segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Astrud Gilberto


Diário da Música: Astrud Gilberto Em março/2010 Astrud Gilberto completou 70 anos. Sempre divulgando o jeito brasileiro de cantar. O Reconhecimento da cantora Astrud Gilberto no exterior é indiscutível. Para os seus 70 anos, Deutsche Welle conversou com os pesquisadores Ricardo Cravo Albin e Heloísa Tapajós sobre a importância da artista no Brasil.


Desde seu primeiro single até a coletânea "The Divas Series", de 2003, Astrud gravou mais de uma dezena de álbuns, divulgando a música brasileira e o jeito de cantar da bossa nova pelo mundo todo.

Nos últimos anos, apesar de não ter se retirado definitivamente da carreira musical, a cantora soteropolitana tem se dedicado à pintura e à proteção dos animais. No Brasil, profissionalmente, Astrud realizou uma única apresentação em São Paulo em 1965.



Sobre ela o musicólogo brasileiro Ricardo Cravo Albin, fundador do Instituto Cultural Cravo Albin e um dos maiores pesquisadores da música popular brasileira.

Segundo Albin, Astrud Gilberto é "um fruto muito acolhedor e muito raro da bossa nova". Nos Estados Unidos, ela construiu uma carreira sólida no meio musical norte-americano. João Gilberto voltou para o Brasil, mas ela fixou residência em Nova York, o que permitiu uma participação permanente da música popular dentro da capital da música dos EUA, que sempre foi Nova York, disse o musicólogo.

Cravo Albin concorda que o reconhecimento de Astrud no exterior é bem maior do que no Brasil, "onde ela é um pouco ausente". Nos EUA, todavia, ela é saudada com veemência e com um especial carinho, "até porque os americanos preservam melhor algo que o Brasil preserva menos: a memória de seus intérpretes", explicou.

Para o musicólogo, no entanto, a bossa nova continua sendo muito celebrada no Brasil, "basta lembrar o show comemorativo dos 50 anos da bossa nova na Praia de Ipanema, onde estavam presentes 50 mil pessoas."

Segundo a pesquisadora e produtora Heloísa Tapajós, que fez a pesquisa para o espetáculo comemorativo dos 50 anos da bossa nova na Praia de Ipanema, "houve um tempo em que as comemorações de datas da bossa nova aconteciam mais lá fora do que aqui. E os 50 anos da bossa nova foram muito celebrados aqui no Brasil."

Assim, Tapajós afirmou não acreditar que haja um desinteresse do brasileiro em relação a Astrud Gilberto, "porque quem tem informação, quem conhece o trabalho dela, respeita e se orgulha com o fato de ela estar lá fora, de ela estar mostrando o talento brasileiro."

Para a pesquisadora, a razão de Astrud Gilberto ter maior sucesso no exterior tem a ver com o fato de ela morar fora, "diferentemente de Nara Leão, que desenvolveu sua carreira toda no Brasil e praticamente fez um mapeamento da música brasileira, com gravações de compositores de todas as vertentes até o final de sua vida."


Mas principalmente em seus primeiros discos, lembrou a pesquisadora, Astrud Gilberto é uma cantora brasileira, e a estética da bossa nova continua sendo uma grande influência para os artistas mais jovens, concluiu.

Em 2002, um ano após sua decisão de retirar-se da vida pública, Astrud foi incluída no International Latin Music Hall of Fame e lança o box Jungle, com obras de autoria própria, além de dez novas composições.

Em 2008, recebeu o prêmio Lifetime Achievement no Grammy Latino de 2008, pela importância de sua obra. Atualmente, permanece fora da vida pública, dedicando-se à pintura e à escrita, além de repudiar firmemente, em seu site oficial, os maus-tratos aos animais.



CURIOSIDADE

Desde 1979 até os dias de hoje, mais de 300 artistas já se apresentaram no festival de jazz de Lugano, na Suíça. O evento gratuito, realizado ao ar livre, atrai anualmente milhares de fãs do jazz e da world music, que se reúnem na centenária Piazza della Riforma para ouvir música e celebrar o verão.

Em 2 de julho de 1985, Astrud Gilberto e sua banda encantaram a plateia com grandes sucessos da bossa nova. Toda a elegância de uma intérprete inigualável, pela primeira vez em DVD.


FONTE

deutche well

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