Em meados da década de 1990, a flautista norte-americana Julie Koidin conheceu o choro e ouviu um disco de Altamiro Carrilho que mudou sua vida. Desde então, esteve no Brasil 16 vezes e decidiu estudar a fundo o gênero musical.
Julie apaixonou-se pelo país, pela música (a ponto de criar, em Chicago, onde vive, um duo com o brasileiro Paulinho Garcia, o Dois no Choro) e concluiu: os mais importantes instrumentistas brasileiros adoram o chorinho, que sobrevive aos modismos e continua atraindo entusiastas de todo o mundo.
A partir dessa conclusão e incentivada pelo violonista Maurício Carrilho, sobrinho de Altamiro, Julie decidiu aproveitar seus contatos e a bolsa obtida da Fundação Internacional Fulbright para escrever um livro que fosse uma registro para o futuro sobre os músicos atualmente em atividade.
Nascia assim Os Sorrisos do Choro – Uma Jornada Musical Através de Caminhos Cruzados (Ed. Choro Music, 516 páginas). Fruto de oito anos de pesquisas e de encontros que quase sempre terminavam com entrevistado e entrevistadora tocando juntos, o livro é um registro da história de vida e artística de 52 músicos que, mesmo não se dedicando exclusivamente ao choro, são dignos de ostentar o título de chorões.
"Eu queria preservar o jeito de ser de cada um e não apenas apresentar seus dados biográficos e as discografias. E tocar com quase todos me permitiu conhecer melhor a cada um deles. Porque tocar junto com alguém é uma experiência única, uma troca sem igual", disse Julie, durante sua passagem por Brasília, onde, na semana passada, tocou, lançou o livro e deu aulas na Universidade de Brasília (UnB).
Durante as conversas, Julie procurou obter detalhes sobre a iniciação e a formação musical de cada artista, sobre o ambiente familiar em que se criaram, como o choro entrou na vida deles, o que eles acham do atual estágio do gênero e do espaço dedicado pela mídia à música.
“Acho que minha jornada acaba revelando um retrato da vida musical brasileira diferente daquele publicado nos jornais brasileiro. Justamente porque é muito mais íntimo. E a partir da visão de uma estrangeira que se surpreende com coisas triviais e bonitas que, para vocês, são comuns, espero que o leitor enxergue um pouco mais sobre sua própria cultura", disse Julie. Sua paixão pelo país é tanta que ela pintou a bandeira brasileira no muro de sua casa, em Chicago, e já pensou em tatuá-la.
- Outras postagens de Altamiro Carrilho neste Blog
**Altamiro Carrilho
Altamiro Aquino Carrilho, instrumentista, compositor e flautista brasileiro, nasceu na cidade de Santo Antônio de Pádua/RJ, em 21 de dezembro de 1924. Ainda menino começou a tocar numa flautinha de bambu. [...] Este flautista virtuoso transversal já gravou mais de cem discos, compôs cerca de duzentas canções e já se apresentou em mais de quarenta países difundindo o choro brasileiro...continue lendo aqui.
**Encontro de Solistas/1999
Um dos melhores discos de música instrumental brasileira traz os solistas: Mauricio Einhorn, Sebastião Tapajós, Gilson Peranzzetta e Altamiro Carrilho.
01. Tico Tico No Fubá, Zequinha de Abreu
02. Jaguari, Altamiro Carrilho e Gilson Peranzzetta
03. Chiclete Com Banana, Gordurinha e Almira Castilho
04. Taiaçupeba, Altamiro Carrilho, Gilson Peranzzetta
05. Pedacinhos Do Céu, Waldir Azevedo
06. Choro Nº 11, Altamiro Carrilho, Gilson Peranzzetta
07. Estação Barueri
08. Chega de Saudade-Corcovado, Tom Jobim e Vinicius de Moraes
09. Guarau
10. Estamos Ai, Chico Buarque
11. Assum Preto, Luiz Gonzaga
12. Aquarela Do Brasil, Ary Barroso
13. Tocata Para Billy Blanco, Sebastião Tapajós
14. Um Chorinho Diferente, Altamiro Carrilho
Considerado um dos maiores flautistas do mundo, Altamiro Aquino Carrilho é símbolo vivo de um ritmo totalmente brasileiro, que é o choro. E "chorando" em cada nota, em cada sopro, em cada pausa, em sua alma brasileira, ele emociona a todos, das crianças aos mais velhos...continue lendo aqui.
**Altamiro Carrilho
Altamiro Carrilho já é nome de rua em Americana (SP) e em Foz do Iguaçu (PR) e, segundo ele, terá ainda um busto seu em Santo Antônio de Pádua (RJ), sua terra natal, onde iniciou sua vida de músico tocando no coreto da praça com a banda do avô. Hoje, com 85 anos, 112 discos e 200 composições, a lenda viva do choro precisa fazer um esforço danado para conseguir realizar mais shows para tocar a vida, tendo que gastar uma gaita em remédios... continue lendo aqui.
FONTE
AGÊNCIA BRASIL
Norte-americana traça "retrato íntimo" de músicos brasileiros
03/07/2011 - 16h04
Cultura
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
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