quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Wilma Bentivegna


Wilma Bentivegna (São Paulo, 17 de julho de 1929) é uma cantora, apresentadora e atriz brasileira. Começou sua carreira aos nove anos no programa "Clube do Papai Noel". Foi a primeira cantora a se apresentar na extinta TV Tupi. Sua especialidade eram versões de músicas estrangeiras de sucesso na época. Tornou-se nacionalmente conhecida ao gravar Hino ao amor, em 1959.

Ganhou muitos prêmios, entre eles o de atriz revelação. Participou de algumas telenovelas e do filme Custa Pouco a Felicidade, de Geraldo Vietri (1952). Atualmente afastada dos palcos, reside na cidade de Suzano, estado de São Paulo. Embora de popularidade discreta, foi um nome significativo na radiofonia paulista.

Em 1954, foi contratada pela gravadora Sinter e gravou com acompanhamento de Zezinho e sua orquestra TV, a guaracha "Me "vo" a morir", de F. Cabrera, e com acompanhamento de Luis Arruda Paes e sua orquestra o samba-canção "Chove", de Geraldo Vietri, mais tarde célebre novelista de Tve roteirista de filmes.

Em 1955, foi contratada pela Rádio Nacional de São Paulo e pela TV Paulista. Em 1956, assinou contrato com a Odeon e gravou com acompanhamento de Luiz Arruda Paes e sua orquestra o fox "Rififi", de Gerard e Rue, com versão de Haroldo Barbosa, o bolero "Ama-me amor", de Panzeri e Mascheroni, com versão de Valdir Cardoso.

Em 1957, gravou com acompanhamento da orquestra de Luis Arruda Paes, as canções "Pollyana", de N. Schultze e B. Balzo, e "Marcelino, pão e vinho", da trilha sonora de filme homônimo, composição de P. Sorozobal e P. Sorozobal Jr, versões de Ribeiro Filho, que obtiveram boa repercussão nacional.

WILMA BENTIVEGNA - MARCELINO PAN Y VINO


Gravou em 1959, com acompanhamento de Waldomiro Lemke e sua orquestra, a clássica canção francesa "Hino ao amor", de Edith Piaf e Monnot, com versão de Odair Marzano, além do samba "Só tristeza", de Paulo Rogério e Odair Marzano.


Em 1960, gravou com a orquestra de Waldomiro Lemke a fantasia "Minha devoção", de O. Cesana, e o samba-canção "Vontade de enlouquecer", composição do maestro Guerra Peixe em parceria com Odair Marzano.

No ano seguinte, gravou, ainda com a orquestra de Waldomiro Lemke, as canções "As folhas verdes de verão", de D. Tiomkin e P. F. Webster, com versão de Paulo Rogério, e "Canção do amor que eu lhe dou", de Lourival Faissal.



Em 1962, registrou as canções "Canção de um triste", de Paulo Rogério e Oldair Marzano, e "Preciso de alguém", de Paulo Rogério.

Em 1988, Wilma Bentivegna participou do Programa Cidade contra Cidade - SBT -  apresentado pelo Gugu, interpretando Hino ao Amor.



Em 2005, o selo Revivendo lançou o CD "Vilma Bentivegna - Hino ao amor" com 18 interpretações suas, entre as quais, a música título, de Edith Piaf e Margueritte Monnot, com versão de Odayr Marzano, "Canção de um triste", de Paulo Rogério e Odayr Marzano, "Sonata de esquecer saudade", de Geraldo Cunha e Pery Ribeiro, "Vontade de enlouquecer", de Guerra Peixe e Odayr Marzano, "Minha tristeza e o mar", de sua autoria, "Graças a Deus você voltou", de Tito Madi, "As folhas verdes de verão", de Dimitri Tiomkin e Paul Francis Webster, com versão de Paulo Rogério, "Canção do amor que eu lhe dou", de Lourival Faissal, "Rififi", de M. Philippe-Gerard e Jaques Larue, em versão de Haroldo Barbosa, "Eu, a tristeza e você", de Sebastião Silva, "Preciso de alguém", de Paulo Rogério, "Noite de amor", de Tchaikovsky com adaptação de Fred Jorge, e "Marcelino pão e vinho", de Pablo Sorozobal em versão de Ribeiro Filho.

  • A dama da teledramaturgia
Wilma Bentivegna estreou na televisão nada menos que no primeiro dia das transmissões ao vivo, condição que a credencia a avaliar as novas produções com o rigor que a arte exige. Sem nada de novo, dispara: "Acaba-se entrando em um ciclo onde as histórias são muito parecidas e o fim é previsível".

Da sala, onde ficam expostos fotografias e troféus, Wilma Bentivegna, uma das primeiras atrizes da televisão brasileira, assiste atentamente as novelas que fazem sucesso na televisão hoje em dia. A cada cena uma lembrança dos tempos sobre os palcos de teatro ou dos cenários que deram vida a personagens importantes, como na estreia do programa "TV Vanguarda", da TV Tupi, fundada por Assis Chateaubriand em setembro de 1950.

O programa revelou a primeira geração de atores, atrizes e diretores brasileiros, incluindo Wilma, que acumula participações em peças montadas sobre obras de William Shakespeare e Dostoiévski e transmitidas para o Estado de São Paulo em preto e branco pela tevê.

Em seu sofá, enquanto assiste a nova versão da novela das sete, "Ti-ti-ti", de Cassiano Gabus Mendes, vem à memória o homem que foi o maior amor de sua vida, e com quem a atriz trabalhou na Tupi. Na época em que se apaixonou, ele ainda tinha 23 anos e também era radialista. O destino acabou decidindo por eles. Wilma não se casou. Nem com ele, nem com ninguém. Hoje, vendo a nova versão da trama, sucesso em 1985, ela crava: "apesar de ser importante relembrar as grandes obras, a cultura brasileira precisa de novos talentos e mais criatividade".

Wilma nasceu na rua da Consolação, em São Paulo, em 17 de julho de 1929. Seu pai, Salvador, descobriu o dom da música quando ela ainda era criança. Começou sua carreira cantando no programa "Clube do Papai Noel", de Homero Silva, na rádio Difusora. Depois, passou atuar em radioteatro, na rádio Tupi. Posteriormente, mudou-se para Suzano, onde vive até hoje, para facilitar sua ida às apresentações. Passou alguns anos trabalhando na prefeitura, antes da carreira artística deslanchar.

Apesar de sua atuação marcante, seu grande sucesso ocorreu na música. Após interpretar "Hino do Amor", música que compunha "Um Filho para Sua Alteza", da TV Paulista, ela foi convidada para gravar um disco para a trilha sonora da peça. Sucesso que a eternizou. Trabalhou com Lima Duarte, Lolita Rodrigues, Moacir Franco, Hebe Camargo, Clodovil, Silvio Santos, entre outros grandes nomes da arte brasileira. Hoje, em sua casa, no Parque Maria Helena, o que ela gosta é de mostrar as fotos dos velhos tempos, uma lembrança que o tempo jamais esquecerá. Nem nós.

Diário do Alto Tietê: Você tem muitos talentos. Uma voz afinadíssima, amplo histórico de atuação como atriz, além dos dons artesanais. Como a descobriram?
Wilma Bentivegna: Venho de uma família em que eu era filha única. Meu pai, Salvador Bentivegna, me viu cantando certa vez e, desde então, sempre pedia para eu cantar para os amigos dele. Eu tinha muita vergonha. Cantava para eles escondida, atrás da porta. Quando eu fiz 12 anos, ele me levou até a rádio Difusora e me inscreveu para o programa "Clube do Papai Noel". Cantei, fui classificada e me chamavam em todas as outras edições. Na época, eu cantava boleros em espanhol, que a minha mãe me ensinava. Passaram-se alguns anos e me convidaram para fazer uma personagem no radioteatro "O Direito de Nascer", na rádio Tupi. Foi aí que passei a compor o elenco de radioteatro, até surgir a televisão em 1950.

DAT: Como foi testemunhar o surgimento da televisão? Como isso influenciou sua carreira?
Wilma: É muito gratificante. A televisão mexe com as pessoas. Fui convidada para fazer o papel principal em ´Um filho para Sua Alteza´, na TV Paulista, e foi aí que minha carreira deslanchou. Para a peça, os compositores Edith Piaf e Marguerite Monnot escreveram a canção ´Hino ao Amor´. Lembro-me até hoje. Eu ficava no saguão de uma escadaria, enquanto o príncipe me esperava na base da escada. Eu descia cantando a música. Era lindo. Até hoje, quando me apresento, algumas pessoas choram. Depois da peça, fui convidada a gravar um disco da sua trilha sonora.

DAT: Com quais artistas a senhora já trabalhou?
Wilma: No começo trabalhei com Leny Caldeira, Lolita Rodrigues, Dalva de Oliveira, além do Chatô, Cassiano Gabus Mendes. Depois fui apresentadora de "O Mundo é das Mulheres", ao lado de Hebe Camargo, Lourdes Rocha e Eloísa Mafalda. Mas já participei de diversos programas de talentos do Sílvio Santos, Moacir Franco e era amiga do Clodovil. Já atuei com Lima Duarte. Enfim, acho que tive a oportunidade de aprender muito.

DAT: Em que momento a cidade de Suzano entrou na sua vida?
Wilma: Passei a morar em Suzano quando conheci o maestro Angelo Apolônio, o Poly, que montou uma orquestra e me chamou para ser solista. Ele tinha duas casas aqui em Suzano, no Parque Maria Helena. Meu pai já havia falecido, e então eu trouxe minha mãe para morar aqui, onde estou até hoje. Adotei a cidade porque fui muito bem recebida, passei a ser cidadã suzanense mesmo. Depois que o maestro morreu, desmanchamos o grupo, mas continuei morando aqui na cidade. Cheguei a trabalhar na prefeitura, na época do prefeito Firmino José da Costa, porque pedi um emprego para ele. Depois de um tempo, quando trocou de prefeito, e entrou o Estevam Galvão, eu continuei lá, trabalhando. Ele me deu espaço para dar aulas de tapeçaria e consegui formar 200 alunas, mas aquilo era o tipo de trabalho que não me deixava plenamente feliz. Meu lugar era nos palcos, era cantando e atuando. E aí eu comecei a fazer diversos shows do disco que havia acabado de gravar, além de outras atuações na tevê.

DAT: Fora o prêmio Roquette Pinto, que premiou as mais importantes produções do rádio, incluindo a radiodramaturgia, de quais homenagens a senhora se orgulha mais?
Wilma: Gosto também das mais simples. Recebi o título de cidadã suzanense, além da homenagem que recebi do prefeito Pedro Ishida pelas minhas participações no programa "Cidade contra Cidade", no SBT, em 1988, quando representei Suzano. Tenho uma menção na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pela minha estreia no primeiro dia da programação da televisão brasileira. São importantes para mim porque quando vejo os prêmios e as fotos, tenho a sensação do dever cumprido.

DAT: A senhora ainda tem acompanhado algumas produções para a televisão? O que acha?
Wilma: Devido aos meus problemas de saúde, tenho visto pouca coisa relacionada à cultura em Suzano. Mas, pela televisão, acompanho as novelas. Na "Passione", da Globo, por exemplo, sou apaixonada pelo Reynaldo Gianecchini. Acompanho o remake de "Ti-ti-ti" que também foi escrita pelo Cassiano Gabus Mendes, o amor da minha vida. Acho que relembrar boas produções é saudável para as novas gerações, mas acredito que falta um pouco mais de dinamismo e criatividade na produção de novelas hoje. Acaba-se entrando em um ciclo onde as histórias são muito parecidas e o fim é previsível.

DAT: Para encerrar, conte o que a senhora tem feito hoje em dia?
Wilma: Por causa dos meus problemas de saúde eu passo a maior parte do tempo em minha casa. Também faço tratamento de labirintite, e não consigo sair muito por causa das tonturas. Mas, vez ou outra, saio para assistir uma peça de teatro e me ainda apresento na região e em São Paulo em alguns eventos especiais.

FONTE

http://www.diariodoaltotiete.com.br/materias/matimp.aspx?idmat=36918

http://pt.wikipedia.org/wiki/Wilma_Bentivegna

http://www.dicionariompb.com.br/vilma-bentivegna/dados-artisticos

2 comentários:

ELIS disse...

MINHA FILHA E TBM UMA BENTIVEGNA,ADORA MUSICA TBM, ESTA NO SANGUE NÉ.puxou a tia-avo né.bjs

Rafael Augusto Ferreira disse...

olá
quem é o bebê da foto na capa do disco de vinil tipo compacto simples da cantora Wilma Bentivegna, hino ao amor, publicado em 1959 pela Rádio TV Bandeirantes, e, pela Discos Continental ?