life but I like it”, poema de Paulo Leminiski musicado pela banda e gravado no álbum, é um trocadilho com Stones que me remete à Dylan quando em 65 disse: “It’s life and life only” (“Isso é a vida e só a vida”) – o que diz muito sobre o que esses caras vieram dizer, uma espécie de “a vida está diante de nós e vamos vivê-la”. Bowie, Titãs, Arrigo, citados oficialmente ou não, estão dançando em volta deles mas não no palco, algo que mostra como a banda consegue espelhar influências sem deixar de ter sua própria persona, louca e em metamorfose constante. Do soturno ao doce, percebo a banda flutuando cada vez mais entre o fantasioso mundo que habita com propriedade mas também vagando pelo caminho do homem comum, e essa equalização sempre foi uma tarefa difícil para qualquer artista. O mesmo personagem beatnik de “Go to Cuyaba” é o de “Tudo Que Tentei Falhou”, talvez tomado por mais consciência após sessões de tudo que a própria letra desta última sugere. A mente do nosso herói volta a nublar-se em “Aninha” – talvez seja Aninha ele mesmo? A impressão é que o personagem e o que ele vê são a mesma coisa, numa mistura de ego e distanciamento desse próprio ego.
A grande sacada que faz o Porcas tão ímpar é que quando o clima começa a pesar, musical ou poeticamente, eles vem com algo mais certeiro ainda. A última canção mostra exatamente isso: coloquial e brilhante, “Infelizmente”, assim como todo o álbum, traz uma eterna confusão de risadas e lágrimas, essa combinação que pode se dizer ser a melhor de toda a vida, essa poética que após esse álbum se torna praticamente um patrimônio dos Porcas Borboletas… riso e choro, sorriso em lágrima, ou em outras palavras, festa-terror.
Helio Flanders



FONTE

http://www.porcasborboletas.com.br

http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/musica/noticia/2013/07/banda-porcas-borboletas-de-uberlandia-lanca-terceiro-album.html

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