quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cinemúsica Villa-Lobos e o Brasil



Pianista Marcelo Bratke e a artista plástica Mariannita Luzzati conceberam espetáculo para ser apresentado em presídios, mas a ideia ganhou vulto e já foi parar até nos EUA com direito a elogios no New York Times - Por: Marisa Cauduro


"Cinemúsica Villa-Lobos e o Brasil" é o nome do espetáculo que o pianista Marcelo Bratke e a artista plástica e cineasta Mariannita Luzzati apresentam hoje, a partir das 20h, no Teatro do Sesi (rua Gustavo Teixeira, s/nº), de graça.

Compõe o enredo obras de músicos que inspiraram e que foram inspirados por Villa-Lobos, como Bach, Ernesto Nazareth e Tom Jobim. Toda a apresentação é realizada com a instalação cinemática de Luzzati como cenário.



O filme exibido durante as execuções musicais propõe uma viagem através da natureza brasileira inspirada no próprio caminho trilhado por Villa-Lobos. As imagens foram coletadas pelo Brasil a dentro e passaram por um processo de manipulação, no qual foram tratadas de maneira pictórica para levar o espectador a uma jornada que vai do mundo real ao mundo imaginário.

"Cinemúsica" foi originalmente concebido por estes dois artistas brasileiros radicados em Londres para ser apresentado em penitenciárias brasileiras e foi levado pela primeira vez em 2010 à Penitenciária Feminina do Butantã e Carandiru, ambas em São Paulo. Mas foi também realizado em grandes salas de concerto na Europa; como a Britfabrik (Frankfurt), a Espasso (Nova York) e o Queen Elizabeth Hall (Londres).


A atuação de Marcelo Bratke inclusive arrancou elogios de crítico do The New York Times: "Sua interpretação de Villa-Lobos revelou momentos de uma beleza selvagem, ao mesmo tempo construída com elegância, com sutileza nos deslocamentos rítmicos e um colorido pianístico brilhante".

Marcelo Bratke é um pianista prestigiado nacionalmente (tem prêmios como o APCA e o Carlos Gomes) e internacionalmente (já se apresentou em casas do calibre do Carnegie Hall, em Nova York). Cada vez mais envolvido em como a arte pode se engajar no desenvolvimento social, Bratke criou, em 2007, a Camerata Brasil Vale Música, uma orquestra formada pela fusão entre jovens músicos eruditos e populares vindos de áreas desprivilegiadas da sociedade brasileira.


Juntos, realizaram três grandes turnês nacionais, uma turnê pelo Japão, gravaram um DVD e um CD e foram escolhidos pelo Ministério das Relações Exteriores para representar o Brasil em uma campanha internacional de divulgação da obra de Villa-Lobos com concertos na Europa e Estados Unidos.

Apesar de sempre embasado na tradição da música erudita (seu CD dedicado ao "Le Groupe des Six", de Jean Cocteau, foi considerado uma das melhores gravações eruditas de todos os tempos pela revista britânica Gramophone), Marcelo Bratke é um artista cuja imaginação não é limitada pelas fronteiras do universo da música clássica. Ele tem colaborado com o pianista britânico de jazz Julian Joseph, com o percussionista Naná Vasconcelos e com as cantoras pop Sandy e Fernanda Takai.


A artista plástica Mariannita Luzzati também tem uma carreira de prestígio. Já representou o Brasil na 22º Bienal Internacional de São Paulo e participou de importantes exposições na Alemanha, França, Espanha, Estados Unidos e Inglaterra.

Na última década, Luzzati participou de mostras em importantes museus e instituições. No Brasil, destacam-se a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Duas de suas obras foram adquiridas pelo British Museum of London, em 2001, e algumas constam em importantes coleções internacionais e nacionais. Dessas instituições, constam a Fundação Itaú Cultural de São Paulo, a Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a Fundação Padre Anchieta - TV Cultura em São Paulo, entre outras. Para saber mais sobre o espetáculo de hoje, basta ligar para o Sesi pelos telefones (15) 3388-0440 ou (15) 3388-0458.

FONTE

Nenhum comentário: