Maria Da Paz é cantora, compositora e instrumentista invejável. Iniciou a carreira cantando e compondo músicas no estilo nordestino. Na Suíça, onde viveu durante vários anos, gravou dois discos e apresentou um programa de música latina em uma rádio local. De volta ao Brasil, passou a modificar seu estilo, dedicando-se mais ao gênero sertanejo romântico. Entre seus parceiros estão Tivas, Mário Maranhão, Fátima Romero e Nino, sendo que este último tem sido o parceiro mais constante.
Nascida Maria da Paz Souza no dia 25/3/1959 Jaboatão dos Guararapes/PE , a pernambucana passou a infância às voltas com as músicas de Roberto Carlos, Waldick Soriano e Clara Nunes, até descobrir o talento para a canção. Subiu em um palco pela primeira vez aos 9 anos, para ficar em segundo lugar no concurso “A Mais Bela Voz do Nordeste”.
Em 1974, se juntou ao conjunto Marajoara e passou a excursionar pela região. Lançou, em 1981, seu primeiro disco solo, “Pássaro Carente”, cuja repercussão permitiu que seu segundo trabalho, “Maria da Paz”, tivesse arranjos assinados pelo maestro Lincoln Olivetti. Graças a este disco, recebeu um convite que mudaria sua vida: cantar na Europa. Programada para durar três meses, a estada da cantora se estendeu por mais de cinco anos.
Dapaz voltou ao país no começo dos anos 90, passando a compor para artistas como Roberta Miranda, Nalva Aguiar, Tiãozinho e Alexandre, As Marcianas, João Paulo e Daniel, Donizete, Oldair José e Rouxinol e Sabiá, Chitãozinho & Xororó. São dela diversos sucessos imortalizados pela dupla, como “Brincar de Ser Feliz” e “Na Aba do Meu Chapéu”.
Em 1994, lançou um disco em que gravou, além de composições de sua autoria, as consagradas "Teu sonho não acabou", de Taiguara, e "Gosto de maçã", de Wando.
Em 1996 teve a música "Farsa" gravada por Wanderley Cardoso. Alguns de seus grandes sucessos foram "Xonado eu tô", parceria com Jotta Moreno e Sebastião Pereira da Silva, gravada por Maurício e Mauri e "Na aba do meu chapéu", parceria com Nino e que deu nome ao CD lançado por Chitãozinho e Xororó em 1998.
Em 1999 lançou o CD "Meu lugar", no qual interpretou composições de sua autoria como "Coração beija-flor" e "Meu lugar", em parceria com Fátima Romero e "De volta para você", parceria com Jota Moreno, além de sucessos de Luiz Gonzaga como "Nem se despediu de mim", parceria com João Silva e "Sabiá", parceria com Zédantas.
Em 2004 lançou o CD “Vida de Viajante”, dedicado à obra de Luiz Gonzaga, com o qual foi indicada ao Grammy Latino de 2004.
Ô Abre Alas - As Melhores Marchinhas e Frevos do Carnaval de Todos os Tempos - reúne marchas e frevos. O CD apresenta 24 temas em 16 faixas, com a direção do maestro Gibba Gouveia. Além das duas únicas faixas da lavra de Dapaz (Marcha do Abacaxi e o frevo Cantiga pra Lua); e Confete, parceria de David Nasser e J. Junior.
Maria Dapaz por ela mesmo:
"Eu nasci para cantar..." Sou ariana nasci no dia 25 de março de 1959 em Jaboatão dos Guararapes/PE , mas me criei no sertão, às margens do rio Pajeú, na cidade de Afogados da Ingazeira.
Começou assim...
A música se manifestou muito cedo, eu não precisava de um motivo especial para cantar. Gostava de sentar no muro do jardim da minha casa e displicentemente soltar a voz prá quem quisesse (ou não quisesse...) ouvir.
Tinha uma grande facilidade para decorar letras e melodias, era uma verdadeira esponja musical. A programação da rádio Pajeú, eu conhecia de cor, programação, diga-se de passagem, muito eclética: Waldick Soriano, Roberto Carlos, Clara Nunes, Angela Maria para citar só alguns nomes do cancioneiro em moda na época.
Outra fonte de informação eu tinha dentro de casa,ouvindo minha mãe cantar as músicas de Luiz Gonzaga e de Vicente Celestino. Algumas ficaram para sempre na memória como Sala de reboco, Assum preto, Kalú, Patativa, Porta aberta ...Foi essa a minha formação musical, de pé de rádio.
Aos nove anos, cantava pela primeira vez no palco do Cine São José de Afogados da Ingazeira/PE no concurso "A mais bela voz do Nordeste" ao lado de profissionais da região e tirei o segundo lugar.
Eu era tão criança que, quando fui me inscrever, a moça me olhou demoradamente e perguntou com ironia: "Estado civil ?...". Fiquei emburrada, e quase desisti da carreira antes mesmo de começar. Mas as minhas amigas não deixaram isso acontecer... Ainda bem !.
Tempos depois, empolgada por ter agradado o público Afogadense, resolvi enlouquecer minha mãe pedindo um violão. Apesar das dificuldades ela me deu esse presente. E eu não decepcionei. Aprendi a tocar, e nunca mais me separei do instrumento.
No início dos anos 70 com alguns colegas de escola e sob a regência do maestro Dinamérico Lopes (Seu Dino) formamos o primeiro conjunto musical da cidade: "Os Unidos". Ali, pude desenvolver mais o violão, e aprimorar o canto. Nós animávamos os bailes locais e regionais, cantando sucessos que iam de Roberto Carlos à Tina Charles.
Foi durante um desses bailes que fui convidada a integrar o super conjunto Marajoara da cidade de Sertânia, o mais requisitado na época em Pernambuco e nos estados vizinhos. (Piauí, Paraíba, Ceará, Bahia...). É claro que aceitei o convite e passei a integrar o conjunto em 1974. Foram muitas viagens, muitos bailes e me tornei conhecida como "Paizinha do Marajoara". Por isso que hoje, quando alguém me chama de Paizinha, tenho certeza que dançou muito ao som dos Unidos e do Marajoara.
Alguns anos depois, mudei para Recife, e comecei uma nova etapa, cantando na noite em casas de shows e me apresentando em programas de televisão. Foi nessa época que comecei a compor e tive minhas primeiras composições gravadas. Mas eu queria mais. A vontade de voar era forte, e eu decidi: "Vou embora...".
Em 1978 fiz as malas e vim para São Paulo. Era inverno e eu quase fiz a viagem de volta. Cantei em vários bares da cidade até conhecer Lincoln Vieira, que gostou do meu trabalho de compositora e cantora, me levou para a gravadora Copacabana e me apresentou ao Mokarzel, diretor artístico na época. Fui contratada.
Meu Primeiro disco: Pássaro Carente:
Foi gravado em 1980 em São Paulo e lançado em 1981. Os arranjos foram assinados por Eduardo Assad, José Briamonte e Aloísio Pontes . A música que mais se destacou foi "Súplica Cearense", de Gordurinha. "Pássaro Carente" da minha autoria, conta poeticamente a minha aventura de vir sozinha para São Paulo com o violão e muito sonho na bagagem. Esse disco espalhou meu nome pelo Brasil inteiro e foi muito elogiado pela imprensa. Ele me deu o troféu "Disco Visão" como revelação da MPB, e a participação no projeto "Seis e meia" da Funarte no Rio de Janeiro ao lado de Wanda Sá, Danilo Caymmi, Nelson Ângelo, Novelli e André Dequech.
O segundo disco: Maria da Paz:
Foi gravado no estúdio Transamérica do Rio de Janeiro com arranjos de Gilson Peranzzetta , Lincoln Olivetti e Nilton Rodrigues e produção de Gabriel O' Meara. Foi lançado em 1983 pela mesma gravadora. Graças a ele, recebi o convite que mudou o rumo da minha carreira e da minha vida: Cantar na Europa, começando pela Suíça. Em 1985 fui, através da Suíça Jocelyne Aymon, para realizar uma tournée de três mêses no seu país e acabei ficando quase 6 anos na terra do chocolate e do queijo, na cidade de Bex, perto de Montreux. Me apresentei em teatros, festivais, shows de rádio e televisão.
Apresentei juntamente com Jocelyne, um programa de MPB na Rádio Chablais em Monthey, divulgando a nossa música durante todo tempo que lá fiquei.
Já em 1986 veio a proposta da ONG EPER/HEKS (Hilfswerk der Evangelischen Kirchen der Schweiz) para compor e gravar músicas falando do Nordeste Brasileiro. Compus então 9 canções que gravei no estudio Gold Records em Zurique, com a participação do grupo "Avenida Brasil". Essa gravação virou fita K7 "Música do Nordeste Brasileiro", e foi comercializada pela HEKS para arrecadar fundos que seriam destinados à cooperativas agrícolas do estado de Pernambuco. Essa fita K7 acabou divulgando meu trabalho na Europa: Alemanha Ocidental e Oriental e França.
Alemanha ocidental em 1987/88: Stuttgart ( Laboratorium), Frankfurt (Velha Ópera), Minden (Büz), Bremen (Kesselhalle), Nürenberg (Festival Sul-americano), Bonn (Jazz Galerie),Hameln (The Shamen), Hamburg (Werkstatt 3), Pforzheim (Kulturzentrum), Hannover (Pavillon), München...
Era bonita a reação do público alemão à música do Nordeste. Em "Sebastiana" de Rosil Cavalcanti, eles cantavam todo o refrão com muito entusiasmo e felizes de poderem participar do show.
Alemanha Oriental em 1988: Berlim . Participei do "18º Festival des Politischen Liedes" como única representante do Brasil, um ano antes da queda do muro. Era um grande festival com representantes de todos os países, e foi meu primeiro contato com pessoas de culturas diferentes. Foram 10 dias de verdadeira aventura. Muita música, muita entrevista e a grande satisfação de poder representar o meu país.
França: Cantei no Festival "Printemps de Bourges" que reúne grandes nomes da música mundial, e tive o prazer de encontrar artistas como Serge Gainsbourg (compositor de "Je t'aime moi non plus") e Ray Charles.
No dia do show fiquei um pouco nervosa: é que a crítica não estava nem um pouco complacente. Mas, o show foi realmente um sucesso, tanto que a crítica só elogiou nos jornais do dia seguinte. Mas não deixou de noticiar que eu estava um pouco tensa... Dali surgiu uma tournée na Bretanha, no norte da França. Aproveitei para conhecer o país.
Em 1987 gravei então meu primeiro CD "Clareia" pela Seeds Records, com composições próprias, cujo tema era o Nordeste e suas tradições, dando assim continuidade ao trabalho iniciado pela HEKS. "Clareia" é uma canção que conquistou o público em geral e eu não podia deixar de canta-la em todos os shows. Esse CD foi distribuido em vários países da Europa, no Japão, no Canadá e nos Estados Unidos.
Meu encontro com Georges Moustaki, grande nome da canção francesa, aconteceu em 1989, quando participamos juntos de um programa de televisão "Doppia Coppia" em Bellinzona, cantando o seu grande sucesso "José" (que foi gravado no Brasil por Rita Lee e Nara Leão) e dali nasceu uma grande amizade que nos levou a cantar outras vezes juntos.
"Minha Terra", o segundo CD, mais acústico, saiu em 1989 também pela Seeds Records. É um disco cheio de saudade. Marcha rancho, xotes, toadas, baiões, sempre falando do Nordeste e das imagens que eu havia guardado na memória: Pastoril na época de Natal, as quadrilhas de São João, os rios, as árvores, os pássaros... Nesse CD gravei minha primeira e única composição em francês (Visages de sable).
De volta prá casa. Em 1990, cheguei em São Paulo para sentir a temperatura musical ambiente. A música sertaneja estava no seu auge. Fui me adaptando e passei a compor para outros artistas. Pouco tempo depois, já tinha composições gravadas por grandes nomes do gênero como: Nalva Aguiar, Roberta Miranda, Chitãozinho & Chororó, João Paulo & Daniel...
O primeiro sucesso como compositora foi "Brincar de ser feliz" em parceria com Nino, que nas vozes de Chitãozinho & Xororó varreu o país de ponta a ponta, e virou tema da novela "Pedra sobre pedra", da Rede Globo de Televisão. A mesma dupla gravou em 1995, também de sua autoria e Nino, "Loira gelada" e "Baião do peão". "Na aba do meu chapéu", uma parceria de Maria da Paz e Nino deu nome ao disco de Chitãozinho e Xororó em 1998.
Brincar de ser feliz
Na aba do meu chapéu3
Tornei-me conhecida através da música sertaneja. Daí resolvi ficar de vez no Brasil. No final desse mesmo ano, voltei na Suiça para realizar uma tournée de 3 meses e assim me despedir do público que me foi fiel durante esses anos todos e a quem devo o meu sucesso lá fora.
Depois de 10 anos sem gravar no Brasil, em 1993 lancei pela gravadora Warner/Continental o CD "Maria da Paz", um disco romântico, com composições minhas e de autores como: Taiguara, Wando, Mário Maranhão e Lula Barbosa.
Em 1995 veio o "Êxtase" disco de regravações de clássicos da MPB produzido por Osmar Zan e lançado pela gravadora Zan-Brasidisc. Neste CD, pude mostrar mais o meu lado de intérprete, cantando pérolas como : "Como vai você, Sonhos, Ouça, Os Amantes, Prá você, Proposta, Memórias do Café Nice ..." Um sucesso de vendas que se destacou na CD EXPO 99 em São Paulo.
"Da pá virada" é um disco de músicas inéditas, com uma só regravação, que é o "Vendedor de Caranguejo" de Gordurinha. A música que mais se destacou foi "Tudo Blue" da minha autoria em parceria com Jotta Moreno e Mário Maranhão. Esse CD, produzido por Jocelyne Aymon e distribuído pela Zan-Brasidisc foi lançado no programa de TV "Jô Soares Onze e Meia" em novembro de 97.
Em 1998, recebi pela segunda vez o Prêmio Ary Barroso. O trabalho de divulgação deste disco me levou de volta ao Nordeste. Viajando pelas grandes cidades como Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Campina Grande, senti vontade de gravar novamente as canções da minha terra, dando seqüência aos discos gravados na Suíça cujo tema sempre foi o Nordeste.
No ano de 1998 comecei então a pesquisar e compor para este novo projeto. Ouvi toda a obra de Luiz Gonzaga, ele que faz parte da minha formação musical, e escolhi as canções com as quais eu me identifico (Kalú, Riacho do navio, Qui nem jiló, Estrada de Canindé...).
Nessa mesma época conheci Bira Marques, pianista, arranjador e pesquisador da obra de Luiz Gonzaga. Um encontro musical muito feliz. Bira fez todos os arranjos do disco e começamos as gravações no final deste mesmo ano.
1999 Nova Fase: Meu Lugar. "Esse CD é um resgate das minhas raízes. Nele gravei canções de Luiz Gonzaga que ouvia minha mãe cantar na minha infância e que guardei na memória durante todo esse tempo. Ouvi muitas músicas do "Lua" para definir o repertório e foi então que decidi escolher aquelas que falam de amor, ainda que de uma forma "engraçada".
Compus algumas canções que se encaixassem nesse projeto. Faltava só encontrar a pessoa certa para escrever os arranjos e entender o que eu realmente queria passar. Encontrei o Bira Marques. O resultado me deixou muito feliz.
Enquanto pensava no repertório do próximo trabalho, resolvi lançar no Brasil os discos gravados na Suíça no final da década de 80 atendendo assim aos pedidos de fãs e colecionadores que há muito tempo me cobravam estas gravações.
Daí surgiu o CD "Remanso". "Essas músicas fazem parte dos meus dois CD's gravados na Suíça em 1987 e 1989 com a participação de músicos brasileiros e também chilenos, suíços, argentinos que não conheciam nada da música nordestina. Por isso, esse baião - à la française - tocado numa sanfona de botões, o xote com ares argentinos ou jazz... A música é assim, ela une os povos, as emoções, os sonhos. A música é o idioma do coração".
Para fechar o ano de 2001 com chave de ouro fizemos o lançamento nacional do CD "Meu Lugar" no "Programa do Jô" na TV Globo terminando a entrevista cantando a música "Apaixonada eu tô " (Maria Dapaz e Jotta Moreno). Foram mais de 20.000 e-mails recebidos dos Estados Unidos, Europa, Japão e todo o Brasil. A divulgação de "Meu lugar" ainda andou muito pelas ruas de Recife e Salvador nos "busdoor" das duas cidades.
2002 ! Emoções, comemorações, shows, viagens e pesquisas para o novo disco. Emoções ao receber duas homenagens da minha cidade natal. A primeira foi durante o "Circuito do Forró dos Sertanejos" na noite de Afogados da Ingazeira antes do show no Clube Internacional do Recife. No troféu estão gravadas as seguintes palavras: "Você encontrou uma forma maravilhosa de "ser-tão-ser", voltar pra casa sem fazer doer e estar sempre com sua gente, através da sua voz tão familiar e tão merecedora desta homenagem prestada por todos os Afogadenses"
A segunda foi durante uma cerimônia emocionante na Câmara de Vereadores com a presença de amigos, artistas e personalidades da cidade. A placa diz assim: A Câmara Municipal de Vereadores de Afogados da Ingazeira concede a placa de Honra ao Mérito à artista Maria Dapaz pela divulgação e propagação da cultura Pajeuzeira ePernambucana.
Mais uma vez cantei para um grande público nos palcos de grandes eventos musicais no estado de Pernambuco. Festival de Inverno de Garanhuns, São João de Caruaru, Jardim Cultural em Belo Jardim, Circuito do Frio na cidade de Triunfo, Pátio de São Pedro em Recife.
Outra grande alegria foi ter sido escolhida "Melhor Intérprete" pela comissão julgadora do Prêmio Hangar 2001 em Natal/RN. O Prêmio Hangar foi criado para incentivar e valorizar a produção musical realizada no Nordeste.
Mas, o grande presente de final de ano foi mesmo o início das gravações do CD "Vida de viajante".
2003 marca uma nova etapa com a assinatura do contrato com a gravadora paulista "Atração" e o lançamento do CD "Vida de viajante". Pela primeira vez um CD inteiro dedicado ao repertório de Luiz Gonzaga gravado por uma cantora pernambucana.
Após vários meses me dedicando à pesquisas (LP's, gravações originais) escolhi 13 músicas (pois Luiz Gonzaga nasceu dia 13), algumas nunca regravadas para não cair no "lugar comum" e levar ao meu público canções lindas, não tão conhecidas que precisam ser redescobertas como Umbuzeiro da saudade
(L. Gonzaga/J. Silva), Adeus Iracema (L.Gonzaga/Zédantas) e Tei Tei no arraiá (Onildo Almeida).
A sanfona do povo (L.Guimarães/ Helena Gonzaga), A feira de Caruaru (Onildo Almeida),Cantiga de vem-vem (Zé Marcolino/Panta), Tropeiros da Borborema (Rosil Cavalcanti), A volta da asa branca (Zédantas
/L.Gonzaga) e A vida do viajante (Luiz Gonzaga/Hervê Cordovil ) são os clássicos que também fazem parte do disco.
No disco anterior "Meu Lugar" eu já vinha mostrando meu canto nordestino com vários sucessos de Luiz Gonzaga: Kalú (Humberto Teixeira), Noites brasileiras (L.Gonzaga/Zédantas), Riacho do navio (L.Gonzaga
/Zédantas), Roendo unha (L.Gonzaga/L.Ramalho) e composições próprias com arranjos mais sofisticados de piano e cello.
Além dos shows juninos que já fazem parte do meu roteiro, em 2004, veio a resposta com a indicação ao Grammy Latino em Los Angeles na categoria Melhor CD Regional. Fiquei muito feliz, e com isso de regional o CD passou a ser internacional, pois a divulgação do Grammy ultrapassa todas as fronteiras e o meu nome assim como o do Luiz Gonzaga correram o mundo. Manifestações de apoio chegaram de todos os cantos do Brasil e de outros países, o que foi ainda mais emocionante.
Mas 2004 trouxe muito mais. A produção do clipe da TV Globo Nordeste com a música "Forró do Zé do Baile" (Severino Ramos) que consolidou de vez o trabalho de divulgação em todos os estados do Nordeste, do Piauí à Bahia. Os shows realizados em Recife (Teatro Apollo - Teatro do Parque - Livraria Cultura) e em João Pessoa no Teatro Paulo Pontes (Projeto 6 e meia).
E veio o convite do produtor Paulo André, de Recife, incluindo a minha participação no projeto "Music From Pernambuco" visando a divulgar a música e os artistas de maior expressão para o mercado internacional.
A música "Apaixonada eu tô" da minha autoria em parceria com Jotta Moreno foi escolhida para fazer parte do CD e DVD "Music from Pernambuco volume 2" . São 3000 exemplares de cada suporte que vão ser pulverizados nas grandes feiras musicais inernacionais começando pelo Midem (França) em janeiro de 2005 (Womex na Alemanha etc). O nome dos artistas e outros detalhes sobre este projeto se encontram no site: www.musicfrompernambuco.com.br
A volta em São Paulo foi dedicada ao lançamento do CD (aquele!) que batizei de "2 banquinhos e 1 violão". A festa de lançamento no belíssimo Theatro São Pedro foi inesquecível. A casa estava cheia, o coquetel maravilhoso e o público, assim como no disco, cantou do início ao fim.
2005 - Um ano marcado por viagens e realizações. Essa viagem na Suíça durante o verão foi inesquecível. Fui cantar em Lausanne na comemoração do 30º aniversário do Encontro dos melhores atletas do mundo, à convite do presidente de ATHLETISSIMA, Pierre Engel. Foi maravilhoso! Cantei também na cidade de Neuchâtel, na beira do lago. Aproveitei para rever meus amigos e curtir a noite brasileira do Festival de Jazz de Montreux. Realizei um sonho antigo. Cantar Luiz Gonzaga com arranjos de grande orquestra.
No início do ano recebi o convite de Abel Rocha, regente e diretor artístico da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, para ser solista no espetáculo Luiz Gonzaga Sinfônico no Teatro Sérgio Cardoso, na capital paulista, dias 14 e 15 de setembro. Foi emocionante ver (e ouvir) a obra e a vida de Gonzaga ser tão bem cuidada e apresentada com arranjos belíssimos de Miguel Briamonte, com a participação brilhante de Oswaldinho do acordeon e do Trio Sabiá em algumas músicas.
Ao contar a vida do Gonzagão, José Rubens Chachá deu um show de interpretação e Sérvulo Augusto, no papel de um cego repentista, não ficou atrás. Tudo isso sob a batuta do extraordinário maestro Abel Rocha, regendo mais de 60 músicos, e a produção de Paulo Gomes. Duas noites de casa cheia com uma platéia sofisticada mostra que Luiz Gonzaga é realmente um rei, reverenciado por todos. Um sonho realizado! Um momento muito especial. E o fim de ano coincidiu com o início da gravação do CD Da Cor Morena em São Paulo.
SOBRE ELA
- Maria Dapaz pra mim é uma das vozes mais lindas que já ouvi. Sem sombra de dúvida é uma das maiores cantoras do Brasil. Com seu violão canta e encanta o mundo por onde passa. Dapaz, obrigada por nos presentear com sua linda e inconfundível voz. Tudo isto sem falar da compositora maravilhosa que ela é. Só Deus, com sua bondade infinita, para presentear um ser humano com dons desse nível. Glorya Ryos (Cantora, compositora e radialista, São Paulo 2007)
- Tudo é poesia e boa música na arte de cantar dessa pernambucana encantadora. Alberico Rodrigues (Professor e escritor, São Paulo 2007)
- Maria é da leveza, da sutileza, da realeza, da proeza, da areia, da terra, da voz, dapaz. De Pernambuco para o mundo, ela trouxe na bagagem o que sempre soube fazer, música. Sua origem é seu poema, estrada e melodia. Sua voz é o que nos guia, no sertão e na cidade. Zé Terra (São Paulo 2006)
- Maria Dapaz é uma artista de muitas qualidades. Seja como autora seja como intérprete ela tem sua marca própria e um bom-gosto inquestionável. “Da Cor Morena” é mais um belo CD de sua estável carreira. Ricardo Anízio (Jornal O Norte, João Pessoa/PB 2006)
- Lugar cativo na MPB. Com um trabalho à base de cordas, a pernambucana Maria Dapaz mostra que é possível universalizar a música regional. César Rasec (Jornal A Tarde, Salvador 26/01/2000)
- Maria Dapaz resgata clássicos nordestinos com sotaque e afeto. “Meu Lugar” pode ser chamado de suite nordestina. Com este CD, Maria Dapaz aprofunda seu envolvimento com a música nordestina. O canto da intérprete e os arranjos de Bira Marques realçam a todo momento a beleza da obra gonzaguiana. Aluizio Falcão (Isto é Gente, 30/03/2000)
- Um sabiá de saia. Maria Dapaz é das raras cantoras que nos deixam marcas profundas no peito, que nos enlevam, que nos faz meio bobos com sua voz de sabiá perdido ou uirapuru apaixonado. A voz de Dapaz é uma beleza : é simples, é pura, é doce, é dócil, segura. É uma voz que encanta.Assis Ângelo (Jornalista, e pesquisador de MPB, São Paulo 1999)
- Com originalidade, a cantora e compositora pernambucana Maria Dapaz mostra todo o poder de seu canto afinado. Sempre com requintado tratamento acústico, ela intercala composições próprias com canções de Luiz Gonzaga e parceiros, como Riacho do Navio e Kalú. Vilmar Ledesma (Diário Popular, SP 27/09/1999)
- Maria Dapaz mostra com seu canto sincero, a sensibilidade e a beleza do repertório bem brasileiro que, acompanhados de arranjos que vão da sanfona ao cello, unem-se a um casamento melodioso e ritmado, mostrando que esta combinação dá certo. Ouvir clássicos, como Estrada de Canindê, Kalú e Riacho do Navio na voz de Maria é realmente se sentir em paz. Zé Terra (Revista Borage 15/09/1999)
- Maria Dapaz. A eclética pop romântica. A cantora, compositora e violonista pernambucana Maria Dapaz, é uma dessas artistas que nasceram para a música e tem muita força para seguir seu destino (O Norte-João Pessoa/PB, 12.11.1997)
- Nordeste brilha no mundo. A cantora e compositora pernambucana Maria Dapaz marca o seu retorno ao Brasil com uma turnê-divulgação, exclusivamente em capitais nordestinas. Na voz, no canto ou nos acordes de seu violão, Maria Dapaz deixa evidentes influências de fortes personalidades com Clara Nunes, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João Bosco e Mercedes Sosa. Anamélia Araújo (Diário de Natal/RN, 02.12.1997)
- Entre o Brasil e a Europa Maria Dapaz lança CD. A pernambucana Maria Dapaz é uma grata surpresa para quem escuta seu novo disco, Da pá virada... A artista canta e encanta em composições: com Filha do Rei, Tudo Blue, Crack de rua, Vendedor de caranguejo (Gordurinha)... Wilde Portela (Diário de Pernambuco, 12.12.1997)
- Maria Dapaz: a cada disco uma excelente interpretação. Em seu segundo LP lançado pela Copacabana, simplesmente “Maria Dapaz“ essa grande cantora e compositora cheia de luz e garra, se mostra por inteira, interpretando cada música de uma forma pessoal, numa entrega total. (Belo Horizonte/MG - 08.04.1983)
- Simples e forte. Assim é o disco de Maria Dapaz Pássaro Carente, o 1º LP de Maria Dapaz é um disco simples e forte, quase uma síntese de todas as influências desta jovem cantora, desde que deixou Pernambuco e veio morar em São Paulo. “Súplica Cearense” de Gordurinha, na voz de Maria ficou bonita demais. (Fonograma/SP - Setembro de 1981)
- Maria Dapaz - Essa mulher de timbre maravilhoso ...Muito na sua, ela interpreta com muita classe e savoir-faire, canções já conhecidíssimas, mas que com ela, não podem mais ser ouvidas na voz de outros. (CityNews, Campinas/SP 24.05.1981)
- Maria Dapaz - Um nome novo no disco “Pássaro Carente”. Sua voz é quente, emociona em todas as faixas e na recriação brilhante de Súplica Cearense. (Jornal do radio e TV - Maio de 1981)
Obra
- Baião do peão (c/ Nino)
- Brincar de ser feliz (c/ Nino)
- Chocolelê
- Coração de beija-flor (c/ Fátima Romero)
- De volta para você (c/ Jota Moreno)
- Farsa
- Fazenda Paraíso
- Grito de liberdade (c/ Nino)
- Homem maduro
- Loira gelada (c/ Nino)
- Meu lugar (c/ Fátima Romero)
- Meu ponto fraco
- Na aba do meu chapéu (c/ Nino)
- Só no xote
- Xonado tô (c/ Jotta Moreno/Sebastião Ferreira da Silva)
FONTE
Site Oficial
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