sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cássio Tucunduva


Cássio Tucunduva, fundador da lendária banda Os Lobos, é um dos guitarristas mais respeitados de Niterói. Seu extenso currículo é pontuado por importantes participações em festivais de música, sucessos radiofônicos e participações em discos de artistas consagrados da MPB.

Cantor, violonista e compositor, Cássio Teixeira Tucunduva Filho nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de julho de 1950. Sua carreira musical se iniciou na década de 60 com a criação do grupo "Os Lobos", banda pop que atingiu repercussão nacional.


(Dalto, ele mesmo, autor de sucessos, reencontra o pessoal dos Lobos, grupo no qual começou a carreira em Niterói, e grava esse maiúsculo pop blues de Cássio Tucunduva e Tibério Gaspar... A conhecida fábula de Esopo 'A Cigarra e a Formiga' é o mote para uma resposta curta, simples e elegante dos ótimos compositores aos que até hoje, em pleno terceiro milênio, ainda acham que os músicos são uns desocupados.)

Em seu currículo constam cursos de violão com os professores Ademar Nunes e Roberto Nunes, de 1962 a 1964. Fez curso de Teoria com o maestro Fonseca em 1966. No curso Santa Cecília estudou Harmonia, 1973. Fez workshops de guitarra com Joe Pass, 1982 e Pat Metmen, 1985.

Cássio cursou a Faculdade de Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense - UFF, concluído em 1976. Fez também, até o 5º período, Licenciatura em Música pela UNIRIO, de 1977 a 1979.

Participou do VII Festival Internacional da Canção em 1972, com "Os Lobos", bem como do Festival Globo / Shell em 1980, como autor de "No colo Del Rey" defendida pelo grupo Roupa Nova.



O amor ao blues e ao rock´n´roll foi o que motivou o jovem Cássio a se aventurar pelos caminhos da música. Com a banda Os Lobos, que inicialmente contava com José Antônio na guitarra base, Roberto Gomes no baixo e Luis Sérgio na bateria, a carreira começava a tomar forma. Cássio conta como foi o início de tudo; "Foi nos anos 60, com a onda dos Beatles e a gente montou aqui em Niterói uma banda com esse nome, Os Lobos. Nós formávamos um quarteto, calcado nos moldes dos Beatles, com duas guitarras, baixo e bateria, tocando, obviamente, Rock'n'roll", lembra.

'O rei morreu? Então viva o rei'. O conhecido mote anarquista é o foco dessa linda e desafiadora canção de Cássio Tucunduva (também seu intérprete nesta gravação) e João Luiz Magalhães, escolhida pela gravadora EMI-Odeon para lançar o grupo Roupa Nova durante MPB Shell, festival de música popular brasileira da Rede Globo, que foi para o ar em plena ditadura militar.

Imagine o risco que, naqueles 'anos de chumbo', uma obra libertária assim poderia representar para ela e seus autores, num evento em que censores e outros representantes da repressão controlavam, nos bastidores, o que iria ou não ser levado a público. Por ser considerada transgressora, a música foi apresentada uma só vez (soube-se depois que por descuido da produção), mas não ficou sequer entre as finalistas. Uma evidente injustiça, tanto para os que estavam ali quanto para os que assistiam pela tv.

Entre os participantes compositores, intérpretes e músicos 'adversários', os elogios à composição também chegavam à quase unanimidade. Jorge Amado, socialista anarquista assumido como sua mulher, a escritora Zélia Gattai (autora de 'Anarquistas, Graças a Deus' ), comentarista convidado do festival, do alto de sua independência, considerou 'No Colo d'El Rey' a melhor música que viu e ouviu entre as que se apresentaram. Mas isso nada significou para que os canais fossem desobstruídos. 'No Colo d'El Rey' tocou durante algum tempo em algumas poucas emissoras de que buscavam uma tímida brecha para mostrar seu desagrado com o regime. E só.

A Bucaneira se orgulha de iluminar para você, com nossa pequena lanterna, uma composição como essa, indevidamente esquecida num dos becos sombrios de um período tenebroso na história do país, quando artistas engajados politicamente, para não serem presos, torturados ou coisa pior, tinham que se manifestar nas entrelinhas.

Em tempo: diferente do que a maioria possa pensar, Anarquismo, no sentido semântico da palavra, não significa desordem, caos, confusão, desrespeito, bagunça generalizada. Nem propõe a destruição do que existe. Apenas preconiza a ausência de um governo formal, sem decisões hierárquicas, substituindo o Estado pela cooperação, defendendo que qualquer governo é desnecessário, violento e nocivo, tendo em vista que a população, voluntariamente, pode se organizar e sobreviver em paz e harmonia. De acordo com os principais pensadores anarquistas, são os órgãos governamentais que inibem esta tendência humana. Eles fundamentam-se na convicção de que todas as formas de governo interferem injustamente nas liberdades individuais.

Utópico, sonhador, contraditório? Pode ser. Mas trata-se de uma antiga e transformadora proposta, com origem na Europa, que encontra, por todo o planeta, simpatizantes que almejam numa estrutura social que não exerça qualquer tipo de coação sobre a pessoa humana.

Arranjos: Cássio Tucunduva e Wilson Nunes; Órgão: Wilson Nunes; Violino: Lô Petrus; Flauta em C: Jairo Lara; Flauta em C: Franklin; Baixo: Jacaré; Bateria Désio Miranda; Percussão: Marcelino; Vocal: Cristina Tucunduva e Loalva.

Efêmero - Cássio Tucunduva

 (Nem crítica, nem exaltação. 'Efêmero', de Cássio Tucunduva e João Luiz Magalhães, trata das relações cada vez mais passageiras, vazias de compromisso e cheias de tesão e teor etílico. Inspirada num brilhante mote musical do inesquecível guitarrista americano Stevie Ray Vaughan (homenageado com fotos no clip), de morte precoce por acidente de helicóptero.)
 
 
('Camboinhas', de Cássio Tucunduva e João Luiz Magalhães, tem como pano de fundo a degradação do meio-ambiente e, por consequência, da vida humana, provocadas pela ganância via especulação imobiliária. Camboinhas, praia belíssima da Região Oceânica de Niterói, é exemplo típico de como não se planejar o futuro por uma visão estreita, com o foco no privilégio de poucos em detrimento dos interesses da coletividade. )
 
Cássio Tucunduva aarticipou também da trilha sonora do filme A Noite do Espantalho.

Entre suas experiências como músico de estúdio, Cássio marcou presença em discos de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Emilio Santiago, Zizi Possi e Chico Buarque entre outros. Suas parcerias incluem músicos como Biafra, Dalto, Tibério Gaspar, Raimundo Sodré, Ney Lopes, Claudio Rabelo e vários outros.

Cássio esteve na obra "Molhado de Suor", de Alceu Valença, tocando guitarra, baixo e viola. Em o Dalto ao vivo tocou violão.

Na obra "Cristina Tucunduva", de sua irmã, tocou guitarra e compôs algumas das músicas.

Tocou violão solo na trilha "O velho e o rio", na obra de Ricardo Mansur.

Tocou violão, cavaquinho e banjo, bem como participou como harmonizador na obra "Ruthnaldo".

Tocou violão e guitarra na obra "Gosto de Sol".

Tocou violão e guitarra na obra "Tô de olho em você", de Gilberto Correia.

Participou de grupos como "Os Lobos" (1965), com Dalto, Cristina Tucunduva, Antonio Quintella, Fábio Motta e Roberto Gomes; "The Brazilian Bitles", 1977, com Jujuca Borba, Sergio Merval, Dé e Paulinho "Ovelha" Soares; "Krya", 1988, com Kika Lott, Antonio Quintella e Ednei. Cássio fez inúmeros shows em Niterói, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte.

Em 2000, participou do disco "Moringando & roçando', de Dom Gravata, no qual tocou guitarra na faixa "Marginal" e violão na música "Voltar pra Paraíba", ambas de autoria de Dom Gravata.

O selo Niterói Discos, criado em 1991 na gestão do prefeito Jorge Roberto Silveira na Secretaria de Cultura e da Fundação de Arte de Niterói, lançou 104 discos revelando nomes como Arthur Maia, Bia Bedran, Beth Bruno, Marcelo Martins, Paulinho Guitarra, Tião Neto, Júlio São Paio e Cássio Tucunduva.

No ano de 2001, pelo selo Niterói Discos lançou o CD "Filho". Nesse disco, contou a participação especial do baterista Cláudio Infante na faixa "Rio das Ostras" e ainda de Florindo Medeiros no trombone na música "Ondas moduladas", ambas de sua autoria.

Ondas Moduladas (Summer in Ipanema) - Cássio Tucunduva

Em março de 2003 esteve no Canadá fazendo shows de música brasileira. Seu mais novo projeto chama-se Canto sobre tudo, um CD de sambas. E para quem pensa que esse é um terreno desconhecido para o roqueiro Cássio, a classificação na semi-final do Festival Fábrica do Samba, com uma composição em parceria com Nei Lopes, fala por si. O samba também está entre os talentos do músico. "Eu estou na iminência de lançar esse disco chamado Canto Sobre Tudo, que é um disco só de sambas de minha autoria e alguns em parceria com Biafra, com João Luís Magalhães, também com o Ney Lopes (uma música do festival, Erva Daninha), com Luis Antônio a música título Canto Sobre Tudo que também fez parte desse festival "Fábrica do Samba", adianta o músico que não para de fazer planos e música.

Identificado inicialmente com a cena nacional do pop-rock, na qual surgiu nos anos 60 com o conjunto Os Lobos - que teve ainda entre seus integrantes o médico e "pop star" Dalto -, o cantor, compositor e guitarrista niteroiense Cássio Tucunduva, primo de Franklin da Flauta, tem mostrado, especialmente nos últimos anos, que a nossa tradição musical o sensibiliza e que ele também tem a sua pegada nessa praia, fazendo boas composições.

Araguaia (Byafra) - Composição: Byafra e Cassio Tucunduva
 (Música Araguaia de Byafra, faz parte do CD Segundas Intenções - 2002)

Autor de uma bossa envolvente em louvor da paisagem ipanemense no verão, "Ondas Moduladas", em parceria com o constante João Luiz Magalhães, Cássio lançou, em 2004, um CD independente em que a tônica é o samba, "Canto Sobretudo", logo após destacada participação no festival Fábrica do Samba, em que chegou à semifinal.

Agora, revela fôlego criativo em "O Avião do Sarkozy", composta com a mulher, Rita, e também com João Luiz, uma marchinha prestes a decolar ao céu da boca dos foliões neste quinto Festival Nacional da Fundição Progresso no gênero, cuja final, com "flashes" de cobertura do "Fantástico", na TV Globo, ocorrerá no próximo 7 de fevereiro.


A marchinha de Cássio é uma das dez finalistas deste ano no festival, cuja produção recebeu mais de 1.000 inscrições. Com a malícia e a irreverência que lhes são peculiares - apanágio do carnaval -, tais músicas já fazem parte de um CD lançado em janeiro/2010 - no bar Parada da Lapa (Rua dos Arcos, s/n), pela Banda Fundição, formada por músicos comandados pelo saxofonista e flautista Marcelo Bernardes, além das vozes de Alfredo Del-Penho, Pedro Paulo Malta, Clarice Magalhães e Lali Maia.


Os concorrentes disputam o Prêmio João Roberto Kelly, o homenageado deste ano. O compositor de "Colombina Iê-Iê-Iê" ("Colombina, aonde vai você?/eu vou dançar o iê-iê-iê...") - feita em parceria com David Nasser e lançada pelo cunhado deste, Roberto Audi, com grande sucesso na folia de 1967 -, naturalmente, estará presente e terá ainda outras marchinhas de sua lavra, de ampla repercussão, lembradas, como atração extra da noite, pelo cantor Marcos Sacramento ("flyer" acima). Show final a cargo do Rio Maracatu.

Me ganha - Cássio Tucunduva e Denise Pinaud

(Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta. Este samba de Cássio Tucunduva, João Luiz Magalhães e Piry Reis é dedicado aos que não são correspondidos pelos que amam e não se conformam com isso. Àqueles oferecidos e quase ridículos, de tão gamados que estão. Aos desinteressantes e chatos, que só conseguem conquistar pela insistência. Aos que vivem situações mal resolvidas que só terão desfeixo feliz se as oportunidades lhes forem dadas. 'Me Ganha' sugere aos loucamente, desesperadamente, alucinadamente apaixonados que não desistam de correr atrás do seu grande amor.)

Em junho/2011, a cantora e compositora, Cristina Tucunduva, participou com o irmão, o cantor, compositor e instrumentista Cássio Tucunduva, do "O Projeto Convida" (todas às 5ªs feiras), no Restaurante Velho Armazem em São Francisco, a partir das 21h.

"Cássio Tucunduva convida"

No projeto, Cássio apresenta músicas de seus cds "No Colo Del Rey", "Filho" e "Canto Sobretudo', suas parcerias com Dalto, Biafra, Nei Lopes, Tibério Gaspar e João Luiz Magalhães, canções de artistas com quem trabalhou em discos e shows como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Sérgio Ricardo e Tim Maia, além de sucessos de Ray Charles, Frank Sinatra, Beatles, Eric Clapton, Tom Jobim, Chico Buarque, Noel Rosa, Pixinguinha entre outros.


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