quinta-feira, 3 de março de 2011

Levino da Conceição

Levino Albano da Conceição
12/11/1895 Cuiabá, MT
12/2/1955 Niterói, RJ

Compositor. Instrumentista. Levino Albano Conceição (Levino Conceição) nasceu em Cuiabá/MT, em 12/10/1895, filho de Manoel Albano Conceição e Maria Carlota Conceição. Ficou cego aos sete anos de idade e cedo se interessou pela música. Ficou cego aos sete anos. Começou a aprender música e aos nove anos já tocava violão e era considerado um dos melhores violonistas de sua cidade natal.


Aos 12 anos já mostrava total domínio do violão, sendo capaz de improvisar e dominar todos os tons. Mudou-se para o Rio de Janeiro e foi estudar no Instituto Benjamim Constant, escola fundada por D. Pedro II por sugestão de Xavier Sigaud, especializada no ensino de deficientes visuais, localizada no bairro da Urca.

Em 1917, já na condição de músico e violonista, Levino Conceição, sensibilizado pelas condições discriminatórias em que vivia a maioria dos cegos brasileiros, empenhou-se no trabalho de divulgar e incentivar a criação de escolas especiais para o ensino da música e outras profissões, destinadas aos cegos de todo país. A partir de 1917 iniciou trabalho de ensino de música para cegos, tendo incentivado a criação de escolas para cegos no Amazonas, no Ceará, em Minas Gerais e na Paraíba.


Levino Conceição passou a viajar por todo o Brasil, por recomendação do Instituto Benjamim Constant, realizando recitais de violão e solicitando das autoridades e de toda a sociedade ajuda para a realização dessa obra.

O trabalho de Levino em defesa dos cegos tomou vulto a partir de 1922, quando um grupo de professores cegos, chefiados pelo pedagogo cego Mamede Freire, iniciou importante campanha pela imprensa em defesa da especialização de funções para os cegos, isto é, em prol da sua educação profissional.

Foi a partir deste ano de 22, que o violonista, concertista e professor de violão Levino Conceição intensificou suas atividades artísticas. Consagrado como um dos melhores violonistas naquela época, Levino também ompunha e fazia arranjos de peças clássicas para executar em seus recitais.


Seus arranjos e suas composições encantavam os que tinham o privilégio de ouvi-lo. Levino Conceição sensibilizava o público por onde passava, por dois motivos. Primeiro, pelo seu envolvimento na luta de ajudar os cegos a estudarem e se profissionalizarem; segundo, pelo músico que era. A imprensa paulista e carioca o chamavam de "Rei do Violão".

"O pinho brasileiramente geme nas mãos hábeis de Levino Conceição, quando modula as nossas plangentes modinhas e brasileiramente sorri quando suas cordas vibram na execução de nossas músicas alegres. Não há dúvida, Levino Conceição faz jús ao título de "Rei do Violão". Jornal "A União" de Santa Adélia, 14 de abril de 1929, SP.

Toda essa glória musical, e mais sua dedicação à causa de melhorar a vida social dos cegos, trazia-lhe fama e prestígio em todo o Brasil. Aos poucos via seu esforço triunfar, com a fundação de escolas para cegos em diversos estados: Amazonas, Paraíba, Ceará e Minas Gerais. Em São Paulo, foi criada a "Associação Promotora de Instrução e Trabalho aos Cegos Paulistas".

Nos anos de 1927-28, Levino viajou por todo o país. Percorreu todo o Estado de São Paulo, tocando nas mais importantes cidades. As viagens tinham o apoio do Instituto Benjamim Constant, do Rio de Janeiro, da Escola de São Raphael, de Belo Horizonte e da Associação Promotora dos Cegos Paulistas. Na década de 20 o Brasil tinha, estatisticamente, 40 mil cegos, só em São Paulo eram 6 mil.

Os recitais do violonista concertista Levino também recebiam ajuda das autoridades municipais e de toda a sociedade local. Muitas vezes o artista era apresentado pelas mais destacadas personalidades da cidade.

Em 1929, teve duas valsas gravadas por Augusto Calheiros. Foram elas, "Valsa da saudade" e "Saudades do Rio Grande", feito em parceria com Nelson Paixão. Seu aluno Dilermano Reis gravou "Canção gaúcha" e "Cateretê mineiro".


Em 1938, realizou concertos em cinemas e clubes nas cidades de Corumbá, Aquidauana, Campo Grande e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Criou uma escola de música em Corumbá que levou o seu nome. Na mesma cidade tornou-se mestre da banda local.

Apresentou-se em diversas cidades e capitais do norte, nordeste e sul do Brasil. Nos anos 1950 dirigiu cursos no Instituto Benjamim Constant. Compôs também diversas peças eruditas.


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