Dulce Pinto Bressane (11/6/1936 Rio de Janeiro/RJ)Compositora. Cantora. Produtora musical. Decoradora. Estudou com Werther Politano (piano), Paula e Silva (teoria musical), Moacir Santos e Guerra Peixe (composição) e Esther Scliar (análise musical).
Foi casada com o pianista Bené Nunes, de 1956 a 1965. Eram constantes as reuniões realizadas em sua casa, onde recebia os compositores e intérpretes da bossa nova.
Participou do musical "Pobre menina rica", de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, gravando a trilha sonora original, lançada em disco, em 1964, com Carlos Lyra, Moacir Santos e Telma Soares, e com arranjos de Radamés Gnatalli.
Em 1965, após separar-se de Bené Nunes, começou a cantar em público, participando de shows com Baden Powell e apresentando-se em televisão e teatros. Nesse mesmo ano, participou do Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior), classificando-se entre as 10 finalistas com sua composição "O jangadeiro" (c/ João do Vale), interpretada pelo cantor Catulo de Paula.
Em 1966, lançou o LP "Dulce" (Forma), interpretando composições de Antonio Carlos Jobim, Carlos Lyra, Vinicius de Moraes, Baden Powell e Ruy Guerra. Foi acompanhada, nessa gravação, por Baden Powell e o quarteto de cordas de Peter Daulsberg, com arranjos de Guerra Peixe. Por esse disco recebeu, no Teatro Municipal, o prêmio "Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro", promovido pelo "Correio da Manhã", como a Melhor Cantora do ano. O LP foi considerado, em citação de Silvio Tulio Cardoso, do jornal "O Globo", como um dos melhores discos do ano.
Em 1967, participou, como cantora e compositora, do II Festival Internacional da Canção (Rede Globo), com a música "O amanhecer" (c/ Ruy Guerra).
Em 1968, gravou o LP "O samba do escritor", registrando composições próprias, em parceria com vários escritores. O disco contou com a participação de Nara Leão, Edu Lobo, Gracinha Leporace, Joyce e o conjunto vocal Momento Quatro, além de arranjos de Luiz Eça, Oscar Castro Neves e o lançamento de Egberto Gismonti, como arranjador e instrumentista.
Em 1969, participou, como cantora, do LP "Egberto Gismonti", primeiro disco do instrumentista e compositor, com quem foi casada de 1968 a 1976.
Em 1970 participou, como cantora, dos discos de Egberto Gismonti "Sonho 70" (Philips) e "Orfeu novo", esse último gravado na Alemanha. Passou a atuar, desde então, como vocalista de inúmeras gravações de Egberto Gismonti para discos e trihas sonoras para cinema, teatro e televisão, nos quais sua voz de soprano foi utilizada como parte instrumental.
Baden Powell & Dulce Nunes na TV alemã wm 1971, cantando o clássico do samba "Aos Pés da Santa Cruz", de Marino Pinto e Zé da Zilda.
Assinou trilhas sonoras para peças de teatro, entre as quais "A madona de Éfeso" e "O homem do princípio ao fim", ambas de Millôr Fernandes, e "A megera domada", de Sheakespeare, com elenco integrado por Marília Pera, Gracindo Junior, José Wilker, Camila Amado e outros.
Em 1980, gravou para a Som Livre a trilha musical do disco infantil "O país das águas luminosas", em parceria com Egberto Gismonti.
Em 1983 montou, com Egberto Gismonti, a firma Carmo Produções Artísticas Ltda.
Como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo (Brasil), lançou discos de André Geraissati ("Entre duas palavras") e Nando Carneiro ("Violão"), em 1983; Luiz Eça ("Luiz Eça"), Robertinho Silva ("Bateria"), Piry Reis ("Caminho do interior"), Aleuda ("Oferenda"), Antonio José ("Um mito uma coruja branca"), Carioca ("Sete dias, sete instrumentos, música") e Grupo Papavento ("Aurora Dorica para o Embaixador de Júpiter"), em 1984; Artistas Carmenses ("Carmo ano 1"), Luigi Irlandini ("Azul e areia"), Mú ("Meu continente encontrado") e William Senna ("O homem do madeiro"), em 1985; Nando Carneiro ("Mantra Brasil"), Luiz Eça, Robertinho Silva e Luiz Alves ("Triângulo"), Marco Bosco ("Fragmentos da casa") e Piry Reis ("Rio Zero Grau"), em 1986; e Fernando Falcão ("Barracas barrocas"), em 1987.
Como produtora e sócia de Egberto Gismonti no selo Carmo/ECM (Alemanha), lançou os CDs "Árvore" (Egberto Gismonti, Group and Orchestra), "Circense" (Egberto Gismonti, Group and Orchestra), "Violão" (Nando Carneiro) e "Kuarup" (Egberto Gismonti, Group and Orchestra), em 1991; "Academia de Danças" (Egberto Gismonti, Group and Orchestra), "Trem caipira" (Egberto Gismonti Group), "Nó caipira" (Egberto Gismonti, Group and Orchestra), "Amazônia" (Egberto Gismonti Group) e "7 dias, 7 instrumentos, música" (Carioca), em 1992; "Alma" (Egberto Gismonti), em 1996; "Guitarreros" (Ernest Snajer & Palle Windfeld) e "Antonio" (Délia Fischer), em 1999; e "Quaternaglia" (Quaternaglia) e "Água & Vinho" (Rodney Waterman & Doug De Vries), em 2000.
Paralelamente ao trabalho na Carmo Produções Artísticas, atuou desde 1978 até 2001, como decoradora de sua firma Bressane Arquitetura & Interiores.
FONTE
Dicionário MPB
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