sexta-feira, 23 de maio de 2008
Ana de Hollanda
Ana de Hollanda nasceu em uma família ligada à música, estreou aos 16 anos cantando em um espetáculo musical no colégio.
Irmã de Chico Buarque, Miúcha e Cristina Buarque, Ana de Hollanda cantou em 1968 no III Festival Internacional da Canção Popular.
Depois de participar de especiais e shows na companhia dos irmãos, Ana gravou seu primeiro disco solo, "Ana de Hollanda", em 1980, pelo selo Eldorado.
O segundo álbum só sairia 15 anos depois, pela Movieplay: "Tão Simples". Nesse intervalo, fez shows pelo Brasil e em países como Uruguai, Angola e Cuba.
Em seu repertório Ana de Hollanda inclui sambas de Noel Rosa e Geraldo Pereira, canções de Chico Buarque, bossa nova e outros estilos sempre ligados à MPB.
Ana atuou como vocalista também em discos de Toquinho, Vinícius de Moraes, Fafá de Belém, Tom Jobim e outros. Além de cantora, trabalha como atriz, principalmente em musicais.
1. DADOS PESSOAIS
Nome completo: Anna Maria Buarque de Hollanda
Nome artístico: Ana de Hollanda
Data de nascimento: 12 de Agosto de 1948
Filiação: Sérgio Buarque de Hollanda
Maria Amélia Alvim Buarque de Hollanda
2. FORMAÇÃO ARTÍSTICA
1979 a 1996 - estuda técnica vocal e interpretação com a professora e fonoaudióloga Rosemarie Shock - SP
1980 e1981 - Curso de Formação de Atores no Teatro Vento Forte - SP
1990 - Curso de Interpretação Teatral na Escola Internacional de Teatro da América Latina e Caribe - Machurrucutu, CUBA
1990 - Oficina de Técnica Vocal com o professor francês Robert Cohen, na Escola Internacional de Teatro da América Latina e Caribe - Machurrucutu, CUBA
1993 - estudou técnica vocal com a fonoaudióloga Sônia Corazza - SP
1993 - participou da Oficina de Técnica Vocal ministrada pela fonoaudióloga Glória Beutenmüller, promovido pela SMC da Prefeitura de São Paulo - SP
3. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NA ÁREA DE MÚSICA
1964 - estreou cantando em palcos no Teatro do Colégio Rio Branco, no show Primeira Audição, integrando o vocal Chico Buarque e As Quatro Mais - SP
1964 - o mesmo show acima é reapresentado na TV Record.
1968 - primeira gravação fonográfica, canção Dança das Rosas de Chico Maranhão, no LP do III Festival Internacional da Canção Popular.
1978 - participa como vocalista do show Tom, Vinícius, Toquinho e Miucha no Canecão - RJ - e no Anhembi - SP
1978 - participa do Especial de Fim-de-Ano Chico Buarque, da TV Bandeirantes.
1979 - participa do Especial de Fim-de-Ano Chico Buarque, da TV Bandeirantes.
1979 - convidada pelo Selo Eldorado a se apresentar como cantora-solista, acompanhada pelo maestro Édson José Alves, no programa radiofônico FM-Ineditos Apresenta Ana de Hollanda - SP
1980 - grava pelo Selo Eldorado seu primeiro LP solo, Ana de Hollanda.
1995 - grava pelo selo Movie Play seu CD Tão Simples.
1997 - grava no Song-Book de Chico Buarque a canção Lua Cheia, de Toquinho e Chico Buarque.
1980 a 2001 - apresenta-se em shows nos seguintes estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia, Maranhão, Pará, Amazonas, e Pernambuco.
1980 a 2001 - apresenta em shows nos seguintes países: Angola, Cuba e Uruguai e França.
1968 a 2001 - participa de gravações como solista ou vocalista em discos de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Miucha, Fafá de Belém, Chico Buarque, Christina Buarque, Chico Maranhão, entre outros.
1982 - compôs e gravou para a campanha do candidato a Governador de Estado, Franco Montoro, o "dingle" Acorda Meu Povo! - SP
1985 - fez a Direção Musical do curta-metragem Vianinha, dos diretores Gilmar Candeias e Jorge Achôa - SP
1999 - ministrou a oficina O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, no SESC Vila Mariana - SP
1999 - ministrou cursos de dois meses para dois grupos O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, no SESC Vila Mariana - SP
1999 - deu aulas avulsas para dois grupos do curso de canto do CEM - SESC Consolação - SP
1999 - ministrou a oficina O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, na Universidade Livre de Música Tom Jobim - SP
1999 - ministrou o curso de dois meses O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, no SESC Ipiranga - SP
2000 - ministrou a oficina O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, na Oficina da Palavra - Casa Mário de Andrade da Secretaria do Estado de Cultura - SP
2000 - ministrou a oficina O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, na Oficina Cultural Sérgio Buarque de Hollanda da Secretaria do Estado de Cultura, na Cidade de São Carlos - SP
2000 - ministrou um curso de quatro meses A Palavra e a Música, na Oficina da Palavra - Casa Mário de Andrade da Secretaria do Estado da Cultura - SP
2000 - compõe novas canções para seu novo CD.
2001 - grava pelo Selo JAM Music o CD Um Filme que sai em Agosto de 2001, promovendo shows de lançamento nas principais capitais e cidades brasileiras.
2001 - ministra o curso O Cantor e a Segurança Interpretativa na Música Popular, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, da Secretaria de Cultura do estado de São Paulo - SP
4. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NA ÁREA DE TEATRO
1990 - participa como atriz do espetáculo baseado no conto O Reino deste Mundo, de Alejo Carpentier, dirigido por Amir Haddad - Machurrucutu - CUBA
1990 - escreve em conjunto com a dramaturga Consuelo de Castro a peça Paixões Provisórias.
1993 - participa como atriz e cantora da peça musical Nunca Te Vi, Sempre Te Amei, de Guto Maia, na Jornada Teatral - 1993 no Teatro SESC Anchieta, no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e no Pícolo Teatro - SP
1993 - participa como atriz e cantora da peça João e o Pé de Feijão, com direção de Neuza Maria Faro, no Auditório Augusta e no Teatro Ruth Escobar - SP
1994 - indicada para o Prêmio APETESP-1993, como Atriz Revelação pela atuação na peça João e o Pé de Feijão - SP
1994 - participa da leitura dramática da peça Morte e Vida Severina, de João Cabral de Mello Neto, dirigida por Silney Siqueira, dentro do projeto Aberto Para Balanço, no TUCA - SP
1995 - dirigida no show Tão Simples pela atriz e diretora Éster Góes.
1980 a 1996 - dirigida e orientada cenicamente em diversos espetáculos pelo diretor e ator Fernando Peixoto.
CPC-UMES lança novo álbum de Ana de Hollanda, Só na Canção, no qual a cantora apresenta-se como letrista, em parcerias com Novelli, Jards Macalé, Nivaldo Ornelas, entre outros grandes nomes da canção popular.
Dedicada aos trabalhos culturais, com importante atuação, a cantora Ana de Hollanda afastou-se dos palcos por um tempo, mas sem deixar de lado a verve que pulsa em sua criação: concomitantemente, passou a dar ampla atenção ao ofício de letrista (já experimentado no CD anterior), dedicandose então à composição de letraspara canções de importantes parceiros.
O resultado se encontra no novo lançamento da CPC-UMES, Só na Canção, cuidadoso trabalho no qual a cantora, desdobrada em uma letrista de primeira linha, centra-se nas composições de Novelli, Jards Macalé, Nivaldo Ornelas, Lucina, Helvius Vilela, Alexandre de la Peña e Cláudio Guimarães, consolidando um novo momento de sua carreira – a de cancionista, compositora atenta à delicadeza das canções nas quais a “poesia-letra” de Ana conflui e sobressai-se harmoniosamente com o as melodias de seus parceiros.
Ana de Hollanda iniciou sua carreira artística como cantora ao lado dos irmãos Chico Buarque e Cristina, nos anos 60, e a partir daí, gradativamente, trilhou seu caminho como intérprete, sempre atenta ao bom gosto e à sofisticação em arranjos e escolha de repertório.
Em seu quarto álbum, Só na Canção (com arranjos de Helvius Vilela e direção musical e Helvius Vilela e Maurício Carrilho), a cantora e compositora atém-se a um árduo processo de criação, oferecendo-nos um conjunto de canções alinhadas conceitualmente num roteiro composto por 14 temas autorais – uma delas com música e letra de Ana, sem perder jamais o alinhamento estético ao qual se propõe: canções em sua autenticidade extrema, interpretadas pela compositora cuja inteligência musical se coloca a serviço de leituras delicadas e comedidas.
“Aproveitei as horas vagas para exercer minha musicalidade ao escutar melodias que grandes músicos e amigos me entregavam, e traduzir em palavras o que elas me sugeriam. Eu me dedicava a ouvi-las incansavelmente para assimilar cada melodia até me deixar levar pelas mais variadas imagens e sentidos: prazer, tristeza, solidão, saudade, humor, todos os seus enredos”, enfatiza a artista.
Se como intérprete Ana de Hollanda já havia impresso definitivamente seu estilo em nossa música popular – como diz o diretor artístico do CD, Marcus Vinícius de Andrade (CPC-UMES), a leveza da voz se torna mais forte diante da inteligência e sensibilidade da artista –, sua atuação como letrista comprova ainda mais a qualidade de seu trabalho, esse cada vez mais atraindo o interesse de outros intérpretes, como Simone Guimarães, que recentemente gravou Novo Amigo, parceria de Ana com Novelli, também presente em Só na Canção.
“Melodias que de leve nos acolherão”, verso de Choro por um Silêncio (letra e música de Ana), sentencia a tônica do disco, que atinge ápices de beleza em temas como Alegria de Ser (com Nivaldo Ornelas), Que me tira o juizo (com Helvius Vilela, esse ainda parceiro em Estrada da Vida, na qual embeleza a toada com sua voz), Canção pra Aninha e Balada (ambas com Jards Macalé, a segunda contando com as participações especialíssimas de Cristina Buarque, Píi e de Helvius Vilela), e a dilacerante Beija-flor, colibri (com Novelli), na qual a densidade poética da letrista nos remete, inevitavelmente, ao universo de poetas como Cecília Meireles e Mário Quintana. E isso, de fato, ocorre com a letra-poesia de Ana de Hollanda (ou com sua poesia-letra de canção) que, ao se “casar” com a música de seus parceiros, trazem à luz a canção brasileira propriamente dita, em sua verdade absoluta e transparente.
Sobre cada canção, segundo Ana de Hollanda:
1. Alegria de ser
(Nivaldo Ornelas – Ana de Hollanda)
Nivaldo me contou que a melodia de Alegria de ser foi composta numa madrugada em que ele olhou para o céu limpo e flagrou uma estrela cadente. A partir daí descrevi o deslumbramento de assistir a passagem da noite para o nascer do dia na cidade do Rio de Janeiro.
2. Beija-Flor, colibri
(Novelli – Ana de Hollanda)
A melodia de Beija-flor, colibri me trouxe, desde o início, uma sensação da nostalgia de uma pureza inatingível ou muito distante, talvez utópica. A beleza do pássaro que vive a sugar flores e a natureza em extinção me levou a lembranças e romantismos quase apagados em minha memória.
3. Estrada da Vida
(Helvius Vilela – Ana de Hollanda)
Essa toada mineira atinou em mim a imagem da estrada, e daí para a “estrada da vida” que traçamos na infância, juventude e, no decorrer dos anos, vemos se dissolver e se afastar do que planejamos até que, em dado momento, de forma inesperada, reconhecemos os sinais daquela tal estrada.
4. Choro por um silêncio
(Ana de Hollanda)
Inicialmente compus as frases musicais de um choro-canção que foi tomando caminhos estranhos, misteriosos, e daí essa letra.
5. Por si só
(Nivaldo Ornelas – Ana de Hollanda)
Foi minha primeira parceria com Nivaldo. A melodia me parece uma súplica e eu segui o que ela me dizia.
6. Tropeço
(Alexandre de la Peña – Ana de Hollanda)
Essa melodia cheia de caminhos e voltas me insinuava um enredo detalhado. Comentei com Alexandre e ele concordou que ela contava uma história e nós só tínhamos que descobrir qual era. Foi o desafio que me motivou.
7. Jogos de Azar
(Lucina– Ana de Hollanda)
Foi inspirada numa história fantástica de duas amigas que viveram até as últimas conseqüências os sonhos românticos da era hippie.
8. Canção para Aninha
(Jards Macalé – Ana de Hollanda)
Macalé compôs a melodia de Canção para Aninha a partir de uma antiga canção de ninar americana, Rock-a-bye Baby, que minha mãe cantava para os filhos e netos, assim como o fez no batizado de minha netinha Ana, no qual ele estava presente. Macal recordou-se então desse acalanto que sua avó também lhe entoava.
9. Minha Criança
(Nivaldo Ornelas – Ana de Hollanda)
Nivaldo estava com uma encomenda de canções infantis para algum trabalho e me entregou essa valsinha para letrar. Baixou uma menininha em mim e fui embora.
10. Eu e você
(Helvius Vilela – Ana de Hollanda)
Essa melodia me lembrou imediatamente o clássico Tea for Two. Daí emendei pra um “me for you and you for me”, ambientado para nossas praias.
11. Novo amigo
(Novelli – Ana de Hollanda)
Essa melodia é de uma tristeza dilacerante. Para encontrar palavras que traduzissem a dor que ela me provocava, eu criei situações, sensações, chorei junto, enfim, até hoje cobro Novelli pelo tanto que me fez sofrer.
12. Que me tira o juízo
(Helvius Vilela – Ana de Hollanda)
Esse bolero não me motivava a pensar, sentir nada a não ser uma vontade louca de dançar e me deixar levar por esse ritmo delicioso. Fiz isso por um bom tempo até perceber que era exatamente esse o mote.
12. Balada
(Jards Macalé – Ana de Hollanda)
Balada me lembra aquelas músicas americanas que nós, as irmãs, e às vezes os irmãos, cantávamos em casa, e cada um fazia sua gracinha. Chamei Miúcha, Piii e Cristina, e dividimos as vozes. Na véspera da gravação Miúcha caiu e fraturou o pé, o que a impediu de subir os cinco lances de escadas estreitas do estúdio. Assim, as três “Hollandetes” (batizadas pelo Maurício Carrilho) gravaram-na, permitindo, por motivos óbvios, a participação vocal do Hélvius Vilela.
13. Só na canção
(Cláudio Guimarães – Ana de Hollanda)
Essa é uma daquelas belas canções que por si só dizem tudo. Na medida em que eu escutava, pensava em tantas canções que descrevem histórias fictícias ou não, e emocionam sempre porque tornam presentes situações fortes que talvez nunca tenham existido. Mas o que importa é que a canção tem a capacidade de tornar imortal aquele momento ou sentimento.
Samba Triste - Ana de Hollanda
No Rancho Fundo - Ana de Hollanda
FONTE
Site Oficial
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