quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rodrigo Maranhão


Carioca de nascimento, Rodrigo Maranhão nunca escondeu a raiz nordestina tão presente em sua canção, que vai do xote ao baião, passando obrigatoriamente por samba, embolada e até pela valsa. “Minha família vem do Rio Grande do Norte, a gente acaba carregando isso na alma”, afirma o cantor, compositor e instrumentista, lembrando que por morar no bairro de Itanhangá, perto de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro – “onde só tem nordestino” –, a cultura regional acabou se fixando na região.

Mas carioca não é muito puro, não”, reavalia ele. Paralelamente à carreira solo, Rodrigo integra o grupo Bangalafumenga e, no momento, lança Passageiro, o segundo álbum solo. “Talvez seja um cara do interior, independentemente de estar no Rio. Afinal, moro no meio do mato”, revela o cantor, atribuindo o clima interiorano e rural de sua música a isso.

Assumido minimalista (no sentido da depuração), Rodrigo diz que trabalha mais com a tesoura. “Erro muito mais do que acerto. Para chegar à forma da canção, trabalho muito com erro e acerto. Às vezes, chego a uma composição aparentemente inacabada para algumas pessoas, enquanto, para mim, ela está acabada. Se for concluir aquela ideia ou se puser um refrão, vou tirar a força da essência que já está ali, pronta”, descreve Rodrigo.

REFRÃO

A única parceria do novo disco é a Valsa lisérgica, com letra de Pedro Luís. As participações reúnem Siba, com sua rabeca na embolada-canção que batiza o álbum, e o português Antonio Zambujo, em Quase um fado, gravado entre Rio e Lisboa. Para Rodrigo, apesar de ninguém ainda ter reparado, Passageiro é um álbum sem refrões. “Talvez o meu minimalismo esteja incluído nisso”, observa. “Não concluí. Se concluísse, tiraria toda a genialidade do ouvinte. Não estou falando da música, mas de tudo que pudesse vir na cabeça das pessoas caso eu fechasse uma ideia. Assim, estaria mentindo, porque não sei a resposta de nada”.

Compositor original, até no samba Rodrigo Maranhão mantém o diferencial de sua música. “Durante muito tempo fui tocador de cavaquinho. Ele me tirou de casa, comecei a ganhar a vida dando aulas de cavaquinho, sempre associado ao samba e à roda. Esse universo é muito forte para mim”, revela. No entanto, algumas de suas composições não aceitam a roupagem tradicional. “É o caso do Samba quadrado. Já brinca tanto com o ato de compor (“Eu quis fazer um samba importado/ Um samba quadrado/ Um samba sem rebolado, um samba só…”) e com o desejo de fazer coisas bonitas, que tenham o que dizer. Tive de mexer nele para dar outra roupagem”, garante.


Samba pra vadiar (“Samba de mar/Deita na areia…”) é praieiro. “Tive de fazer a coisa do violão. Só um violãozinho com a roupagem que a canção pedia”, explica. Ele chama a atenção para o fim do disco, “com dois sambas; sambas mesmo”. Trata-se de Fogo no paiol (“Quero navegar/ Quem sabe o tempo/ Muda tudo de lugar…”), em que Pretinho da Serrinha (repique de anel, tamborins, tan- tã, pandeiros, repique de mão, repinique, caixas, surdo e cuíca) “quebra tudo”, e Um samba pra ela, com a Velha Guarda da Portela. “Para mim, samba é isto: bem simples, com violão de sete cordas e cavaquinho”.

Rodrigo lembra que Samba pra ela vai além, pois a faixa reúne Silvério Pontes (trompete), Zé da Velha (trombone) e Zé Nogueira (sax soprano). Apesar de evitar a indicação de prováveis faixas de trabalho no rádio, o cantor aposta em duas: Camaleão e Maria sem vergonha, “bem gostosas de se ouvir”. Depois de lançar o disco, ele costuma se afastar para “deixar quem entende do assunto resolver isso, pois cada um na sua área”.

Mas o compositor admite: “A gente aprendeu a fazer tudo”. Paralelamente à carreira solo, ele integra o grupo Bangalafumenga. “O Banga não dá tempo nunca. Não é só a banda e o bloco de carnaval. Temos uma escola de percussão com 150 alunos, uma família. Se o Banga para, elas ficam loucas querendo se encontrar”. Segundo o cantor, o grupo virou uma empresa. “Às vezes, a gente se permite dar uma escapulida e deixar a coisa funcionando, embora eu não consiga isso porque Banga é cachaça, é uma paixão”, conclui. “O Banga é trabalho garantido para o ano todo”, afirma. O novo disco da banda está sendo produzido, enquanto o grupo aguarda o lançamento de Dia de jogo, canção especialmente composta para uma operadora de telefonia lançar em disco dedicado à Copa do Mundo.


Rodrigo Maranhão não esconde o orgulho de ter obra marcada por canções nas vozes consagradas de Maria Rita (Caminho das águas), Roberta Sá (Olho de boi e Samba de um minuto), Fernanda Abreu (Dance, dance e Baile da pesada), Anna Luisa (Baião digital e O osso) e Zélia Duncan (Gringo guaraná).


Na verdade, começaram a prestar atenção em mim por conta delas, além do próprio trabalho que faço no Rio, no Bangalafumenga e no Monobloco”, admite o cantor e compositor. “Às vezes, as pessoas me perguntam se me incomodo de a Maria Rita ter gravado Caminho das águas e de acharem que a música é dela. Imagina, isso jamais passa pela minha cabeça. Primeiro, porque a música é minha e o Ecad também sabe disso, sem problemas. Segundo, porque a Maria Rita também sabe disso e jamais disse que a música é dela”.

Com o novo disco, ele resolveu dar “um guera” nas cantoras. “Fiquei na minha, achei que essas canções tinham de ser lançadas por mim”, assume Rodrigo. Ele não costuma reservar composições para esse ou aquele intérprete. “Não é por aí. Quando junto um apanhado de canções e faço um disco, acho que elas têm valor, independentemente de ter sido gravadas ou não. Escolho uma; as cantoras escolhem e gravam outras”, acrescenta

Cantor, compositor e instrumentista brasileiro encantou público lisboeta em apresentação no Centro Cultural de Belém, na capital portuguesa.

Rodrigo Maranhão é um cantor, compositor e instrumentista brasileiro ainda pouco conhecido. Mas, Rodrigo Maranhão tem um Grammy em sua casa. Sim, pela canção "Caminho das Águas", sucesso na voz de Maria Rita, ele faturou o prêmio na categoria "Melhor Canção Brasileira de 2006". O Brasil ainda não o conhece muito, mas há quem conheça.



Em 18/2/2009, Rodrigo Maranhão cantou e encantou o público português no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Com suas belas canções que fazem parte do primeiro disco, Bordado, lançado em 2007 pelo selo MPB em parceria com a Universal Music, com composições de sua autoria, já gravadas por artistas brasileiros conhecidos internacionalmente, tais como Maria Rita ("Caminho das Águas" e "Recado"), Roberta Sá ("Olho de Boi", "Anna Luísa" e "O Osso"). Além destas, Zélia Duncan, Fernanda Abreu, Verônica Sabino e Marianna Leporace já cantaram músicas de Rodrigo Maranhão.

Pela terceira vez em Portugal o músico, compositor, cantor e instrumentista, carioca, brasileiro e neto de português, levou alegria a quem esteve no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Na abertura, o sucesso "Caminho das Águas".

E no harmonioso intercâmbio cultural, todos vibraram com cada música cantada por Rodrigo na companhia de seu violão e quatro músicos. A maioria o acompanha há mais de dez anos, como André Moreno e Dudu Fuentes, na percussão, Thiago Sabbato, na guitarra, e Marcelo Caldi, no acordeon.

O artista realizou o concerto em alguns momentos solo, outros, acompanhado de seus músicos. Ao término de cada música a plateia aplaudia fervorosamente. Emocionado, agradecia e explicava o percurso da autoria de seus sucessos e do prazer de estar mais uma vez em Lisboa, terra do seu avô.

O show foi prestigiado em sua grande maioria por portugueses, mas os compatriotas de Rodrigo também compareceram. A brasileira Ana Maria, carioca, residente em terras lusitanas há mais de nove anos, disse conhecer o trabalho do Rodrigo apenas na voz de outros artistas e pela primeira vez estava assistindo ao vivo o concerto. Para ela, foi um evento que certamente ficará na memória. "Ele é um artista muito especial na forma de se apresentar e canta com emoção", disse.

Para o português Pedro Manuel, Rodrigo é um artista completo e sabe fazer aquilo que mais gosta, cantar. "Já havia assistido a um concerto dele e agora vejo que está cada vez melhor, é um prazer ouvi-lo cantar", confessou Pedro.

Após apresentar seus músicos, Rodrigo se retirou do palco, mas em seguida voltou a pedido do público, que o aplaudia de pé. Cantou "Bordado" mais uma vez. Encerrou o espetáculo com o mesmo sucesso da abertura: "Caminho das Águas". Agradeceu o carinho do povo português e dedicou o momento ao seu falecido avô, que lhe contava histórias da terra de Camões e Fernando Pessoa. Avô que prometera um dia levar Rodrigo à sua pátria. "Este dia nunca aconteceu devido às condições financeiras, mas hoje estou aqui no palco do CCB, realizando um sonho que meu avô não pôde realizar comigo", finalizou Rodrigo, muito emocionado.



FONTE

http://www.revistabrasileiros.com.br/secoes/o-lado-b-da-noticia/noticias/437

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