Antônio André de Sá Filho, conhecido como André Filho (Rio de Janeiro, 21 de março de 1906 — Rio de Janeiro, 2 de julho de 1974) foi ator, violinista, bandolinista, banjoísta, violonista, pianista, compositor e cantor brasileiro.
Foi autor de diversas canções conhecidas, como:
1930 - Mamãezinha está dormindo
1930 - Eu quero casar com você
1930 - O meu amor tem
1930 - Quando a noite desce (com Roberto Borges)
1932 - Mulato de qualidade
1932 - Bamboleô
1933 - Alô... Alô?
1933 - Filosofia (com Noel Rosa)
1934 - Cidade Maravilhosa (uma das canções mais tocadas do carnaval carioca em todos os tempos)
1935 - S.O.S.
1937 - Baiana do tabuleiro
1937 - Primavera da vida (com Almanyr Grego)
1941 - Cinzas no coração
Compositor, arranjador, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista e cantor. Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos (violão, violino, piano, bandolim), dedicando-se, então, à música popular. Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói/RJ, onde foi colega de Almirante.
Na década de 40, esteve internado com problemas psíquicos, que acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística. É autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha Cidade Maravilhosa que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Esse adjetivo para a cidade do Rio de Janeiro foi dado pelo escritor maranhense Coelho Neto como uma homenagem às suas belezas naturais.
É figura histórica do Rio de Janeiro, já que é o autor de Cidade Maravilhosa, hino oficial da cidade, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba Filosofia. É reconhecido como o autor da marchinha mais famosa dos cariocas, já que esta faz parte da tradição dos bailes carnavalescos. Quando os foliões escutam os primeiros acordes de sua introdução, é porque o baile está chegando ao fim. Começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de "jingles", locutor de várias emissoras como a Tupi, Mayrink Veiga, Phillips e Guanabara.
1929
Sua primeira composição a ser gravada foi Velho solar pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Morais (o tio de Vinícius). No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba Dou tudo.
1930
Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba O meu amor e a marcha Eu quero casar com você. No mesmo ano, Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba Nem queiras saber, em parceria com Telácio da Silva.
1931
Carmen Miranda gravou os sambas Bamboleô e Quero só você, Jaime Vogeler a canção Meu benzinho foi-se embora e Francisco Alves a valsa Manoelina. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas Estou mal, parceria com Heitor dos Prazeres e Mangueira, de Saul de Carvalho. Também no mesmo ano, lançou com J. B. de Carvalho, a macumba Anduê, anduá, de Maximiniano F. da Costa e o samba É minha sina, de sua autoria.
1932
Teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes, Carmen Miranda registrou os sambas Mulato de qualidade, Quando me lembro e Por causa de você; Sílvio Caldas o samba Jurei me vingar, parceria com Valfrido Silva e o Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba Como eu te amei.
1933
Gravou os sambas Vou navegar e Nosso amor vai morrendo e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas Fala meu bem e Lua amiga e por Elisa Coelho os sambas O samba é a saudade e A lua vem surgindo. Em agosto/1933, Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar Filosofia, pela Columbia.
MÁRIO REIS - FILOSOFIA
de André Filho e Noel Rosa
O mundo me condena,
E ninguém tem pena,
Falando sempre mal do meu nome,
Deixando de saber,
Seu eu vou morrer de sede,
Ou se vou morrer de fome.
Mas a filosofia,
Hoje me auxilia,
A viver indiferente assim,
Nesta prontidão sem fim,
Vou fingindo que sou rico,
Pra ninguém zombar de mim.
Não me incomodo,
Que você me diga,
Que a sociedade é minha inimiga,
Pois cantando neste mundo,
Vivo escravo do meu samba,
Muito embora vagabundo.
Quanto a você,
Da aristocracia,
Que tem dinheiro,
Mas não compra alegria,
Há de viver eternamente,
Sendo escrava dessa gente,
Que cultiva a hipocrisia....
1934
Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba Alô...alô..., um grande sucesso no carnaval daquele ano.
Alô... Alô? - Mario Reis e Carmen Miranda (Carnaval de 1934)
Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha Cidade Maravilhosa, em dupla formada com a então "novata" Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais.
O lançamento de Cidade Maravilhosa, se deu no entanto, sem grande sucesso na "Festa da mocidade", em outubro daquele ano. A marchinha foi inscrita, no ano seguinte, no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação.
1935
Gravou de sua autoria e Valfrido Silva a marcha Guarda um lugarzinho para mim e o samba Jura outra vez, de Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha Ciganinha do meu coração e o samba O que você me fez.
1936
Lançou as marchas Teu cabelo vou pintar e Cadê a minha colombina, de sua autoria. No mesmo ano, Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba Quero ver você sambar e a marcha Bacharéis do amor e Carmen Miranda a marcha Beijo bamba e o samba Pelo amor daquela ingrata.
1937
Teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, Se a moda pega... e Quero ver você chorando.
1938
Aurora Miranda gravou a marcha Na sua casa tem..., parceria com Heitor dos Prazeres e o samba Chorei por teu amor.
1939
Lançou a marcha Linda Rosa e o samba Quem mandou?.
1941
Gravou a marcha Carnaval na China, de sua parceria com Durval Melo e o samba Estrela do nosso amor, de sua autoria. No mesmo ano, Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa Cinzas no coração, obtendo grande sucesso e a canção Cancioneiro do amor.
1960
Um decreto oficializou Cidade Maravilhosa como hino da cidade. No final da década de 60 gravou histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.
Devido a uma crise no sistema nervoso, passou mais de vinte anos internado no Hospital da Ordem do Carmo, afastando-se completa e prematuramente da vida artística, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com que seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha Cidade Maravilhosa.
FONTE
WIKIPÉDIA
Collector's
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