domingo, 22 de junho de 2008

Cyro Monteiro


Cyro Monteiro (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913 — 13 de julho de 1973), sendo o quarto de nove irmãos, todos com nomes começados com "C", foi um cantor e compositor brasileiro. Passou a infância e a juventude em Niterói. Filho do capitão Monteiro, um dentista e funcionário público, Cyro Monteiro foi talvez o mais típico dos cariocas. Nascido no bairro do Rocha (do qual ele tinha muito orgulho e se proclamava símbolo), em 28 de maio de 1913, o destino só poderia reservar-lhe a música como futuro. 


Sobrinho do pianista Nonô, um dos mais famosos do Rio de Janeiro, à época, acompanhador de Sílvio Caldas, que ensaiava na casa da família Monteiro.Ciro cresceu em ambiente musical (que no futuro geraria seus sobrinhos Cauby, Andiara, Araken e Moacir Peixoto, cantores e instrumentistas), ouvindo e aprendendo. Costumava cantar informalmente em casa para os amigos.

Em 1933, Sílvio Caldas, que frequentava sua casa, chamou-o para substituir Luís Barbosa em um programa da Rádio Philips. Levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga, Cyro Monteiro foi aprovado e escalado para um programa diurno, mas logo subiria para os noturnos, com Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros cartazes.


Se Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha, e Joel de Almeida foi seu seguidor, Cyro descobriu na caixa de fósforo sua característica "instrumental". Como de hábito naquele momento, cantava em todas as emissoras, ao lado dos grandes nomes.

Cyro gravou seu primeiro disco na Odeon, para o carnaval de 1936, com sambas Vê Se Desguia e Perdoa que cantou ao lado de Carmen Miranda, Francisco Alves e Mário Reis.


Em 1937, por encomenda, para promoção da Festa da Uva de Jundiaí/SP, Cyro gravou dois discos particulares na R.C.A. Victor. O sucesso veio do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues, com o samba Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues-Felisberto Martins), em 1937, que ele gravaria na Victor, em 1938. Era seu primeiro disco na R.C.A. Victor. Cyro tinha voz, ritmo, sabia modular e improvisar. Notável também era sua capacidade de fazer amigos.


Cyro teve muitos outros sucessos nos anos 40, como: Falsa baiana, Escurinho (ambas de Geraldo Pereira) e Boogie-woogie na favela (Denis Brean).


Em 1956, Cyro participou como ator da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. Ainda nos anos 50 e 60 participou de programas de televisão, como: O Fino da Bossa e Bossaudade, gravou discos e fez muitos espetáculos.


Nem mesmo a enfermidade pulmonar impedia Cyro de cantar. Com voz pequena, mas conservando a bossa, a divisão e o vibrato, suas características marcantes, Ciro Monteiro foi senhor de uma das mais bonitas carreiras da música popular brasileira.


"Formigão" para os amigos, e "O Cantor das Mil e uma Fãs", para todos os seus admiradores, torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de que até os "adversários" gostavam.

Ciro Monteiro canta Chico Buarque - 1972
Imagem rara do "Formigão". Na mesa, Sérgio Cabral, Elke Maravilha, Carminha Mascarenhas, Lúcio Alves e outros.

Cyro Monteiro faleceu no Rio, em 13.7.1973, aos 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no São João Batista, "ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem, coberto com a bandeira do clube e da Estação Primeira de Mangueira".


samba do café

Sucessos

  • Beija-me, Mário Rossi e Roberto Martins (1943)
  • Beijo na boca, Augusto Garcez e Ciro de Sousa (1940)
  • Boogie-woogie na favela, Denis Brean (1945)
  • Botões de laranjeira, Pedro Caetano (1942)
  • Deus me perdoe, Humberto Teixeira e Lauro Maia (1946)
  • Escurinho, Geraldo Pereira (1955)
  • Falsa baiana, Geraldo Pereira (com Benedito Lacerda & Seu Regional, 1944)
  • Linda flor da madrugada, Capiba (1941)
  • Meu pandeiro, Ari Monteiro e Luís Gonzaga (1947)
  • Nêga Luzia, Jorge de Castro e Wilson Batista (1956)
  • O bonde de São Januário, Ataulfo Alves e Wilson Batista (1940)
  • O que se leva dessa vida, Pedro Caetano (1946)
  • Oh, seu Oscar!, Ataulfo Alves e Wilson Batista (1939)
  • Os quindins de Iaiá, Ari Barroso (1941)
  • Pisei num despacho, Elpídio Viana e Geraldo Pereira (1947)
  • Rosinha, Heber de Bóscoli e Mário Martins (com Orlando Silva e Sílvio Caldas, 1941)
  • Rugas, Ari Monteiro, Augusto Garcez e Nelson Cavaquinho (K-Ximbinho, Benedito Lacerda & Seu Regional, 1946)
  • Se acaso você chegasse, Felisberto Martins e Lupicínio Rodrigues (1938)
  • Sereia de Copacabana, A. F. Marques e Antenor Borges (1948)

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