domingo, 20 de novembro de 2011

Marlui Miranda


Marlui Nóbrega Miranda (Fortaleza, 12 de outubro de 1949) é uma compositora, cantora e pesquisadora da cultura indígena brasileira. Irmã da jornalista e escritora premiada Ana Maria Miranda. Casada com o fotógrafo Marcos Santili.

A família de Marlui Miranda sempre teve com a música uma relação de prazer. Sua mãe, sem nunca ter estudado ou mesmo tocado violão, foi quem afinou pela primeira vez o instrumento que Marlui havia ganho. Nesta época a família ainda morava em Fortaleza, onde Marlui nasceu em 1949. Quando tinha 5 anos, mudaram-se para o Rio de Janeiro, a partir de onde o pai, engenheiro, resolveu encarar o desafio de ajudar a construir Brasília. Era 1959.

Em 1959, mudou-se para Brasília. Na Capital Federal, Marlui começou a estudar violão no ginásio, em meio à efervescência cultural. Já na faculdade de Arquitetura, ela começou a freqüentar as reuniões que traziam à Brasília nomes como Jacob do Bandolim e Victor Assis Brasil. Graduou-se em Arquitetura pela Universidade de Brasília e em Regência na Faculdade Santa Marcelina.

Sodade, meu bem, sodade (Zé do Norte)


A música instrumental despertou em Marlui o gosto pela composição. O canto ficou escondido pela timidez. Apesar disso, em 68 ela ganhou o 1º prêmio como intérprete e compositora no Festival Estudantil da Universidade de Brasília. Marlui deixou a universidade e foi para o Rio disposta a viver de música.

No ano de 1971 voltou a morar no Rio de Janeiro. Estudou também no Conservatório Villa-Lobos. Começou a cantar com Egberto Gismonti e através dele conheceu Taiguara, com quem viajou por todo Brasil fazendo shows como guitarrista do grupo que o acompanhava.

A partir de 1974 trabalhou com pesquisa de tradições musicais dos povos da Amazônia.

Em meados da década de 70, Marlui começou a estudar violão clássico com Turíbio Santos, Oscar Cárceres, Jodacil Damaceno, João Pedro Borges e Paulo Bellinati. Tocou com Egberto Gismonti, Taiguara e Milton Nascimento. Passou a cantar e tocar violão com Jards Macalé e teve uma música sua, "Airecillos", gravada por Ney Matogrosso no LP " Bandido".


Marlui também organizou, junto com o poeta Xico Chaves, o projeto "Circuito Aberto de MPB", realizado no Teatro Gil Vicente, Rio de Janeiro, e reunia novos artistas que tentavam vencer aqueles tempos difíceis de sufoco e censura dos anos 70.

Depois de muitos shows como este, surgiu uma grande oportunidade: Marlui foi convidada pelo amigo Egberto a participar de seu grupo Academia de Danças. Foram mais de dois anos de excursões pelo Brasil, em apresentações onde Marlui cantava e tocava violão, percussão e cavaquinho.

Em 78 fez a sua primeira viagem a Rondônia e, em 79, lançou pela gravadora Continental seu primeiro LP, "Olho D'água". Gravado e mixado em apenas uma semana, o LP foi saudado com grande entusiasmo pela crítica. O ano seguinte foi uma maratona de shows pelo Brasil e um desejo de se aprofundar no conhecimento da música indígena , uma necessidade de pesquisa e reflexão.

Mata - Coral São Manuel

1980 - MARLUI MIRANDA. Álbum “Mata” Finalista do FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR - É HORA DE CANTAR 1979. MATA (Marlui Miranda/Marcos Santilli). ESTRELA DO INDAIÁ (Marlui Miranda/Xico Chaves). Continental S 7” nº 1.01.101.339.

Em 81, em companhia de seu companheiro, o fotógrafo Marcos Santilli, Marlui partiu para uma viagem de seis meses pelo rio Guaporé, Mamoré, Pacas Novas e tantos outros, todos em Rondônia, numa cuidadosa pesquisa e documentação de hábitos e músicas de índios e seringueiros, estabelecendo uma relação de objetividade com a natureza do lugar. Observando a relação do homem com aquele meio, Marlui aprendeu na prática a relacionar os fenômenos locais como parte de um todo e passou também a sentir necessidade de preservar o repertório musical daquele povo.

De volta a São Paulo, onde já vivia desde 78, Marlui preparou, gravou e finalmente lançou em 83 o segundo LP "Revivência". Já em esquema independente, contando com sua própria produtora, "Memória Discos e Edições", "Revivência" foi o primeiro resultado deste contato de Marlui com um Brasil geralmente esquecido e entregue à própria sorte.

O segundo resultado das andanças de Marlui e Marcos Santilli foi a produção do LP "Paiter Merewá", com músicas feitas e cantadas pelos índios Suruís, de Rondônia. Esse Lp foi lançado em 85 e antes disso Marlui esteve envolvida na composição das trilhas sonoras dos filmes "Jarí" de Jorge Bodanszki e "Povo da Lua, Povo de Sangue", de Cláudio Andujar.

No final de 85 Marlui entrou em estúdio para gravar "Rio Acima", LP que traz canções que nos remetem mais uma vez a um vasto e desconhecido país chamado Brasil.

Marlui ganhou uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation para continuar a desenvolver seu projeto de recriação da música indígena da Amazônia Brasileira. Antes de ser um compromisso de trabalho, trata-se da certeza de um prolongamento de prazer e alegria. Afinal, o único compromisso da música de Marlui Miranda é com a qualidade.

Em 1998 participou do disco "O Sol de Oslo" com Gilberto Gil, Bugge Wesseltoft, Trilok Gurtu, Rodolfo Stroeter e Toninho Ferragutti.

Acorda Maria Bonita

Discografia

2 Ihu Kewere: Rezar (1997)
Ihu - Todos Os Sons (1996)
Rio Acima (1986)
Revivência (1983)
Olho D'água (1979)

Calypso

FONTE

WIKIPÉDIA

MPB NET

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