Divertida e atual a música "Tá Caro" de Alvarenga e Ranchinho, versão da música "Oh! Carol", sucesso de Neil Sedaka (cantor, pianista e compositor americano), em 1958. Alvarenga & Ranchinho foi uma popular dupla sertaneja brasileira. São os autores da canção Êh... São Paulo.
Alvarenga E Ranchinho - Tá Caro (Oh Carol)
Dupla sertaneja formada em 1929 por Murilo Alvarenga (Itaúna, Minas Gerais, 22 de maio de 1911 - 18 de janeiro de 1978) e Diésis dos Anjos Gaia (Jacareí, São Paulo, 23 de maio de 1912 - 6 de julho de 1991). Através do tio, que era empresário de circo, Alvarenga começou a trabalhar aos 11 anos como trapezista e malabarista, passando depois a se apresentar como cantor de tangos.
Alvarenga conheceu Ranchinho numa serenata em Santos/SP, em 1928.
Resolveram, então, cantar juntos em circos, interpretando, desde o início, o gênero sertanejo, que os caracterizou e que era uma novidade na época. Apresentaram-se em São Paulo em 1933 com a Companhia Bataclã e, no ano seguinte, foram convidados por Breno Rossi , maestro da orquestra da Rádio São Paulo, para cantar nessa emissora. Ainda em 1934, forma com Silvino Neto o trio Os Mosqueteiros da Garoa, que, apesar do sucesso obtido, durou pouco.
A dupla começou a se destacar em 1935, com a marcha "Sai, feia", de Alvarenga, que venceu o concurso de músicas carnavalescas de São Paulo. Ainda em 1935, a convite do Capitão Furtado, participaram do filme "Fazendo Fita", de Vittorio Capellaro.
Em 1936 partiram para uma temporada no Rio de Janeiro na Casa de Caboclo. No Rio, com pouco nome, a dupla praticamente começou a carreira novamente, se apresentando no programa "Hora do Guri", da rádio Tupi.
A boa aceitação da dupla fez com que gravassem seu 1° disco, pela Odeon, ainda em 1936, a moda de viola "Itália e Abissínia" (Com Capitão Furtado), e o Cateretê "Liga das Nações".
Em 1936 se apresentaram na Argentina e no ano seguinte passaram a fazer parte do elenco do Cassino da Urca, onde ficaram até seu fechamento, dez anos depois. Foi lá que a dupla começou a fazer sátiras políticas, que se tornaram um de seus pontos fortes.
Em 1938 lançaram a marcha "Seu Condutor", uma parceria com Herivelto Martins, que acabou sendo um grande sucesso carnavalesco.
(programa gravado em fevereiro de 1973)
Neste mesmo ano Ranchinho se afastou de seu companheiro pela primeira vez, e Alvarenga, então, gravou, pela Odeon, em dupla com Bentinho, da dupla Xerém e Bentinho. Gravou também com o grupo Alvarenga e Sua Gente. Esta separação temporária de Ranchinho voltaria a ocorrer outras vezes nos 27 anos seguintes e, nessas ocasiões, seria substituído por outros, como Bentinho ou Delamare de Abreu.
Em 1939 Ranchinho voltou à dupla e novas gravações foram feitas pela Odeon, inclusive algumas com o Capitão Furtado. Até então, a dupla vinha tendo muitos problemas com a censura oficial, por suas sátiras políticas, mas em 1939 a questão foi resolvida quando Alzira Vargas, filha de Getúlio Vargas, convidou a dupla para tocar no Palácio das Laranjeiras para seu pai; Getulio, depois de ouvir todas as sátiras, inclusive sobre ele, deu ordens para que as composições da dupla fossem liberadas em todo território nacional. Ainda em 1939, a dupla excursionou pelo Rio Grande do Sul e passou a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga, ganhando o slogan de "Os milionários do riso".
"Romance de uma Caveira" foi gravada em 1940 e se tornou um dos maiores sucessos de seu repertório, e, três anos depois, gravou "Drama da Angélica".
Com o fechamento dos cassinos, em 1946, Alvarenga abriu uma boate no Posto 6, em Copacabana, mantendo-a durante dois anos.
A dupla apresentou-se, em 1950, durante um mês, no cassino Estoril, em Lisboa, e, em 1952, lançou com destaque a marcha de sua autoria "Cordão Japonês".
Em toda sua carreira a dupla participou de mais de trinta filmes, incluindo "Carnaval em lá maior", de 1955, dirigido por Ademar Gonzaga.
Com seu repertório de sátiras políticas, a dupla participou também de campanhos eleitorais, como as de Ademar de Barros, Juscelino Kubitschek e Lucas Garcez.
Ficaram célebres ainda suas paródias de músicas de sucesso, como as que foram feitas sobre o tango "Adiós Muchachos" (Júlio C. Sanders e Césas Vedani), "Nervos de aço" (Lupicínio Rodrigues) e, mais tarde, sobre "Disparada" (Geraldo Vandré e Teo de Barros).
Em 1959, a dupla deixou o rádio, para trabalhar apenas na televisão, e, em 1965, Diésis foi substituído por Homero de Sousa Campos (Campos Gerais MG 1930 – Guarulhos SP 1997), que passou a ser o Ranchinho efetivo. Reduzidas suas atividades nos grandes centros, a partir de 1970, a dupla apresentou-se quase que somente no interior do país, onde era ainda muito popular.
"A primeira dupla no rádio foi a nossa...", afirma Alvarenga...
(Na primeira parte do programa da TV Cultura - gravado em fevereiro de 1973, Alvarenga e Ranchinho relembram a participação no filme Coisas nossas (1931) e interpretam Desafio (A primeira música engraçada que gravamos) e a valsa Morena, minha morena.)
Em 1997 foi lançado o CD "Os Milionários do Riso", série Luar do Sertão, BMG, reedição integral de um LP gravado ao vivo na RCA, em 1973.
Gravações raras da dupla aqui
Alvarenga: Murilo Alvarenga - Y Itaúna, MG, 22/5/1912 ~ V 18/1/1978.
Ranchinho: Diésis dos Anjos Gaia - Y Jacareí, SP, 23/5/1913 ~ V 5/7/1991 (atuou até 1965).
2º Ranchinho: Delamare Abreu - Y São Paulo, SP, 28/10/1920 (irmão de Murilo, atuou por 2 meses apenas na década de 1950).
3º Ranchinho (ou Ranchinho II, como ficou conhecido): Homero de Souza Campos - Y 1930 ~ V 1997 (atuou de 1965 a 1978).
FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário