sexta-feira, 25 de março de 2011

Violeta Cavalcante


Violeta Cavalcante nasceu em Manaus no dia 01 de julho de 1923. Aos 9 anos, Violeta mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Aos 10 anos de idade era aluna de canto orfeônico na Escola Paraná, em Cascadura, quando foi descoberta pelo maestro Heitor Villa-Lobos, que estava lá para escolher os personagens de uma recepção aos Pequenos Cantores de Viena. O espetáculo, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro teve a pequena Violeta como solista, à frente do coro de crianças regido por Villa.

Em 1940, com apenas 14 anos, participou do programa Calouros em Desfile, comandado por Ary Barroso, cantando O samba e o tango, um sucesso de Carmen Miranda, cantora de quem era fã. Ritmo, interpretação e voz fizeram-na tirar a nota máxima. Ary Barroso afirmou: "Ganhou, mas não leva. Você já é herdeira de Carmen Miranda, portanto, profissional, e o prêmio é para calouros." Foi grande a dificuldade para convencer Ary Barroso de que aquela era a primeira vez que a moça se apresentava no rádio.



No ano seguinte Violeta tornou-se cantora de rádio famosa. Seu primeiro contrato surgiu na Rádio Ipanema. Violeta apresentava-se com o regional de Moacir Silva, do qual fazia parte César Faria, pai de Paulinho da Viola; e passou a se apresentar em outras emissoras de rádio, como: Tupi, Ipanema e Nacional, onde ficou de 1941 a 1957.



Violeta gravou discos basicamente de sambas e marchas carnavalescas, fazendo sucesso nas décadas de 40 e 50. Durante a guerra fez excursões cantando em circos, quartéis e nas bases. Inaugurou rádios pelo Brasil afora e tornou-se a primeira intérprete popular a pisar o palco do pomposo Teatro de Manaus.

Em 1955, fez sucesso com o samba-canção Cartas, composição de Antônio Maria, gravado pela Odeon, com arranjos do então jovem maestro Tom Jobim. Destacou-se como intérprete das canções de Dorival Caymmi, com destaque para o samba-canção Só louco, gravado em 1956 na Odeon. O maior sucesso veio com o samba "Fita meus olhos", de Peterpan, gravado no mesmo ano pela Odeon.

Sua vida artística sofreu um longo intervalo em favor da criação de suas filhas. Depois de longo afastamento da vida artística, convidada por Albino Pinheiro para shows da série "Seis e meia", retomou a carreira em 1977, fazendo o Projeto Pixinguinha ao lado de Paulinho da Viola e Copinha.

Violeta participou de álbuns de tributo, como: "Ary Barroso - 90 Anos" e "Velhos Sambas, Velhos Bambas" e se apresentou, na década de 90, junto de outros artistas da era do rádio, como Nora Ney, Carmélia Alves, Ellen de Lima e Zezé Gonzaga, com quem formou o grupo As Eternas Cantoras do Rádio.



Em 1987, passou a integrar o grupo vocal As Cantoras do Rádio, juntamente com Nora Ney, Rosita Gonzalez, Zezé Gonzaga, Ellen de Lima, Carmélia Alves e Ademilde Fonseca. Gravou com outros cantores os Lps Velhos sambas - velhos bambas, Vols. 1 e 2 e Ary Barroso - 90 anos, em 1992, ambos editados pela Fenab; e fez vários shows pelo Brasil.

Violeta participou ainda em 1988 do LP duplo Há sempre um nome de mulher, produzido por Ricardo Cravo Albin e que alcançou a tiragem de 600 mil cópias, em benefício da Campanha do Aleitamento Materno (LBA/ Banco do Brasil).


Ellen de Lima, Carminha Mascarenhas, Violeta Cavalcanti e Carmélia Alves:
As Eternas Cantoras do Rádio

Nana Vaz de Castro destaca que em 2000, ano em que se comemorou o 50º aniversário da televisão brasileira, nada foi mais apropriado do que um lançamento como: As Eternas Cantoras do Rádio: Ellen de Lima, Violeta Cavalcante, Ademilde Fonseca e Carmélia Alves.

As cantoras passaram por momentos difíceis com o declínio da era do rádio. Então na década de 80, elas uniram forças com outras colegas como Zezé Gonzaga, Nora Ney e Rosita Gonzalez, passaram a fazer shows coletivos, chegando a gravar dois discos pela CID.

O álbum traz produção caprichada, arranjos de Marcos Teixeira e participações especiais de Gilberto Gil, Leila Pinheiro, Ney Matogrosso e Baby do Brasil.

A Rainha do Chorinho Ademilde Fonseca participa em duas faixas solo. No Choro Chorão, de Martinho da Vila, Ademilde divide o microfone com Baby do Brasil. Já no clássico Pedacinhos do Céu (Waldir Azevedo), o destaque é o solo de Afonso Machado, do grupo Galo Preto, ao bandolim.

A outra rainha do elenco, Carmélia Alves, que dividiu o cetro do baião com Luiz Gonzaga, mostra toda a sua majestade em Feira de Mangaio, forró de Sivuca e Gloria Gadelha, Súplica Cearense (Gordurinha/ Nelinho) e Menino de Braçanã (Luiz Vieira). Nesta última, Carmélia conta com a inspirada participação de Ney Matogrosso, que se adequou ao clima do disco e produziu uma das melhores faixas.

A amazonense Violeta Cavalcante, que passou pelo crivo do exigente Ary Barroso em seu programa de calouros, nos traz aqui Exaltação à Bahia (V. Paiva/ C. de Garcia), Tristeza Pé no Chão (Armando Fernandes/ Mamão) e Fita Meus Olhos com participação de Leila Pinheiro.

Ellen de Lima, embala com as conhecidas Besame (Flávio Venturini/ Murilo Antunes), um bolerão com todos os vibratos a que tem direito, Feliz, de Gonzaguinha, e um doce arranjo de Estrela, de Gil, com participação do próprio cantando e tocando.

Na última faixa, as quatro cantam juntas – não, não é Cantores do Rádio ("levamos a vida a cantar...") – Estão Voltando as Flores, de Paulinho Soledade. Mesmo saindo dois anos depois de gravado, As Eternas Cantoras do Rádio é um lançamento importante da Leblon, pois algumas dessas estrelas já comemoraram incríveis 60 anos de carreira e o glamour que imprimem às canções comprova que nenhuma delas perdeu a majestade.

Em 13 de junho de 2001, estreou, ao lado de Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima o show As Cantoras do Rádio: Estão voltando as flores, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin, no Teatro-Café Arena, em Copacabana, no Rio.

Nesse show, Violeta personificava Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Nora Ney e Dalva de Oliveira, cantando alguns dos sucessos que marcaram as carreiras dessas cantoras, como Mulata Assanhada (Ataulfo Alves) e Não me diga adeus ( Paquito/ L. Soberano/ J.C. Silva).



Gravações Raras

*Castigo (Valdemar Barbosa e Paulo Neto) Violeta Cavalcante 1954 Bolero
*De baixo pra cima (Raul Sampaio e Dantas Ruas) Violeta Cavalcante 1955 Marcha
*Espelho quebrado (Dante Santoro e Heron Domingues) Violeta Cavalcante 1953 Samba-canção
*Foi surpresa (Alcebíades Barcelos (Bide) e Haroldo Lobo) Ciro Monteiro e Violeta Cavalcante 1939 Samba
*Marcha da luz (Romeu Gentil e Paquito) Violeta Cavalcante 1951 Marcha
*Marcha do cacoete (Paulo Menezes e Milton Legey) Violeta Cavalcante 1954 Marcha
*Máscara da face - A mulher que é mulher (Klecius Caldas e Armando Cavalcante) Ademilde Fonseca - Violeta Cavalcante 1989 Sambas
*Não vou trabalhar (Carvalhinho, Mário Rossi e Buci Moreira) Violeta Cavalcante 1951 Marcha
*Por que chorar (Who's sorry now) (Snyder, Kalmar, Ruby e Juvenal Fernandes) Violeta Cavalcante 1958 Foxtrote
*Quando eu danço com você (Sidney Prosen e Ghiaroni) Violeta Cavalcante 1954 Foxtrote
*Quem mandou telefonar (Romeu Gentil e Elpídio Viana) Violeta Cavalcante 1945 Samba
*Rancho das namoradas - Iaiá boneca - A casta Suzana - Upa upa - Grau dez (Ari Barroso e outros) Coro, Gilberto Mifont, Roberto Paiva e Violeta Cavalcante 1992 Marchas
*Só louco (Dorival Caymmi) Violeta Cavalcante 1956 Samba-canção
*Súplica (Oscar Belandi e Nelson Trigueiro) Violeta Cavalcante 1953 Samba-canção
*Tem tamanduá no baile (Mário Rossi e Roberto Martins) Violeta Cavalcante 1945 Marcha
*Trabalhou trabalhou (Herivelto Martins e José Messias) Violeta Cavalcante 1955 Samba
*Vagalume (Victor Simon e Fernando Martins) Violeta Cavalcante 1953 Marcha
*Vou tratar de mim (Roberto Martins e Mário Rossi) Violeta Cavalcante 1945 Samba



FONTE

Cliquemusic

Cifrantiga

2 comentários:

ivetirmattos disse...

Meu nome é iveti Rodrigues de mattos.O meu pai era tio da Violeta Cavalcanti,era irmão da mãe dela.Infelizmente não a conheci, como também aos outros parentes dele.Ele veio de Alagoas para o ES e nunca mais voltou.Aqui ele conheceu minha mãe e se casaram.Sempre tive vontade de conhecer alguém da familia dele, infelizmente nunca tive essa oportunidade.

sonia regina disse...

Conheci dona violeta trabalhei na casa da filha dela nunca mais tive contato com elas.