terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Zé Fortuna e Pitangueira


Os irmãos José Fortuna (Itápolis, 2 de outubro de 1923 — São Paulo, 10 de novembro de 1983) e Elclides Fortuna (Itápolis, 1928), conhecidos como: Zé Fortuna e Pitangueira, foram uma dupla de cantores de música sertaneja raiz do Brasil.

Zé Fortuna foi cantor, compositor, autor teatral e ator. Começou a compor ainda criança, quando acompanhava o pai em andanças pela lavoura, escrevendo versos no chão de terra com um pedaço de madeira.

Com 11 anos de idade compôs "Quinze a sete", numa homenagem a seu time de futebol.

Em 1947, José Fortuna e Elclides Fortuna, criaram a dupla Zé Fortuna e Pitangueira.

No mesmo período, mudaram-se para São Paulo onde conheceram o acordeonista Juventus Merenda. Os três formaram então um trio no qual Merenda ficou pouco tempo.



Em 1948, conheceram o acordeonista Coqueirinho, formando com ele o trio "Os Maracanãs".

Apresentaram-se no mesmo ano na Rádio Record de São Paulo.

Em 1953, a acordeonista Rosinha substituiu Coqueirinho, e Os Maracanãs passou a atuar com sucesso no programa "Terra, sempre terra", na Rádio Piratininga em São Paulo.

Em 1956, gravaram o cateretê "O selo de sangue", de Zé Fortuna e Pitangueira, e um de seus maiores sucessos.

Em 1957, emplacaram outro sucesso com a valsa "Lenda da valsa dos noivos", de Zé Fortuna e Pitangueira.

Em 1958, passaram a atuar na Rádio Bandeirantes.

Em fins dos anos 1950, passou a fazer parte do trio o acordeonista Zé do Fole, em lugar de Rosinha, dando assim forma definitiva ao trio "Os Maracanãs" até a sua dissolução, em 1973.

Em 1959, gravaram a valsa "Paineira véia", de Zé Fortuna, e que tornou um dos maiores sucessos do trio.



Em 1960, interpretaram a composição "Sob o céu de Brasília" na inauguração da nova capital brasileira, e considerado como o hino inaugural de Brasília.

No mesmo ano, gravaram a guarânia "Por que?", de Zé Fortuna e Pitangueira e o tango "O tango do adeus", de Zé Fortuna e Lucílio Antunes dos Santos.

Em 1961, fizeram grande sucesso com a valsa "Retalhos de amor", de José Fortuna, no mesmo disco em que gravaram o tango "Divina pecadora", de José Fortuna e Pitangueira.

Em 1962, foram para a Rádio Tupi. Em 1962, fizeram sucesso com a guarânia "Lembrança", de José Fortuna.


Em 1963, gravaram o tango "Justiça de um filho", de Leo Canhoto. Em 1964, passaram a atuar na Rádio Nove de Julho, em São Paulo. Em 1965, transferiram-se para a Rádio Nacional, também em São Paulo. Ao longo dos anos 1950 e 1960, apresentaram-se nas principais rádios de quase todos os estados do Brasil. Em 1968, lançaram o LP "O Sol e a Lua".

Gravaram cerca de 40 LPs e diversos discos em 78 rotações. A maior parte das gravações do trio eram composições dos irmãos José Fortuna e Pitangueira.

Em 1979, a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo, oficializou “O Hino do Trabalhador Brasileiro”, de José Fortuna e Carlos Cezar.

Em 1981, no Festival da Rádio Record, concorrendo com mais de dez mil composições, obteve o primeiro lugar com a música “O VAI E VEM DO CARREIRO”, além de ganhar, juntamente com Carlos Cezar, os troféus de melhor letra, melodia, orquestração, interpretação e arranjo.

 (interpretes Lauro e Lauri)

José Fortuna faleceu em 10 de novembro de 1983, vítima de doença de Chagas. Suas composições eram gravadas por grandes nomes da música sertaneja raiz como: Tonico & Tinoco, Mococa & Paraíso, Teixeirinha, Liu e Léu, etc.

Suas composições foram também regravadas por inúmeros intérpretes da Fina Flor da MPB, entre os quais, Maria Bethania, Gal Costa, Caetano Veloso, Nara Leão e Ângela Maria.

E o autor brasileiro com o maior número de músicas gravadas, deixou em 40 anos de carreira cerca de 2500 composições, destas 900 músicas inéditas; além de 42 dramas teatrais.

Segundo Iara, filha de Zé Fortuna, os irmãos Fortuna nunca se apresentaram em dupla, mas sempre como trio, Zé Fortuna, Pitangueira e Zé do Fole, também conhecidos como "Os Maracanãs".

O repertório do trio constituía-se, principalmente, de tangos, valsas e guarânias. Interpretavam, também, canções humorísticas, excelentes para o ambiente circence, como "Mané preguiça", de José Fortuna.

Em outras composições interpretavam verdadeiras histórias musicadas, tais como "A lenda da valsa dos noivos" e "Drama da vida" e , a primeira de José Fortuna e Pitangueira e a última de José Fortuna.

No âmbito da música sertaneja pode-se afirmar que não há um intérprete que não tenha gravado obras de José Fortuna, desde Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, Milionário e José Rico, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco(estes inclusive gravaram um LP com doze faixas só com obras de José Fortuna, homenageando o compositor), Sérgio Reis, Roberta Miranda, Cezar e Paulinho, Mococa e Paraíso, enfim, todos os intérpretes do gênero sertanejo, têm com certeza em seu repertório passado ou recente, obras musicais de José Fortuna.



VOCÊ SABIA??



*Um fato curioso acontecido em sua vida, foi quando da inauguração da cidade de Brasília, ocasião em que José Fortuna têve o prazer de receber das mãos do então Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, um cartão de congratulações e mérito por sua composição “SOB O CÉU DE BRASÍLIA”, tida como o Hino Inaugural de Brasília.


*Um de seus maiores sucessos foi a versão da guarânia “ÍNDIA”, composta há sessenta anos, do outro lado de “MEU PRIMEIRO AMOR”, também versão de José Fortuna, gravados originalmente por Cascatinha e Inhana, no ano de 1952, músicas que chegaram a vender na ocasião mais de um milhão de cópias. Estas duas composições foram regravadas por dezenas de duplas sertanejas, como também por intérpretes da música popular brasileira, como por exemplo: Agnaldo Timóteo, Ângela Maria, Nara Leão, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, que regravou “ÍNDIA”, nome dado a um de seus shows no Canecão-Rio de Janeiro. Recentemente a obra foi tema da novela global “ALMA GÊMEA”, de Walcir Carrasco, na interpretação de ROBERTO CARLOS.


*Além de compositor, José Fortuna foi também autor e escritor de 42 peças de teatro, tais como “O PUNHAL DA VINGANÇA”, “O SELO DE SANGUE”, “VOZ DE CRIANÇA”, “LENDA DA VALSA DOS NOIVOS”, “CRIME DE AMOR”, “OS VALENTES TAMBÉM AMAM”, “CORAÇÃO DE HOMEM”, etc... percorrendo por conseguinte todo o Brasil, e algumas cidades da América do Sul, com sua Companhia Teatral Maracanã. Além de escritor, atuava também como ator de destaque em todas as suas criações teatrais, e sua Companhia Teatral acabou por receber inúmeros prêmios e troféus, tornando-se assim conhecidos dentro do universo da música sertaneja como: "Os reis do teatro".



*Zé Fortuna publicou também 40 livretos com as letras de suas obras musicais e dezenas de estórias completas, todas em verso - Literatura de Cordel.




*Nos anos de 1979, 1980 e 1981, Zé Fortuna venceu os festivais consecutivamente. Em 1979, ele obteve os três primeiros lugares com as músicas: "Riozinho"(1º lugar), "Berrante de Ouro"(2º lugar) e "Brasil Viola" (3º lugar). “Berrante de Ouro”, por exemplo já tem mais de setenta regravações. Isto tudo ocorreu em meio a Festivais onde participavam mais de 13.600 concorrentes, durante um período de seis meses, com eliminatórias em todas as Capitais e grandes cidades brasileiras.


*“Meu Primeiro Amor”, a versão para “LEJANIA”, composta no mesmo ano para o outro lado de “INDIA”, e também muito regravada, foi relançada nos últimos anos pelos intérpretes Joana e Fagner. Uma curiosidade é que “ÍNDIA”, foi a responsável pela introdução da guarânia como estilo musical no Brasil, posto que até então tal gênero musical era desconhecido por aqui, não possuindo mercado propício para a sua expansão, e assim sendo, após o enorme sucesso gravado por Cascatinha e Inhana, intensificou-se o intercâmbio cultural entre Brasil e Paraguai. Estas duas guarânias, bem como outras de autoria de José Fortuna, tais como: ANAHY, SOLIDÃO, MINHA TERRA DISTANTE, VAI COM DEUS, etc... geraram inúmeras regravações, inclusive no exterior.


*Paralelamente às suas atividades como compositor, José Fortuna mantêve um trio, do qual pertencia também seu irmão Euclides Fortuna, o “Pitangueira”, formando com Zé do Fóle o Trio “OS MARACANÃS”. Eles gravaram mais de quarenta LPs e dezenas de discos ainda em 78 rotações, como também muitos compactos com músicas de José Fortuna. Apresentaram-se em todas as emissoras da Capital e do interior. Curiosamente foi o Trio que inaugurou o canal 5, hoje Rede Globo de Televisão, em 1950.



*O Rádio também foi outra de suas grandes paixões. Zé Fortuna foi radialista durante toda a sua vida artística, e apresentou o Programa José Fortuna em quase todas as Rádios da Capital: Tupi, Piratininga, Gazeta, Jornal, Record, Nove de Julho, São Paulo, Cometa, Nacional, Difusora, Globo, Morada do Sol, etc...



*Zé Fortuna teve o prazer de receber inúmeros troféus, títulos e congratulações, destacando-se dentre estes: o título de Cidadão Osasquense, o Cartão de Prata e a Medalha Anchieta por iniciativa da Câmara Municipal do Estado de São Paulo, o Título de Cidadão Paulistano, também por iniciativa da Câmara Municipal, a Sala José Fortuna no Museu de sua Cidade natal Itápolis, bem como a Avenida José Fortuna, na mesma cidade (inaugurada por ele apenas vinte dias antes de seu falecimento).



*Outras cidades também homenagearam Zé Fortuna dando seu nome à algumas praças e ruas são: São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Guarulhos, São Paulo ( São Miguel Paulista), Osasco, Blumenau (Santa Catarina), São Carlos, Mogi das Cruzes, Mogi-Mirim, etc...




FONTE


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