sábado, 27 de agosto de 2011

Ruy Rey


Domingos Zeminian (São Paulo, 4 de janeiro de 1915 - Rio de Janeiro, 26 de março de 1995), mais conhecido pelo nome artístico de Ruy Rey, foi ator, cantor e compositor brasileiro. Junto de sua orquestra, celebrizou-se por interpretar ritmos hispano-americanos (bolero, mambo, rumba, etc.), entre as décadas de 1940 e 1960, atingindo seu auge na década de 1950, quando chegou a rivalizar com o argentino Gregorio Barrios a preferência do público no gênero.

Iniciou sua carreira como crooner da orquestra dos irmãos Cópia (dentre os quais, o maestro Copinha), em São Paulo. Na década de 1940, atuou na Rádio Tupi de São Paulo e no cabaré OK, com a orquestra de J. França. Em 1944, foi trabalhar como cantor na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, conseguindo o horário de meio-dia e meia, logo após o programa de Francisco Alves, um dos mais populares de então, alcançando notoriedade.

Em 1946, gravou seu primeiro disco pela gravadora Continental, com os boleros Nadie, de Agustín Lara, e No Mientas, de Dante Santoro e Sila Gusmão. No ano seguinte, gravou sua primeira composição, a rumba Ana Martín, parceria com o maestro Sebastião Cirino.

Este mesmo disco trazia em seu lado B o bolero Tus ojos, de Luiz Bonfá.

No entanto, seu primeiro grande sucesso surgiu no carnaval de 1948, com a marcha A Mulata É a Tal, de Antônio Almeida e João de Barro, que se constituiu num dos grandes sucessos do carnaval do ano seguinte e o samba "Casadinha triste"; o sucesso carnavalesco animou Rey a continuar lançando músicas para o carnaval.

Entre as várias versões que fez, destacam-se: a canção La Bamba (dez anos antes da versão de Ritchie Valens); os mambos Cao Cao Mani Picao (Jose Carbo Menendez) e Mambo Jambo (Perez Prado); o porro Cubanita Chiquitita (de sua autoria); o chá-chá-chá Torero (Renato Carosone e Nisa); os boleros Camino Verde (Carmelo Larrea) e Ansiedad (Sarabia Rodríguez); e Bailando la Cucaracha.

Também em 1948, fez sua primeira participação num filme, Folias Cariocas, de Manoel Jorge e Hélio Thys. Em 1948, gravou a guaracha "Hechicera", de sua parceria com Rutinaldo, o bolero "Eres tu mi sueño de amor...", de José Bravo e as marchas "Maricota", de Antônio Almeida e Haroldo Barbosa, "Espanhola diferente", de Nássara e Peterpan e "Legionário", de João de Barro e José Maria de Abreu.

No mesmo ano, organizou uma orquestra (Ruy Rey e sua Orquestra) que teve como característica principal tocar ritmos latino-americanos, muito em voga na época.

Ruy Rey e Sua Orquestra de Danças - Las secretarias

Em 1949, gravou os boleros "Quando tu quieras", de René Touzet, "Soy como soy", de Pedro Junco Júnior, "Jamás te olvidaré", de Antônio Rago e Juraci Rago e "Orgulho", de Ademar Pimenta e Dilu Melo.

No mesmo ano, gravou o samba "Traz o meu pandeiro", de Pedro Caetano e Antônio Almeida e a marcha "Ela vai querer", de Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho. Também no mesmo ano, gravou o primeiro disco com sua orquestra com as rumbas "La reina" e "Rosita", parcerias com Rutinaldo.

Em 1950, participou dos filmes "Carnaval no fogo" e "Aviso aos navegantes", de Watson Macedo. No mesmo ano, gravou com sua orquestra a rumba "Naná", de sua autoria e Rutinaldo. Durante a década, teve intensa participação no cinema brasileiro atuando como cantor, como líder de orquestra e até como ator.

Em 1951, acompanhou com sua orquestra a cantora Emilinha Borba na gravação da rumba "Dançando a rumba", de Airton Amorim e Mário Meneses.

No mesmo ano, gravou com sua orquestra as marchas "Cubana", de sua autoria e Rutinaldo, "Até vestida", de Norival Reis e Alberto Rego, "Minha babá", de Frazão e Dunga e o samba "Eu voltei", de Rutinaldo e Salvador Miceli.

Em 1952, gravou com Emilinha Borba o mambo "Mucho gusto", de sua autoria e acompanhou com sua orquestra a mesma cantora na gravação os sambas "Você sabe muito bem" e "Pelo amor de Deus". Ainda no mesmo ano, gravou com sua orquestra o samba "Covarde", de Dunga e Mário Lago e o samba "Tá ficando boa", de Ismael Neto e Nestor de Holanda.

Em 1953, gravou com sua orquestra as marchas "A lua se escondeu", de Alcebíades Nogueira e Norival Reis. Nesse mesmo ano gravou ainda com sua orquestra mambos e boleros como "Porque ya no me quieres", de Agustin Lara. Também no mesmo ano, gravou com Emilinha Borba a batucada "A louca chegou", de Rômulo Paes, Henrique de Almeida e Adoniran Barbosa.

Em 1954, atuou no filme "O petróleo é nosso", de Watson Macedo. Neste ano, gravou na Todamérica a "Marcha do gari", de Antônio Almeida e Jorge Murad e a marcha "Seu lobo taí?", de Antônio Almeida.

Ainda no mesmo ano, gravou com sua orquestra a marcha "Mexilhão", de Alcebíades Nogueira e Norival Reis., o samba "Quando o dinheiro acabar", de Steiner Timóteo e Monsueto Menezes e o samba mambo "Gosto de dançar", de sua autoria e Valdemar de Abreu.

Em 1955, gravou os boleros "Yo soy tu pasado", de Frederico Baena e "Ladrona de besos", de Montenegro e Ramón Inclar.

No mesmo ano, gravou com sua orquestra o samba "Uisque de pobre", de Estanislau Silva, Raul Marques e Heber Lobato e a marcha "Jogado fora", de sua autoria e Valdemar de Abreu, além do samba "Ai Maria!" e da marcha "De hora em hora", de sua parceria com Norival Reis e Antônio Almeida.

Em 1956, gravou com sua orquestra o bolero mambo "Es impossible", de sua autoria e os boleros "Por que será?", de Ramon, Diplo e Rivero e "Perdidamente", de sua autoria e Amado Régis.

Em 1957, gravou as marchas "Cola no corpo", de sua autoria, Norival Reis e Alberto Rego e "É de "xurupito", de sua autoria, Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.

No mesmo ano, gravou com sua orquestra as marchas "Ai que delícia", de sua parceria com Norival Reis e Antônio Almeida e "Seu Romeu", parceria com João Rosa e Arnaldo Moraes.

No ano seguinte, gravou o cha cha cha "Torero", de Renato Carozone e Nisa, com versão sua e o porro "Cubanita Chiquitita', de sua autoria.

Neste ano, gravou o samba "Deixa ela pensar", de Norival Reis, Raul Marques e Paulo Miranda e a marcha "Vaca leiteira", de sua parceria com Antônio Almeida.
 
No cinema atuou principalmente em chanchadas, entre as quais, Carnaval no Fogo, Aviso aos Navegantes, O Petróleo É Nosso, Chico Viola Não Morreu e É de Chuá.

Ruy Rey e sua orquestra

(Do filme "Aviso aos Navegantes" de Watson macedo, 1950)

1957 - Ruy Rey e Sua Orquestra - O Seu Romeu Que Sorte a Sua
(Do Filme "Garotas e Samba")

IVON CURY, 1957, DE LUIZ VIEIRA, "ESTRADA DO COLUBANDÊ"
(IVON CURY,1957, DE LUIZ VIEIRA : "ESTRADA DO COLUBANDÊ". Informações: Áudio: instrumental: "Miss Balanço", de Hélton Menezes,1964, com 5 no Balanço,RCA Victor. música "Estrada do Colubandê" de autoria de Luiz Vieira, interpretação de Ivon Cury, com acompanhamento de Ruy Rey e orquestra,excerto do filme "Garotas e Samba",1957. Ivon Cury gravou também este xote pela RCA Victor no mesmo ano.

Em 1959, gravou com sua orquestra os cha cha chas "La mamadera", de Osmar Safety e "Que se passa comigo?", de Bidu Reis e Murilo Latini.

A partir dos anos 1960, com a bossa nova, os ritmos latinos foram diminuindo e seu prestígio começou a entrar em declínio. Em 1960, gravou a marcha "Mundo virado", de sua parceria com Valdemar de Abreu e o samba "Não vou quebrar a jura", de Moacir Silva, Mauro Araújo e Benedito Reis.

Em 1961, gravou as marchas "Indústria nacional", de Norival Reis e Benedito Reis e "Ivan não é", de Luiz Antônio.

Em 1963, gravou as marchas "A boca é boa", de sua parceria com José Batista e "Vamos pro mato caçar", de Antônio Almeida, esta última, em dueto com a cantora Marlene.

No mesmo ano, gravou na Mocambo a marcha "É um estouro", de sua autoria e Antônio Almeida e o samba "Amor proibido", de Mário Barcelos e L. Zeminian.

Com sua orquestra gravou 35 discos em 78 rpm além de diversos LPs. Em 1968, desfez sua orquestra e se afastou do meio artístico).

FONTE

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