Albert Pavão Neto nasceu em São Paulo/SP, no dia 02 de julho de 1942. Um dos pioneiros do rock brasileiro, se início o paulista Albert, depois Albert Pavão. Albert é irmão da cantora Meire Pavão (Antonia Maria Pavão) e filho do maestro Teotônio Pavão. Um dos pioneiros do rock nacional, iniciou sua carreira no inicio dos anos 60.
Em 1962 gravou seu primeiro 78rpm pela gravadora Mocambo com as músicas "Tu e Eu" (You and I)/'Move It', as duas músicas de Ian Samwell com o acompanhamento da banda "The Hits", a novidade é que até então o acompanhamento era feito por músicos e orquestras de estúdio, e não com a participação de grupos musicais jovens.
Em 1963 com arranjos de Rogério Duprat, grava a clássica versão de 'Vigésimo Andar' (Twenty Flyght Rock, de Eddie Cochran), obtendo bastante sucesso, e no lado B "Sobre Um Rio Tão Calmo" (Up a Lazy River) de Arondim e Carmichael, a música fez grande sucesso nas rádios paulistanas.
Albert Pavão apareceu em reportagem da 'Radio TV Actualidad', revista uruguaia, que publicou a letra de 'Vigésimo andar' em português e a versão em espanhol, que foi gravada por Orlando Alvarado.
Depoimento de Albert Pavão: Em fevereiro de 1964, fui à Montevideo, Uruguay, participar do I Festival Sudamericano de la Cancion que se realizou em Parque del Plata, no caminho de Punta del Este. Inscreví minha música "Meu broto só pensa em estudar" [Mi novia solo quiere estudiar] e participei do Festival ao lado do ídolo argentino Palito Ortega e outros. O recorte do jornal uruguaio "El País" mostra um anúncio do Festival. Eu sou o primeiro à direita. Entre os participantes uruguaios está Tony Angeli, que depois veio ao Brasil cantar no Jovem Guarda, e o conjunto Los Blue Kings que estava mudando de nome para Los Iracundos.
Los Iracundos me acompanharam em "Mi novia solo quiere estudiar" na final do Festival. Na primeira fase, quem me acompanhou foi o conjunto de Panchito Nolé, mas eu não gostei muito do arranjo que eles fizeram.
Los Iracundos eram conhecidos naquela época como Blue Kings e gravavam numa pequena gravadora de Montevideo. Quando tocaram no Festival, já tinham sido contratados pela RCA Victor, que era a maior gravadora da Argentina, responsável pelo Club del Clan, o correspondente da futura Jovem Guarda daqui. Eu fiz muita amizade com o guitarrista de solo dos Iracundos, acho que seu nome era Leonardo Franco. Foi ele que me apresentou o disco do Trini Lopez, que no Brasil, no início de 64 era desconhecido. Quando falei prá ele que The Jet Blacks eram brasileiros ele não acreditou. Achava que eram americanos, pois tinham um som muito "redondo".
As duas músicas premiadas com medalha de ouro no Festival em Parque del Plata, foram 'Que suerte', defendida por Palito Ortega, seu autor em parcerreia com Dino Ramos, e "Minha Oração", de autoria de Theotônio Pavão, com o Conjunto Alvorada, que foi gravada na Argentina por alguns cantores como "Mi Oración".
'Que suerte' foi gravada em seguida por Violeta Rivas, e tornou-se seu maior sucesso. Violeta atuou no festival mas ganhou medalha de prata. Outras medalhas de prata: Chico Novarro com "El camaleon", Nicky Jones com "El watusi", eu com "Mi novia solo quiere estudiar" e outros. Palito cantou "Despeinada" no Festival, mas não concorreu.
"El Camaleon", de Chico Novarro é uma espécie de marchinha e foi gravada na VS, pelo Conjunto Alvorada, numa versão de Theotônio Pavão, com arranjo do Rogério Duprat.
Além de gravar, Albert Pavão apresentou-se por todo o Brasil, promovendo o rock and roll e afirmando-se como um dos roqueiros mais radicais de sua geração.
Albert Pavão lançou no final dos anos oitenta o livro 'Rock Brasileiro, 1955-65', resgatando a história da época, com informações e discografias, Parte das músicas que se encontra na discografia apresentada no livro está na série postada na sequência. Assim, ao recuperar parte das primeiras gravações do rock nacional, nada como conhecer um pouco mais sobre o período em que foram gravadas por quem viveu a época e conviveu com parte dos personagens presentes neste livro: o próprio Albert Pavão.
No prefácio, ele explica: “Este livro focaliza a música jovem feita no Brasil no período 1955/65 e está dividido em 3 partes: trajetória, personagens e discografia do rock brasileiro. Inicialmente é abordado o surgimento do rock and roll nos Estados Unidos, no começo dos anos 50, sua chegada ao Brasil, os primeiros roqueiros brasileiros, até se chegar ao ano de 1965, quando o programa de TV Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, consagra o rock patrício como campeão de popularidade. Em seguida, são apresentados os principais protagonistas da história do rock tupiniquim, dos pioneiros até a turma do “lê-iê-iê”. Finalmente, uma discografia bastante abrangente, que foi elaborada com a participação dos principais colecionadores de discos de rock do Rio de Janeiro e que registra cerca de 400 intérpretes que gravaram rock, correspondendo a mais de 5.000 gravações”. Na sequência, Pavão informa que o principal objetivo do livro é o de resgatar fatos e nomes dessa fase pouco estudada pelos críticos musicais e historiadores de rock. Leitura obrigatória para todos.(fonte)
Este livro focaliza a música jovem feita no Brasil no período 1955/65 e está dividido em 3 partes: trajetória, personagens e discografia do rock brasileiro. Inicialmente é abordado o surgimento do rock and roll nos Estados Unidos, no começo dos anos 50, sua chegada ao Brasil, os primeiros roqueiros brasileiros, até se chegar ao ano de 1965 quando o programa de TV Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, consagra o rock patrício como campeão de popularidade.
Em seguida, são apresentados os principais protagonistas da história do rock tupiniquim, dos pioneiros até a turma do “lê, iê, iê”. Finalmente, uma discografia bastante abrangente, que foi elaborada com a participação dos principais colecionadores de discos de rock do Rio de Janeiro e que registra cerca de 400 intérpretes que gravaram rock, correspondendo a mais de 5.000 gravações.
O principal objetivo deste trabalho é o de resgatar fatos e nomes desse período pouco estudado pelos críticos musicais e historiadores de rock, mas que foi sumamente importante por gerar o movimento Jovem Guarda e, em conseqüência, colaborar para a mudança que se verificou na música popular brasileira, através da adoção de instrumentos elétricos e eletrônicos -anteriormente predominantes nos grupos de rock - e da disseminação de um estilo mais pop, calcado especialmente em baladas.
Existem diversas opiniões sobre a real significância do rock feito no Brasil nesses anos. Alguns dizem que apenas copiava-se o que era feito no exterior. Outros, que houve mérito de se criar um “iê iê iê” nacional. Os dois lados não deixam de ter alguma razão, mas apesar das críticas recebidas ao longo do tempo, o rock “made in Brazi!” não deixou de dar sua contribuição em vários aspectos. A evolução ocorrida na indústria de instrumentos musicais (guitarras, baixo elétrico, etc.) e amplificadores, no começo dos anos 60, teve muito a ver com a crescente expansão da música da juventude.
Embora não se disponha de estatísticas de venda de discos para esse período, é de se supor que a influência do rock brasileiro nesse mercado foi positiva. Por outro lado, não se deve esquecer das novas opções de lazer e hobby que foram propiciadas aos jovens, através da formação de conjuntinhos de rock, o que aconteceu em todos os cantos das grandes cidades.
Para finalizar, cabe ressaltar que a principal fonte utilizada para escrever este livro foi o acervo do projeto “Memória do Rock Brasileiro”, existente no Museu da Imagem e do Som de São Pauto (MIS-SP). que foi coordenado por mim, nos anos de 1984 e 85, e que se constitui num conjunto de depoimentos gravados com mais de 50 figuras ligadas ao rock dos anos 50 e 60. Busquei ainda o auxílio de publicações especializadas, sem falar, certamente, da minha própria experiência pessoal, vivenciada a partir de 1960 nos programas de rádio e TV de São Paulo, como cantor e compositor.
A intenção que norteou este trabalho foi a de destacar aspectos significativos de um determinado momento da música jovem brasileira, procurando tanto quanto possível todas as fontes disponíveis para tal. Creio que este foi o mesmo caminho seguido pelos companheiros colecionadores, no que diz respeito à discografia.
Espero que as informações aqui apresentadas possam vir a ser de utilidade para pesquisadores e estudiosos da música popular brasileira. (fonte).
Em 1998, sua obra foi reunida no cd 'Antologia do Rock e da Jovem Guarda', organizado por ele, e lançado pelo selo paulista Bruno Discos.
ALBERT PAVÃO - Menina não entra no Clube do Bolinha
Albert Pavão mora no Rio de Janeiro e faz palestras pelo Brasil a respeito de músicas, inclusive infantil.
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