quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Greice Ive


Surpreendente as interpretações de Greice Ive!! Gostei de tudo que li e ouvi. Greice não é cantora de um único ritmo, estilo, hit... Versátil ela ultrapassa com segurança o lugar comum entre "cantar uma música" e "dar vida a música", cativando desde os primeiros acordes.

Até Você Passar
Composição: Greice Ive/Dudu Falcão/Marco Brito


O que a gente vai fazer com essa paixão
Distraído coração
Eu fiz festa pra esse amor a noite inteira
E amanhece a ilusão.

Nada, sombra e silêncio
Hoje eu vou ficar aqui até você passar.

O que a gente vai fazer com essa paixão
Distraída solidão
Que passeia em frente a minha lua cheia
Sem deixar sombras no chão.

Nada, sombra e silêncio
Eu não vou sair daqui até você passar.

(Refrão)
Nenhum sinal, nenhum recado
Hoje é melhor deixar o amor fora do ar
Tudo acontece, eu sei
Tudo se entende
E de repente tudo volta pro lugar.

A música popular brasileira tem sido pródiga em sempre revelar novas e belas vozes femininas. Algumas foram descobertas pelo grande público recentemente, embora suas donas venham tentando projetá-las há bem mais tempo. É o caso da brasiliense Greice Ive, intérprete de belo timbre que chegou aos ouvintes graças à trilha sonora de Passione, a novela de Silvio de Abreu exibida pela TV Globo na faixa das 21h.

O rosto de Greice Ive ainda é pouco conhecido do grande público, mas a voz tem sido bastante ouvida nos últimos meses na trilha das novelas Malhação e Passione, nas quais se faz presente com as canções "Seu olhar" e "Até você passar", respectivamente.



É de Greice a voz que se ouve em Até você passar, canção que ela compôs em parceria com Dudu Falcão e Marco Brito, tema de Fátima, a adolescente romântica vivida pela jovem atriz Bianca Bin. A música caiu no gosto dos telespectadores e tem 250 mil page visualizações no YouTube e dezenas de clipes postados na internet. Bianca diz que ouvi-la a ajudou a compor a personagem.

Uma outra música interpretada por Greice foi parar em trilha sonora. Seu olhar, do compositor e cantor candango Paulo D’Jorge, pode ser apreciada na nova fase de Malhação. “Ninguém pode negar a importância das trilhas de novelas, que surgem como uma poderosa mídia. Quem consegue chegar a ela, com certeza, tem sua voz e seu trabalho ampliados”, comemora a cantora.

Greice, porém, não esconde a surpresa por ter emplacado essas duas canções em trilhas de novelas globais. “Soube que a produção da Globo tomou conhecimento das músicas por meio de um CD demo que extraí da gravação de um DVD feita no Teatro Rival (no Rio), depois distribuído entre amigos e profissionais do meio. Ao decidir pela inclusão delas nas trilhas de Passione e Malhação, entraram em contato com a C2 Produções, empresa que cuida dos meus interesses, solicitando a liberação”, conta.



INÍCIO DA CARREIRA

O início musical da brasiliense Greice Ive deu-se com uma brincadeira de criança, aos cinco anos de idade. Seu pai, também músico, percebeu que a menina nascera com o dom que poderia torná-la uma das maiores revelações da Nova Música Popular. Na época, a pequena Greice acompanhava, fascinada, suas apresentações, fazendo participações especiais.

Aos 13, a jovem cantora tornou-se atração musical em estabelecimentos na noite de Brasília, levando em seu repertório os maiores expoentes da nossa música. Este foi um momento especial em sua carreira, onde a artista amadureceu naquela confluência de talentos e estilos, que foram, aos poucos, delineando a personalidade musical que hoje a vem evidenciando no vasto universo da música brasileira.

Por volta dos 16 anos, foi convidada a participar como vocalista de uma das mais conceituadas bandas de baile do Centro-Oeste. Aceitou o desafio, expandindo seu repertório para além das fronteiras geográficas. Tal experiência foi um exercício de versatilidade, permitindo à artista adaptar-se aos mais variados estilos musicais.

Foi ouvindo o que havia de melhor na música que Greice absorveu influências diversas, de grandes mestres nacionais e estrangeiros. Dois deles se tornariam seus admiradores e impulsionadores, Ivan Lins e Márcio Montarroyos. Montarroyos, que a conheceu quando dava uma “canja” num bar no Rio de Janeiro, tornou-se declaradamente seu fã, definindo-a publicamente como “Greice Ive, voz de cristal, a mais bela do Brasil”. Curiosamente, a última gravação feita pelo músico foi justamente no disco de Greice, que dedica a ele o trabalho, numa homenagem póstuma.

E foi na Cidade Maravilhosa, que Greice Ive recebeu o convite da Indie Records para gravar “Ao som de Greice Ive”, com produção de Marco Brito, tecladista que acompanha Ivan Lins há 13 anos, e que reúne um time da melhor qualidade. Entre os quais, Léo Amoedo, Armando Marçal, Cláudio Infante, André Vasconcellos.

Nele, há uma miscelânea que bem apresenta a cantora. Além da inédita “Seu Olhar”, de Paulo Djorge, o repertório apresenta releituras de canções como “Apenas Mais Uma de Amor” (Lulu Santos), “Eu Queria Ter Uma Bomba” (Cazuza), “Desculpe o Auê” (Rita Lee) “Somos Quem Podemos Ser” (Humberto Gessinger). Grandes composições interpretadas por essa bela voz tornam esse trabalho um daqueles cd’s que você canta do começo ao fim.



A cantora que iniciou a carreira na adolescência, apresentando-se em bares da cidade, não chegou a ser muito conhecida pelo brasiliense. Em 2002, ao assistir a um show de Ivan Lins no Clube Naval, foi apresentada ao tecladista Marco Brito. Logo começaram a namorar. “Naquele ano mesmo, fui para o Rio de Janeiro morar com o Marco. Fiz alguns contatos e passei a dar canjas em bares da Barra da Tijuca”, lembra.



Numa dessas vezes, Greice teve na plateia o multi-instrumentista Márcio Montarroyos, que, entusiasmado com o que ouviu, a convidou para participar do show que faria no Cais do Oriente, no Centro do Rio, e passou a falar dela para outros músicos. “Certa vez, o Marco estava tocando no Espírito das Artes, na Cobal do Humaitá, e fui vista pelo Leonardo Amuedo, da banda do Ivan Lins, que soube de mim pelo Léo. Aí fiz chegar ao Ivan uma demo com Seu olhar, e ele gostou bastante”, revela.

Quem também tomou conhecimento de Greice por meio da demo foi o jornalista e produtor Nelson Motta. “Assim que o CD chegou às mãos dele, Nelson comentou que ficara impressionado, principalmente com Todo embaçado e só (Ricardo Ribeiro, Alessandro Lustosa e Ana Flávia Garcia). Tanto que a tocou no Sintonia fina, programa que apresenta na rádio MPB FM, aqui no Rio (em Brasília é retransmitido pela Verde-oliva FM).”



CD de estreia

O primeiro disco da brasiliense, Ao som de Greice Ive, saiu pela Indie Records há dois anos. “Fui indicada pelo Ivan (Lins) à gravadora, pela qual gravei um CD de releituras.” Entre as 12 faixas estão Refazenda (Gilberto Gil), Outono (Djavan), Desculpe o auê (Rita Lee), Quase um segundo e Saber amar (Herbert Vianna).

Num show que fez no Teatro Rival, em 2009, ela foi assistida por Ricardo Leão e Yuri Cunha, produtores do Som Brasil, da TV Globo, que depois a convidaram para participar do especial sobre Os Paralamas do Sucesso. “Cantei três músicas, Meu erro, Uma brasileira e Quase um segundo. A repercussão foi bem legal, pois me fez mais conhecida”, comenta.



No momento, Greice está finalizando o segundo CD, no qual a metade das músicas é de sua autoria. Há parcerias com Dudu Falcão, Jorge Vercillo e Ivan Lins, e releituras como as de É o que interessa (Lenine e Dudu Falcão) e Descobridor dos sete mares (Michel e Gilson Mendonça), sucesso de Tim Maia.

No circuito das casas noturnas do Rio de Janeiro, a cantora, que iniciou a carreira como vocalista de bandas de baile aqui na cidade, tem vários admiradores, inclusive artistas consagrados como Ivan Lins e Jorge Vercillo. Outro fã é o letrista, escritor e produtor Nelson Motta.

Em julho, depois de longa ausência dos palcos brasilienses, Greice apresentou durante evento ligado à biodiversidade, no Jardim Botânico. Hoje, de volta à capital, ela faz show no Feitiço Mineiro, acompanhado por Marco Brito (teclado) e Jordão Wesley (percussão). Aproveita para mostrar músicas do Sem moldura, o segundo CD, com lançamento previsto para março de 2011.

Com esse show, Greice cumpriu temporada recentemente no Rio Rock Blues, na Lapa. “Estou emocionada em trazer meu trabalho a Brasília, agora que é veiculado pela mídia. No roteiro, estão quase todas as músicas do Sem moldura e algumas do Ao som de Greice Ive, disco de estreia, lançado há dois anos pela Indie Records. Entre as músicas estão Refazenda (Gilberto Gil). “Tem também algumas releituras de canções que não fazem parte de nenhum dos CDs, como Divino maravilhoso (Caetano Veloso) e Feira de mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha)”, anuncia.

Greice explica que a escolha de "Sem moldura" para título do novo álbum tem a ver com o conceito do trabalho, que desenvolve desde o começo do ano passado. A liberdade para fazer misturas é uma das marcas do álbum. “Há canções em que a sonoridade acústica funde-se com a elétrica, de forma natural. Há baladas românticas lado a lado com músicas mais ritmadas.”


Autora de algumas das canções do CD, a cantora tem parceiros em algumas faixas. Com Ivan Lins e Jorge Vercilo, fez Nas margens. “Havia composto as partes A e B e deixei de lado por um tempo. Aí o Ivan ouviu, gostou e complementou, criando a parte C. Em seguida, o Jorge escreveu a letra”, conta. “Já com Marquinho (Brito) e Isabella Taviani, compus Conecte-me to play”, acrescenta. Outras faixa do disco são Telepatia (Flávio Venturini e Jorge Vercillo) e É o que me interessa (Lenine e Dudu Falcão).

Seu olhar (do brasiliense Paulo D’Jorge), da trilha de Malhação, e Até você passar (Marco Brito, Greice Ive e Dudu Falcão), tema de Fátima (personagem vivido pela jovem atriz Bianca Bin), em Passione, são os destaques do Sem moldura. “Essas duas canções têm me dado muita satisfação. Com elas, cheguei ao público de todo o país. As pessoas ainda não me conhecem, mas têm me ouvido. A resposta vem por meio de milhares de page views e dezenas de clipes postados por fãs na internet”, comemora.



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