sábado, 6 de agosto de 2011

Músicas e ritmos que embalarão brasileiros no Pan



A relação entre música e esporte ultrapassa os coros de incentivo que ecoam das arquibancadas pelo mundo. Por diversas vezes, essa aliança é mais do que importante para que atletas praticantes de determinadas modalidades obtenham sucesso em suas carreira, como é o caso da patinação, do nado sincronizado e da ginástica.

No Pan-Americano de Guadalajara, que ocorre em outubro, não será diferente: esportistas e suas equipes já trabalham duro para encontrar músicas que toquem os juízes.

De início, é bom que fique bem claro. Patinadores, ginastas e nadadoras decretaram: ninguém determina e impõe a nenhuma confederação qual música deve ser executada em um torneio por um país e seus representantes. Todo o processo de escolha de uma canção para uma competição é tarefa conjunta entre atleta e seu corpo técnico.

"Trabalhamos junto com o coreógrafo. Primeiro, há uma análise do perfil da ginasta, se ela gosta da música. E ela, claro, tem que gostar, afinal, é ela que executa", afirmou a ginasta Daiane do Santos, que teve sua apresentação no solo ligada ao clássico Brasileirinho durante muito tempo. "Essa música marcou muito para mim e para todos. Já era um símbolo brasileiro lá fora, então foi bom para ganhar os juízes", disse.

Mônica Rosas, chefe da Seleção Brasileira de nado sincronizado, afirma que não existe uma regra padrão para a escolha de uma música e a elaboração de sua coreografia. "Às vezes, a técnica tem um tema na cabeça, e procura alguma música que possibilite movimentos casados com este tema. As atletas participam muito desse processo, tem de existir uma interação", disse.

A patinadora Julia Balthazar crê em sintonia entre atleta e música. Para ela, uma canção tem de acompanhar o seu estilo de patinação. "Se é uma música forte, e você não acompanha, não fica legal. Nunca posso estar num dia 'morno', tenho que conhecer e gostar da música, sentir a canção e interpretá-la", afirmou.

Diferencial brasileiro?

A latinidade virou uma espécie de trunfo tupiniquim na hora de montar uma apresentação para torneios importantes, como o Pan-Americano de Guadalajara. Muitos apostam nos ritmos fortes e marcantes do Brasil - e seus países vizinhos - como uma forma de conquistar os juízes.

"Os europeus tem aquela coisa mais clássica, não tem o nosso gingado. No último Mundial, por exemplo, eu era uma das únicas competidoras que apresentou um ritmo forte, com batidas mais aceleradas", afirmou a patinadora Julia Balthazar.

Daiane do Santos, que também crê na latinidade como uma aliada, afirmou que o mais importante é o equilíbrio entre atleta e música. "A gente sempre procura o diferente, aquilo que vai inovar e surpreender. Pensamos também, claro, 'como faremos para tocar aquele juiz?', mas jamais podemos deixar de equilibrar bem as coisas, pois estamos praticamente atuando ali. Precisamos representar, e se não fizermos isso, perdemos pontos", disse a ginasta.

Por outro lado, Mônica Rosas acredita que essa "carta na manga" dos brasileiros não tem sido tão bem aceita assim lá fora. E já prepara uma solução para o impasse. "Nossa música não é tão imponente. Às vezes, achamos que estamos mandando bem, com uma música e uma coreografia que adoramos, mas que por ser uma batida mais leve e 'swingada' não agrada lá fora. O que procuramos fazer é mixar, incluir estilos brasileiros em uma pegada mais orquestrada", afirmou a chefe da Seleção de nado.

Mônica deve receber "apoio" de outra modalidade, pois a ginástica rítmica também optou por um recurso estrangeiro: as meninas brasileiras - treinadas pela ex-ginasta Camila Ferezin - executarão parte de seus exercícios ao som de My Way, de Frank Sinatra.


Confira os ritmos que as atletas brasileiras levarão aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara:
  • Julia Balthazar (Patinação)
Programa curto - "Uma salsa"
Programa longo - "Uma das músicas do famoso musical Mil e uma noites"
  • Daiane dos Santos (Ginástica Artística)
"Mesma música que venho utilizando atualmente, que é um combinado de salsa, rumba e um pouco de samba. Acho que fica legal, até pelo Pan ser no México".
  • Mônica Rosas (Nado sincronizado)
Dueto livre - "Um rock ópera, da Trans Siberian Orchestra" Dueto técnico - "Chamamos de 'Mix Brasil' e contém músicas com Garota de Ipanema
Equipe livre - "Uma música sobre o tema 'robótica'"
Equipe técnica - "Algo bem brasileiro, um forró"
  • Camila Ferezin (Ginástica Rítmica)
5 bolas - "My way, do Frank Sinatra"
3 fitas e 2 arcos - "O tema do filme Rio"


FONTE


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