segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ciro Pessoa


Ciro Pessoa (São Paulo/SP, 12 de junho de 1957) é cantor, poeta e jornalista brasileiro. Aos sete anos de idade já tocava seus acordes no violão. Lia Lewis Carrol, Monteiro Lobato, Julio Verne, e ouvia muito Roberto Carlos, Mutantes, Beatles e “Secos e Molhados”. Aos onze participou de um festival de novos talentos no Ilha Porchat Clube em São Vicente, e ganhou o primeiro lugar interpretando “Aroeira” de Geraldo Vandré.

Geraldo Vandré canta "Aroeira" - 1967

Estudou no Colégio Equipe e no final dos anos 70, começou a abrir shows de artistas como Walter Franco, Novos Baianos e Jards Macalé, convidados pelo então Presidente do CCE (Centro Cultural Equipe) Sergio Groismann para tocarem em eventos da escola, onde subiu pela primeira vez ao palco com os amigos que mais tarde viriam a ser os Titãs.

Em 1979, foi morar na Europa, onde durante dois anos percorreu vários países fazendo shows de MPB e Bossa Nova difundindo a nossa música.

Em 1981, de volta ao Brasil, juntou-se aos ex-colegas de colégio, Branco Mello, Marcelo Fromer, Arnaldo Antunes, Tony Belotto, Paulo Miklos, Sergio Brito e Nando Reis fundando assim os Titãs do Iê Iê Iê. Tocaram em inúmeros locais alternativos, mas a estréia oficial da banda aconteceu em 15 de outubro de 1982, no Sesc Pompéia.

Fez parte da banda durante dois anos e, tocavam em lugares tão ecléticos quanto o som da banda. Quando saiu do grupo, Ciro deixou como herança composições que até hoje são sucessos como “Sonífera Ilha” (1982), “Toda Cor” (1982), “Homem Primata” (1983) e “Babi Índio” (1983).

Após deixar a banda, tornou-se bandleader do Cabine, que gravou um único LP chamado "Fósforos de Oxford", com 11 faixas produzido pelo selo RPM e lançado em 1986. Sucesso até hoje, as músicas estão em gravações de CDs e em execução nos shows de promissoras bandas Undergroundes adolescentes.


No começo dos anos 90 capitaneou a Banda CPSP (Ciro Pessoa e Seu Pessoal). Não lançaram nenhum LP, mas fizeram shows em inúmeras cidades brasileiras, fase em que era difícil serem contratados novamente para tocarem no mesmo local de apresentação.

Artista inquieto, com múltiplos talentos, já havia trabalhado com cinema no filme “Areias Escaldantes” (1987), e passou a se dedicar a roteiros e trilhas cinematográficas contribuindo também em “Oceano Atlantis” (1992), “As Andorinhas” (1993) ambos dirigidos pelo cineasta Francisco de Paula.

Tomando o budismo como leme, fez o seu primeiro retiro espiritual em Vargem Grande,/RJ em 1994 refugiando-se na linhagem Karma Kagïu-pa, ocasião em que ganhou o nome dhármico de Tenzïn Chöpel. Recluso em sua búdica solidão escreveu os livros “Ecos de um Encantamento Distante” (1995), “Manhã de Sol na Praia de Caramujos” (1996), “O ô” (1997), “O Papa e o Mosquito” (1998), “Subs Pils Avonts” (1999), “Patagônia Mentalis” (2000), “O Monstro Sensível” (2001), “O Estranho Labirinto do Sr. Eno” (2002).

Em 2002 foi lançado o CD "Eu e meu Guarda-chuva" com 11 canções infantis compostas em 1985 com seu parceiro Branco Mello, crooner dos Titãs. Este CD que é interpretado por grandes nomes da MPB como Elza Soares, Cássia Eller, Roberto Frejeat, Tony Garrido, Marcelo D2 entre outros, já rendeu com o mesmo nome um livro, uma peça de teatro que estreou no cinema no verão de 2010.

Em 2003, Ciro Pessoa lançou seu primeiro trabalho solo: No meio da chuva eu grito Help. com 11 faixas produzido por Apollo 9 e lançado pela gravadora inglesa Voice Print. Neste CD podemos notar sua veia Rocker se mesclando com elegância a outros rítmos. Na faixa "Até os anos 70" faz uma homenagem ao poeta francês Serge Gainsbourg.



"Em Dia Com a Rebeldia", produzido por Apollo 9, traz doze faixas inéditas, algumas parcerias de Ciro Pessoa e Apollo 9 e outras só de Ciro. O som do álbum trafega entre a psicodelia e o surrealismo. "É para ser ouvido como se fosse um sonho" disse Ciro a respeito do álbum. Lançado em 2010, o CD Em dia com a Rebeldia, apresenta um repertório guiado pelo psicodelismo.

Em uma das paredes da sala de estar de Ciro Pessoa, 52, a primeira a ser vista por quem entra na casa pela porta da frente, ele montou uma espécie de álbum suspenso. Estão ali, emolduradas, fotografias clássicas de Janis Joplin, Pink Floyd, Raul Seixas, David Bowie, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Mutantes --todas elas clicadas entre as décadas de 1960 e 1970.

É justamente desse mural - e quase só dele- que vêm as referências usadas em "Em Dia com a Rebeldia", segundo álbum solo do artista.

Pessoa ficou conhecido por sua contribuição aos Titãs em início de carreira --ele é coautor de "Sonífera Ilha", por exemplo. Também é fundador da banda Cabine C. Seu nome está diretamente ligado, portanto, ao rock brasileiro dos anos 80. Mas nada que se ouve no disco novo vem dessa escola.





A rebeldia do título não é um quê - é um quem. Trata-se do apelido com que ele chama a mulher, a designer Carolina Vicentim, 27 anos e "completamente ligada à música dos anos 60".

Há quatro anos, fez a declaração de amor: "Vou gravar um disco pra você e você vai gostar das 12 faixas. Se não gostar de uma delas, eu não lanço". E passou os dois anos seguintes só ouvindo rock dos anos 60 e 70.

A sonoridade já estava definida: rock psicodélico. Precisava encontrar o conceito sob o qual construiria as letras. Assim: racionalmente.

"Sempre fui um artista conceitual", diz. "Zombo da franqueza e da sinceridade, acho artigos arcaicos. Comigo é 'estou indo pra lá e é lá que quero chegar'. Arte não é inspiração, é raciocínio."

Surrealismo

Influenciado por "O Dicionário de Lugares Imaginários", de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi, escreveu "Anis", a primeira delas.

O dicionário cataloga cenários irreais em que se passam narrativas clássicas - como Macondo, lugar inventado por Gabriel García Márquez no livro "Cem Anos de Solidão", e a Terra de Oz, do filme "O Mágico de Oz".

"Anis" se passa em uma cidade assim, que flutua "na linha do horizonte, entre o céu e o mar, onde a eternidade mora e se entretém".

"Quando vi a pegada psicodélica musical interagindo com essa letra que se situa na fronteira do sonho, pensei comigo: a psicodelia quer conhecer o surrealismo _mais: quer se casar com ele."

E havia de ser o próprio Pessoa o padre e o juiz do casamento. Nasceram assim o "homem cabeça de pêssego", a "mulher ampulheta", o "sol que brilha à noite" -todas registradas no disco.

O som, ele afirma, preza pela "pureza". "Não sou tropicalista, não misturo nada. A mistura despotencializa, dilui", diz. "Como penso assim, meu procedimento alquímico é o seguinte: rock + rock = rock. E o rock é, sim, uma estética brasileira."

Como jornalista da Editora Abril ganhou prêmios com as reportagens “Pela Estrada Adentro” (2002), sobre o Caminho de Santiago e “Cem Viagens de Sonhos” (2004) ambas pela Viagem e Turismo, também escreve contos eróticos na Revista Playboy, e uma publicação mensal na Revista VIP, com a coluna Mantraman que assina com seu nome budista Tenzïn Chöpel.

Tem parcerias com artistas como Julio Barroso, Edgard Scandurra, Nasi, Daniel Taubkin, Fernando Deluque, Alvim L. e músicas gravadas por ilustres intérpretes como: Dulce Quental, Adriana Calcanhoto, Moraes Moreira, Karla Sabah, Paulinho Mosca, Fê Lemos, Carlos Barmack e com vários ringtones de suas músicas que podem ser facilmente baixadas para celulares de dezenas de operadoras em todo o mundo.

CURIOSIDADES

A música “Tão Perto” do disco “Fósforos de Oxford” faz parte de uma coletânea do CD “The Sexual Life of The Sevages” da gravadora inglesa SoulJazz, lançado em maio/2006, que reuni o que de melhor no pós punk brasileiro.

Em 2005 fazendo apresentações do Show O HOMEM QUE VEIO DO AZUL, interpretou suas canções e fez releituras de grandes nomes da música nacional e internacional: de Tom Jobim a All Green. Este repertório faz parte do seu segundo CD com o mesmo nome do show.

Inequívoco talento, figura singular e multimídia, Ciro Pessoa segue o seu destino de um artista que jamais se repete. É uma surpreendente e atômica explosão onde se misturam criatividade e uma saudável e inevitável loucura. Mas isso na arte, não chega a ser nenhuma vantagem, pelo contrário, é obrigatório. E, convenhamos, hoje em dia é indispensável.

FONTE

Wikipédia

Folha Uol

whiplash

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