terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ivo de Souza

Em 2010 o músico Ivo de Souza - que interpreta músicas sertanejas de raiz e o chamamé Sulmatogrossense - lançou seu CD CHALEIRA PRETA - em um churrasco dançante na Antiga Chácara da Antártica e contou com o apoio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac). Para animar o churrasco foram convidados os grupos Castelo, Chapéu de Palha e Batidão.

Ivo de Souza iniciou sua carreira artística em 1965 fazendo parceria com Janguinho. Primos criados na mesma região de Anhanduí, em Mato Grosso do Sul, cantaram juntos desde a juventude completando trinta anos de carreira. Naquela época, os dois se apresentavam em circos, abrilhantavam shows e tocavam em festas e bailes por todo o Estado do então Mato Grosso.


(Brenno Reis e Marco Viola imitando IVO DE SOUZA & JANGUINHO Em Curitiba-PR na sede da Anastácio Imóveis em Curitiba).

Anos depois, Ivo de Souza formou dupla com Florito, quando gravou o primeiro LP. Após o falecimento de Florito, Ivo retomou sua parceria com Janguinho. Nessa época gravaram mais dois CDs. Cantando juntos desde a juventude, completaram trinta anos de carreira.

Em 2001, com o parceiro Edinelson, gravou mais um álbum.


Composição: Batista dos Santos / Ivo de Souza

Passei muitos anos tocando boiada
Morando na estrada desses pantanais
Pelo peso dos anos eu fui dominado
E pra lida de gado não servia mais
Na última viagem em tempo de cheia
Foi semana e meia dormindo molhado
Meu corpo sentiu o peso do estradão
A minha profissão ficou no passado
São tantos Janeiros que perdi a soma
Das tropeadas e domas em cima do arreio
Até que o cansaço tirou-me de cena
Me afastando da arena dos grandes rodeios

Aqui neste rancho de beira da estrada
Minha vida passada ainda está presente
E revive comigo nas minhas lembranças
Tal como uma herança gravada na mente
Quando o dia nasce eu vejo lá fora
O romper da aurora trazendo o clarão
E mais uma vez a malvada saudade
O meu peito invade sem ter compaixão
Viajando nas asas do meu pensamento
Revejo momentos de um tempo saudoso
Nas rodas de prosa com a peonada
As estórias contadas no galpão de pouso

Vejo meu berrante no canto da sala
Ao lado da pala as esporas prateadas
O meu couchonilho de lã de carneiro
Ainda traz o cheiro da poeira da estrada
A velha "baldrana" toda enfeitada
Eu guardo enrolada no velho bacheiro
Também o meu laço de argola de ouro
A calça de couro e o chapéu pantaneiro
Os restos de tralha que ainda sobrou
Prova que eu sou um herói da estória
Enquanto eu podia manejar o laço
Construí nos braços meu dia de glória

No mês de Agosto eu arrumava a "traia"
Minha mula baia sabia o caminho
Ia pra Barretos na Festa do Peão
Naquele estradão eu seguia sozinho
Na volta eu trazia um belo troféu
Guaiaca e chapéu de palha novinho
O maior presente que eu sempre ganhava
A platéia me dava com aplauso e carinho
Quando neste mundo eu fizer a partida
Vou buscar noutra vida o mais belo troféu
Que Deus me conceda como recompensa
Na sua presença o reino do céu

Entre as músicas mais conhecidas e premiadas em festivais estão: "Terra Nua", "Lembranças de Candieiro", "Relíquias de Um Velho Peão", "Estrada", "Cabelos Brancos", "O Ultimo Troféu", "Velho Pianga" e "Desabafo de Peão".

Em 2008,  o cantor e violeiro Ivo de Souza se apresentou no espetáculo beneficente 11º Canto do Sul - do Pampa ao Pantanal, realizado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho do Mato Grosso do Sul (MTG-MS) e o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Tropeiros da Querência. O evento aconteceu no dia 31 de maio no auditório Manoel de Barros, Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande. Os recursos arrecadados com o espetáculo foram revertidos para a campanha do agasalho 2008, realizada em parceria com o Fundo de Apoio à Comunidade (FAC).

Atualmente Ivo de Souza interpreta músicas sertanejas de raiz, no estilo de Tião Carreiro e Pardinho e o também o tradicional chamamé sul mato grossense.

FONTE

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