Você já deve ter cantado: "A carrocinha pegou/Três cachorros de uma vez/Tralalalá, que gente é essa?/Tralalalá, que gente má!/A carrocinha pegou/Três cachorros de uma vez/Tralalalá, que gente é essa?/Tralalalá, que gente má!", de Carequinha. E esta outra então?!
(canção, 1960) - Irani de Oliveira e Altamiro Carrilho
- Interpretação de: Carequinha
O bom menino não faz xixi na cama
O bom menino não faz malcriação
O bom menino vai sempre à escola
E na escola aprende sempre a lição
O bom menino respeita os mais velhos
O bom menino não bate na irmãzinha
Papai do céu protege o bom menino
Que obedece sempre, sempre a mamãezinha
Por isso eu peço a todas as crianças
Preste atenção para o conselho que eu vou dar
(falado)
Olha aqui.
Carequinha não é amigo de criança que passa
de noite da sua cama pra cama da mamãe
E também não é amigo de criança que rói unha,
e chupa chupeta.
Tá certo ou não tá?
Táaaaaaa
Eu obedeço sempre a mamãezinha
Então aceite os parabéns do Carequinha.
O bom menino...
(falado)
Olha aqui.
Carequinha só gosta de criança
que respeita mamãe, papai, titia e vovó
E seja amigo dos seus amiguinhos
E também que coma na hora certa,
e durma na hora que a mamãe mandar.
Tá certo ou não tá?
Táaaaaaa
Eu obedeço sempre a mamãezinha
Então aceite os parabéns do Carequinha.
Carequinha (George Savalla Gomes), palhaço, compositor e cantor, nasceu em Rio Bonito-RJ (18/7/1915) e faleceu no Rio de Janeiro-RJ (5/4/2006). Em 1920 começou a trabalhar no Circo Peruano, de seu avô, chamado Savalla, em Carangola, e em 1938 estreou como cantor no programa Picolino, de Barbosa Júnior, na Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro.
Com a inauguração da TV Tupi, em 1950, formou com Fred (Fred Vilar) notável dupla de palhaços, em seu programa Circo do Carequinha, pioneiro na televisão.
Em 1958 realizou sua primeira gravação com a música Fanzoca de rádio (Miguel Gustavo), e no ano seguinte estreou como compositor, gravando Alma de palhaço (com Fred).
Numa noite de 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, Estado do Rio de Janeiro, a aramista e trapezista Elisa Savalla, durante uma apresentação noturna no Circo Peruano, sente as primeiras dores do parto. O seu marido, Lázaro Gomes, em pleno picadeiro, pede para ela descer do arame. Assim, num barraco de circo, nasce George Savalla Gomes, mais conhecido como Carequinha. Logo após o parto, seguindo uma bela tradição circense, ele recebe dos artistas os primeiros dos muitos aplausos, que se tornariam uma constante em sua vida.
O pai, que largou a batina pela atriz circense, morreu quando Carequinha tinha dois anos. Sua mãe casou-se novamente, com Ozório Portilho. Aos cinco anos, na cidade de Carangola, Minas Gerais, sua família trabalhava no Circo Peruano de seu avô, José Rosa Savalla, quando o padrasto Ozório, após alguns ensaios, colocou uma careca no pequeno menino e disse: “Hoje você vai entrar ( no picadeiro ) carequinha" e profético determinou que “de agora em diante você será o Carequinha”. Naquela ocasião tinha um palhaço que se chamava Careca e não podiam existir dois palhaços com nomes iguais. Então, dos cinco anos em diante, ele nunca mais deixou de ser o Carequinha.
Devidamente batizado, o contato com o público foi imediato e pouco a pouco transformou seu caminho em sinônimo de alegria. Foram muitas viagens pelo Brasil, com o Circo Peruano, da família Savalla, depois o Circo Ocidental (comprado pelo padrasto), sendo palhaço oficial do circo aos 12 anos, o Atlântico e o Olimecha, até chegar no Rio de Janeiro o Circo Alemão Sarrazani.
Isso foi em 1951. Eles queriam uns palhaços brasileiros e Carequinha e o companheiro Fred tornaram-se então uns dos raros palhaços do Brasil contratados por um circo estrangeiro. O circo era uma bola de alumínio, uma coisa extraordinária, para o veterano palhaço que nunca tinha aquilo. O circo ficou três meses defronte da Central do Brasil e depois, com Carequinha e Fred, foi para São Paulo. Os dois palhaços ficaram 4 meses e meio nesse espetáculo.
Naquela época o circo também era teatro, como relembra o palhaço: “Eu era o galã, rapaz novo, fazia o palhaço na primeira parte e depois o galã das peças. O circo tinha palco, a primeira parte era no picadeiro e a segunda no palco, levava aqueles dramalhões". Foi na segunda parte que Carequinha conheceu o grande companheiro Fred, um alfaiate que nas horas vagas trabalhava em teatros dos subúrbios carioca.
Depois, radicado na cidade de São Gonçalo, Rio de Janeiro, Carequinha optou por apresentar-se fora do circo, na qual as apresentações eram diárias. Carequinha gostava de fazer três, quatro, cinco apresentações por semana. Então, ele se limitou a fazer shows de aniversários, clubes e viagens para o interior do país.
Ele representou o nosso país quatro vezes no Exterior, ganhando uma medalha de ouro na Itália como o Palhaço Moderno do Mundo. O recebimento da medalha ocorreu na Cidade de Campione D’itália, credenciado ao concurso pela Superintendência do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, para representar o Brasil no I Festival Internacional de Clow, que foi realizado nos dias 13 e 14 do mês de dezembro de 1964, disputando com palhaços de 20 países. Também esteve em Portugal, na América do Norte duas vezes, na Argentina e no Reino Unido.
Em certa ocasião, enquanto viajava de avião para Florianópolis, o diretor de um show passou um rádio para o avião em que se encontrava Carequinha pedindo que ele descesse maquiado porque tinha umas três mil pessoas no aeroporto esperando para vê-lo. Neste dia, ele recebeu a chave da cidade num carro do Corpo de Bombeiro e foi até o centro da cidade para o primeiro show numa praça que estava lotada.
A mesma receptividade ocorreu em Porto Alegre e Portugal. A partir do convite de Getúlio Vargas para apresentar o seu circo para seus filhos no Palácio do Catete, Carequinha passou a ser considerado o Palhaço dos Presidentes. Os seus shows eram quase que obrigatórios para todos os presidentes da República, desde de Getúlio Vargas passando por JK incluindo os Generais do governo militar. Ele tomou parte da inauguração da Praça dos Três Poderes, na então recém criada Brasília (1960), convidado pelo amigo Juscelino Kubitschek.
Durante suas viagens de trabalho, Carequinha encontrou tempo para namorar e casar-se. “O Circo Ocidental foi a Poços de Caldas, Minas Gerais ( 1940 ). Lá, eu me casei e depois voltamos para São Gonçalo. Minha esposa, Elpídia, era professora e gostou do Carequinha. Eu bem que lhe contei como era a minha vida. Mesmo assim ela decidiu se casar comigo”.
Carequinha também tinha tempo para os estudos, tendo estudado até o 3º ano da faculdade de Direito. Desde criança, sua mãe o matriculava na escola de cada cidade por onde o circo passava. Assim foi sua vida escolar.
O rádio estava em sua Época de Ouro. Carequinha integrou o elenco do Programa Barbosa Júnior, na Rádio Mayrink Veiga ( RJ ), e do show de variedades de César de Alencar, na Rádio Nacional ( RJ ). Trabalhou ao lado de cantores como Francisco Alves, Emilinha Borba e Ângela Maria. As músicas interpretadas por Carequinha, Fanzóca do Rádio (brincadeira com as fãs de Emilinha Borba) e A Burrinha foram as mais tocadas nos carnavais de 1958 e 1960, respectivamente.
Além das marchinhas carnavalescas, Ele gravou várias músicas infantis, muitas acompanhado pelo flautista Altamiro Carrilho e sua bandinha. Em 1962, com Carrilho, Carequinha gravou O Bom Menino ( “O Bom Menino não Faz Pipi Na Cama/ O Bom Menino não Faz Mal-criação/ O Bom Menino Vai Sempre a Escola....” ) que vendeu 2 milhões e 500 mil cópias.
Ele foi o primeira a gravar a música de roda Atirei o Pau no Gato, além de outras velhas cantigas infantis. O jornal Folha de São Paulo publicou certa vez que Carequinha foi o primeiro a gravar um rock infantil no Brasil: O Rock do Ratinho.
No início da década de 80, Carequinha, juntamente com Pelé, participou do primeiro disco de Xuxa Meneghel: O Clube da Criança. Ao todo ele gravou 27 LP’s e 184 compactos, mas poucos sabem que ele foi um seresteiro.
FONTE
Um comentário:
AQUI FALA LUCIANO LOPEZ, GRAVEI COM O CAREQUINHA NO SEU ÚLTIMO DISCO DE VINIL INTITULADO "A MAIOR FESTA DAS CRIANÇAS" A MÚSICA "O PALHAÇO AINDA SOU EU EM PARCERIA COM O SAUDOSO E FABULOSO ED WILSON.
FOMOS HONROSAMENTE CONTEMPLADOS COM A PRIMEIRA FAIXA DO LADO "B", O DISCO CONTÉM 10 GRANDES SUCESSOS REGRAVADOS E DUAS MÚSICAS INÉDITAS SENDO A NOSSA UMA DESSAS.
CONSIDERO UMA GRANDE INJUSTIÇA COM A MEMÓRIA DO GRANDE ARTISTA, COM SEUS FAMILIARES E COM A CRIANÇA ATÉ CINCO ANOS, DENTRO DA NOSSA CULTURA, QUE A SUA DISCOGRAFIA NÃO ESTEJA TOTALMENTE EM CD.
COM TANTOS CANAIS ALTERNATIVOS DE TELEVISÃO TEM APENAS UMA PONTA NA ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO.
MESMO COM O INCÊNDIO NA TV TUPI ACREDITO QUE HAJA IMAGENS NO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM, BEM COMO AS APRESENTAÇÕES MAIS RECENTES NA EXTINTA TV MACHETE.
PORTANTO AFIRMO E ACREDITO QUE PODERIA ESTAR NO AR EM UM DOS CANAIS ALTERNATIVOS, TAL QUAL ACONTECE COM OUTROS.
EM 1958 ROBERTO CARLOS PEGOU CADEIRA E VIOLÃO E ENTROU NO AR, SEM ESTAR PROGRAMADO, DURANTE O CIRCO DO CAREQUINHA, ESSA FOTO ESTÁ DISPONÍVEL NA INTERNET BASTA ACESSAR: CAREQUINHA ROBERTO CARLOS.
JÁ NA TV MANCHETE FOI O TRAMPOLIM PARA A XUXA ATÉ MESMO NA DISCOGRAFIA A QUAL ATÉ ENTÃO NÃO HAVIA FEITO NENHUMA PROGRAMAÇÃO PARA CRIANÇAS.
FOI MUITO TOCADO EM FESTAS O DISCO MISTO (POPULAR PAU DE SEBO) COM "TREM DA ALEGRIA, CAREQUINHA E A XUXA".
SERIA IMPORTANTE QUE A INDÚSTRIA FONOGRÁFICA BRASILEIRA BEM COMO ESSES PERSONAGENS CITADOS, QUE ESTÃO COM O BOI NA SOMBRA, FIZESSEM UMA ANÁLISE DE CONSCIÊNCIA E VIABILIZASSEM O QUE FOSSE POSSÍVEL PARA QUE AS ATUAIS GERAÇÕES DE CRIANÇAS, QUE AFINAL DE CONTAS ESTÃO SEMPRE CHEGANDO, NÃO FOSSEM FURTADAS DA FIGURA DO CAREQUINHA.
EM ENTREVISTA CONCEDIDA À XUXA, APROXIMADAMENTE QUATRO ANOS ANTES DE FALECER DISSE:
ATÉ CINCO ANOS O CAREQUINHA AINDA É O CAREQUINHA!!!!!
ESTE É O MEU COMENTÁRIO E DEPOIMENTO EM FUNÇÃO DO BOM SENSO E DA ÉTICA.
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