Vadeco (Oswaldo de Moraes Eboli 05/1/1912 Rio de Janeiro/RJ ** 23/12/2002 Rio de Janeiro/RJ). Cantor. Pandeirista. Ator. Cineasta. Empresário. Jornalista. Publicitário.
Em 1954, ingressou no Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, servindo a vários ministros.
Em 1959, por designação do Departamento Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com a colaboração do Escritório Comercial do Brasil em Nova York e da Varig, realizou, em Nova York, promoções de cunho artístico, culminando, em fevereiro de 1960, com o baile de carnaval nos salões do famoso Pierre Hotel, com a presença das mais destacadas personalidades do mundo social, artístico, politico e cultural de vários países, tendo à frente a Sra. Dora Vasconcelos, Cônsul-Geral do Brasil em Nova York, e o Dr. Francisco Medaglia, Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Nova York.
(Cena do filme "Greenwich Village", ou "Serenata Boêmia" (1944), com Carmem Miranda e o Bando da Lua, com destaque para Zé Carioca e Nestor Amaral, ambos tocando intrumentos de corda. São interpretadas "Give me a Band and a Bandana", "O que é que a baiana tem" e "Quando eu penso na Bahia".)
Para abrilhantar o evento, levou para Nova York e comandou uma expressiva caravana, integrada pelo nosso Rei Momo e por mais de 10 renomados artistas, incluindo cantores, músicos e passistas patrícios, dentre eles Heloisa Helena, que atuou como cantora e colaboradora, Cauby Peixoto, Carmem Costa, Francisco Carlos, conhecido como "El Broto", além dos conhecidos músicos Hélcio, do Tamba Trio, e Armando do Solovox, como pianista, e, ainda, de um famoso casal de passistas formado por Leda e seu partner, sem contar a participação da orquestra do festejado maestro Max Cesarin.
A chegada dos brasileiros a Nova York constituiu um verdadeiro acontecimento, tanto que a comitiva foi recepcionada no Aeroporto local pelo representante do Prefeito da Cidade, pelo Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Nova York, por representantes de nosso Consulado e por vários jornalistas.
O grupo foi recebido na Prefeitura de Nova York pelo então prefeito, Robert Wagner, em cerimônia das mais informais, durante a qual o prefeito novaiorquino foi presenteado pelos brasileiros com objetos típicos, representativos do folclore do nosso país.
Dentre as celebridades internacionais presentes ao baile, destacou-se a presença marcante do grande pintor espanhol Salvador Dali. Nesse mesmo baile nos Salões do Hotel Pierre, promoveu o primeiro desfile carnavalesco de fantasias em Nova York, selecionadas por um júri do mais alto gabarito, presidido pela Cônsul-Geral do Brasil, Dora Vasconcelos. Promoveu também o primeiro concurso para a escolha da Rainha do Carnaval Brasileiro em Nova York, sendo a eleita agraciada com uma viagem ao Brasil, para participar do carnaval carioca, incluindo os tradicionais bailes do Teatro Municipal e do Copacabana Palace Hotel.
A cobertura do acontecimento foi realizada, costa a costa, nos Estados Unidos, pela National Broadcasting Company (NBC), e, no Brasil, pelas revistas Manchete e O Cruzeiro, merecendo ainda elogiosos ofícios, enviados pela Cônsul-Geral do Brasil, bem como pela Direção do Escritório Comercial do Brasil em Nova York ao Itamarati.
Ao assumir o Ministério do Trabalho e Previdência Social, o Cel Walter Peracchi Barcellos convidou-o para ocupar o cargo de Assessor de Imprensa de seu Gabinete, função que exerceu até o último dia de sua gestão. Por delegação do Ministro Peracchi Barcellos, integrou a Comissão que dispõe sobre os cursos de teatro e regulamenta as categorias profissionais correspondentes.
Iniciou-se na imprensa ingressando no "Diário Carioca", quando da fundação do referido órgão. Em seguida, passou a integrar os quadros do jornal O Globo, tendo trabalhado ainda no Jornal do Commercio e no "Diário de Notícias" onde, por vários anos, foi responsável pela página dedicada ao cinema.
Na revista Fon-Fon criou a seção de crítica radiofônica PR1-Fon-Fon. Foi correspondente da revista "Radiolândia", editada em Buenos Aires. Visitou todos os países das Américas, enviando reportagens para a revista O Cruzeiro, o jornal O Globo e o tablóide Cine-Rádio Jornal.
Como correspondente nos Estados Unidos, teve oportunidade de entrevistar vários artistas famosos de Hollywood, dentre eles Alice Fay, John Barrymore, Don Ameche, Cesar Romero e Hermes Pan. Teve a sua reportagem publicada na revista Fon-Fon, premiada como o melhor trabalho jornalístico sobre a vida e a morte de Carmen Miranda.
Enviou para o jornal O Globo, em absoluto "furo" jornalístico, a primeira reportagem ilustrada com fotos sobre a famosa "Revolução dos Carabineiros", em Santiago do Chile, em 1937.
Foi Sócio Benemérito da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - por mais de 60 anos. Foi fundador e Diretor da Associação Guanabarina de Imprensa, hoje Associação de Imprensa do Rio de Janeiro.
Foi sócio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.
Foi eleito para ocupar a Cadeira nº. 9 da Academia Brasileira de Jornalismo, que tem por patrono o seu sogro, o teatrólogo Joraci Camargo.
No mês de junho de 1966, credenciado pelo Itamarati, foi membro da Delegação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), que participou do Congresso Internacional de Autores e Compositores, realizado em Praga, na Tchecoeslováquia, promovido pela Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (Sisac), com sede em Paris. Como empresário artístico, foi o responsável pela vinda ao Brasil dos mais famosos e destacados artistas e cantores internacionais, como Carlos Ramirez, Jane Clayton, Esperanza Iris, Paco Sierra, Chucho Martinez, Fernando Borel, Orquestra Santa Paula Serenaders, Boby Clay e muitos outros que, por longo tempo, se apresentaram com sucesso em nossos cassinos, teatros e estações de rádio. Produziu vários shows que foram apresentados no Rio e em São Paulo.
Lançou no Rio de Janeiro o Trio Nagô, integrado por Mário Alves, Epaminondas e pelo compositor Evaldo Gouveia. Como publicitário, iniciou-se como publicitário no Departamento de Publicidade da Urânia Filmes. Dirigiu o Departamento de Publicidade da Herbert Richers Produções Cinematográficas.
Colaborou ainda nos departamentos de publicidade dos jornais Diário Carioca, Diário de Notícias e O Globo, permanecendo neste último até 1967. Dirigiu, por vários anos, a Boate Night and Day, no Rio, onde produziu o show "Alvorada".
Foi também Diretor Artístico do Cassino High-Life e da Companhia de Revistas Freire Júnior, que apresentou no Teatro República a Revista "É Sopa no Mel". Produziu, ainda, vários shows para cassinos, teatros e clubes noturnos.
Em novembro de 1974, foi admitido na "Ordem dos Velhos Jornalistas do Brasil" (atual "Ordem dos Jornalistas do Brasil"), por proposta de Salvador Caruso, onde exerceu os cargos de Diretor Social e Diretor de Relações Públicas, ocupando atualmente o Cargo de Vice-Presidente.
Em junho de 1989, recebeu o diploma de Sócio-Benemérito da Ordem dos Jornalistas do Brasil. Recebeu o título de Sócio Benemérito da Casa dos Artistas, havendo doado ao Retiro dos Artistas uma casa que, por sua sugestão, recebeu o nome de Casa Joracy Camargo, inaugurada com a presença da Primeira-Dama do país, Marly Sarney.
Em 18 de julho de 1995, recebeu do Museu Carmen Miranda o Troféu Miranda, por ser considerado pessoa importante no Universo Miranda e por estar relacionado à trajetória vitoriosa de Carmen Miranda.
Recebeu o título de Benemérito do Estado da Guanabara e a medalha comemorativa da Primeira Legislatura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Dados Artísticos
Foi um dos organizadores do Bando da Lua, ainda nos tempos de estudante. Em 1932, atuou pela primeira vez no exterior, contratado pela Rádio Belgrano, de Buenos Aires.
De 1933 a 1938, o Bando da Lua voltou a atuar várias vezes em rádios, boates e teatros, no Uruguai, no Chile e na Argentina, sendo que, neste último país, apresentou-se em várias cidades.
No Chile, em 1937, contando com a intermediação de nosso Embaixador no país andino, Mauricio Nabuco, o Bando da Lua foi recebido no Palácio de La Moneda pelo Presidente da República, Arturo Alessandro, em recepção que contou com a presença do Corpo Diplomático em Santiago. O Bando da Lua se exibiu com um show típico de Música Popular Brasileira.
Em 1939, por delegação do Departamento de Imprensa e Propaganda, representou nosso país na Feira Internacional de Nova York, exibindo-se todas as noites no Pavilhão do Brasil, como atração.
Ainda com o Bando da Lua, o pioneiro de nossos conjuntos vocais - instrumentais, com Carmen Miranda fez vários filmes nos estúdios da Fox-Filmes em Hollywood.
Atuou na Broadway e nas maiores cidades dos Estados Unidos e no Canadá, até mesmo nas revistas "Streets of Paris" e "Sons of Fun", além de trabalhar nos mais famosos e elegantes night clubs de Nova York e de outras cidades norte-americanas. A revista Streets of Paris estreou na Broadway, em 16 de junho de 1939, constituindo-se no maior êxito do show-business americano em todos os tempos.
Atuou também, pelo Bando da Lua, com as irmãs Carmen e Aurora Miranda em Buenos Aires, onde se apresentou, por duas semanas, em um show realizado no Cine-Teatro Monumental. Na primeira semana encerrava o show dançando com Carmen Miranda e, na segunda, com Aurora Miranda.
Atuou, como ator, na Columbia Broadcasting System e, como colaborador, na National Broadcasting Company, nos Estados Unidos.
Em 1937 foi comissionado pelo Ministro Oswaldo Aranha para estudar o intercâmbio cultural, artístico e radiofônico entre o Brasil e o Chile. Foi recebido, com o Bando da Lua, por diversos presidentes da República. Entre eles o dos Estados Unidos, da Argentina e do Chile. Produziu e dirigiu, com Geraldo Cavalcante, o programa "Cine Síntese", na Rádio Tupi.
Em 1951, fez sua primeira gravação solo registrando na gravadora Star o samba "Mascarada", de Maugéri Neto, Maugéri Sobrinho e Hubaldo Silva.
No mesmo ano, gravou no selo Carnaval a marcha "Maestro borocochô", de J. Piedade e Liz Monteiro e a batucada "Vai querê", de Osvaldo frança e Risadinha.
Em 1952, foi Diretor de Broadcasting da Rádio Jornal do Brasil.
Em 1953, gravou na Copacabana os sambas "Como padeço", de Osvaldo França e Nilo Silva e "Chorando", de Georgino Agrangel. Em seguida, gravou a valsa "Prometi", de Verane e Mauro Pires e o samba "Caiçara", de Amaral Novaes.
Em agosto de 1954, foi nomeado pelo então Presidente Getúlio Vargas para Diretor Geral da Fundação Rádio Mauá, voltando a assumir o cargo em 1964 e por coincidência, nos mesmos dia e mês, nomeado pelo Presidente da República Marechal Castelo Branco.
Em 1956, gravou na RGE o fox-trot "O banjo voltou", versão de Júlio Nagib e o "Xote resfriado", de Edson Borges. Ingressou na televisão, em 1959, produzindo e dirigindo para a TV RIO, Canal 13, o programa Tevelândia Garson.
Em 1965, recebeu a Medalha do Quarto Centenário do Rio de Janeiro, tendo sido considerado o melhor diretor de rádio do ano.
Em 1970, recebeu também pelos serviços prestados ao rádio e TV o troféu Os Melhores de Sempre, concedido pelos Governos dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, numa festa realizada no Estádio Caio Martins, em Niterói. Descobriu e lançou vários talentos no rádio, na televisão e no cinema.
Foi um dos primeiros colaboradores da Atlântica Cinematográfica. Colaborou em diversas produções do cinema nacional e foi diretor de produção de vários filmes estrangeiros, havendo atuado nos cinemas mexicano e argentino. Fez parte dos júris de inúmeros festivais de cinema e do concurso Rainha do Carnaval, em 1980.
Atuou como único ator brasileiro numa produção japonesa, rodada no Rio de Janeiro por uma equipe de técnicos e artistas vindos especialmente do Japão. Por ser o cineasta mais antigo presente ao festival e ainda pela colaboração prestada ao cinema brasileiro, foi agraciado com o troféu Dedo de Deus pela segunda vez.
Em 1972, iniciou-se como produtor cinematográfico, ao lado do diretor Victor Lima, com quem constituiu a empresa Victor-Eboli Produções Cinematográficas Ltda., tendo realizado filmes de longa-metragem, o primeiro dos quais, "Ali Babá e os 40 Ladrões", estrelado pela dupla de cômicos Renato Aragão e Dedé Santana, além de "Costinha, o Libertino", "Ladrão de Bagdá" e "O magnífico", este último em co-produção com a Embrafilme e direção de Victor Lima. Realizou, também como produtor, vários documentários para o Governo.
Atuou no teatro. Convidado pela então Primeira-Dama do país, Darcy Vargas, viveu o principal personagem da peça de José Wanderley, "Compra-se um Marido" (estreada por Procópio Ferreira, no Teatro Serrador), numa noite de gala, beneficente, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Ainda no Teatro Municipal, atuou em vários espetáculos como ator e como integrante do Bando da Lua, sob a direção do diretor e ator Olavo de Barros, entre eles, "Juju e Balangandans" e "Parada das Maravilhas", promovidos por iniciativa de senhoras da alta sociedade, sempre com fins filantrópicos, espetáculos esses que, à época, se tornaram famosos.
O Bando da Lua, na verdade, era sempre convidado para participar desses espetáculos. Pertenceu ao elenco do Teatro do Estudante do Brasil, representando no Rio, em Minas Gerais e em São Paulo, ao lado de astros consagrados, como Mário Brasini, Graça Melo, Paulo Fortes, Milton Carneiro, Wanda Lacerda, Alberto Peres e outros.
FONTE
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